MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A REVOLUÇÃO DE 64 - por Prof. Aristides Braga

A REVOLUÇÃO DE 64

Prof. Aristides Braga

Neste momento no qual a revolução de 1964 comemora seus 40 anos, a partir de 31 de março de 1964, data do seu desfecho, vamos analisar sua realidade, com isenção e seriedade, sem ódio nem paixão, à luz da história.


1 – Antecedentes

No cenário mundial, a partir de 1946, o mundo ficou dividido em dois grandes blocos: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco comunista, liderado pela União Soviética.

O Brasil, por sua tradição histórica e por seu modelo econômico, pertencia naturalmente ao modelo capitalista, sob a égide da livre empresa, aliado ainda à sua forte realidade religiosa incompatível com o ateísmo soviético.

Nos governos dos presidentes Jânio Quadros e João Goulart, não por convicção ideológica, mas por miopia política, todo este arcabouço histórico do Brasil foi ameaçado de ruptura violenta tentando estes governos orientarem o Brasil para o lado do bloco soviético.

A título de exemplo mencionam-se alguns fatos que confirmam isto: condecoração do guerrilheiro Che Guevara pelo presidente Jânio Quadros, visita do presidente Goulart á China Comunista, envio de caravanas de políticos, professores e estudantes à Cuba e à China, apoio governamental a invasões de terras pelas ligas camponesas lideradas pelo deputado comunista Francisco Julião, apoio de ministros à subversão da ordem, ataques diretos de políticos do Governo aos Estados Unidos, aberta pregação oficial contra a hierarquia militar, e presença com discurso do Presidente da República a uma manifestação gigante de soldados e cabos contra oficiais e ministros, no Rio de Janeiro.

Ao lado desta situação caótica, que provocou protestos da sociedade civil, da Igreja, da Imprensa, dos Empresários, das Classes Profissionais, das donas de casa e dos militares, a Economia Brasileira enfrentava inflação galopante com índices mensais superiores a 60%, elevado desemprego e baixo crescimento.


2 – Ruptura Institucional

No dia 31 de março de 1964, atendendo aos reclamos das lideranças democráticas e do povo brasileiro, as forças armadas saíram dos quartéis e
destituíram o Governo Goulart, sem revolução civil, sem derramamento de sangue, em clima de ordem, salvando o Brasil do caos comunista.


3 – Governos Revolucionários

De 1964 a 1984 o Brasil foi comandado por presidentes militares, todos eleitos pelo Congresso Nacional.

No primeiro momento, de 1964 a 1970, pelos Presidentes Castelo Branco e Costa Silva, os quais mantiveram em pleno funcionamento as instituições democráticas do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, e ainda permaneceram abertos os Tribunais de Justiça, desde o Supremo Tribunal Federal até aos Tribunais Estaduais.

Nesta primeira fase, a economia brasileira apresentou forte recuperação, com queda da inflação e renovação do crescimento econômico, e o país voltou ao clima da ordem. Apenas, como exemplo, a inflação em fevereiro de 1964 foi de 82%, e em junho de 1964 a inflação foi de 18%, baixando a 14% em dezembro.

No segundo momento, de 1971 a 1979, os Presidentes militares foram os Generais Emilio Médici e Ernesto Geisel. No primeiro período, o Governo teve que enfrentar fortes reações de minorias esquerdistas, que apelaram para seqüestros e atos terroristas tentando desestabilizar o regime, e que foram tratados com a energia necessária e firme, mantendo-se a ordem. No segundo período, o Brasil conheceu os mais elevados índices de crescimento da sua história.

No terceiro momento, de 1979 a 1984, o presidente do Brasil foi o General João Figueiredo, o qual conduziu o país à redemocratização, com a devolução do poder político aos civis, com a eleição do Presidente civil.


4 – Principais Realizações da Revolução de 64

No campo político-institucional, o Brasil voltou ao clima de ordem social, com o pleno funcionamento das instituições democráticas do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas, sendo todos os Estados Brasileiros dirigidos por seus Governadores, eleitos pelas respectivas Assembléias Estaduais.

No campo do Poder Judiciário permaneceram abertos e em plena atividade todos os tribunais de justiça, no plano federal e no plano estadual, a partir do Supremo Tribunal Federal.

No campo econômico, o Brasil registrou os mais baixos índices de inflação e os mais elevados índices de crescimento do PIB nacional. Entre as muitas grandes obras realizadas de 1964 a 1984 mencionam-se: a Ponte Rio/Niterói, os Metrôs do Rio e São Paulo, Barragem de Itaipu, a Barragem do Sobradinho, a Siderúrgica Açominas, a Ferrovia do Aço, a Rodovia Transamazônica, as Telecomunicações, os Portos de Suape de Pernambuco e de Paranaguá no Paraná, Grandes Rodovias tais como a BR 101, e os Projetos Regionais.

No campo social/ previdenciário, foi criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço(FGTS), o Banco Nacional de Habitação ( BNH), a Unificação dos Institutos de Previdência, a Reforma da Educação Brasileira e a ampla melhoria da saúde pública.


5 – Conclusão

Em 1985 a revolução chegou ao fim e o poder civil retornou aos políticos civis, através de eleições livres, em clima de ordem e paz social.

Claro é que, ao longo dos vinte anos de revolução, ocorreram erros e excessos de lado a lado, o que não invalida o grande esforço nacional e o que representou aquele movimento em beneficio do Brasil e do seu futuro.

O fundamental é que as gerações atuais e futuras conheçam a realidade na sua forma integral, sem máscaras, e percebam que a revolução de 1964 foi uma solução necessária diante dos riscos que corria a nação brasileira.

O Brasil mostrou ao mundo que é um país abençoado: entrou e saiu de um processo revolucionário sem guerra civil, devolveu o poder aos civis de forma democrática, e atualmente é governado por partidos de esquerda em um governo legitimamente eleito, tudo em clima de ordem.



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