MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Explosão no Centro de Lançamento de Alcântara

 
Incêndio no Centro de Lançamento de Alcântara, MA, em 22/08/2003

"Apesar disso que está escrito aí, os "videntes", "sábios" e "experts" tinham certeza (e provas incontáveis, mesmo antes de começadas as investigações) de que a tragédia fora obra de "sabotagem yankee"!


É de interesse de todos os brasileiros que esse caso seja devidamente apurado e seus motivos conhecidos, mas duvido que os defensores de acordos com comunistas acreditem em uma só palavra do que está dito na matéria abaixo. Aliás, muito curioso que tenham convidado russos para ajudar na investigação; só eles entendem de assuntos espaciais, não é?

Sds,

Graça Salgueiro"

12/09/2003


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VLS-1


Técnicos sabiam de descargas que haviam danificado medidores e que devem ter acionado dispositivos para "ligar" motor


Foguete já tinha enfrentado pane elétrica


SALVADOR NOGUEIRA

DA REPORTAGEM LOCAL

Os técnicos envolvidos na campanha de lançamento do VLS-1 já sabiam da ocorrência de problemas elétricos na plataforma do foguete antes do acidente que matou 21 pessoas no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, no dia 22 de agosto.

Segundo a Folha apurou, queimas nos transdutores de pressão (os medidores de pressão dos motores do veículo) já haviam acontecido sem intervenção humana, antes da catástrofe, o que evidencia a passagem de corrente elétrica pelo foguete e pela plataforma.

Segundo relato de funcionários do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), responsável pelo projeto do Veículo Lançador de Satélites, o foguete, assim como a plataforma, estava dando "choque elétrico" em quem os tocasse.

Os dispositivos medidores de pressão perdidos não constituíam ameaça e até chegaram a ser substituídos, mas a mesma eletricidade que os danificou poderia causar um acidente mais grave caso afetasse os dispositivos pirotécnicos, que fazem com que o foguete inicie a queima do combustível.

Dispositivo pirotécnico

Desde os primeiros dias da investigação, o ministro da Defesa, José Viegas, já declarava que a principal suspeita sobre a ignição de um dos propulsores do VLS-1 recaía na indução de uma corrente elétrica capaz de acionar um dos dispositivos pirotécnicos.

A ignição prematura de um dos propulsores do primeiro estágio levou à sucessiva queima dos demais compartimentos do lançador, que abrigava 41 toneladas de combustível sólido, cuja queima não pode ser interrompida. (N.B.: Nenhum dos países que domina a tecnologia de VLS continua a usar combustível sólido. Usam combustíveis líquidos, cuja tecnologia ainda não conhecemos. G.S.)

O protocolo de segurança dita que a instalação dos iniciadores pirotécnicos deve ser a última operação na preparação do foguete. Mas a norma não foi seguida: dois dos motores do primeiro estágio já estavam com seus dispositivos instalados quando três equipes do CTA (Centro Técnico Aeroespacial, organização-mãe do IAE, ligado à Aeronáutica) trabalhavam na plataforma. Os demais iniciadores seriam instalados na tarde do dia do acidente.

Os trabalhos seriam encerrados às 16h da sexta-feira. No sábado haveria um churrasco e no domingo seria iniciada a contagem regressiva do lançamento, marcado para 25 de agosto, que por coincidência era Dia do Soldado.

A principal suspeita sobre o que teria causado os problemas elétricos na plataforma recai atualmente sobre a manutenção da pintura, conduzida antes do início da campanha de lançamento. Foram usados jatos de areia para remover corrosão e restos de tinta, e o processo pode ter causado algum dano à rede elétrica, como o aterramento dos sistemas.

Até agora, a comissão de investigação estabelecida pela Aeronáutica não se manifestou sobre os detalhes que levaram à causa do acidente, embora o ministro Viegas e o brigadeiro-do-ar Tiago Ribeiro, que coordenava a operação em Alcântara, já tenham descartado atos de sabotagem ou falha humana por parte de alguma das vítimas do incêndio.

Além dos membros da Força Aérea, a comissão terá cinco especialistas russos e quatro representantes externos, provenientes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e das famílias das vítimas.

Falhas repetidas

Ouvido pela Folha, um engenheiro do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que pediu para não ser identificado disse acreditar que os cientistas russos, com larga experiência em foguetaria, não terão dificuldades em identificar as causas do acidente, nas circunstâncias dadas.

Caso houvesse um lançamento, seria a terceira tentativa de usar um protótipo do VLS-1 para colocar um satélite em órbita. As duas primeiras, realizadas em 1997 e 1999, terminaram em fracasso, por conta de falhas nos dispositivos pirotécnicos do primeiro e do segundo estágios, respectivamente. Como os veículos já estavam em vôo quando os defeitos ocorreram, não houve riscos para o pessoal em terra.

Nos planos originais do lançador, quatro vôos de qualificação estavam previstos.

A próxima tentativa está prevista para 2006, antes do final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com as perdas materiais e humanas, torna-se muito difícil atingir essa meta, mesmo com o aumento de recursos para o programa. Os ministros Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) e José Viegas já pediram R$ 130 milhões adicionais no Orçamento para alcançar esse objetivo.




Aeronáutica não confirma nem nega os defeitos

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0909200302.htm

DA REDAÇÃO

Leia resposta do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) a uma lista de 17 perguntas da Folha:
"Em atenção à sua mensagem eletrônica desta tarde, pela qual nos solicita esclarecimentos a respeito de possíveis ações relacionadas com a Operação São Luís, este Centro informa que todo o processo está sendo, exaustivamente, estudado pelas comissões encarregadas de investigar o ocorrido, não sendo oportuno qualquer pronunciamento sobre os eventos elencados.
Informo-vos ainda que, ao final das investigações, estaremos dando ampla divulgação dos resultados.
Centro de Comunicação Social da Aeronáutica"


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22/08/2016 05h00 - Atualizado em 22/08/2016 05h00

Maior acidente do Programa Espacial Brasileiro completa 13 anos

Foguete VLS explodiu e matou 21 pessoas em 22 de agosto de 2003.
http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2016/08/maior-acidente-do-programa-espacial-brasileiro-completa-13-anos.html

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