MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Por que os petistas me adoram? - por Félix Maier


Por que os petistas me adoram?

por Félix Maier

24/09/2002

Nos últimos anos, tenho recebido muitas mensagens de militantes petistas, uns mais coléricos que outros, mas todos muito cientes de sua imensurável sabedoria e importância estratégica no cosmos, que suplanta mil anos-luz a de todos os seus críticos e opositores. Que não admite contraditório de espécie alguma, quando se trata da defesa da guerra santa chamada “causa petista”. Especialmente por eu demonstrar os diversos disfarces com que a liderança petista se apresenta em público, para cativar corações e mentes, além de insistir em um bordão que criei, a respeito do camaleão chamado “Lula-laite”.

É simples explicar isso. O militante petista – como tantos outros militantes – é um “torcedor” fanático de sua agremiação e de sua doutrina socialista. Qualquer torcedor da Fiel, do Corinthians, sabe o que isso significa. Não há lógica nenhuma nas atitudes que uma turba corinthiana toma quando seu time perde várias vezes seguido. O mesmo acontece com a Mancha Verde, do Palmeiras, quando há nove jogos não sabe o que é uma vitória. Na torcida, não há raciocínio. Apenas paixão. Logo pedem a cabeça do treinador, quando o problema está apenas no sofrível elenco que o time possui. Da mesma forma, o petista defende com unhas e dentes seus líderes de todo ataque, mesmo que esse “ataque” seja apenas a lembrança da mais recente maracutaia petista promovida em Porto Alegre, em São Paulo, em Santo André, em Brasília ou em algum minúsculo município perdido nos cafundós-do-judas. Os líderes da estrela vermelha (soviética, cubana ou maoísta?), especialmente Lula-laite, devem ser defendidos de todas as maneiras pelos petistas, com paixão, destilando ódio contra os contestadores, mesmo quando são apenas lembradas as contradições mais elementares que eles tenham emitido em público.

Eu, por outro lado, como tantos outros escrevinhadores, que não estamos acorrentados a nenhum grupo ideológico ou político, como meros observadores e analistas da realidade que somos, temos por obrigação emitir julgamentos objetivos sobre os fatos, não só sobre aqueles que sejam de interesse do PT ou de alguma de suas agremiações satélites (1) . Ou seja, eu, como “analista”, posso até me enganar muitas vezes com o que escrevo – e me engano –, pois sou humano, mas tenho a obrigação moral de não acobertar falcatrua alguma e mentir jamais. O PT (2), por sua vez, por ser guiado por normas dogmáticas “sobre-humanas”, criadas não se sabe por que entidade celestial, não se engana nunca, assim como Lênin, Stálin, Hitler, Mao e Fidel nunca se enganaram...

Por exemplo, quando “cutuco” o PT pela sua dupla face, em se apresentar perante a população como um partido democrático, mas que por trás dos panos faz conchavos com narco-comuno-terroristas das FARC, como ocorre no governo petista do Rio Grande do Sul, sou logo tachado de “reacionário”, “fascista”, de “direita”. Só que esses coléricos petistas esquecem que os fascistas são eles, que apóiam “autoritarismos falangistas” (3), como o MST, para doutrinar crianças na “luta de classes”, fazendo desses pequenos infelizes verdadeiros clones dos antigos balilas (4) de Mussolini.

Da mesma forma, quando cobro do PT que seja coerente com a “democracia” que prega, ao ver Lula-laite fazer visitas esporádicas a um dos mais antigos tiranos do planeta, Fidel Castro, não recebo explicação nenhuma, apenas sofro acusação de que faço parte da “direita”, que tenho pacto com o “grande satã americano”. Ora, não existe meio termo, ou você prega e exerce a democracia de fato, ou você é um embusteiro.

Eles me adoram, todos os petistas, quando lembro o anti-americanismo do PT. Por que o PT, em sua grande maioria, é anti-americano? Simples: como o comunismo que eles adoram desabou na União Soviética, em parte por não poder competir com o gigante do norte das Américas, o ódio contra Uncle Sam dobrou. Por isso, muito petista babou de prazer ao ver as torres do WTC virarem pó. Eu, como qualquer analista que não siga alguma cartilha ideológica, também critico os EUA, às vezes com veemência, como em meu ensaio “Diplomacia de cruzeiro” (5) , em que acuso os americanos de assassinos por bombardear todo o Iraque, na Guerra do Golfo, em 1991, e destruir toda a infra-estrutura da Iugoslávia, na operação da OTAN, em 1999, utilizando mísseis “cruise” (cruzeiro) e outros artefatos bélicos para tal fim. As bombas sobre Hiroshima e Nagasaki também foram atos terroristas, pois a guerra já estava praticamente definida, nenhum comandante americano do Pacífico, naval ou terrestre, foi consultado para emitir uma opinião, as bombas foram apenas um aviso para a União Soviética, que ainda não tinha bomba atômica, não invadir a Mongólia. Agora, se observo que os EUA, apesar de todos os erros já cometidos, é a mais livre nação da terra, eu sou obrigado a elogiar tal feito. Essa a fundamental diferença entre um “torcedor” petista, que nunca vê nada de bom fora do socialismo (comunismo), e um analista, que enaltece o que pode ser enaltecido e critica tudo o que deve ser criticado.

Os petistas me adoram também quando abordo a questão cubana. Dizem eles que a culpa de Cuba estar na miséria é dos EUA. Pura lorota. Cuba está na miséria porque seguiu o mesmo caminho da Coréia do Norte e da antiga Alemanha Oriental. Quando houve a reunificação das Alemanhas, o Governo Helmut Kohl teve que preparar um orçamento superior a 1 trilhão de dólares para tentar diminuir a realidade da fubica Trabant, do lado oriental e comunista, em relação à realidade do Mercedes-Benz, do seu lado. A Coréia do Sul, que não se tornou comunista devido à ajuda americana (Guerra da Coréia), é hoje 32 vezes mais rica que sua irmã comunista do norte. Da mesma forma, Cuba está na miséria porque seguiu um sistema social-econômico fracassado, o mesmo que derrubou a ex-URSS. Quando Fidel Castro recebia gorda pensão soviética, com a qual maquiava alguma coisa em casa, como os seus “bombados” campeões olímpicos, e mandava legiões de combatentes para Angola e financiava terroristas para agitar toda a América Latina (“vamos criar um Vietnã em cada país”), os EUA eram um vilão mantido à distância, com desprezo. Acabada a pensão soviética, a máscara de Fidel Castro caiu, a população desesperada passou a fugir do país em troncos de bananeiras e pneus de automóveis, muitos morrendo afogados no mar ou comidos por tubarões. A quem culpou Fidel Castro pela situação? Os EUA. Ora, os americanos mantém um embargo contra a Ilha do tirano (embargo, não bloqueio, como propagam os comunistas), mas isso não significa que a miséria cubana seja culpa dos EUA. Pelo contrário, são os dólares americanos de refugiados nos EUA que remetem dinheiro para parentes em Cuba que ajudam a diminuir a atual miséria cubana – e alongar um pouco mais o regime comunista. Além do mais, qualquer país pode fazer comércio com Cuba. Poucos fazem, pois há medo de calote, porque não há dinheiro na Ilha. Quem Fidel Castro e seus pupilos petistas pensam que enganam?

No ano de 2000, Lula-laite fez uma viagem a Cuba junto com um grande grupo de petistas. Que de tão especial teria Lula-laite para tratar com o mais famoso assassino do Caribe? Fantasiados de Che Guevara, os petistas chegaram a chamar a atenção dos próprios cubanos para aquele visual inusitado. Visitando praias e sítios históricos da “Revolução Cubana”, os petistas se esbaldaram em comer camarão, regado com muito mojito (e jineteras, quem sabe), além de gostosas baforadas de havana.

Para os petistas, esse singelo passeio teria sido apenas uma viagem nostálgica, para conhecer um dos últimos “museus de cera” comunistas do mundo, ou era para trazer “know-how” ao Brasil, para implantar aqui tal sistema sócio-econômico? Até hoje petista nenhum me deu uma resposta convincente. Aliás, um dos petistas que participou daquela troupe, Lúcio Flávio V. Lima, do Distrito Federal, em carta ao “Jornal da Comunidade”, teceu largos elogios à ditadura cubana. Uma carta minha, também publicada no mesmo jornal (14/12/2000), pedia para os leitores acessar o site www.olavodecarvalho.org/convidados/cuba.htm, em que havia um artigo desmentindo toda a mitologia propagandeada pelo petista candango. Na tréplica (17/12/2000) – petista nenhum fica sem a última palavra – Lúcio Flávio defendeu o terror cubano porque lá, em relação ao Brasil, morrem menos crianças com até 5 anos por 1000 nascidos vivos. Mais uma vez, aparecia em cena a “torcida” de um fanático militante, não a fria “análise” da realidade.

Os petistas ficam encantados comigo quando abordo o “orçamento participativo”, que aprendi lendo o livro de Giusti Tavares, “Totalitarismo Tardio – o caso do PT”. Por tal trabalho, o filósofo e escritor Tavares está respondendo processo aberto pelo PT gaúcho. O que seria esse propalado “orçamento participativo”? Leia a nota (6), abaixo.

Os petistas me adoram quando lembro de que não passam de vestais grávidas, que se apresentam em público como cândidas donzelas virgens, mas que na verdade pertencem a um partido como qualquer outro, com virtudes e defeitos. Quando eu lembro os escândalos cometidos pelas vestais, como o jogo do bicho no governo Olívio Dutra, no RS, o escândalo do lixo em São Paulo no governo Marta Suplicy, ou o assassinato do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, uma autêntica queima de arquivo, devido à maracutaia petista que lá recebia propinas de empresas de ônibus para bancar a campanha de Lula-laite, eu sou tachado de imparcial, de que não lembro os escândalos cometidos por outros partidos políticos. Puro embuste petista. Porque, se eu lembrei, em artigos, o escândalo do PT no caso Asefe, em que políticos de esquerda, principalmente do PT, receberam dinheiro daquela associação de servidores públicos para bancar a campanha eleitoral em 1998, conhecida em Brasília como “bolsa-eleição”, os petistas esquecera de lembrar que várias vezes escrevi sobre o governo Joaquim Roriz, o “coronel do cerrado”, que faz da concessão de lotes para miseráveis sua plataforma política. Também escrevi sobre a grilagem de terras públicas no DF, envolvendo políticos ligados a Roriz, além das urnas falsas apreendidas pela polícia, que eram utilizadas para ensinar o voto a eleitores de Roriz e seus aliados – um autêntico “voto de cabresto virtual”. Aliás, eu escrevi que as eleições do DF passaram a ser “briga de porco grande”, já que os principais candidatos a governador estavam atolados no chiqueiro. Um petista só lembraria de escrever sobre a sujeira dos outros. É de sua índole, é de sua “ética”. Por isso, petista só vota em petista. Eu, como não sou filiado a partido político nenhum, posso votar em quem quiser, de acordo com minha consciência, não de acordo com a consciência “coletiva” de um partido. Por isso, eu até já votei em um petista, em 1998, em Cristóvam Buarque, que fez um trabalho sério na Educação e trouxe respeito para o pedestre, que anteriormente tinha que duelar com os automóveis para atravessar a rua em Brasília – as faixas exclusivas de pedestres hoje são comuns em todo o Brasil. Um petista faria o que faço? Jamais.

A diferença entre um petista e eu é essencialmente esta: eu denuncio TODAS as maracutaias; os petistas denunciam apenas as maracutaias dos OUTROS, encobertando as suas. Para mim, é uma questão de princípios, de ÉTICA com letra maiúscula, que sempre procurei respeitar, o mesmo não acontecendo com a “ética” petista, que acoberta as falcatruas internas, bem ao estilo da “máxima de Ricúpero”: “O que é bom a gente alardeia; o que é ruim a gente esconde”.

Os petistas me adoram – e isso é uma unanimidade – quando faço algumas piadas sobre o PT ou sobre Lula-laite. Alguns reclamam apenas que eu poderia fazer algumas gracinhas também com Serra, FHC e outros, não só com o PT e Lula-laite. Outro engano, os petistas só lêem o que lhes interessa, ou seja, quando o tema são eles mesmos. Também tenho feito alguns comentários jocosos sobre FHC e Serra, mas não me atrevo a ir muito além do pouco que faço, pois já há um batalhão de humoristas no Brasil muito mais capazes que eu, que poupam Lula-laite e apupam FHC e sua troupe 25 horas por dia: Ziraldo, Jaguar, Aroeira, LFV e tantos outros. Como vêem, é um time da pesada, eu não teria a mínima chance de sobreviver no meio dos compadres de Lula-laite. Tanto é verdade o direcionamento do humor brasileiro que, além do que se observa na imprensa, entre as dezenas de e-mails humorísticos que recebo, só uma meia dúzia se refere ao PT e à sua vestal-mor. O resto é pau puro em cima de FHC, ACM, Maluf, Collor, Serra, Ciro, Garotinho e outros. Lula-laite, para a canhota do riso e da gargalhada, é tratado com a mesma veneração aterradora que Fidel tem em Cuba, sem contestação de ninguém, com “100% de aprovação”, conseguido com os famigerados CDRs (7). Aí eu faço uma piadinha mixuruca sobre Lula-laite e recebo o xingamento histérico de vários talibãs petistas.

Esses compadres de Lula-laite me fazem lembrar daquele militante petista que tinha em seu chefe de partido a máxima veneração. Um dia, voltando mais cedo para casa, o petista ouve um barulho no quarto e, espiando pela fechadura, vê seu chefe, em pé, beijando sua mulher, que está apenas de calcinha e sutiã. Chefinho tira o sutiã da mulher e plaf! os seios se esparramam na barriga. Chefinho tira a calcinha e plof! a bunda arreia. O militante petista fica preocupado com o que vê: “O que meu chefe vai pensar de mim?”

Algumas piadinhas sobre Lula-laite?

Sobre a antiga frase de Lula-laite, que ao final piscava um olho, “no fundo, no fundo, você também é um pouco PT”, eu fiz uma adaptação para “no fundo, no fundo, você também é um pouco Bin Laden ;-) (PT – Partido dos Talibãs)”.

Outra é sobre a visita do presidente Lula-laite aos EUA. Na Casa Branca, o chefe de cerimonial apresenta Lula-laite a Bush: - I want to introduce Mr. President Lula da Silva. Lula-laite, preocupado, chama seu aspone (8) para reclamar: - O que esse gringo quer introduzir? Diz a ele que eu não sou boiola, sou muito macho-chô!

Piadinhas mixurucas, né? Mas, como os petistas ficam coléricos!!!

Deve-se, porém, fazer uma ressalva: o PT não é um bloco monolítico. Como Jorge Amado já havia observado em seu livro de memórias “Navegação de Cabotagem”, o PT não passa de uma frente, de um saco de gatos, onde há pessoas sérias, muitos inocentes úteis, outro tanto de aproveitadores e vários escroques, além de antigos terroristas.

Muito heterogêneo, de um lado, podemos observar a “neoburguesia” do PT, como o barão Matarazzo, Senador Eduardo Suplicy, que ficava bem na foto ao lado da baronesa Marta, até levar um chute na bunda. Se o senador Suplicy fosse de um outro partido, seria apenas um “burguês” um “barão do atraso” de São Paulo. Como faz parte do PT, é mais um “trabalhador”.

De outro lado, há os “intelectuais” do PT, como Antonio Candido e as “libélulas” da USP (9), entre as quais se destacam Emir Sader e Marilena Chaui. Antonio Candido, a propósito de Cuba, declarou: “Estou preparado para aceitar uma sociedade em que haja restrições provisórias à liberdade, inclusive de pensamento, se isso for indispensável para chegar à justiça social”. O mesmo elogio a Cuba é feito diariamente pela dupla Sader/Lena, que chega às raias da psicose. Emir Sader já transitou no MIR (10) chileno, o mesmo que seqüestrou Abílio Diniz. Marilena Chaui, petista velha-de-guerra, foi lembrada por Diogo Mainardi na revista “Veja” (25/09/2002), em que a “libélula” afirma que o capitalismo é o principal responsável pelo fundamentalismo islâmico. Nem por nada que os alunos de Dona Lena tenham comemorado o primeiro aniversário do 11/9 com “hosanas” a Bin Laden.

Há os “cristãos-novos”, convertidos do terrorismo da guerrilha para a democracia, como José Genoíno. É o que ele sustenta em público e, por ora, merece nosso crédito, especialmente por ter deixado o radicalismo verbal de lado e ser, dentro do partido, um dos que mais conseguem agregar as pessoas para um determinado objetivo. Genoíno tem a virtude de hoje se dar bem com os militares que anteriormente o combateram, o que não é pouca coisa, principalmente nesses tempos em que FHC promoveu uma revanche contra as Forças Armadas, ao doar gorda indenização a familiares de terroristas, como Lamarca e Marighela.

Aloísio Mercandante, filho de general, é um economista de talento, tem opiniões precisas sobre o que ocorre no mundo, é sensato, apaziguador, nunca perde a compostura. É um gentleman, quem sabe um futuro grande senador, governador ou presidente.

Maria da Conceição Tavares, a “musa do Plano Cruzado”, é apenas um protótipo do que há de pior na biodiversidade petista – a do militante trotskysta radical. “Torcedora” sempre, “analista” nunca, ninguém consegue entabular uma conversa séria com a criatura. É o Enéas de saias.

Outro militante petista importante, que podia bem ser o irmão-gêmeo de Maria da Conceição Tavares, é “Diógenes do Dinamite”, o PC Farias do governador Olívio Dutra. Antigo terrorista comunista, “Dinamite” explodiu o soldado Kozel Filho numa guarita do então II Exército, em São Paulo, além de ter participado com o ex-Ministro da Justiça de FHC (que time!), Aloysio Nunes Ferreira Filho, do assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí. Hoje “Dinamite” foi colocado “na geladeira” pelo PT, foi sacrificado um peão para salvar a rainha “truta”, depois que Diógenes apareceu numa gravação pedindo para que a Brigada Militar do RS desse uma “aliviada” para os bicheiros, e depois de estar envolvido numa “trampa” armada para a compra de uma sede para o PT em Porto Alegre..

Há o todo-poderoso presidente do PT, José Dirceu. Quando moço, depois de se cansar do agito estudantil e das paqueras brasileiras, Dirceu foi a Cuba fazer cursos de guerrilha e espionagem, quando passou a integrar o Movimento de Libertação Popular (Molipo), grupo terrorista fundado pelo serviço secreto de Cuba, surgido de uma dissidência dentro da Ação Libertadora Nacional (ALN), em 1971. O Molipo era formado em sua maioria por integrantes do chamado “III Exército da ALN”, do qual também participou meu tio, Arno Preis, morto por forças policiais, em Paraíso do Norte, GO, no dia 15 Jan 1972, depois de matar o soldado PM/GO, Luzimar Machado de Oliveira, ferindo gravemente outro militar, Gentil Ferreira Mano.

Interessante é observar como a imprensa brasileira está comprometida com a canalhice, ao não escrever uma vírgula a respeito de um antigo araponga cubano ser o presidente do partido de Lula-laite, provável futuro presidente do Brasil. Mesmo a revista “Veja” (25/09/2002), que traz longa reportagem sobre a trajetória do agente cubano, acha isso tudo muito natural, pois o que se depreende do texto é que o fato de Dirceu ter traído sua pátria tem tanta importância quanto o “matadouro” que o “Ronnie Von da esquerda” montou para “abater” suas conquistas amorosas. Imagine se o presidente do partido de algum outro candidato a presidente tivesse participado dos quadros da CIA, o que não iriam escrever a respeito... Convém lembrar um trecho da “Carta ao Deputado José Dirceu”, escrita por Olavo de Carvalho: “Você foi o único agente do serviço secreto cubano que, um dia, disse adeusinho ao cargo e voltou para casa, como se largasse um banal emprego público de servente ou de marajá. Nunca, em oitenta anos de comunismo, alguém conseguiu sair do serviço secreto de algum país comunista sem ser pela via da aposentadoria vigiada, da deserção ou da morte. Você foi o primeiro, e tem uma dívida para com o país: contar como conseguiu desligar-se do indesligável. Ou será que não se desligou tanto assim?”

Faltou dizer alguma coisa sobre Lula-laite, praticamente eleito, quem sabe já no primeiro turno. Quando escrevo sobre Lula-laite, os petistas, que já me adoravam, vão ao mais tresloucado delírio. Mas sobre Lula-laite já escrevi tanta coisa que não há necessidade de repetir. Em Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br) eu escrevi “Sem intermediários, Fidel pra presidente”, um bem-humorado texto sobre a veneração que Lula-laite tem pelo tirano do Caribe. Dentro do mesmo tema “cubano”, escrevi “Aprendiz de feiticeiro”, em que analiso o paralelo entre Lula-laite e Hugo Chávez, peregrinos devotos do mesmo luminoso “sendero” criado por Fidel. Escrevi “As vestais grávidas do PT”, em que lembro as várias falcatruas cometidas pelo outrora “virginal” Partido dos Trabalhadores. “O PT de bunda de fora”, I e II partes, versa sobre o mesmo tema. Além de umas piadinhas mixurucas, como já disse. Há pouco, escrevi “Um camaleão chamado Lula-laite”, que trata da performance de “Lulinha paz e amor” da atualidade. Por que, então, eu iria escrever alguma coisa mais sobre Lula-laite? Não quero deixar meus amigos de Usina de Letras sem assunto sobre o nosso – quem sabe? – futuro presidente do Brasil. Não quero monopolizar o tema. Seria uma safadeza semelhante àquela que citei acima, em que os humoristas brasileiros só fazem piadas pautadas na ideologia dominante – a patifaria de esquerda.


Notas:

(1) Agremiações satélites – O PT, hoje o partido mais rico e poderoso do Brasil, possui uma constelação de agremiações. Além dos satélites que orbitam à sua volta, como o PCB, PC do B, MSTU, PCO, possui um braço “sindical” (CUT), um braço “armado” (MST), um braço “religioso” (CNBB, já denominada jocosamente de “CNB do B”), dois braços “estudantis” (UNE e UBES), um braço “jurídico”, não declarado, para não dar muito na pinta (OAB), um braço no “funcionalismo público” (Sindicatos, em todos os órgãos federais, estaduais e municipais), um braço “bancário” (Sindicato), um braço “secreto” (PT Pol) (10), um braço na Procuradoria da República (o petista “Chico Kassettada”, do DF, que gravou, escondido, conversa com ACM, é o mais notório exemplo), etc., etc., etc... Obs.: Siglas e verbetes citados abaixo, não enunciados neste trabalho, procurar em “Arquivo da Intolerância”, de minha autoria, em Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br), link “Artigos”.

(2) PT – Partido dos Trabalhadores: nasceu em 1979 com o apoio do movimento sindical do ABC paulista e da Igreja Católica. Formado também por indivíduos que haviam sobrevivido à repressão, ligados a AMPL, VAR, POC, ALN, CS, PCBR, MEP, MR-8 e outros. Tem perfil socialista e é dividido em diversas tendências internas, sendo as principais: 1) Articulação, de Luís Inácio da Silva (Lula), Olívio Dutra, José Dirceu e Eduardo Suplicy, reúne sindicalistas históricos e social-democratas, padres e leigos da Igreja “progressista” e comunistas do PCB e do PC do B; votou a favor do Projeto Final e da assinatura da Constituição de 1988; 2) Nova Esquerda, de José Genoíno e Tarso Genro, intelectuais revolucionários marxistas-leninistas-maoistas que, dissidentes do PC do B se haviam organizado no Partido Revolucionário Comunista (PRC); votou contra o Projeto Final mas a favor da assinatura da Constituição; 3) Democracia Socialista, organização trotskista vinculada à Quarta Internacional Comunista, da qual fazem parte Raul Pont, Miguel Rossetto, Paulo Torelly, João Verle e o ex-comandante da Brigada Militar (RS), Roberto Ludwig; é a tendência mais coerentemente revolucionária do PT, opôs-se ao Projeto Final e à assinatura da Constituição, e detém o comando do Governo Rio-Grandense (Olívio Dutra). O MST está para o PT assim como o ETA está para o Partido Nacionalista Basco (PNB); o MST tem a vantagem, em relação ao ETA, de promover seus atos terroristas à luz do dia, com sua “guerrilha desarmada”, nas invasões de terras – o seu gigantesco “movimento de massas”. Lula foi um dos signatários de um documento do megaespeculador George Soros, que solicitou à Assembléia das Nações Unidas, através do seu Centro Lindesmith (ONG pró-legalização das drogas), o fim da guerra contra as drogas (Cfr. MSIA, 2ª quinzena de 1998, Vol. VI, nº 1). Veja, em Usina de Letras (“Arquivo da Intolerância”): Adestramento, ALN, Antiglobalização, Balilas, Comuna de Paris, Comunismo, Copyleft, FSM, FSP, Guerra de movimento, Guerra de posição, Ideologia, Inpeg, Marxismo, MEP, Molipo, Movimento de Massa, MR-8, MST, Orçamento participativo, PCB, PCBR, PC do B, Poder paralelo, Politicamente correto, Revisionismo, Revolução e Stalinismo.

(3) Autoritarismo falangista - Sistema de governo sustentado por falanges fiéis ao ditador, como Portugal sob Salazar, Alemanha sob Hitler, Itália sob Mussolini, Espanha sob Franco, Argentina sob Perón (“Soldados de Perón”), e todos os sistemas comunistas (Cuba sob Fidel Castro e seus “Comitês de Defesa da Revolução” - CDR, Camboja sob Pol Pot, União Soviética, China e os “Guardas Vermelhos” de Mao Tsé-Tung, Coréia do Norte etc.). Mais recentemente, houve amostras de autoritarismo falangista no Chile sob Salvador Allende (“Grupos de Amigos Personales – GAP”, a “Guarda Pretoriana” de Allende), no Brasil sob João Goulart (“República Sindicalista”), no Peru sob Fujimori (grupo paramilitar “Colina”, apoiado pelo SIN) e na Venezuela sob Hugo Chávez (“Círculos Bolivarianos”). Atualmente, o MST é a “falange” mais importante do Brasil, uma “guerrilha desarmada” utilizada com muito sucesso, devido ao apoio difuso que recebe, desde partidos políticos (PT, PC do B, PSTU), sindicatos (CUT), até a própria Igreja Católica (CNBB), com a omissão do Governo Federal, que presta apoio financeiro à “falange” através do INCRA. Veja, em Usina de Letras, além dos verbetes neste bloco, Adestramento, Balilas, Cesarismo, Movimento de Massa, MST e Revolução.

(4) Balilas - Nos tempos do fascismo italiano, a educação da infância e da juventude era a própria formação do militante fascista: da incorporação aos “Filhos da Loba”, aos 6 anos de idade, à adesão aos “Jovens Fasci (grupos) de Combate” - os balilas -, aos 18 anos. Atualmente, o MST utiliza modelo fascista semelhante nas escolas de base de seus acampamentos (Leia “A pedagogia do gueto”, do jornal “O Estado de S. Paulo”, 11 Jun 1998), com recursos de várias ONG e do PRONERA, e apoio de entidades como a CNBB, o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB) e a própria ONU (UNICEF), e com a omissão dos governos estaduais e federal. Em Veranópolis, RS, o MST montou a Escola Josué de Castro, escola-piloto para preparar para o magistério exclusivamente jovens assentados ou acampados. Veja em Usina de Letras: Adestramento, Autoritarismo falangista, Movimento de Massa, Novilíngua, MST e ONB.

(5) Diplomacia de cruzeiro - Política do “Big Stick” norte-americano, autoproclamado “polícia do mundo”, como nos ataques da “ONU” contra o Iraque (1991) e da “OTAN” contra a Iugoslávia (1999), utilizando mísseis de cruzeiro “tomahawk” (cruise missile) e destruindo toda a infra-estrutura de ambos os países – moderno terrorismo de Estado. A Anistia Internacional acusou a OTAN de crimes de guerra, devido a seus ataques indiscriminados contra alvos civis, matando mais de 5.000 pessoas na Iugoslávia. Veja em Usina de Letras: Governança global, Guerras americanas, Síndrome dos Bálcãs, Síndrome de Nova York e www.olavodecarvalho.org/sseal/gmundial.

(6) Orçamento Participativo - Mecanismo de manipulação política, através do qual o Partido dos Trabalhadores (PT) busca aprofundar a estratégia revolucionária leninista conhecida como “Dualidade do poder”. As organizações sociais e de bairro, à primeira vista voluntárias, com representantes ritualmente eleitos, são na realidade cooptadas pelo Partido-Governo. As decisões do “Orçamento Participativo” são tomadas não pela população das regiões em que se dividem a Capital e o Estado (caso do Rio Grande do Sul), mas pelos ativistas do Partido e pelos “quadros políticos do governo”, municipal e estadual, remunerados com dinheiro público, que também “monitoram” os debates, sob controle do Partido. Com isso, os ativistas do PT buscam progressivamente solapar e esvaziar a autoridade dos corpos legislativos. Tarso Genro reconheceu que o “Orçamento Participativo” foi concebido para operar uma “transferência de poder para a classe trabalhadora organizada” e substituir gradativamente “a representação política tradicional, vinda das urnas, pela democracia direta”, acrescentando que esse mecanismo político havia sido constituído sobre “princípios gerais, originários da Comuna de Paris e dos sovietes” (in “Totalitarismo Tardio – o caso do PT”, de José Giusti Tavares e outros; pelo conteúdo do livro, Tavares foi processado pelo PT do Rio Grande do Sul). Segundo dados oficiais, apenas 1,3% da população comparece às assembléias do “Orçamento Participativo” de Porto Alegre, RS. Com esse número reduzido de petistas, que se reúnem com qualquer número, debatem e decidem sem qualquer regra fixa, o PT pretende substituir a democracia representativa municipal de 33 vereadores, cujos mandatos foram obtidos com o coeficiente eleitoral de 22.750 votos. A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul enuncia, no Art 5º, Parágrago 1º, o princípio de que “é vedada a qualquer dos poderes delegar atribuições.” Veja em Usina de Letras: Adestramento, Antiglobalização, Balilas, Comuna de Paris, Comunismo, FSM, FSP, Guerra de movimento, Guerra de posição, Guerrilha desarmada, Ideologia, Marxismo, Movimento de Massa, MST, Novilíngua, PCB, PC do B, Poder paralelo, Politicamente correto, PT, Revisionismo e Stalinismo.

(7) CDR - Comité de Defensa a la Revolución (Comitê de Defesa da Revolução Cubana). A partir dos 14 anos de idade, todos os cubanos são obrigados a aderir ao CDR. “Cerca de 8 milhões de cubanos são membros do comitê de defesa da revolução de seu quarteirão, dirigido por um ‘presidente, um responsável pela vigilância e um responsável ideológico’. Além de seu papel de vigilância ‘dos inimigos da revolução e dos anti-sociais’, os cerca de 120 mil comitês que controlam o país ‘constituem uma grande força de impulsão para mobilizar o bairro por ocasião das reuniões e desfiles para defesa da revolução’, afirmam os textos oficiais” (CUMERLATO, Corinne; ROUSSEAU, Denis. “A Ilha do doutor Castro – a transição confiscada”. Editora Peixoto Neto, São Paulo, 2001, Tradução de Paulo Neves, pg 55). Não é de admirar que o povo cubano vá em massa às ruas para apoiar Fidel Castro; ninguém teria coragem de contestar “el comandante”. Nas eleições para presidente, Fidel costuma ter 100% dos votos dos delegados – uma marca que, certamente, nenhum Papa teve até hoje, mas que o “plebiscito soviético” sobre a ALCA, encabeçado pela CNBB, em setembro de 2002, chegou perto. Veja, em Usina de Letras, Cambio Cubano, Círculos Bolivarianos, FDHC, Pinar del Río e UMAP, e acesse www.bpicuba.org, www.cubafreepress.org, www.cubanet.org, www.cubdest.org,

(8) Aspone – Assessor de porra nenhuma.

(9) Libélulas da USP – Trocadilho de LIBELU (Liberdade e Luta). A LIBEULU era um grupo estudantil-lambertista, que atuava na USP (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). A USP foi fundada em 1934, no Governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni, numa das matrizes de difusão do Marxismo. Emir Sader, Marilena Chaui, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder e Paul Singer destacam-se entre as “libélulas” hoje atuantes na USP, além de FHC, que alçou vôo “extra muros”. Aprecie um “bate-asas” da “libélula” Marilena Chaui: “A imprensa? Não, pois embora os jornalistas aspirem pela universalidade e desejem ser guardiães da moralidade pública, trabalham para uma particularidade, a empresa capitalista de que são funcionários. Na medida em que insistem em fazê-lo, transformam a imprensa, no melhor dos casos, em igreja e, no pior, em servidora de interesses totalitários, uma vez que não reconhecem ao fato político ‘sua necessária aura de amoralidade’ e ‘zonas de indefinição’ (...) E fazemos o jogo da chamada ‘tolerância passiva’, em que toleramos o governante que nos engana porque é ele quem faz as regras da ausência de regras” (Marilena Chaui, in “Acerca da moralidade pública”, Folha de S. Paulo, 24 Mai 2001). Veja em Usina de Letras: LIBELU, FSM, FSP, Marxismo, UIE, UNE e USP.

(10) MIR - Movimiento de Izquierda Revolucionaria (Chile): criado em 1965, com a meta de alcançar o poder político via luta armada. Participou do Governo Allende (1970-73), para a preparação de um autogolpe, para implantação do socialismo, o que foi evitado pela intervenção das Forças Armadas, com o general Pinochet à frente. O sociólogo Emir Simão Sader, uma das “libélulas” da USP, foi “militante” do MIR. Em 1989, o MIR participou do seqüestro do empresário brasileiro Abílio Diniz, junto com o FPL de El Salvador. Veja em Usina de Letras: FPL, FPMR, GAP, Libro Blanco e UP.

(11) PT Pol - Trocadilho entre “Interpol” e “polícia do PT”, criado pelo Senador Esperidião Amin durante a “CPI dos Anões do Congresso”, em 1993. Amin estranhava a desenvoltura com que José Dirceu, deputado petista, apresentava documentos que só um espião poderia fazer – aliás, José Dirceu, Presidente do PT, é especialista em Informações, Contra-informação, Estratégia e Segurança Militar, com treinamento em Cuba, e fez parte do MOLIPO, grupo terrorista criado pelo Serviço Secreto cubano. Veja em Usina de Letras: ALN, Foquismo, Frades dominicanos, OLAS, OSPAAAL, MOLIPO e Pinar del Río.




Guerrilhas eletrônicas contra petistas:

Celso Lungaretti, capanga de Carlos Lamarca, faz críticas a vários autores antipetistas, de que são financiados por uma entidade não sabida, citando o meu nome junto com Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Jarbas Passarinho, Brilhante Ustra, Olavo de Carvalho, etc. - quanta honra! - cfr. em https://www.webartigos.com/artigos/celso-lungaretti-o-torquemada-da-internet-strikes-again/3101



Um artigo incomoda muita gente - já me escreveu uma pessoa amiga. Dez artigos incomodam muito mais.

O Sr. Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior publicou um artigo em Usina atacando alguns artigos que publico, "Lembrar é preciso". Taxa-me de anticomunista, o que para mim é um elogio. O que não quer dizer que eu seja um nazista - como já deve estar deduzindo o zangado Sr. Espírito Santo em sua estreita visão dualista, prática comum de todo pensamento marxista.

O que escrevo é apenas História do Brasil. Como hoje a esquerda está tentando escrever nossa História à sua cara, distorcendo os fatos, promovendo uma completa desinformação à nossa sociedade, especialmente entre os mais jovens, eu procuro apenas contar a verdade. E a verdade está em relatar o que de fato ocorreu. Isso é história, o resto é mitologia.

Se o Sr. Lúcio prefere os mitos, que fique com eles. É um direito dele. Apenas quero que ele me prove que algum fato por mim relatado não condiz com a verdade.

Ficar apenas cheio de bocas, bicos, beiços e batons não leva a nada. É coisa de boboca.



Resposta e um certo Clóvis:

Caro Clóvis:

Eu apenas transcrevi um texto que relata uma passagem sombria de nossa história – a Intentona Comunista – e lá vem o Sr. me perguntar sobre FHC, eleições etc.

Para que o Sr. possa "manifestar o que pensa" - como afirmou -, deveria antes responder as perguntas abaixo, dentro do tema em pauta, não dentro das idéias trazidas à baila por V. Sa., que nada tem a ver com o assunto tratado.

1. O que o Sr. diz sobre Luiz Carlos Prestes ter sido um agente do Komintern, um brasileiro pago por Moscou para promover uma revolução comunista no Brasil?

2. O que o Sr. diz sobre os 28 brasileiros assassinados à traição pela ANL (*) de Prestes?

3. O que o Sr. diz sobre seu "herói" Prestes, que mandou assassinar a garota de codinome “Elza”, amante do secretário-geral do PCB, por julgar que a mesma havia delatado companheiros à polícia (que haviam sido presos após a Intentona)?

4. O Sr. seria a favor de implantar um regime comunista internacionalista em nosso País?

5. O que o Sr. diz sobre a afirmação de Prestes, de que, numa eventual guerra entre o Brasil e a Rússia, ele lutaria ao lado da Rússia?

6. O que o Sr. diz sobre Roberto Freire, do antigo PCB, ter recebido dinheiro de Moscou durante a sua campanha presidencial, em 1989?

7. O que o Sr. diz sobre o presidente do PT, José Dirceu, ter sido membro do Molipo, grupo terrorista brasileiro fundado pelo serviço secreto cubano?

8. O que o Sr. diz sobre “Ronald Biggs” ter assumido o Ministério da Justiça do Brasil?

Depois de responder a essas simples perguntas, talvez o Sr. possa escrever algo com profundidade e isenção sobre o tema exposto. E eu talvez passe a divagar sobre FHC, a Casa dos Artistas (SBT), Bin Laden, o namorado de Marta Suplicy etc.

(*) ANL - ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA: CRIADA EM 12 DE MARÇO DE 1935 POR LUIS CARLOS PRESTES [UM AGENTE DO KOMINTERN (INTERNACIONAL COMUNISTA)], LÍDER DO PCB, FOI RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA INTENTONA COMUNISTA, INICIADA EM NATAL, RN, NO DIA 23 DE NOVEMBRO DE 1935, SE ESTENDEU AO RIO DE JANEIRO E RECIFE E FOI SUFOCADA 5 DIAS DEPOIS; O LEVANTE ASSASSINOU 1 (UM) TENENTE-CORONEL (MISAEL DE MENDONÇA), 2 (DOIS) MAJORES (JOÃO RIBEIRO PINHEIRO; ARMANDO DE SOUZA E MELLO) , 4 (QUATRO) CAPITÃES (JOSÉ SAMPAIO XAVIER; BENEDICTO LOPES BRAGANÇA; DANILO PALLADINI; GERALDO DE OLIVEIRA), 1 (UM) 2º TENENTE DA RESERVA (LAURO LEÃO DE SANTA ROSA – CONVOCADO), 1 (UM) 1º SARGENTO (JAIME PANTALEÃO DE MORAIS), 1 (UM) 2º SARGENTO (JOSÉ BERNARDO ROSA), 2 (DOIS) 3º SARGENTOS (CAROLIANO FERREIRA SANTIAGO; ABDIEL RIBEIRO DOS SANTOS), 1 (UM) 1º CABO (LUIZ AUGUSTO PEREIRA), 13 (TREZE) 2º CABOS (ALBERTO BERNARDINO DE ARAGÃO; PEDRO MRIA NETTO; FIDELIS BAPTISTA DE AGUIAR; JOSÉ HARMITO DE SÁ; CLODOALDO URSULANO; MANOEL BIRÉ DE AGRELLA; FRANCISCO ALVES DA ROCHA; JOÃO DE DEUS ARAÚJO; WILSON FRANÇA; PÉRICLES LEAL BEZERRA; ORLANDO HENRIQUES; JOSÉ MENEZES FILHO; MANOEL ALVES DA SILVA) E 2 (DOIS) SOLDADOS (LUIZ GONZAGA DE SOUZA, DA PM/RN; LINO VICTOR DOS SANTOS, DA PM/PE).

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Obs.:

Em resposta às perguntas de Clóvis em Usina, abaixo transcritas:

Sr. Félix Maier,

Gostaria de perguntar ao Sr. o seguinte:

01. O que o Sr. entende por Nacionalismo?;

02. O Sr. acha que FHC é um vendilhão e um canalha?

03. O Sr. se considera um defensor ardoroso do neoliberalismo?

04. Em quem o Sr. pretende votar nas próximas eleições para presidente e por quê? (Alguém que teve coragem de "detonar" o "Cavaleiro da Esperança" não vai se sentir intimidado em revelar sua intenção de voto, né?)

Por favor, não me julgue impertinente, é que tais perguntas se devem à mania que tenho de primeiramente esclarecer todas as dúvidas acerca de um determinado assunto para depois manifestar o que penso a respeito.

Grato.



Clóvis das Trevas joga praga contra escrevinhadores de Usina: 

“Oxalá a infâmia contra o PT e Lula cobre pagamento ainda em nossos dias, aí sim a justiça poderá ser feita...”

Assim termina o artigo de Clóvis Luz da Silva, “Os infames críticos de Lula”, publicado em Usina de Letras no dia 6/8/2002. Como seria efetivada a ameaça de Clóvis Trevas? Com muitos paredões, no antigo estilo cubano? Por degola, cópia do ódio mútuo promovido por chimangos e maragatos durante a Revolução Federalista no RS, em 1893? Ou seriam recriados no Brasil os Gulags e os empalamentos da tirania soviética? Como seria feita essa justiça, Don Clóvis?

Clóvis Trevas cita alguns articulistas de Usina de Letras, além do filósofo e escritor Olavo de Carvalho, como Dom Kless, Siciliano, Daniel Fiúza de Mello e até este insignificante escriba que garatuja as presentes linhas (que honra!), que não rezam pela sua cartilha e que, por esse simples motivo, são dignos de todo seu deboche, desprezo e ameaças. Já que meu nome apareceu na lista negra de Don Trevas, cumpro o direito de exercer minha réplica, enquanto ainda temos uma Usina de Letras que não censura idéia alguma, graças a Deus, e, com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida e de Santa Paulina, espero que isso nunca venha a ocorrer. Aliás, o leitor já deve ter percebido que o título desse artigo é falso, pois não se pode generalizar, afirmando que todo eleitor de Lula-laite seja infame. Porém, foi exatamente essa generalização infamante de Don Trevas, em seu artigo citado acima, que me inspirou o título. O título poderia ser outro, por exemplo, "A lista negra de Don Trevas".

Para Clóvis Tenebroso, ser crítico de Lula-laite é infame. Para ele, por certo, ser crítico de FHC ou Ciro ou Serra, já não é uma infâmia tão grande assim... Para Don Clóvis, a crítica pode ser feita a qualquer entidade ou pessoa, desde que não relacionada ao PT e à petezada. Vale dizer, o PT das vestais grávidas, como se pode comprovar ultimamente, em que o Partido dos Trabalhadores não tem pressa alguma de largar as páginas policiais da TV e dos jornais. Afinal, quais são exatamente as infâmias ditas contra Lula-laite? Faltou Don Trevas enumerá-las. Seria o fato de alguns exigirem explicações convincentes, pelo fato de Lula-laite ser o mais rico dos quatro principais candidatos, conforme sua própria declaração de bens? Essa honrosa posição teria sido alcançada pela dura labuta atrás de um torno mecânico?

As páginas de Usina estão livres (ao menos por enquanto!) para a manifestação das mais diferentes formas de pensamento, seja de ordem política, social, seja de ordem religiosa. Os freqüentes ataques de nervos sofridos por Don Clóvis deve-se ao fato de que no Brasil não temos ainda um Socialismo do estilo cubano, onde só há uma publicação permitida, o jornal “Granma”, dirigido pelo Partido Comunista Cubano. Como essa etapa ainda não foi implementada no Brasil, Don Clóvis tem constantes ataques epilépticos. Mas, pode ficar tranqüilo, Clóvis Trevas, essa etapa já se avizinha, pois a mídia está inteiramente nas mãos da esquerda. É só uma questão de tempo para fazer calar as últimas vozes discordantes que se ouvem na antiga Terra de Santa Cruz, hoje Terra de Gramsci, como a de um Olavo de Carvalho, de um Denis Rosenfield, de um Giusti Tavares.

No Rio Grande do Sul dois jornalistas da “Zero Hora” foram processados por “infames” críticas ao Partido dos Trabalhadores. O Prof. Giusti Tavares encara processo semelhante, por ser o organizador do livro “Totalitarismo tardio: o caso do PT”, em que são desnudados os embustes do propalado “orçamento participativo” (1) que o PT implantou nos pampas gaúchos, que nada mais é do que uma etapa da revolução leninista, conhecida como “dualidade de poder, com o enfraquecimento das ordens legais vigentes – no caso, da Assembléia Legislativa do Estado e da Câmara Municipal de Porto Alegre. No momento, a bola da vez da ferocidade petista atende pelo nome de Denis Lerrer Rosenfield, professor, filósofo e escritor.

Há críticos de Lula-laite. E há críticos de Ciro-harde, de Serra-softe e de Garotinho-daite. As críticas sempre são calcadas em algum tipo de fundamentação. Assim, se há críticos de FHC, e eles existem aos milhões, é porque colocou nosso País à beira do abismo, ao elevar a dívida interna de 80 para quase 800 bilhões de reais. A situação brasileira é tão feia que o FMI, semana atrás, pôs à disposição do atual e futuro Governo 30 bilhões de dólares. Sabem os mercadores globais que uma quebra do Brasil iria fazer um estrondoso estrago na Europa e também nos EUA. Por isso, a rápida ajuda financeira.

Se há críticos de Lula-laite é porque ainda vivemos em um regime democrático – o que não agrada a Don Clóvis Trevas, que preferiria que aqui vigorasse um governo ditatorial, em que só fossem permitidas louvações ao tirano de plantão, como Fidel em Cuba. Lá, em cada quarteirão, em cada prédio, existem dezenas, centenas de integrantes dos famigerados CDRs (Comitês de Defesa da Revolução Cubana) (2), para vigiar o vizinho e dedurar quem não foi à rua para ouvir mais um quilométrico discurso de Fidel e dar vivas e vivas ao barbudo assassino.

Mas, por que incluir Cuba no universo de Lula-laite? Ora, Don Clóvis e petistas em geral, não sejam cínicos! Todos sabem, vocês melhor que ninguém, que o PT e seu tetracandidato a Presidente têm uma simpatia fraterna pelo barbudo do Caribe. No ano 2000, Lula-laite ciceroneou uma troupe petista à Ilha, para um lambe-botas ao tirano mais antigo do planeta, regada a muito camarão e mojito (e, quem sabe, jineteras). Petistas percorreram cidades e praias cubanas com boinas à Che Guevara, com tal empolgação e felicidade que os próprios cubanos ficaram assombrados com o espetáculo. O que a alegre caravana petista foi fazer em Cuba, senão mais um ato de adoração ao regime comunista que lá existe? Nenhum comunista explicará isso em público, nem Clóvis Tenebroso, nem petista algum explicará um dia. Faz parte da estratégia socialista (= comunista) a arte da desinformação. A crítica contra Lula-laite, ao colocá-lo ao lado de Fidel Castro, seja feita por quem quer que o faça, é auto-explicativa. Não é uma infâmia, como quer fazer crer Don Trevas. Infâmia é manter o povo cubano naquela miséria, sem o mínimo direito de liberdade de idéias. E infâmia maior é achar que aquele regime cruel nos pode servir de modelo.

De modo geral, as críticas que se fazem são mais ao PT do que ao próprio Lula-laite. Isso se deve porque o Partido dos Trabalhadores não é um partido, mas uma frente, onde disputam pessoas com as mais variadas tendências políticas. Lá encontramos gente democrática, como Cristóvam Buarque, Aloísio Mercadante. Lá encontramos cristãos-novos, como José Genoíno, convertido à democracia depois do fracasso da Guerrilha do Araguaia (ao menos, é o que ele apregoa; dá para acreditar em tudo o que diz?). Mas lá encontramos também radicais como Olívio Dutra e Tasso Genro, que ainda não abandonaram a utopia da revolução comunista. Encontramos no PT, ainda, alguns bandidos do passado, como terroristas e assaltantes de bancos e do trem-pagador Santos-Jundiaí – caso de Diógenes do PT, o PC Farias de Olívio Dutra, que explodiu a dinamite um sentinela do Exército, Soldado Kozel Filho, no QG do antigo II Exército, em São Paulo, no ano de 1968. O PT é, portanto, esse saco de gatos vermelhos, pardos, pretos e brancos, que lutam internamente para cada um fazer valer sua visão particular de “socialismo”. E Lula-laite, dentro desse saco de intrigas, procura não se arranhar muito, e faz o que pode. Uma vez no poder, o quê Lula-laite faria? É essa a eterna dúvida que persegue 70% da população brasileira desde que o ex-metalúrgico botou na cabeça que quer ser Presidente.

Clóvis Trevas diz que se produzem infâmias e mais infâmias contra Lula-laite. No artigo “O PT de bunda de fora” eu citei algumas falcatruas cometidas pela vestal-mor do PT, Lula-laite, amplamente difundidas pela imprensa. As acusações, feitas pelo petista Paulo de Tarso não deram em nada, como já é comum nesses tempos em que o PT aparece na mídia para se defender de maracutaias sendo feitas no Rio Grande de Olívio Dutra e em Santo André do finado Celso Daniel, quando nada se apura e ninguém é punido. Recentemente, veio a público uma ladroagem do PT e outros partidos de esquerda, que meteram a mão no dinheiro da Asefe, no Distrito Federal, para beneficiar candidatos da canhota nas eleições de 1998 – falcatrua alcunhada pela população local de “bolsa-eleição”. Como sempre, nada se apurou, ninguém foi punido. Mas, tanto o petista Marcos Pato, que denunciou o roubo na Asefe, quanto Paulo de Tarso, que denunciou falcatruas de Lula-laite e de prefeituras paulistas comandadas pelo PT, foram sumariamente expulsos do partido das virgens vestais grávidas. Para o Partido dos Talibãs, só vale denúncia contra os adversários. Denúncia contra integrante do partido é a mais grave das traições...

As últimas denúncias contra o PT envolvem o Governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. Logo no início de seu governo, Zeca passou a ser considerado o rei do nepotismo. No momento, há denúncias de que Zeca “gasta em média R$ 200 mil mensais em viagens e até em despesas de sua residência, utilizando ‘verba secreta’ para evitar licitações e comprovantes. Documentos reservados revelam como Zeca do PT torrou R$ 2 milhões em dez meses”. Seria mais uma infâmia, Don Trevas, dessa vez cometida pelo Tribunal de Contas do MS?

É, Clóvis Trevas. Como dizia um velho amigo: há ex-prostitutas e ex-bichas, só não há ex-comunistas. Vá em frente com sua ideologia criminosa, assassina, responsável pela morte de 110 milhões de pessoas no século passado. E que, em pleno século XXI, continua matando gente na Coréia do Norte, na China e em Cuba. É esse tipo de regime, Clóvis Tenebroso, que você sonha um dia ser implantado no Brasil?

Notas:

(1) Orçamento Participativo - Mecanismo de manipulação política, através do qual o Partido dos Trabalhadores (PT) busca aprofundar a estratégia revolucionária leninista conhecida como “Dualidade do poder”. As organizações sociais e de bairro, à primeira vista voluntárias, com representantes ritualmente eleitos, são na realidade cooptadas pelo Partido-Governo. As decisões do “Orçamento Participativo” são tomadas não pela população das regiões em que se dividem a Capital e o Estado (caso do Rio Grande do Sul), mas pelos ativistas do Partido e pelos “quadros políticos do governo”, municipal e estadual, remunerados com dinheiro público, que também “monitoram” os debates, sob controle do Partido. Com isso, os ativistas do PT buscam progressivamente solapar e esvaziar a autoridade dos corpos legislativos. Tarso Genro reconheceu que o “Orçamento Participativo” foi concebido para operar uma “transferência de poder para a classe trabalhadora organizada” e substituir gradativamente “a representação política tradicional, vinda das urnas, pela democracia direta”, acrescentando que esse mecanismo político havia sido constituído sobre “princípios gerais, originários da Comuna de Paris e dos sovietes” (TAVARES, José Giusti (org.); SCHÜLLER, Fernando; BRUM, Ronaldo Moreira; ROHDEN, Valerio. “Totalitarismo Tardio – o caso do PT” Editora Mercado Aberto Ltda, 2ª Edição, Porto Alegre, RS, 2000). Pelo conteúdo do livro, Tavares está sendo processado pelo PT do Rio Grande do Sul. Segundo dados oficiais, apenas 1,3% da população comparece às assembléias do “Orçamento Participativo” de Porto Alegre, RS. Com esse número reduzido de petistas, que se reúnem com qualquer número, debatem e decidem sem qualquer regra fixa, o PT pretende substituir a democracia representativa municipal de 33 vereadores, cujos mandatos foram obtidos com o coeficiente eleitoral de 22.750 votos. A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul enuncia, no Art 5º, Parágrago 1º, o princípio de que “é vedada a qualquer dos poderes delegar atribuições”.

(2) CDR - Comité de Defensa a la Revolución (Comitê de Defesa da Revolução Cubana). A partir dos 14 anos de idade, todos os cubanos são obrigados a aderir ao CDR. “Cerca de 8 milhões de cubanos são membros do comitê de defesa da revolução de seu quarteirão, dirigido por um ‘presidente, um responsável pela vigilância e um responsável ideológico’. Além de seu papel de vigilância ‘dos inimigos da revolução e dos anti-sociais’, os cerca de 120 mil comitês que controlam o país ‘constituem uma grande força de impulsão para mobilizar o bairro por ocasião das reuniões e desfiles para defesa da revolução’, afirmam os textos oficiais” (CUMERLATO, Corinne; ROUSSEAU, Denis. “A Ilha do doutor Castro – a transição confiscada”. Editora Peixoto Neto, São Paulo, 2001 (Tradução de Paulo Neves – pg. 55). Não é de admirar que o povo cubano vá em massa às ruas para apoiar Fidel Castro; ninguém teria coragem de contestar “el comandante”. Nas eleições para presidente, Fidel costuma ter 100% dos votos dos delegados – uma marca que, certamente, nenhum Papa teve até hoje.



Ainda o Clóvis do Partido das Trevas (PT):

O Sr. Clóvis, não sei por que raios que o partam, me cobrou uma posição frente ao assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André. Também cobrou uma posição do Ternuma (www.ternuma.com.br) a respeito do assunto. Tanto o Ternuma quanto eu combatemos qualquer tipo de violência, não importa a ideologia que a acoberte. Assim, por que a inquisição, Sr. Clóvis?

Por que eu - ou também o Ternuma - teríamos que obrigatoriamente nos pronunciar sobre algo que já ocorre há anos, ou seja, a violência institucionalizada em nosso País? Qual seria nossa autoridade em palpitar sobre o assunto?

Mas, como em Usina de Letras se discute do cocô à bomba atômica - como diria Jô Soares - vamos ao assunto do p(a)uteiro Clóvis.

Ora, caro Clóvis, no que toca a este pobre mortal, o que ocorreu no ABC paulista foi apenas mais uma morte estúpida de um ser humano. Em 2001, morreram 40.000 pessoas assassinadas no Brasil. A vida de um petista teria para você mais valor do que a vida do brasileiro comum? Nada se esclareceu a respeito da morte de Celso Daniel. Crime político? Tudo indica que não, pois havia altos interesses em jogo (o amigo do prefeito que o acompanhava na ocasião do seqüestro ficou rico em poucos anos), tráfico de influência, insinuações várias que já apareceram na imprensa - ou seja, foi apenas mais um crime de mafiosos que atuam impunemente há anos no Brasil.

Outra coisa, caro Clóvis: quem anda de mãos dadas com terroristas do ETA, do IRA, das FARC - como ocorreu com o PT no I Fórum Social Mundial, em janeiro de 2001 - um dia será vítima desse mesmo terrorismo.

Quando os terroristas que seqüestraram Abílio Diniz foram presos, o Senador Eduardo Suplicy fez uma visita de cortesia aos "pobrezinhos". O então Secretário de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, José Gregori, não sossegou o facho enquanto todos os terroristas não fossem soltos (com as bênçãos de Dom Arns).

A mesma bajulação da esquerda com terroristas ocorreu quando um ex-padre, relações-públicas das FARC, foi preso em Foz do Iguaçu. Integrantes do PT, CUT, MST, PC do B etc. exigiram a imediata liberação do crápula - no que foram prontamente atendidos pelo Sr. Gregori.

Lula-laite, o eterno candidato do PT a Presidente do Brasil, volta e meia faz um passeio a Cuba, entre baforadas de havana e goles de mojito, para mais um ato subserviente de lambe-botas ao terrorista mais antigo no mundo. O que teria Lula-laite de tão importante para aprender com o longevo tirano? Pergunte ao PT, Sr. Clóvis, eles devem ter uma boa explicação que eu desconheço até o momento.

Portanto, quem deve explicar a violência atual, mais do que eu, o Ternuma ou qualquer outro palpiteiro, é o próprio PT, além do Governo FHC (do Ministro Aloysio "Ronald Biggs" Ferreira).

Já diz um ditado que "não se pescam trutas(*) de bragas enxutas". As vestais do PT, como você, Clóvis, hoje se espantam por estarem com as ceroulas molhadas. Vocês esquecem apenas que estão colhendo o que semearam nesses anos todos, como pode ser comprovado no artigo abaixo, "PT colhe plantio", de Janer Cristaldo, publicado em Ternuma.

No fundo, no fundo, Clóvis, você também é um pouco Bin Laden ;-) (PT - Partido dos Talibãs)

(*) "Truta" é também o apelido de Olívio Dutra, segundo o testa-de-ferro Diógenes do Dinamite.



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PT colhe Plantio


Janer Cristaldo

25/1/2002

“Isso já passou dos limites", disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, comentando o assassinato do prefeito Celso Daniel. Elástica noção de limites, a do presidente. Ocorreram 307 seqüestros em São Paulo, só no ano passado. Quer dizer que quase um seqüestro por dia ainda não constitui limite? O brutal assassinato de uma senhora, liberada por seus captores e logo após fuzilada pelas costas em frente à própria casa, estaria ainda longe do limite?

O narcotráfico, que administra as favelas e determina dias feriados ou de luto, fechamento de escolas ou comércio, não seria um limite?

Ao que tudo indica, não. Pois, em sua magnanimidade, o príncipe dos sociólogos tem uma generosa noção de limite. Os seqüestros e assassinatos cometidos pelos terroristas que queriam transformar o Brasil em uma imensa Cuba, não só foram anistiados como seus autores foram regiamente recompensados com cargos e polpudas aposentadorias. Sem ir mais longe, podemos começar por seu ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira.

Membro do Partido Comunista Brasileiro, optou pela luta armada ingressando na Aliança Libertadora Nacional (ALN), o grupo terrorista de Carlos Marighella, de quem era motorista. Marighella, se alguém não mais lembra, é o autor do Manual do Guerrilheiro Urbano, traduzido em várias línguas na Europa e livro de cabeceira das Brigadas Vermelhas italianas e do Baader-Meinhoff alemão. (Em Estocolmo, em plena social-democracia nórdica, encontrei uma tradução do manual em sueco). Foi morto em 1969, em uma emboscada pela polícia e hoje é cultuado como santo pelas esquerdas.

Em agosto de 1968, Aloysio Nunes - de codinome Mateus - participou do assalto ao trem pagador da Santos-Jundiaí. Em outubro, ao carro pagador da Massey-Ferguson. Ainda no mesmo ano, viajou com passaporte falso para Paris, onde passou a coordenar as ligações de Cuba com os comunistas brasileiros. Lá, filiou-se ao Partido Comunista Francês e negociou com o presidente Boumedienne, da Argélia, para que comunistas brasileiros recebessem treinamento militar naquele país. Com a Lei da Anistia, de 1979, regressou ao Brasil, onde foi eleito pelas esquerdas deputado estadual, vice-governador e deputado federal. Amigo dileto de Fidel Castro, após uma visita a Cuba no ano passado, o ditador foi ao seu embarque e o acompanhou até o avião para as despedidas, em homenagem a seu passado revolucionário.

O agitprop internacional, assaltante e guerrilheiro, assecla de Marighella e íntimo de ditadores, com o cinismo peculiar das esquerdas quando chegam ao poder, declarou recentemente à jornalista Ana Paula Padrão:

“Em outros momentos - eu me lembro - no tempo do regime militar, os serviços de repressão puderam desmantelar o PCB, o PC do B, a ALN, a VPR, o MR-8. Será que não podem dar conta desses criminosos que hoje fazem seqüestros relâmpagos e esse tipo de ação?”

Poder, podem, Mateus. O problema é que quando estes grupos são desbaratos, os criminosos viram ministros.

Não menos interessante é ouvir Fernando Henrique condenar seqüestros. Logo Fernando Henrique, que humilhou a nação ante uma sórdida campanha na imprensa internacional financiada por uma rica família do Canadá e avalizou a libertação de seus filhinhos seqüestradores, condenados pela Justiça a quase três décadas de prisão.

Lula, o tetracandidato, foi correndo solidarizar-se com o entourage da vítima e participou de uma marcha pela paz. José Genoíno fala em Rota nas ruas e prisão perpétua. A multidão de petistas que acompanhou o enterro do prefeito pede pena de morte. Um programa de segurança do PT assume um projeto novayorquino e neoliberal, a tolerância zero. Quem empunhava estas bandeiras há questão de dois anos? Paulo Maluf, qualificado como fascista por empunhá-las. Acontece que as eleições estão aí e é preciso entrar em sintonia com o que eleitor pede.

Por ocasião do seqüestro de Abilio Diniz, outro era o discurso do tetracandidato. Apressou-se em intermediar as negociações entre seqüestradores e polícia, de modo a garantir a integridade física, não do empresário, mas ... dos seqüestradores. Fernando Henrique Cardoso, mais seu ministro da Justiça na época, José Gregori, mais a Igreja, o PT e entidades ligadas aos famigerados Direitos Humanos empenharam-se com afinco na libertação dos canadenses. Quando o governo de um país, o líder da oposição e mais a Igreja lutam pela libertação de seqüestradores, qual mensagem recebe o grande público? Só uma: seqüestro pode render lucros e permanecer impune.

Talvez o leitor contemporâneo já nem lembre, mas foram as esquerdas que introduziram no Brasil esta modalidade. Em nome de utopias assassinas, começaram a seqüestrar aviões e diplomatas. Dialogavam não com pessoas, mas com Estados. Curvem-se as nações ante o Brasil: seqüestro de aviões tem patente tupiniquim, é achado genuinamente nosso. No curto período em que estiveram na prisão, os seqüestradores exerceram uma função didática, ensinando suas técnicas aos presidiários de direito comum. E agora se queixam do progresso dos alunos.

A tolerância das esquerdas com o seqüestro sempre foi óbvia, pelo menos até a semana passada. Alguém ouviu algum dia o PT condenar as FARC colombianas, que fazem do seqüestro sua estratégia privilegiada de obtenção de fundos? Eu nunca ouvi. O que vi, isto sim, foi o governo petista gaúcho receber com tapete vermelho um bandoleiro das FARC. Que, não contente em ser recebido quase com dignidade de chefe de Estado, andou fazendo palestras em escolas Brasil afora, em comunidades administradas pelas esquerdas.

Os seqüestros do passado não constituem crimes para estes senhores. Neste insólito país, onde os derrotados escrevem a história presente, são tidos como atos heróicos e patrióticos. Até mesmo crimes horrendos tinham nobres conotações. As vestais que hoje se chocam com a execução brutal de Celso Daniel, não manifestaram horror algum ante outra execução também brutal, a daquele infeliz soldado que Lamarca executou, prisioneiro e indefeso. Ninguém, nas esquerdas, pediria prisão perpétua ou pena de morte para o assassino de um companheiro de armas. Pelo contrário, Lamarca hoje está instalado na galeria dos Vultos da Pátria, gozando do mesmo status de um Tiradentes. Ninguém, nas esquerdas, foi prestar solidariedade à família do soldado morto. Mas há projetos de impor aos currículos escolares a vida e obra deste santo homem, capitão Carlos Lamarca.

O pensamento de esquerda criou um caldo cultural onde criminoso não é mais criminoso, mas vítima. Onde invasor de terras é herói e o proprietário que as defende é bandoleiro. Onde Luis Carlos Prestes é beato e Che Guevara vira santo.

São chegados os dias de colheita.

TERRORISMO NUNCA MAIS



Lembrar é preciso (a verdade que a esquerda quer esconder dos brasileiros): 


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