MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Diplomacia de cruzeiro - por Félix Maier


Míssil de cruzeiro Tomahawk


Diplomacia de cruzeiro

por Félix Maier

09/07/2001

O Brasil é um dos poucos países latino-americanos que não admitem bases americanas em seu território. Com o alicate americano apertando a Colômbia, com a desculpa de um propalado programa de combate ao narcotráfico, até quando nosso país poderá evitar a ingerência de Tio Sam em nossos assuntos internos?

Motivos para intervenções no Brasil podem ser fabricados a qualquer momento: destruição da floresta Amazônica, questão indígena, narcotráfico e tráfico de armas. A atual política da "diplomacia de cruzeiro" dos EUA pode muito bem ser aplicada ao Brasil. Surtiu efeito na Guerra do Golfo, assim como na questão do Kosovo. Por que não surtiria efeito no Brasil?

Na Guerra do Golfo, em 1991, os EUA e uma coalizão militar, para libertar o Kuwait, bombardearam todo o Iraque, destruindo toda a infra-estrutura do país. Depois disso, foi um "passeio" a ação do exército em terra. O mesmo ocorreu na Iugoslávia, que teve o país totalmente destruído, em 1999, devido aos ataques criminosos da OTAN, com saldo de 5.000 mortos civis. Por que - deve-se perguntar - somente Milosevic está sendo julgado no Tribuanal de Haia? Por que os abutres da OTAN também não foram presos?

A "diplomacia de cruzeiro" (cruise missile diplomacy) é mais nova política americana de "dobrar os joelhos" de quem quer que seja. O lançamento maciço de mísseis de cruzeiro, os temíveis tomahawks, juntamente com ataques de aeronaves "invisíveis", permitem que os americanos tenham uma "guerra limpa", pois quase não há baixas em suas forças militares. Depois de arrasar o inimigo, as tropas terrestres não têm a fazer senão um piquenique sobre a terra arrasada. Não retornando aos EUA os famigerados sacos pretos com soldados mortos, como ocorria na Guerra do Vietnã, a opinião pública americana não se importa com essa gamewar operada à distância, ficando os falcões americanos totalmente à vontade para realizar os mais diversos ataques.

Se o Iraque e a Iugoslávia retrocederam 100 anos em seu avanço sócio-econômico, devido aos criminosos bombardeios americanos, o que aconteceria ao Brasil se tomahawks fossem lançados em São José dos Campos, em nossas refinarias, no ABCD paulista, enfim, em toda a infra-estrutura brasileira?

Quem viver, verá.



Obs.:

Verbetes de Arquivos I - Uma história da Intolerância, de Félix Maier:

Síndrome da Guerra do Golfo - Inicialmente, acreditava-se que a causa eram problemas psiquiátricos e não definidos; atingiu 36% dos veteranos americanos observados por 2 anos; estudiosos acreditam que possa ter sido a conjugação de pesticidas utilizados na guerra e de pílulas de proteção a eventuais ataques químicos; mais de 1.250 pessoas que serviram na Guerra do Golfo foram avaliados por médicos especialistas do MOD; o Medical Assessment Programme (MAP) é acessível através do “Gulf Helpline”, Tel 0171-807-8778 ou Medical (F&S), MOD Main Building, London, SW1A 2HW. Atualmente, acredita-se que mísseis construídos com urânio depletado (empobrecido) tenham causado os problemas, com uma grande incidência de leucemia em crianças iraquianas (50 a 75% dos casos ocorreram com crianças – dados do Ministério da Saúde do Iraque, confirmados pela ONU). 

Síndrome dos Bálcãs - A utilização de mísseis com urânio depletado (empobrecido), feita pela OTAN contra a Bósnia e o Kosovo, teria provocado o aparecimento de leucemia em muitos soldados da Aliança e de cidadãos da antiga Iugoslávia – a exemplo do que parece ter ocorrido durante a Guerra do Golfo. Mais de 300 refugiados de um bairro de Sarajevo atacado por aviões da OTAN em 1995 com munição de urânio empobrecido já morreram de câncer. Segundo a revista alemã “Der Spiegel”, também foi usado urânio empobrecido pelos EUA em sua intervenção na Somália, em 1993, sob o comando da ONU. 


Criança da "Hiroshima Iraquiana"


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