Campanha de Lula recebeu US$ 3 milhões de Cuba, diz revista "Veja
PT nega ajuda cubana
Governo acha denúncia absurda
Oposição fala em impeachment
Bons companheiros: Dia 9 de janeiro de 1989, Lula, então candidato à presidência, se encontra com Fidel Castro em Havana. Já presidente, em 26 de setembro de 2003, é recebido pelo líder cubano no aeroporto de Havana
São Paulo - A campanha eleitoral do então candidato a presidente pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu US$ 3 milhões vindos de Cuba, entre agosto e setembro de 2002, segundo reportagem de capa que a revista Veja publica esta semana. A revista sustenta a revelação em depoimentos do advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do economista Vladimir Poleto, integrante da administração municipal de Ribeirão Preto, na época em que Palocci era o prefeito.
A matéria diz que ao chegar a Brasília, por meios que a revista não conseguiu identificar, o dinheiro ficou sob os cuidados de Sérgio Cervantes, um cubano que já serviu como diplomata de seu país no Rio de Janeiro e em Brasília.
Bebidas
De Brasília, o dinheiro foi levado para Campinas, a bordo de um avião Seneca, acondicionado em três caixas de bebida. Eram duas caixas de uísque Johnnie Walker, uma do tipo Red Label e outra de Black Label, e uma terceira caixa de rum cubano, o Havana Club. Quem levou o dinheiro foi Vladimir Poleto.
Em Campinas, o dinheiro foi apanhado no aeroporto de Viracopos por Ralf Barquete, também ex-auxiliar de Palocci em Ribeirão Preto. Barquete chegou a bordo de um automóvel Omega preto, blindado, dirigido por Éder Eustáquio Soares Macedo. De Viracopos, o carro foi para São Paulo, para deixar as caixas no comitê de Lula na Vila Mariana, aos cuidados do então tesoureiro Delúbio Soares.
"Fui consultado por Ralf Barquete, a pedido do Palocci, sobre como fazer para trazer 3 milhões de dólares de Cuba", disse Buratti, em entrevista à Veja. O advogado referia-se ao ex-secretário da Fazenda de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, falecido em junho de 2004.
Assessor de Palocci não sabia
Quanto a Poleto, a revista diz que ele admitiu ter transportado o dinheiro de Brasília a Campinas, voando como passageiro em um aparelho Seneca em que estavam apenas o piloto e ele. Ele ressalvou que, na ocasião, não sabia que levava dinheiro e achava estar transportando bebida. "Eu peguei um avião de Brasília com destino a São Paulo com três caixas de bebida. Depois do acontecimento, fiquei sabendo que tinha dinheiro dentro de uma das caixas", disse. "Quem me disse isso foi Ralf Barquete. O valor era 1,4 milhão de dólares".
A revista informa ter relatado a Palocci a história contada à revista pelos seus ex-auxiliares e o ministro comentou: "Nunca ouvi falar nada sobre isso. Pelo que estou ouvindo agora, me parece algo muito fantasioso". O outro personagem do episódio, o cubano Sergio Cervantes, é descrito pela revista como "agente do Ministério do Interior", conforme informação atribuída a "um diplomata brasileiro que o conhece pessoalmente".
Abraço fraternal
A revista ressalta que Cervantes é "íntimo dos petistas" e cita um exemplo desse relacionamento: "Em março de 2003, quando deixou o cargo na embaixada, Cervantes, que é amigo de Fidel Castro e dirigente do Partido Comunista de Cuba, fez questão de dar um abraço fraternal de despedida no presidente Lula e no então ministro José Dirceu."
Também ouvido pela revista, Cervantes nega que tenha havido ajuda financeira de Cuba para Lula. "Cuba está é precisando de dinheiro. Como é que pode mandar?", disse. "Isso não é verdade."
Veja destaca na reportagem que a Lei 9.096, aprovada em 1995, proíbe um partido político receber recursos do exterior. "Se isso ocorre, o partido fica sujeito ao cancelamento de seu registro na Justiça Eleitoral. O candidato desse partido - o presidente Lula, no caso - não pode ser legalmente responsabilizado por nada, já que sua diplomação como eleito aconteceu há muito tempo", informa a matéria.
Atentado à soberania do País
No entanto, a revista acena com outras conseqüências, depois de atestar a gravidade do episódio com o professor Walter Costa Porto, especialista em direito eleitoral e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "É tão grave, mas tão grave, que é a primeira das quatro situações previstas na lei para cassar o registro de um partido político. Isso é um atentado à soberania do País. É letal", comenta o ex-ministro.
A revista diz: "Caso as investigações oficiais confirmem que o PT recebeu dinheiro de Cuba, e o partido venha a ter o registro cancelado, o cenário político brasileiro será varrido por um Katrina: isso porque os petistas, sem partido, não poderiam se candidatar na eleição de 2006. Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva."
Obs.: Leia reportagem completa na revista Veja nº 1929 (2/11/2005).
Se tal dinheiro chegou ao Brasil, provavelmente deve ter vindo através de mala diplomática para a embaixada cubana em Brasília. Como todos sabem, acordos internacionais garantem que a correspondência das embaixadas seja inviolável, não pode ser vistoriada. Assim, pode passar tudo: armas, ouro, pedras preciosas e, obviamente, dólares (F.M.).
***
Kamaradas,
Sergio Cervantes é Sérgio Julio Cervantes Padilla, Oficial do Departamento América (órgão de Inteligência do Comitê Central do PC Cubano). Chegou ao Brasil desde antes do reatamento das relações diplomáticas Brasil/Cuba por Sarney. Após o reatamento permaneceu no Brasil como Conselheiro Político. Conheço essa figuraça pessoalmente, pois ele esteve presente no IX Coingresso do PCB, realizado na UERJ em maio/junho de 1991. Em 1993 foi substituído no cargo de Conselheiro Político por Jorge Antonio Ferrera Diaz, também do Departamento América, que herdou todos os contatos de Cervantes. Ferrera Diaz, em julho de 1997 participou, em Porto Alegre, do 7º Encontro do Foro de São Paulo, sendo de ressaltar que, nessa oportunidade, o Documento Central então aprovado, teve por base o Documento de Análise de Conjuntura, redigido em Havana e apresentado ao Foro pela delegaçção cubana, composta por 14 pessoas. Em fevereiro de 1999, Jorge Antonio Ferrera Diaz foi substituído. Por quem? Por Sergio Julio Cervantes Padilla. Em abril de 2003, Cervantes foi substituído. Por quem? Por Jorge Antonio Ferrera Diaz. Na época do recebimento e transporte para São Paulo das caixas de bebida, apanhadas no apartamento de Cervantes, em Brasília, ele residia na SQS 106, Bloco H, ap 206. Finalmente, agora, em outubro de 2005, Sergio Julio Cervantes Padilla esteve presente, como delegado do Partido Comunista Cubano, no 11º Congresso do PC do B, realizado em Brasília.
Azambah (Carlos I. S. Azambuja - historiador)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
04/11/2005
09:18
O AVIÃO DOS DÓLARES
Da Folha de São Paulo de hoje: “O empresário Roberto Colnaghi confirmou ontem ter cedido, em 31 de julho de 2002, o avião Seneca ‘citado em reportagem da edição de 2 de novembro de 2005 da revista Veja’. Segundo a reportagem, o avião foi emprestado ao PT para o transporte de dólares enviados de Cuba ao Brasil para reforçar os cofres da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Amigo do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Colnaghi fez questão de frisar, através de sua assessoria de imprensa, ter apenas cedido o avião, eximindo-se de qualquer responsabilidade sobre seu uso.
Em nota ditada à Folha por sua assessora de imprensa, o empresário tomou o cuidado de não revelar o beneficiário do empréstimo do avião. Questionada, a assessoria de Colnaghi argumentou que a identidade está implícita na alusão à reportagem da ‘Veja’. Segundo a revista, Vladimir Poletto, ex-assessor de Palocci, foi o passageiro do avião, saído de São Paulo, com destino a Brasília. Em Brasília, teria sido abastecido com três caixas para serem levadas ao aeroporto de Congonhas. Nessas caixas haveria US$ 1,4 milhão ou US$ 3 milhões, segundo a revista. Por conta do mau tempo, o avião teve de aterrissar em Campinas.
A breve nota também omite o roteiro percorrido. Mas, desde o início da semana, o empresário procurava registro de vôo que cumprisse essa rota.
Ao afirmar apenas ter cedido o avião, Colnaghi expressa o desconforto que tem revelado a interlocutores, aos quais alega ter sido surpreendido pelo teor da reportagem. O empresário diz desconhecer o objetivo da viagem. A amigos, alega que não pergunta para quê quando empresta um avião. No início da semana, jornalistas de Penápolis chegaram a reproduzir esse argumento após uma conversa com ele.”...
blogdodiego.com.br
Fonte:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Cervantes, o cubano das missões especiais, despede-se de Lula e Dirceu, em março de 2003: de volta para Havana". (Foto da revista Veja)
Apesar disso, Dirceu jura de pés juntos que "não conhece" nem "nunca viu" o tal Cervantes... Uma foto vale mais que mil e trezentas palavras mentirosas.
http://www.dcomercio.com.br/noticias_online/511269.htm
Diplomata cubano sai em silêncio
Dois dias depois de ser apontado como o responsável pela entrega de US$ 3 milhões clandestinos para o PT, o diplomata cubano Sérgio Cervantes deixou ontem o Brasil sem comentar a suposta doação de seu país à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A amigos parlamentares do Grupo de Amizade Brasil-Cuba, Cervantes teria dito que a denúncia seria risível. "Ele achou graça porque considerou a denúncia fantasiosa e não se pronunciou porque a embaixada de Cuba já negou que tenha feito qualquer doação", disse um deputado petista que esteve com o diplomata cubano e pediu para não ser identificado.
Já o embaixador brasileiro em Cuba, Tilden José Santiago, permanecerá em Brasília e hoje terá um almoço com o deputado José Dirceu (PT-SP), que à época da suposta doação era presidente nacional do PT.
Tilden disse que não poderia falar sobre o caso na condição de embaixador, mas afirmou que como militante político e ex-deputado não acredita na doação de Cuba para o PT. Segundo ele, Cervantes também não era o tipo que se prestaria a um trabalho desses. "Não há nenhuma possibilidade disso ter acontecido. Cervantes, que é um diplomata que conhece bem a realidade brasileira, não faria isso."
Dirceu negou conhecer Cervantes, embora tenha sido fotografado trocando um forte abraço com o diplomata. "Eu não conheço, nem nunca vi", garantiu. Assegurou não ter mantido nenhum contato com Cervantes, nem mesmo durante a temporada em que permaneceu em Cuba recebendo treinamento de guerrilheiro. "Quando cheguei, ele já não estava lá." Só que fonte qualificada da embaixada brasileira em Cuba assegurou que Dirceu e Cervantes são amigos e se conhecem há muito tempo.
Velho conhecido – Na verdade, Cervantes é um velho conhecido de petistas e comunistas brasileiros. Há duas semanas, ele tomou parte do 11º Congresso do PCdoB, na condição de delegado do Partido Comunista Cubano (PCC).
Negro, forte e simpático como um baiano de Salvador, Cervantes notabilizou-se como íntimo de deputados e senadores brasileiros. Entre os seus instrumentos de aproximação, estão dois produtos típicos de seu país. "Ele distribuía para deputados e senadores charutos e rum, mas sem dólar dentro", brinca um deputado do PT.
Excursões – Cervantes também preparou excursões de parlamentares para conhecerem a ilha de Fidel. "Fizeram essas viagens parlamentares de todos os partidos, embora Cervante fosse próximo do PT e do PCdoB", contou uma fonte da embaixada brasileira em Cuba.
No PCdoB, Aldo Rebelo seria um dos seus principais interlocutores. "Cervantes era consultor político de Cuba e tinha relação com todos os partidos. Não há possibilidade dessa doação ter acontecido", disse Sigmaringa Seixas (PT-DF). Mas todos admitem que o governo cubano tem muitos interesses no Brasil, principalmente, o de abrir linhas de crédito. "Esse é mais um motivo para eles não se meterem assuntos internos", argumentou o deputado. (AE)
Leia Mais
Governo deixa os dólares cubanos para o PT
Por enquanto, Lula será poupado
Nenhum comentário:
Postar um comentário