MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

O OUTRO LADO DA VERDADE - A HISTÓRIA NÃO CONTADA DE DOROTHY M. STANG


Irmã Dorothy M. Stang


Assunto: O OUTRO LADO DA VERDADE


Data: 10/05/05 20:52

[Autoria não informada]


O OUTRO LADO DA VERDADE

A HISTÓRIA NÃO CONTADA DE DOROTHY M. STANG

O assassinato da irmã americana DOROTHY M. SANTG, ocorrido em 12.02.2005, foi alvo de maior repercussão já vista, nacional ou internacionalmente, em relação à Amazônia.

Com uma rapidez nunca vista, dezenas de autoridades se apressaram em vir à região, secundadas pela Imprensa e pelos mais variados representantes de Organizações Ambientalistas e de Direitos Humanos.

Antes mesmo de qualquer investigação, o crime foi debitado aos FAZENDEIROS e aos MADEIREIROS, classes eleitas “bodes expiatórios” da desforra governamental pelo crime.

No pano de fundo de sermos, efetivamente, uma Região tão abandonada pelas Autoridades quanto cobiçada internacionalmente, a morte ocorrida fez-se o estopim para uma série de medidas pelas quais os Governantes buscam mascarar sua incompetência e sua letargia.

Sim, é necessário por fim à IMPUNIDADE. Mas quem hoje brada contra ela são, efetivamente, aqueles que lhe permitiram fazer e outros que dela se beneficiaram.

Da pessoa de DOROTHY fez-se um mito, em muito afastado da realidade.


A PESSOA

DOROTHY M. STANG, em vida, não foi somente a MISSIONÁRIA a cuja imagem se quer associar.

Era uma pessoa influente e poderosa. Amiga íntima de Procuradores da República, Ministros de Estado, Superintendentes de Órgãos. Isto além de participe ativa na vida política de muitos Deputados e Senadores.. Depois da assunção do atual Governo, passou a exercer na Região de Anapu, informalmente, a prática do Poder no tocante às ações fundiárias.

Ela, e não o INCRA, decidia pela implantação de Projetos, selecionava e excluía pessoas para assentamentos, mandava e desmandava sob o beneplácito das Autoridades constituídas.

Desde muitos anos, organizava, comandava e se esforçava por manter invasões, nas áreas que escolhia, pouco importando serem propriedade legítima ou não. Fazia, isto sim, prevalecer a sua vontade.

Uma tal pessoal não era desvalida ou desassistida. Tinha amplo apoio no Ministério Público Federal, na Polícia Federal, no INCRA, na Ouvidoria Agrária Nacional.

Era íntima dos círculos do atual Poder Executivo.

Em 2003, quando foi agraciada com o título de “PERSONA NON GRATA” no Município de Anapu, concedido pela Câmara Municipal, desfilou durante quinze dias com escolta da Polícia Federal, no claro intento de demover os Vereadores da medida.

Ao ser denunciada pela co-autoria de HOMÍCIDIO QUALIFICADO perante a Vara Agrária de Altamira (processo 060/2004-AP), processo que respondia até a sua morte, fez inundar o Juízo com reclamos de entidades de todo o mundo, em protestos contra a sua responsabilização.

Tinha por bandeira a luta pela terra, mas somente nos moldes que aceitava. Usava como método de convencimento a lentidão da Justiça, e as garantias que lhe davam o apoio das autoridades fundiárias.

Nunca participou ou apoiou qualquer campanha quanto às verdadeiras mazelas da região: a falta de estradas, de saúde, de educação.

Nem contra a pobreza, que é, em uma análise mais ampla, o ideal preconizado pelo PDS, hoje “Projeto Dorothy Stang de Desenvolvimento”, tolhendo aos ali assentados a possibilidade de trabalhar, de produzir, de sobreviver.

Esta a pessoa.


O MITO

Convertida em mito pelas trágicas circunstâncias de sua morte, Irmã Dorothy foi automaticamente deificada em proveito das mesmas bandeiras que pregava.

Quais eram???

Pela ordem: Vedar a área a qualquer produtor de médio ou grande porte, independentemente da legitimidade na ocupação ou do seu grau de produtividade; permanecer a Rodovia Transamazônica nas suas atuais e miseráveis condições de trafegabilidade, sem que nela se cogitasse asfaltamento; o enterro definitivo da Hidroelétrica de Belo Monte.

Na obstinação para tanto, enfrentou todos os desafios.

Ajudou a criar a imagem da TERRA SEM LEI, da TERRA DA IMPUNIDADE. Idéia de pronto abraçada pelas Autoridades Governamentais, todas solícitas em fugir às suas próprias responsabilidades quanto ao contexto regional.


A IMPUNIDADE

A IMPUNIDADE realmente existe, deve ser esclarecida e depois extirpada.

IMPUNIDADE é criar-se JUSTIÇA AGRÁRIA, no âmbito do Estado do Pará, com apenas 04 (QUATRO) Juízes, para dirimir todos os conflitos pela posse da terra. No caso da Vara Agrária de Altamira, abrange 266.108 Km2 (duzentos e sessenta e seis, cento e oito quilômetros quadrados), maior, portanto, do que o Estado de SÃO PAULO.

IMPUNIDADE é entregar o Governo Federal a Chefias de seus órgãos na Região, especialmente o INCRA e o IBAMA, a chefes políticos locais, sem qualquer qualificação profissional ou funcional, respaldados apenas em questões partidárias.

IMPUNIDADE é estes mesmos órgãos negarem-se, pela mesma questão partidária, a qualquer análise, a qualquer licenciamento para produtores rurais, madeireiros ou quaisquer outros, juntando ao corporativismo ou incompetência e o proselitismo político.

IMPUNIDADE é não reconhecer que no Município de ANAPU, desde janeiro de 2004, além do assassinato da Irmã Dorothy, ocorreram outras 04 (quatro) mortes por questões agrárias.

As vítimas:

- 02 (duas) eram empregados da fazenda COSPEL (a Irmã Dorothy foi considerada cúmplice das mortes, e respondia a processo);

- 02 (duas) eram funcionários do Fazendeiro apontado como “mandante”, havendo a polícia, já reconhecido que ocorreram como “vingança” dos partidários da Missionária.

IMPUNIDADE é que todo este aparato policial não tenha tido, até o momento, a menor intenção de esclarecer também estes outros crimes, em que pais de família foram também executados.

IMPUNIDADE é não ver que a situação criada no Município de Anapu foi criada pela própria Irmã Dorothy, com a conivência de seus amigos/autoridades. Senão, como explicar não haver ocorrido, no mesmo período, NENHUMA INVASÃO e NENHUMA MORTE (na questão da terra) nos Municípios de PACAJÁ, SENADOR JSOÉ PORFÍRIO, VITÓRIA DO XINGU, ALTAMIRA, BRASIL NOVO, MEDICILÂNDIA, URUARA E PLACAS???

IMPUNIDADE é não debitar ao governo, especialmente o Governo Federal, a maior das responsabilidades pelo que aqui ocorre. Sabia, e sabia há muito tempo, o que acontecia na Região. Da atuação de missionários e religiosos estrangeiros (à frente o nosso Bispo D. ERWIN KAUTER), além das dezenas de movimentos que se dizem sociais, mas que se revelam Instrumentos de Dezenas de ONG’s internacionais, que fomentam a violência, a discórdia, e vão se apropriando, largamente, dos direitos sobre esta parte da Amazônia, e de suas riquezas.

IMPUNIDADE é, por fim, é deixarem-nos, brasileiros de boa índole, que vivemos em condições bem abaixo das merecidas; que trabalhamos honradamente, arduamente, com pecha de “BANDIDOS”.

Sem defesa.

Sem voz.

Sem esperança.




Atividade do Assentamento Irmã Dorothy na prefeitura de Quatis, RJ

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