MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Caxias e o selo do Arcanjo - por Maria Lucia Victor Barbosa


Duque de Caxias

CAXIAS E O SELO DO ARCANJO


MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA (*)


Nesses tempos que correm em nosso País, plenos de mediocridade e banalização, onde a política se torna cada vez mais um negócio particular e o bem comum parece apenas uma citação aristotélica perdida nas teias da ilusão, é reconfortante recordar a existência daquela ínfima porção de homens reconhecíveis por sua conduta exemplar e seu caráter, que no Império fizeram de sua vocação para o serviço e seu sentido de pátria os sólidos alicerces da nossa independência e da nossa grandeza continental.



Em “Instituições Políticas Brasileiras" Oliveira Vianna refere-se aos homens de “moldagem carismática”, aquela elite dos que receberam, como no Apocalipse, o “selo do Arcanjo”. Entre eles está Caxias, um dos possuídos pela consciência da Nação, o homem público de mentalidade nacional.



Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, nascido em 25 de agosto de 1803 na Fazenda São Paulo localizada na Vila Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro, na verdade parece ter vindo ao mundo para confirmar a identificação com sua carreira, cujas origens se prendiam ao próprio berço. Pertencia ele a uma estirpe de militares, na qual onze generais serviram-lhe de exemplo através de três gerações. Assim, sua glória e sua fama geralmente estão associadas ao fato dele nunca ter sido batido, em que pese as dificuldades e circunstâncias das lutas que comandou. Mas será preciso reconhecer que o mais bem sucedido dos generais brasileiros foi também um grande político.



Em 1845 Caxias ocupou seu lugar no Senado, já tendo servido como ministro da Guerra e presidente do conselho, sendo que cabe lembrar que haviam no Império três grandes centros de fixação dos valores do governo onde o Imperador colocava os homens da grande elite: o Ministeriado, o Conselho de Estado e o Senado.

Como ministro da Guerra Caxias formulou um formidável programa com vistas a erguer o Exército moralmente e materialmente e entre suas realizações pode-se citar: o estabelecimento da promoção em data única para todas as Armas; a criação do órgão que hoje é o estado-maior; a alteração do regulamento da organização da saúde relativa ao Exército e criação de hospitais; a reforma do ensino militar; a criação de conselhos para gerir assuntos econômicos do Exército; a instituição do serviço militar obrigatório; a definição e tipo de instrução a ser ministrada às tropas.

À frente do conselho, o Duque de Caxias também agiu com eficiência. Ele apresentou projeto para reforma da lei eleitoral, solicitou profundas melhoras na legislação sobre a Justiça Militar, reformou a lei de recrutamento e mandou organizar escolas práticas de agricultura.



Certamente, as glórias militares de Caxias devem ser relembradas para completar a imagem do militar na qual se recorta ao mesmo tempo o perfil de estadista. Rememore-se, então, que a primeira vitória do Exercito vitalizado pelo regente Pedro de Araújo Lima, veio em 1840, quando chefiado por Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Ele dominará a revolta Balaida, no Maranhão e depois conduzirá a várias vitórias em São Paulo e Minas, tendo liquidado a Farroupilha em 1845. A derrota da Praieira (1848-49) logrou a paz interna que se estendeu até o fim do Império. E na guerra do Paraguai só deixou o posto de supremo comandante aliado quando considerou o conflito vencido, entregando o comando ao Conde d’Eu que conduziu a campanha ao seu fim, o que ocorreu com a morte de Solano Lopez em 1 de março de 1870.

Luís Alves de Lima e Silva serviu à Pátria até onde sua saúde lhe permitiu, tendo enfrentado oposição e hostilidade. Faleceu em 1880, em Vassouras, expressando como última vontade ser enterrado apenas na qualidade de Irmão da Cruz dos Militares. Seu esquife foi levado por seis praças antigos e de bom comportamento até a estação do Desengano e de lá para o Rio de Janeiro, tendo o corpo repousado no cemitério de São Francisco de Paulo, no bairro do Catumbi.



Com o advento da República, a aristocracia de homens a qual pertenceu Caxias, desapareceu. No decorrer da nossa história, uma ou outra individualidade no meio político surgiu ainda como uma “espécie de desajustado superior”. Mas já não há uma elite como no Império. Subsiste o que Oliveira Vianna tão bem descreveu ao afirmar: “O brasileiro é, politicamente, o homem individualista, arrastado pela libido dominandi e conduzindo-se pela vida pública sem outro objetivo senão a satisfação desta libido”.

Falta-nos, realmente, aqueles que têm o “selo do Arcanjo”, como o teve o patrono do Exército, o Duque de Caxias.


(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga, escritora e articulista."






Panteão de Caxias - Comando Militar do Leste - Rio de Janeiro-RJ



Caxias e Castello

"Repasso esclarecedora mensagem enviada pelo Cel. Castello Branco, em resposta a um leitor do jornal O Povo, de Fortaleza, juntamente com a carta que motivou sua missiva.

A morte do grande presidente e estadista, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco sempre foi coberta por um manto de silêncio e jamais foi esclarecida. A revelação agora feita pelo Cel. Castelo Branco é de suma importância.

Abs, Graça Salgueiro"


http://www.noolhar.com/opovo/opiniao/290249.html


"Cartas

[25 Agosto 05h04min]

Caxias e Castello

Festeja-se hoje o 2º centenário de nascimento do Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Uma justa homenagem. Neste dia de comemorações, entre as quais o Dia do Soldado, gostaria de registrar o meu veemente protesto pelo desinteresse oficial no esclarecimento da morte do mais importante militar brasileiro do século 20, o Caxias do nosso tempo, o também marechal Humberto de Alencar Castello Branco.

Já na condição de ex-presidente, o ilustre, sério, honesto e competente militar cearense encontrou a morte numa colisão aérea até hoje não explicada. Apesar de ter havido a morte de cinco destacadas pessoas, nunca houve inquérito policial, nem qualquer determinação oficial de se dar à sociedade uma explicação séria a respeito do assunto.

A versão oficial transferiu para o piloto morto, mestre Celso Tinoco Chagas, a responsabilidade pela tragédia. Tudo muito conveniente, afinal piloto morto não fala, nem se defende. Porém, a memória e a honra dos mortos daquele 18 de julho de 1967 continuam a clamar por justiça! Não se pode admitir do governo federal e das Forças Armadas menos do que o compromisso com a verdade, uma vez que a versão oficial é, no mínimo, improcedente e inadequada.

Até quando iremos conviver com tanta dor e tanta vergonha? A apuração rigorosa dos fatos, mesmo após 36 anos de ocorridos, é possível e indispensável, constituindo a única forma de extirparmos essa mancha da nossa história recente.

Pedro Paulo Menezes Neto, professor

Fortaleza-CE"


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"Sr. Editor,

Como uma das poucas testemunhas vivas do inditoso acidente, e objetivando estabelecer a verdade histórica do acontecimento, levo ao conhecimento dos leitores, o seguinte:

O co-piloto daquele vôo está vivo. É o filho do Celso. No acidente, quebrou o maxilar. Em parceria com o 23 BC, foi recuperada a aeronave, abandonada, há anos, por desinteresse dos governos revanchistas.

O acidente ocorreu, porque, na época não havia comunicação entre as aeronaves, mas tão somente, com a torre de controle. Esta sabia da existência das duas aeronaves na mesma área, mas os pilotos, não.

Fui o primeiro a chegar ao local do acidente, junto com Dário Macedo, chefe de gabinete do Governador, num jeep de seis lugares, azul, da CONEFOR.

O Presidente estava vivo, com uma mancha de sangue no peito esquerdo e a perna esquerda quebrada. Sua morte ocorreu quando um soldado da aeronáutica tropeçou quando o transportava no ombro.

Todas as vítimas foram levadas ao Hospital do Exército, e  só permiti a entrada, no Necroterio, do Dr Francisco Pinheiro para tirar a máscara de gesso, do Cel Tarcísio dos Santos Vieira, que beijou-lhe a face, e de um parente meu.

Velado no Palácio do Governo da praça do rosário, tive que pegar uma Bandeira Nacional no Colégio Militar para encobrir o caixão. O Sen PAULO SARAZATE, seu amigo, tio de minha mulher, não arredou o pé.

De volta ao Ceará, no colégio Imaculada Conceição, o caixão partiu-se, exalando forte odor, o que obrigou o adiamento das visitas. Na minha existência, jamais vi tanta gente prestando homenagem a um "Ditador".

Hoje, seu corpo e D. Argentina, encontram-se esquecidos, desprezados e profanados no Palácio da Abolição.

Quando trabalhei, naquele local, localizei o antigo zelador do muzeu. Uma de suas declarações foi de que renomada Secretária da Cultura , queria demolir o prédio por tratar-se de símbolo da ditadura. Não é sem razão que a sede do Governo mudou-se.

Cel EB Paulo Cesar Romero Castelo Branco, Rua Henriqueta Galeno 714, Apto 801, Dionísio Torres, Fort - CE, da Segurança, momentânea, do maior estadista deste planeta."


Obs.: 

Enquanto o grande estadista Castello Branco, que nos livrou de uma Farclândia continental, continua ignorado e desprezado, memoriais e memoriais continuam sendo erguidos em todo o Brasil em honra a facínoras como Luiz Carlos Prestes. Triste o País que faz tal opção para seleção de seus heróis! Logo, logo, teremos Lamarca ou Marighela substituindo Caxias como patrono do Exército Brasileiro. 

F. Maier


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