MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

terça-feira, 14 de julho de 2020

UNE: organização-pelego, de Getúlio a Lula - por Félix Maier

UNE: organização-pelego, de Getúlio a Lula


Félix Maier

2/9/2005 
Revendo a história da UNE, comprova-se que a entidade estudantil nasceu como um pequeno pelego da ditadura varguista, para se transformar, durante a Guerra Fria, num importante onagro a serviço do Movimento Comunista Internacional (MCI), dirigido por Josef Stalin. Hoje, o órgão de fachada estudantil não passa de uma falange totalitária a serviço do governo Lula, que, em retribuição ao apoio prestado, distribui verba milionária aos fantoches estudantis.
A União Nacional dos Estudantes (UNE), tropa de choque do governo Lula, é co-irmã de outras falanges totalitárias atuantes no Brasil, como o MST e a CUT. Com modus operandi semelhante aos “balilas” e “filhos da loba” de Mussolini, e das SS de Hitler, todos esses onagros vermelhos prosperam com farto dinheiro público, seja por meio da bilionária verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), seja por desvios de verbas de estatais, como os Correios e a Petrobrás, ou do próprio erário. Por isso, não deveria causar nenhuma estranheza quando as três bocarras desse cérbero socialista grunhiram na Esplanada dos Ministérios, em 2005, para um “protesto a favor” do principal responsável pela rapinagem do mensalão: o presidente Lula.
Para conhecer melhor a UNE e, desta forma, colaborar com a Memória do Movimento Estudantil, nada melhor do que acompanhar a trajetória deste onagro vermelho.
Durante o 2º Congresso Nacional de Estudantes, realizado em 1938, foi feita a proposta de criação da UNE, que teve sua 1ª Diretoria eleita em 1939.
Inicialmente, a UNE era apolítica. Entre 1940 e 1943, mobilizou a opinião pública e o Governo para participar da II Guerra Mundial contra o nazifascismo. Era tutelada pela ditadura Vargas e funcionava em uma sala do Ministério da Educação.
A partir de 1943, começa a insurreição, com comunistas e democratas lutando contra a ditadura getulista. A partir de 1959, aprofunda-se a marxização da UNE; nos anos 60, as organizações que dividiam as massas operárias, além da UNE, eram a JUC, o PC (que atuava através de seus diretórios estudantis), a Política Operária (POLOP) e a Quarta Internacional. Eram todos de esquerda, com dosagens diversas de ideologia marxista. O Partido de Representação Acadêmica (PRA), criado na Faculdade de Direito da USP, era considerado de Direita.
Também nos anos 60, dá-se o encontro ideológico, reunindo a JUC, a Esquerda Católica e o Esquerdismo marxista. A Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) desempenhou papel importante na agitação estudantil e no processo de marxização da Universidade. “Onde o professor é de tempo parcial, como na maioria da América Latina, a tendência dos estudantes é dar mais atenção a preocupações não acadêmicas, inclusive políticas”. (Seymor Martins Lipset, University Students and Politics in Underdeveloped Countries, in “Minerva”, Vol. III, nº 1, 1964, pg. 38-39).
As “Libélulas da USP”
A USP foi fundada em 1934, no governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni numa das matrizes de difusão do Marxismo. Nos anos 60, atuava na USP a Libelu (Tendência Liberdade e Luta), grupo estudantil-lambertista (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional – Trotskista). O ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antônio Palocci, foi um de seus integrantes.
As “libélulas da USP” passaram a formar a intelectualidade marxista existente principalmente na Faculdade de Filosofia e Letras da USP, onde hoje há o maior número de PhD em “lingüística de pau” (http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/12/341135.shtml) por metro quadrado no país: Emir Sader, Marilena Chauí, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder, Paul Singer etc. O costumeiro embuste das “libélulas” pôde ser visto no seminário “O silêncio dos intelectuais”, que teve à testa a petista Madame Chauí com seu costumeiro chuaaá de bobagens marxistas em defesa do indefensável: a república dos bandidos que se instalou no Brasil.
Além dessas “libélulas” ainda atuantes na USP, podemos citar FHC, que alçou vôo extra muros, tornou-se presidente e pediu para que todos esquecessem o que escreveu quando era filiado à Ordem dos Odonatos. Atualmente, FHCannabis passa boa parte de seu tempo defendendo a descriminalização da maconha. Andará tragando alguma erva?
No dia 28 de março de 1964, os Diretórios Acadêmicos das Faculdades Nacionais de Direito (CACO) e da Filosofia, da Universidade do Brasil, mais o de Sociologia da PUC, lançaram manifesto de apoio aos marinheiros e fuzileiros em greve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.
No dia 31 de março do mesmo ano, membros da UNE exigiram de Jango armas para a resistência contra o levante de Minas, mas tiveram que se contentar com “manifestações antigolpistas” na Cinelândia. Com a depredação da sede da UNE, o seu presidente, “apista” (http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=35800&cat=Artigos&vinda=S ) José Serra, empossado em 1963, pediu asilo à Embaixada do Chile. “Terminava, assim, o ciclo de agitação estudantil, que depois iria se desdobrar em trágicas conseqüências, no terrorismo e na ilegalidade” (José Arthur Rios, in Raízes do Marxismo Universitário). O mesmo Arthur Rios é autor de famosa frase: “Pais positivistas, filhos comunistas, netos terroristas”. Nada mais exato.
Na “campanha nacional de alfabetização”, no Governo Goulart, a UNE recebeu 5.000 dólares de Moscou – uma prova material do “ouro de Moscou” -, por intermédio da União Internacional dos Estudantes (UIE), com sede na Tchecoslováquia, um dos mais famosos onagros comunistas daquela época.
1968 – O quente “ano de dinamite”
Inicialmente, convém lembrar que na década de 1960 vivíamos um período crítico da Guerra Fria, com muitos movimentos guerrilheiros marxistas sendo instalados em vários países da América Latina. Em 1967, a Tricontinental, em Cuba, com a presença de Carlos Marighela e do Senador Salvador Allende, entre outros, havia criado a Organización Latinoamericana de Solidariedad (OLAS), cujo objetivo era “criar um Vietnã em cada país sul-americano”, no dizer do ditador Fidel Castro. Che Guevara havia tentado levar essa revolução “foquista” para a Bolívia, onde foi morto no dia 8 de outubro de 1967. Não é por acaso que depois da criação da OLAS se intensificaram os atos terroristas no Brasil, especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
A partir de 1968, surgiram a ALN de Marighela, de João Alberto Capiberibe (ex-Governador do Amapá) e do Ministro da Justiça de FHC, Aloysio Nunes “Ronald Biggs” Ferreira, a VPR de Lamarca e do ex-Presidente da Petrobrás, Henri Reischtul, o MR-8 de Gabeira e Carlos Minc, a VAR-Palmares de Bete Mendes e Dilma Roussef, e a AP de Betinho e José Serra. Em 1969, a VAR-Palmares participou do roubo de um cofre em Santa Tereza, Rio, que pertenceria ao ex-Governador Adhemar de Barros, quando foram levados 2,5 milhões de dólares, sendo 1 milhão desviado para o Governo da Argélia onde atuava Miguel Arraes junto à Frente Brasileira de Informações (Cfr. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=8479&cat=Ensaios).
O farol que iluminava todos aqueles atos terroristas era sempre Cuba, que oferecia cursos de guerrilha em Pinar del Río e que bem antes do contragolpe de 31 de março de 1964 já oferecia ensino guerrilheiro às Ligas Camponesas. Por isso, deve ser dito com todas as letras que tais movimentos não visavam libertar o Brasil da ditadura militar, como proferem as esquerdas hoje em dia, mas levar o Brasil à ditadura do proletariado, à ditadura comunista. Fosse o Brasil governado por militar ou civil, os atos terroristas teriam ocorrido de qualquer forma, considerando que um governo civil não estivesse compactuado com os comunistas, como ocorria durante o Governo de Jango.
Em 1968, havia uma ânsia incontida de muitos políticos em assumir as principais funções públicas do país, sonho retardado desde o já bastante longínquo 31 de março de 1964 – uma eternidade para os políticos mais ambiciosos, especialmente os que desejavam assumir a Presidência da República, como Juscelino, Jango, Brizola e Lacerda. Por isso, havia no Congresso um descontentamento geral, tanto entre os parlamentares “imaturos” da oposição, do PMB, quanto entre os políticos da Arena, que mais atrapalhavam o Governo do que ajudavam. “Abrir o nó” que apertava as instituições democráticas, naquele momento, era uma temeridade, pois o país poderia voltar aos anos de anarquia que antecederam o 31 de março de 1964.
Pode-se provar, com uma longa lista de eventos ocorridos em 1968 (http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=667&cat=Ensaios), que o fechamento do Congresso foi devido a algo muito mais grave do que um discurso “pinga-fogo” feito intempestivamente pelo deputado federal Márcio Moreira Alves, o “Marcito”, por mais que os detratores do governo militar queiram afirmar o contrário.
Revolução Estudantil – de Paris ao Rio
Nesse mesmo ano de 1968, houve um crescendo na agitação estudantil de todo o país, fruto da “Revolução Cultural” implementada na China por Mao Tsé-Tung, com os famigerados livros vermelhos, que atingiu também Paris, quase derrubando o Governo Charles de Gaulle, e pela OLAS de Cuba, prometendo “um Vietnã em cada país latino-americano”. Em Paris, os estudantes eram influenciados pelas idéias neomarxistas de Marcuse e pelo líder estudantil Daniel Cohn Bendit, além de movimentos mundiais contra a Guerra do Vietnã, contestada principalmente pelos negros americanos.
Muitos estudantes, brasileiros ou não, queriam ser os “novos guevaras”, após o “martírio” de Che na Bolívia, em 1967. A agitação estudantil era insuflada principalmente pela UNE, pela Ação Popular (AP), pela Dissidência da Guanabara (DI/GB), pelo Comando de Libertação Nacional (COLINA), pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e pela Ala Marighela (posterior Ação Libertadora Nacional – ALN). Os principais líderes estudantis eram Vladimir Palmeira e Franklin Martins, da DI/GB, e José Dirceu, da ALN, antes de pertencer aos quadros do Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado pelo chefe do serviço secreto de Cuba, Manuel Piñero, o “Barbaroja”.
Convém lembrar que a AP promoveu o bárbaro atentado terrorista no Aeroporto de Guararapes, em 1966, quando morreram um almirante e um jornalista, e cerca de 15 pessoas ficaram feridas, algumas mutiladas para o resto da vida. O mentor intelectual do ato terrorista foi o ex-padre Alípio de Freitas, o qual recebeu posteriormente indenização de mais de R$ 1 milhão (Cfr. http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2269&Itemid=34).
No dia 28 de março de 1968 foi morto no Rio o estudante Edson Luís de Lima Souto, em um choque de estudantes contra a polícia. Havia sido criado um mártir para as esquerdas. Durante seu enterro, foi depredado um carro da Embaixada americana e incendiado um carro da Aeronáutica.
No dia 31 de março, uma passeata de estudantes contra a Revolução deixou 1 pessoa morta e dezenas de policiais da PM feridos no Rio.
No dia 19 de junho, liderados por Vladimir Palmeira, presidente da UNE, 800 estudantes tentaram tomar o prédio do MEC no Rio, ocasião em que 3 veículos do Exército foram incendiados.
No dia 21 de junho, no Rio, 10.000 estudantes incendiaram carros, saquearam lojas, atacaram a tiros a Embaixada Americana e as tropas da PM, resultando 10 mortos, incluindo o sargento da PM, Nélson de Barros, e centenas de feridos.
No dia 22 de junho, estudantes tentaram tomar a Universidade de Brasília (UnB).
No dia 24 de junho, estudantes depredaram a Farmácia do Exército, o CityBank e a sede do jornal O Estado de S. Paulo.
No dia 26 de junho ocorreu a “passeata dos 100 mil”, no Rio, e o assassinato do soldado Kozel, em São Paulo.
No dia 3 de julho, estudantes portando armas invadiram a USP, ameaçando colocar bombas e prender generais.
No dia 4 de julho, a “passeata dos 50 mil” tinha como principal bordão “só o povo armado derruba a ditadura”. No dia 29 de agosto, houve agitação no interior da UnB, ocasião em que foi preso o militante da AP, Honestino Guimarães, presidente da Federação de Estudantes Universitários de Brasília (FEUB). O deputado Mário Covas lhe deu solidariedade. Honestino, depois do episódio, passou a ser um “desaparecido político”, até hoje não se sabe que destino teve.
No dia 3 de outubro, choques entre estudantes da USP e do Mackenzie ocasionaram a morte de um deles, baleado na cabeça.
No dia 12 de outubro realizou-se o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP. A polícia prendeu os participantes, entre os quais Vladimir Palmeira, José Dirceu e Franklin Martins. No “Woodstock” tapuia de Ibiúna foram encontradas drogas, bebidas alcoólicas e uma infinidade de preservativos usados. Havia uma “escala de serviço” de moças para atendimento sexual. Os líderes estudantis, em acordo com Marighela e com o Governo de Cuba, haviam chegado à conclusão de que o estopim para a luta armada viria de uma prisão em massa de estudantes, envolvendo comunistas e inocentes úteis, e jogaria essa massa nos braços da luta armada. Posteriormente, José Dirceu, antigo Rasputin do governo Lula, foi solto, junto com outros terroristas, em troca da vida do embaixador americano Charles Elbrick, seqüestrado em 1969 por Fernando Gabeira, Franklin Martins e outras estrelas do atual cenário pútrido nacional.
No dia 15 de outubro, estudantes tentaram tomar o prédio da UNE, queimando carros oficiais. Fernando Gabeira participou do ato terrorista.
O “Partido da Carteirinha do Brasil”
Nos últimos anos, o Partido Comunista do Brasil (PC do B), em rodízio com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), tornou-se um dos “donos” da UNE. Durante muito tempo, os falsos estudantes da organização fizeram uma festa imensa, com direito a diárias e serviços de hotelaria no Brasil e no exterior, por conta do sacrossanto e exclusivo direito de emitir carteiras estudantis, em média ao preço de R$ 15,00. Foi uma farra e tanto, até o Governo FHC desmamar o guloso bezerro mamão. Por conta daquela boquinha, o Partido do finado João Amazonas era conhecido como o “Partido da Carteirinha do Brasil”…
Porém, neste governo Lula, a orgia pecuniária dos falsos “caras-pintadas” continua, agora com vultoso dinheiro público. “Sabemos que a UNE é uma entidade composta em sua grande maioria de universitários que se beneficiam do “paga-meia” (carteirinha que dá descontos aos estudantes universitários em estabelecimentos comerciais) e não se identificam com a ideologia que esta entidade carrega. Uma entidade estudantil deveria preocupar-se com a vida universitária, a qualidade de ensino no país e um posicionamento não ideológico e apartidário em defesa dos estudantes, mas o que ocorre é que a UNE é entidade comunistóide, herdeira de uma ideologia falida e sanguinária e um símbolo de inoperância prática em defesa de sua classe. Logicamente a liderança da UNE está querendo manter seu caixa, pois já recebeu, somente neste ano de 2005, mais de 1 milhão de reais do governo Lula. Com esta mamata em jogo, a UNE sai em defesa de uma fonte de renda formidável e, independente da culpabilidade do presidente, defendem sua permanência no poder. Eles não estão querendo fazer uma canja com a galinha que bota ovos de ouro. Isto prova que a UNE não tem nenhum interesse em defender estudantes e a qualidade do ensino universitário no Brasil, juntamente com alguns outros movimentos anti-democráticos e pró-comunistas como o MST, tanto que defendem o vergonhoso financiamento público de campanha, onde o povo pagará as campanhas dos candidatos nas eleições” (Edison Evaristo Vieira Junior, em 21/08/2005).
No dia 6 de agosto de 2005, um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) levou 140 estudantes brasileiros, de São Paulo para Caracas, capital da Venezuela, para participar do 16º Festival Mundial da Juventude. Se não fosse a ajuda do corrupto governo Lula, que mistura o bem público e o privado com a maior desenvoltura, os “caras-pintadas-de-pau” seriam obrigados a desembolsar algo em torno de R$ 318.700,00 (R$ 2.276,43 por cabeça) para viajar em um avião comercial.
O Comando da Aeronáutica não notou nenhum problema em ceder o avião, argumentando que os estudantes viajaram num cargueiro do Correio Aéreo. E daí? A safadeza seria a mesma se os “caras-sujas” brasileiros tivessem viajado no Air Force Fifty One, vulgo “Aerolula”. Desde 2004, pelo menos uma viagem mensal é realizada pelo Correio Aéreo às capitais sul-americanas.
Um questionamento grave se coloca, face às conhecidas maquinações do governo petista: a FAB não estaria sendo inocentemente colocada a serviço do Foro de São Paulo, organização socialista que visa a criação de uma União Soviética local, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL)? (Qualquer semelhança entre a URSAL e a recém-criada Unasul não é uma simples coincidência.) Sabe-se que as FARC são sócias do PT neste sonho das esquerdas, de “recuperar na América Latina tudo o que o socialismo perdeu no Leste europeu”, segundo as palavras de Fidel Castro, sócio do PT na criação do mais recente onagro vermelho. Convém lembrar que durante o governo do comunista Salvador Allende, a LAN Chile era utilizada para transportar armas e drogas de Cuba para Santiago, sem passar pela vigilância da alfândega. A FAB não poderia passar a exercer trabalho semelhante, junto aos narcoterroristas da Colômbia? Acusações já foram feitas pelo deputado federal Alberto Fraga, do Distrito Federal, de que as FARC teriam remetido US$ 5 milhões para a campanha presidencial de Lula, em 2002.
No dia 1º de setembro de 2005, Gustavo Peta foi reeleito presidente da UNE. Compareceram à solenidade de posse todas as falanges do governo Lula, como a CUT, o MST, a Contag, a Conan, além de parlamentares de vários partidos e figuras ilustres do “valerioduto”, como José Dirceu, que recusou o convite para compor a mesa. O apoio que o senador Arthur Virgílio deu ao onagro socialista, comparecendo e discursando no evento, comprova que o PT e o partido de FHC são autênticos irmãos siameses: “Não tenho a menor dificuldade em estar aqui. Tem uma aliança dentro da UNE entre a juventude do PSDB e o PC do B”, garantiu o senador eleito por Amazonas.
De 2004 até meados de 2009, a UNE recebeu R$ 10 milhões da União. Desses recursos, R$ 7 milhões foram repassados somente nos últimos dois anos. Nada mal para quem recebeu R$ 1 milhão durante os 8 anos do governo FHC. Pelo menos 9 acordos firmados com o Ministério da Cultura, no valor de R$ 2,9 milhões, estão em situação irregular. O atual chefete do onagro vermelho, Augusto Chagas, ligado ao Partido da Carteirinha, prometeu devolver o dinheiro, só não se sabe como, já que tudo foi torrado em festanças como o 51º Congresso Nacional de UNE, que contou com a presença de Lula, e projetos fajutos, como o Sempre Jovem e o Sexagenária, que tinham como meta produzir 10.000 livros e um documentário sobre a história estudantil secundarista. A única produção feita pela UNE até agora foi sumir com o dinheiro público. Vale acrescentar que o onagro recebeu o apoio de sete ministérios, da Caixa, dos Correios e da Petrobrás, para as festividades de seu Congresso Nacional. “O presidente Lula é o primeiro a participar de um congresso da UNE em 71 anos de história”, destacou a então presidente da entidade, Lucia Stumpf, também ligada ao Partido da Carteirinha. Na ocasião, Lula foi ovacionado com o bordão “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”…
O 51º Congresso Nacional da UNE, realizado no período de 15 a 19 de julho de 2009, reuniu cerca de 10.000 alunos e notabilizou-se pela sujeira e promiscuidade de seus integrantes que ficaram hospedados nos 10 centros de ensino público da Capital Federal. No Centro de Ensino Fundamental 01, do Lago Norte, os porcalhões universitários tomavam banho na horta comunitária da escola e ainda defecavam em cima das plantações. Na mesma escola, muitos, completamente nus, tomavam banho no pátio, constrangendo funcionários e vizinhos. Na Escola Classe do Varjão, a exemplo dos terroristas do MST, os baderneiros da UNE destruíram todas as plantas do projeto Ciência em Foco. Em todas as escolas onde os porcos da UNE se hospedaram, foram encontradas garrafas de bebidas alcoólicas, preservativos, drogas e lixo, muito lixo.
Revendo a história da UNE, comprova-se que a entidade estudantil nasceu como um pequeno pelego da ditadura varguista, para se transformar, durante a Guerra Fria, num importante onagro a serviço do Movimento Comunista Internacional (MCI), dirigido por Josef Stalin. Hoje, o órgão de fachada estudantil não passa de uma falange totalitária a serviço do governo Lula, que, em retribuição ao apoio prestado, distribui verba milionária aos fantoches estudantis. O onagro vermelho não conseguiu livrar-se da pele de urso que veste, embora se apresente aos incautos com uma alva e cândida pele de ovelha. Os governos militares agiram corretamente em lançar no ostracismo essa entidade parasita que sangra os cofres públicos em nome de uma ideologia já enterrada em muitas partes do mundo.

Protesto a favor

Miriam Leitão

A União Nacional dos Estudantes tenta hoje (16 Ago) uma missão de chance duvidosa: uma indignação a favor. A UNE não faz eleições diretas, nem reflete o pensamento dos estudantes. Tem estado desde 70 sob o controle do PCdoB, eternizado por um processo de escolha com nenhuma transparência. A passeata da UNE, da CUT e do MST não tem nada a ver com os movimentos que sacudiram outros momentos da história do país.

A CUT sempre foi um braço do PT, por isso não é estranho que esteja hoje nas ruas a favor do governo. O MST também. O problema é a UNE.

Ela tem óbvia falha de representatividade. Nos anos 70, não podia ter líderes escolhidos de forma democrática, porque estava na clandestinidade. Mas, de lá para cá, o PCdoB sempre esteve no comando, às vezes junto com o PT em chapas feitas no conchavo.

Para piorar, a UNE vive hoje de verbas públicas.

— É claro que o acesso a um governo mais democrático potencializa uma série de repasses. Mas isso não atrapalhou nas críticas, mantivemos as críticas na área econômica — disse o tesoureiro da UNE, Rovilson Portela.

Na verdade, o governo anterior era tão democrático quanto o atual. Ambos foram eleitos em processos limpos e livres. Só que agora há uma contradição: eles apóiam este governo “mais democrático”, do qual recebem mais dinheiro, mas terão que ir para as ruas contra desvios que ocorreram no governo que defendem. Tentarão condenar o mensalão e apoiar o governo no qual o mensalão ocorreu.

A UNE teve três eleições diretas na sua vida recente. A última, em 87, foi impugnada. A União dos Estudantes concluiu, assim, segundo conta Márcio Cabral, membro da executiva, que eleição direta produz “uma dificuldade de representatividade”.

A diretoria da UNE é escolhida em voto indireto por delegados enviados pelas unidades de ensino de terceiro grau em todo o país. Há pouca transparência e muita técnica de manutenção de poder na escolha desses delegados. Isso é o que faz com que os quatro milhões de universitários do país, 70% de escolas privadas, sejam representados, há mais de 30 anos, por militantes do mesmo partido.

Só seria natural se a maioria dos estudantes brasileiros fosse militante ou simpatizante do PCdoB. A entidade recebeu este ano R$ 1,1 milhão de recursos públicos para supostamente representar os estudantes.

O problema com uma UNE governada pelo mesmo partido há mais de três décadas é que ela acaba produzindo poucos líderes políticos.

Movimento estudantil sempre foi o caminho pelo qual afloram as vocações políticas. Nos últimos anos, o Brasil viu surgir Lindberg Farias e Fernando Gusmão. Bons quadros. Mas seria mais útil ao país e mais verdadeiro se fosse um processo de disputa de poder com transparência, participação dos estudantes e alternância do poder.

O movimento estudantil dos anos 50, 60 permitiu o aparecimento de políticos importantes da esquerda, do centro e até da direita. O livro “O poder jovem”, de Arthur Jose Poerner, mostra bem essa efervescência na qual se formaram quadros importantes para o país. Ulysses Guimarães e José Serra, em épocas diferentes, passaram pelo movimento estudantil. Os anos que se seguiram à ditadura viram surgir do movimento estudantil uma geração de políticos que marcam até hoje a história do Brasil.

A UNE, que hoje vai as ruas tentando se equilibrar entre o governismo e a natural indignação dos jovens, não é sombra do que foi.

A entidade diz que recebia recursos também no governo Fernando Henrique. Os dados do Siafi mostram seis anos sem repasse algum e, por fim, um repasse de R$ 1 milhão em 2002, mas a maior parte liberada no dia 31 de dezembro, último dia do governo. No governo Lula, o dinheiro vem todos os anos.

— A UNE está recebendo muito dinheiro numa parceria com o governo. Isso faz com que a entidade perca a autonomia. Nossa luta é para que o dinheiro venha dos estudantes, não de reitorias, prefeituras, estados. Antes a entidade era combativa, contra Collor, Itamar, Fernando Henrique; estava sempre na ofensiva contra a corrupção — disse Michel Oliveira, estudante da UFPA, militante do P-SOL e da oposição na UNE.

— A UNE hoje é uma entidade governista. A agenda da UNE não é dos estudantes, é do governo — diz José Erinaldo Júnior, do PSTU, um dos fundadores da dissidente Conlute.

Michel Oliveira acha que a marcha de hoje é uma traição aos caras-pintadas.

Protesto a favor, quando o país está indignado como está, não tem nada a ver com movimento estudantil.

TER leitor bem informado é tudo na vida de uma coluna. Vários ajudaram a repor a verdade constitucional. Em caso de impedimento de presidente e vice-presidente, a linha sucessória é, de fato, o presidente da Câmara dos Deputados, do Senado e do STF, como eu disse aqui. Porém, quem assume convoca eleições em 90 dias. Se o cargo ficar vago nos últimos dois anos de mandato, quem assumir terá que fazer eleição em 30 dias.


Avião da FAB levou caravana da UNE à Venezuela

Graça,

Os militares da FAB devem "obedecer ordens" dos seus Comandantes. Por Comandantes cito primeiro o presidente da república, logo a seguir o ministro da defesa e só depois desses dois, aos comandantes das FFAA.

Nossa gente não é ingênua, eles apenas estão aguardando os próximos acontecimentos, como sempre. Nossas FFAA nunca deixaram de acompanhar o desenrolar da política nacional, deico a você a certeza do que afirmo.

Se os aviões da FAB podem levar estudantes à Venezuela, certamente poderão nos levar a Bariloche pra esquiar, e a Machu Pichu no Peru.

Um casamento de "interatives" entre as Nações Sul-Americanas, que beleza, temos que aproveitar!!!!

As garotas desaparecidas são brasileiras,Graça? Temos como ajudar?

abs

Ana

----- Original Message -----

From: Graça Salgueiro

To: Ana

Sent: Thursday, August 25, 2005 1:18 AM

Subject: Re: ESCÂNDALO !!!!!!!!! - Avião da FAB levou caravana da UNE à Venezuela

Todo o resto da farra, inclusive taxa de inscrição,que era altíssima, foi paga pelo povo venezuelano, roubado pelo "benemérito" bufão criminoso, Chávez, que adora fazer figura com o dinheiro que ele tem certeza que é dele, e não da Nação; igual ao daqui.

O que eu achei pior nesse convescote é a FAB estar financiando o treinamento de futuros guerrilheiros que irão lutar CONTRA a própria Pátria!

Será que esta gente é tão ingênua, a ponto de "não ver nada demais" em transportar este bando de arruaceiros para um congresso comunista, ou eles já passaram "pro lado de lá" e nós só seremos informados quando a ditadura for definitivamente implantada?

Este evento foi similar ao Fórum Social Mundial, onde, além de se "respirar revolução", se fazia sexo à luz do dia como animais, e as drogas corriam soltas. Duas garotas, primas, estão desaparecidas desde o dia 19, último do Congresso, e os pais, venezuelanos, desesperados revelaram o bordel comunista que foi aquilo lá.

Será que os militares da FAB sequer suspeitavam que seria assim? É difícil crer em tanta ingenuidade...

Abs,

Graça Salgueiro

----- Original Message -----

From: Ana

To: Atitude

Sent: Thursday, August 25, 2005 12:24 AM

Subject: Fw: ESCÂNDALO !!!!!!!!! - Avião da FAB levou caravana da UNE à Venezuela

Não só o avião o que já é um absurdo mas.......e a hospedagem, alimentação, quem pagou??
Pessoal, vamos "protocolar um pedido" de carona também? Adoraria conhecer Machu Pichu...

Ana

----- Original Message -----

From: Augusto C.



Avião da FAB levou caravana da UNE à Venezuela

Jailton de Carvalho

O GLOBO

Rio, 21 de agosto de 2005 Versão impressa

http://oglobo.globo.com/online/pais/169529920.asp

BRASÍLIA. Na última terça-feira, caras-pintadas ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) fizeram uma manifestação na Esplanada dos Ministérios a favor do governo. A cortesia tem sido recíproca. No dia 6, após uma longa costura política, um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira foi usado para transportar 140 estudantes de São Paulo para Caracas, na Venezuela.

Os caras-pintadas voltaram a São Paulo no mesmo avião, o KC 137, no dia 16. O dia do retorno coincidiu com a manifestação, antes de os estudantes serem recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. O grupo foi a Caracas participar do 16 Festival Mundial da Juventude, uma jornada de palestras, debates e recitais de poesia.

O governo não informou o custo da viagem. Mas, se tivessem que recorrer à aviação comercial, os estudantes seriam obrigados a desembolsar algo em torno de R$ 318.700. Este é o valor cobrado por 140 passagens promocionais de ida-e-volta de São Paulo a Caracas, segundo cálculos feitos pelo GLOBO com base em preços apresentados no site da Varig, na sexta-feira à noite. Cada passagem de ida e volta custaria R$ 2.276,43.

A direção da UNE protocolou o pedido de carona em 13 de julho. Depois de uma negociação que começou com o secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, e passou pelo Planalto, alguns organizadores da caravana foram tratar do assunto diretamente com o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar. Ele repassou o pleito ao Comando da Aeronáutica e, em menos de um mês, a questão estava resolvida e o transporte, garantido.

— Quem conseguiu o avião foi o Comitê Nacional Preparatório para o Festival, com a interlocução do vice-presidente — afirmou o presidente da UNE, Gustavo Petta.

Chávez foi à abertura

A cúpula da Aeronáutica não viu problema em ceder o Boeing. Um dos oficiais do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CeComSAer) argumenta que os estudantes viajaram num cargueiro do Correio Aéreo. As viagens internacionais do Correio foram reiniciadas ano passado, como incentivo ao intercâmbio entre o Brasil e as capitais da América do Sul. Pela nova programação, a FAB deve fazer pelo menos uma viagem a uma das capitais vizinhas por mês. As rotas são estabelecidas a partir da demanda.

— O pedido seguiu o trâmite normal. Como houve disponibilidade, atendemos. Não teve custo extra — disse um oficial do CeComSAer.

Petta, que também foi a Caracas, considera natural a cessão do avião, já que, segundo ele, a caravana não teve caráter partidário. Na comitiva estavam representantes da UNE, da Central Única dos Trabalhadores, do movimento negro e de outros movimentos sociais.

— Tinha jovens de todos os partidos, do PSDB ao PSOL — justifica Petta.

Mas o 16 Festival Mundial da Juventude acabou tendo um caráter de apoio ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ele participou da abertura e foi saudado pelo público. "Aqui se respira revolução", afirmou o poeta venezuelano Vicent Fernandez, segundo contou Kerison Lopes, um dos representantes brasileiros no encontro, num relato transcrito no site da UNE. Pelo menos 17 mil jovens participaram do festival, 700 deles brasileiros. A delegação brasileira era uma das maiores.


CONLUTE: a UNE ultra-radical -- Usina de Letras 27/09/2005 - 09:22

Estudante desunido... jamais será vencido

Valquíria Daher

Suplemento Megazine do jornal "O Globo", 27 de setembro de 2005

Crise política a cada dia mais explosiva, uma palavra de ordem anda nas bocas de um grupo de estudantes: é “Fora...”. Pensou em Lula? Nada disso. O grito é “Fora todos” e representa bem o que pensam seus criadores, os membros da Conlute. A Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes realizou seu primeiro encontro, no Fundão, em maio do ano passado, com 1.500 participantes. Mas a recém-nascida organização já quer se tornar uma entidade para fazer frente à quase septuagenária União Nacional dos Estudantes.

— Queremos ajudar a construir uma democracia. Essa que está aí não é a nossa democracia. Acreditamos no socialismo e na revolução, mas Cuba, por exemplo, não é uma referência para nós. Estamos indignados com tudo o que está acontecendo. Daí o “Fora todos” — diz Júlia Eberhardt, de 25 anos, uma das “organizadoras” da Conlute. — Sou organizadora... Nós não queremos ter um presidente. Não queremos personalizar o movimento numa só pessoa.

Júlia era da diretoria executiva da UNE até janeiro deste ano, quando ela e outros integrantes do PSTU decidiram romper com a UNE e com a Ubes. Na época o embrião da Conlute já existia, mas a idéia de criar, pela primeira vez desde há muito tempo, uma entidade estudantil alternativa à UNE ainda não havia sido tomada.

— A insatisfação dos estudantes é tanta que, na última plenária que fizemos, apareceram sete teses de por que deveríamos romper com a UNE — conta Roberta C. Maiani, de 24 anos, do Centro Acadêmico do curso de história da UFRJ.

Mas se a Conlute também tem integrantes ligados a um partido político — não só ao PSTU, mas a outros movimentos como a Organização Marxista Proletária, a Liga Estratégia Revolucionária e outros — qual é a diferença da organização para a UNE?

— A UNE perdeu o contato com os estudantes, com a sala de aula. Há tempos já existe uma burocratização. A UNE passou a ser conhecida dos estudantes por causa da carteirinha. Quando passou a integrar o governo Lula, ficou pior — diz Julia.

A Conlute quer dar mais peso às “necessidades cotidianas dos estudantes”, sem deixar de discutir a situação política e econômica nacional.

— As entidades precisam estar ativas diante de problemas como a biblioteca do IFCS, que ficou fechada por dois anos e meio. Agora estamos lutando por um bandejão na UFRJ — diz Pamela Kopp, de 21 anos, também do CA de história da UFRJ.

Integrante da UNE quando a entidade foi reconstruída em 1979, o coordenador do curso de história da UFRJ, Carlos Ziller, admite que já discutiu com os alunos por causa da Conlute.

— O que eles estão fazendo é partidarizar demais o movimento. Estão brigando com as forças políticas que estão no poder, mas é precipitada uma dissidência porque o governo é passageiro — diz o professor, contando que acredita só ter ocorrido situação parecida na UNE nos anos 50. — Mas na época a dissidência era de direita e chegou ao poder.

Ziller diz que a UNE foi mais forte quando os estudantes estavam unidos em torno de causas como o combate à ditadura e a redemocratização.

— Depois surgiram outros atores, como os operários nas greves do ABC em 1982, e a atenção se voltou para outros grupos. Nos anos 90, com o “Fora Collor”, houve um surto de fortalecimento da UNE. Mas hoje a situação nacional é muito confusa. A corrupção não é novidade na República e a crise não é o suficiente para reproduzir aquelas reações — diz Ziller, que acha normal o aparecimento de uma organização como a Conlute. — Se não existissem movimentos como esse, seria estranho.

Mas se a UNE é considerada governista desde que o PT chegou ao poder por que o rompimento só ocorreu recentemente? A resposta é Reforma Universitária.

— Quando o governo lançou o primeiro texto da Reforma Universitária, os diretores da UNE que não eram do PCdoB discordaram de todos os itens. A reforma é a privatização do ensino. Mas o grupo do PCdoB marcou “aprovar” em vários pontos do documento e “avaliar” — conta Julia, que trancou a matrícula de pedagogia na UFRJ.

Apesar de participarem da Conlute entidades como os DCEs da UFRJ, da Rural, da Federal de Goiás e da Estadual de Maringá, além de centros acadêmicos e grêmios, Julia diz que é difícil fazer frente à UNE:

— A UNE tem quase 70 anos, os congressos reúnem milhares de pessoas... É difícil competir.



Rio, 27 de setembro de 2005

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MEGAZINE

O protesto que partiu

A Conlute não se trata de um racha da UNE. A afirmação é da assessoria de imprensa da entidade, que explica que os membros da Conlute representam um partido, o PSTU, enquanto cerca de “15 forças políticas continuam fazendo parte da UNE”. A assessoria acrescentou que o Congresso da UNE, entre 29 de junho e 1 de julho, em Goiás, reuniu 15 mil pessoas e que a Conlute tentou realizar um evento paralelo, mas não conseguiu por falta de quórum. O presidente da UNE, Gustavo Petta, não retornou as ligações da Megazine e não opinou sobre a Conlute.

Organizadora da Conlute, Julia Eberhardt diz que, apesar de membros da coordenação serem do PSTU, a futura entidade é baseada nos diretórios estudantis, centros acadêmicos e grêmios. Para ela, as notícias de que a UNE recebeu R$ 1,1 milhão do governo este ano e que estudantes viajaram em um Boeing 707 da FAB só reforçaram o que todos sabiam:

— A UNE está distante dos estudantes — diz Julia, lembrando a participação da entidade na manifestação pró-Lula em agosto, em Brasília.

Pesquisador do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, Américo Freire diz que o surgimento de uma entidade que se opõe à UNE não é um fenômeno isolado do movimento estudantil:

— É normal os integrantes dessas organizações serem ligados a partidos. É assim no mundo todo — diz Américo.

Para o pesquisador, a UNE e os sindicatos foram importantíssimos durante a reconstrução da democracia, mas depois disso a tendência tem sido um refluxo dos movimentos sociais:

— Em conjunturas mais críticas os movimentos sociais ficam unidos para combater o mesmo inimigo — explica o professor.

Na opinião de Américo, tanto a UNE como a CUT ficaram mais próximas do governo, o que desagradou os grupos mais à esquerda.

— A esquerda se sentiu isolada e está respondendo assim — completa Américo.



MEGAZINE

Rio, 27 de setembro de 2005

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A CONLUTE

O QUE É: - Ainda não é uma entidade, mas tornar-se uma é o objetivo de seus integrantes. Os universitários dizem que a Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes “articula as lutas” que estão acontecendo nos DCEs, centros acadêmicos e grêmios estudantis.

HIERARQUIA: - Os integrantes não acreditam em eleger um presidente para não “personalizar” o movimento. “São as entidades que estão na base e que representam a Conlute”, explica Roberta C. Maiani, de 24 anos.

AÇÕES: - A Conlute já organizou dois encontros. Um na Ilha do Fundão, em maio de 2004, com 1.500 participantes. E outro no Fórum Social Mundial, em janeiro deste ano, em Porto Alegre, com 1.200 pessoas.

QUEM SÃO: - A maioria dos participantes é ligada ao PSTU e o grupo optou por ter o Rio de Janeiro como base principal.


Livro e filme examinam os 70 anos da UNE, e mostram a força do movimento estudantil brasileiro

Mauro Ventura

O GLOBO - SEGUNDO CADERNO – 29/07/2007

Pagar meia no cinema e entrar de graça em ôni­bus são conquistas ­- ou comodidades, segun­do os críticos - facil­mente associadas à União Nacional dos Estudantes (UNE). Mas a entidade tem um his­tórico de lutas que transcende em muito o alívio ao bolso estudantil. No livro "Memórias estudantis 1937 - 2007: da fundação da UNE aos nossos dias" (Ediouro), a his­toriadora Maria Paula de Araújo examina 70 anos de militância e re­vê o papel dos estudantes.

- Quando se fala em história po­lítica, ainda se privilegiam sindica­tos, partidos, imprensa, eleições, or­ganizações de esquerda, associações políticas que tenham, entre aspas, responsabilidade maior. Os estudan­tes aparecem como coadjuvantes.

O livro faz uma inversão e joga o foco nos jovens, que passam a ser os atores principais da narrativa.

- Em geral, eles vêm como nota de pé de página: os livros citam o político e dizem que se formou no movimento estudantil. A gente faz o contrário, dá uma notinha dizen­do que o estudante virou deputado - explica ela, de 50 anos, coorde­nadora do núcleo de história oral da UFRJ "Memórias de esquerda".

Longa é dividido em duas partes

• O livro vai ser lançado dia 9, no Odeon, às 18h30m. Junto será apre­sentado um filme do diretor Silvio Tendler que também reconstrói a História do Brasil nos últimos 70 anos do ponto de vista do movimen­to estudantil. O longa-metragem é composto de duas partes, que serão exibidas ainda separadamente no canal Futura, nos dias 11 e 12. "Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil", de 53 minutos, tem uma vi­são política e traça um perfil crono­lógico por meio de depoimentos de ex-militantes como José Talarico, Vladimir Palmeira, José Dirceu, Aldo Rebelo e Lindberg Farias.

A segunda parte do documentá­rio, "O afeto que se encerra em nos­so peito juvenil", privilegia, em 50 minutos, a produção cultural e os as­pectos comportamentais. Há depoi­mentos, por exemplo, dos atores Sérgio Britto e Nathalia Timberg, que começaram suas carreiras no movi­mento estudantil. Narrado por Cás­sio Gabus Mendes, traz ainda tre­chos de peças, músicas e poesias de época, À certa altura, o grupo TáNa Rua, de Amir Haddad, junta-se a Chi­co Diaz e Dira Paes para encenar par­te de uma peça de Augusto Boal.

A tradição cultural da UNE come­ça em 1938, com a criação, por Pas­choal Carlos Magno, do Teatro do Estudante Brasileiro (TEB). Nos anos 60, surge o mítico Centro Popular de Cultura (CPC), que tinha nomes como o poeta Ferreira Gullar, o cineas­ta Leon Hirszman e o dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha.

O filme e o livro integram o projeto "Memória do movimento estudantil", parceria da UNE com a Fundação Ro­berto Marinho, o Museu da Repúbli­ca e a TV Globo, e patrocínio da Pe­trobrás.

O trabalho já registrou cem depoimentos, que resultaram em cerca de 300 horas de gravação, que serviram de base para a produção do diretor e a pesquisa da professora.

Tendler e Maria Paula mostram as técnicas dos estudantes. Há histó­rias curiosas, como a da vitrola que tinha sido um presente do governo americano, mas que era usada para tocar a "Internacional Comunista".

Também são contadas as estratégias de usar bolas de gude para derrubar os cavalo da polícia e de passar sabão nos trilhos do bonde, e a tática da contramão, em que as passeatas eram feitas no sentido oposto ao trânsito para dificultar a chegaa da polícia. Também havia criatividade na luta pela meia entrada nos cinemas, quando inventaram “a fila boba”: botavam de 50 a 60 estudantes na fila da bilheteria, pedindo meia que não existia.. Com isso, criavam tumulto e atrasavam a entrada dos espectadores. No documentário, José Genoino explica ainda como os presos se comunicavam pelos esgotos da prisão em que estavam.

__ O documento mostra que o movimento estudantil tem estofo, história e substancia __ diz o diretor que lança, ano que vem “Utopia e barbárie __ Ou ter 18 anos em 1968”.

As duas obras apresentam contradições, combates e divisões em 70 anos que vai da campaha O petróleo é nosso” à luta pela reforma agrária, do enfrentamento da ditadura ao esforço ampla, geral e irrestrita , das Diretas – Já à legalização da entidade, dos cara-pintadas ao combate do provão. Durante o Estado Novo , por exemplo, a UNE e a ditadura Vargas tinham relações ambíguas. Algumas lideranças, ligadas ao PC, eram presas pela polícia do ditador e depois soltas pela intervenção direta de Getúlio Vargas.

Livro aborda impasses atuais

Como diz o livro, a disponibilidade e a generosidade do jovem fazem com que ele costume ter papel político relevante – empunhando faixas e cartazes, gritando palavras de ordem atirando pedras e coquetéis molotov; erguendo barricadas, arrancando paralelepípedos.

Leitor e espectador acompanham a presença feminina na UNE, a eleição do primeiro negro, Orlando Silva Junior, para a presidência, em 1995, a passagem de nomes como José Serra pelo cargo – foi o último presidente antes do golpe que fechou a entidade – momentos críticos como o incêndio da sede, além da reforma universitária, principal pauta do movimento estudantil hoje. A derrubada do prédio da Praia do Flamengo e a luta pela retomada do terreno que tinha virado estacionamento, estão descritos no livro. Assim como os impasses atuais.

A UNE apóia Lula e recebe verbas oficiais, mas enfrenta a resistência de alguns grupos que acusam a entidade de adesismo.

- A UNE enfrenta essa questão, como aliás a esquerda toda. Algum preço a gente vai ter que pagar pela perda desse sentimento de rebeldia – diz Maria Paula - Mas , atualmente, a articulação passa menos pelos partidos do que pela proximidade com as camadas mais excluídas, como os sem teto, os sem terra e os índios. A renovação poderia recompor a capacidade de transformação do movimento estudantil.

Jovens dos 60 vistos com olhar de hoje

• A militância jovem vai rea­parecer também nos palcos, com a peça "Lembrança de um sonho", que estréia dia 16 de agosto no Teatro Glória. Ela mostra um mesmo casal em duas épocas - 1968 e 2008. Nos anos 60, ela é uma guerrilheira de esquerda e ele, filho de um homem de di­reita. Nos dias de hoje, eles continuam juntos - ela dona de casa, ele desembargador -, mas há um segredo do passado que vem à tona.

O elenco tem nomes como Monique Alfradique e Maria Claudia. A direção é de Regia­na Antonini.

- É importante o jovem de hoje conhecer o de ontem pa­ra dar "uma sacudida nessa pasmaceira - diz Regiana, de 45 anos. - Os jovens de hoje não querem mudar o mundo, querem mudar a vida deles, lutam por um lugar ao sol. Os dos anos 60 queriam mudar o mundo como um to­do, não só o mundo deles.

Autor do texto, Luiz Carlos Maciel fez a peça sob encomenda. Criou um espetáculo que inclui desde os estudantes que protestavam até os que eram terroristas de direi­ta e os hippies.

- Quis colocar as coisas da época em perspectiva, vis­tas com os olhos de hoje. E quis mostrar todos os lados, fazer uma coisa equânime, para ser esculhambado tanto pela direita como pela esquerda - conta ele.

Autor do pedido a Maciel, o produtor Oddone Monteiro - que também participa da peça - acha que a juventude atual precisa conhecer mais profundamente os.anos 60.

- Os jovens dos anos 60 eram mais voltados para o coletivo. Os de hoje estão mais no plano individual. Como diz a Irene Ravache, a nova gera­ção é menos apaixonada, está precisando se levantar - diz. - Mas está começando uma faisquinha, como vimos na in­vasão da reitoria em São Pau­lo. Falta acender.


Correio Braziliense - 15/7/2009

Verbas públicas/

Cofres abertos para a UNE

Integrante da base política do governo, União Nacional dos Estudantes recebeu em 2009 mais de R$ 2,49 milhões em recursos federais. Valor é 54% maior do que o transferido em todo o ano passado

Diego Moraes

A União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das entidades que compõem a base política do PT e do atual governo, recebeu 54% a mais em recursos federais este ano do que em todo o ano passado. Em 2008, a liberação de verbas para a instituição somou R$ 1,61 milhão, enquanto em 2009 o valor já supera a cifra de R$ 2,49 milhões. Os dados são do Portal da Transparência.

A entidade argumenta que a maior parte do dinheiro foi obtida por meio de emendas parlamentares. Sustenta que o repasse mais robusto este ano é resultado de um trabalho maior de mobilização da entidade no Congresso Nacional em 2008, durante a elaboração do Orçamento da União. Mas o governo não é obrigado a liberar as emendas. Faz isso apenas quando julga conveniente ou prioritário. Ainda assim, a UNE nega favorecimento. “Não há um privilégio no atual governo, apenas um diálogo maior”, afirma a presidente da instituição, Lúcia Stumpf.

Os dirigentes da entidade reconhecem que ela depende dos recursos federais para manter as atividades, mas sustentam que isso não compromete a autonomia. Coincidência ou não, o 51º Congresso Nacional da entidade, que começa hoje em Brasília, terá a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele vai falar sobre o Programa Universidade para Todos (ProUni). É a primeira vez que um presidente brasileiro em pleno mandato confirma presença no evento.

A maior parte do dinheiro, R$ 2,24 milhões, foi repassada à UNE em janeiro, em dois convênios com o Ministério da Cultura. Um deles é para a elaboração de um livro sobre os 60 anos da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), fundada em 1948. O convênio foi firmado em dezembro do ano passado e está orçado em R$ 786 mil. Todo o dinheiro foi liberado em 12 de janeiro.

Além de financiar o livro, o dinheiro vai custear um evento com debates e shows de música popular no Rio de Janeiro e em São Paulo no dia do lançamento do exemplar, que, conforme o edital do projeto no Ministério da Cultura, tem que estar pronto até o fim do ano. “Há uma equipe de historiadores e pesquisadores envolvida nesse projeto”, afirma a diretora de Relações Institucionais da UNE, Márvia Scardua, para justificar o investimento.

Cuca abonado

O outro convênio, mais vultoso do ponto de vista orçamentário, é descrito no Portal da Transparência como apoio financeiro para “atividades artísticas da UNE”. Os repasses foram aprovados em dezembro e todo o dinheiro, R$ 1,45 milhão, ficou disponível para a instituição em 13 de janeiro deste ano. De acordo com a UNE, os recursos são usados para manter o Circuito Universitário de Cultura e Arte, programa conhecido como Cuca.

“O projeto está em quase todas as universidades federais para fomentar atividades artísticas”, argumenta Márvia. Segundo ela, o Cuca auxilia artistas universitários que precisam de financiamento e também ajuda eventos culturais e debates em instituições de ensino públicas e privadas. A UNE recebeu outros R$ 250 mil do governo federal para produzir, em janeiro, um encontro de associações atléticas e desportivas.

A entidade afirma que presta contas de todas as despesas feitas com verbas federais conforme prevê a legislação. Em nota, o Ministério da Cultura informou que os recursos repassados à entidade são oriundos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), financiado com base na Lei Rouanet. O dinheiro só é liberado com o aval de pareceres técnicos. A fiscalização é feita por meio de relatórios produzidos pela própria UNE e, em alguns casos, nos locais dos projetos, por amostragem.

O número 
R$ 2,24 milhões foram repassados à entidade em janeiro, a partir de dois convênios com o Ministério da Cultura


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