MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Tribunal Bertrand Russell: um onagro (quase) esquecido - por Félix Maier

Tribunal Russell II


Tribunal Bertrand Russell: um onagro (quase) esquecido



por Félix Maier em 19 de outubro de 2004

Resumo: O Tribunal Bertrand Russell foi um organismo do Movimento Comunista Internacional, destinado a “julgar” os países que combatiam o comunismo, principalmente os sul-americanos.

© 2004 MidiaSemMascara.org

“Socialism is dead, but Leviathan lives on” (O socialismo está morto, mas o seu espírito continua vivo). (James Buchanan)

O filósofo e matemático britânico Bertrand Russel (1872-1970), Prêmio Nobel de Literatura em 1950, autor de Why I am not a Christian (Por que não sou um Cristão), obra de 1936, era contra a Guerra do Vietnã, apoiou o movimento sufragista, o pacifismo e os direitos humanos.

Os “Apóstolos” eram um grupo de intelectuais, fundado em 1920 em Cambridge, Inglaterra, influenciados por Hobson (imperialismo) e Lenin, entre os quais se destacavam Keynes, Bertrand Russell, Roger Fry, Ludwig Wittgenstein, Leonard Woolf, Alfred Tennyson, Strachey, Wordsworth e Coleridge. “Ele (Bertrand Russel) foi sozinho para a Rússia, em 1920, encontrou-se com Lenin e denunciou o seu regime como ‘uma burocracia tirânica fechada, com um sistema de espionagem mais sofisticado e terrível do que o do Czar e com uma aristocracia tão insolente e insensível quanto’. (...) Embora (Russell) compartilhasse de seu (o dos “Apóstolos”) pacifismo, ateísmo, anti-imperialismo e das idéias gerais progressistas, desprezava a sua apatia pegajosa; o Grupo, por sua vez, o rejeitou” (Paul Johnson, in Tempos Modernos, pg. 140-1). (1)

O Tribunal Bertrand Russell (TBR) foi um organismo do Movimento Comunista Internacional (MCI), autêntico onagro (2), destinado a “julgar” os países que combatiam o comunismo, principalmente os países sul-americanos, os quais eram acusados, em pseudojulgamentos (“tribunais”), como violadores dos direitos da pessoa humana. O TBR nunca criticou ditaduras de esquerda, como a da URSS (Gulags, invasão da Tchecoslováquia, perseguição a dissidentes, hospitais psiquiátricos) e de Cuba, nem a ditadura militar peruana, de esquerda, de Velasco Alvarado, assessorado pelo brasileiro Darcy Ribeiro.

O Tribunal Bertrand Russell I foi constituído em Londres, em 1966, pelo secretário pessoal de Russell. Quando Russell, que era pacifista de boa fé, viu com clareza os reais objetivos do onagro comunista, afastou-se do movimento. Por pressão dos serviços secretos britânicos, o TBR foi transferido para Estocolmo, Suécia, onde foi convocado, pela primeira vez, para “julgar” os crimes cometidos pelos americanos no Vietnã.

Posteriormente, com o nome de Tribunal Bertrand Russell II, o onagro vermelho foi transferido para Roma, ocasião em que foi presidido pelo jurista Lelio Basso, eleito senador pelo Partido Comunista Italiano (PCI). Os países latino-americanos processados pelo TBR foram: Brasil, Paraguai, Guatemala, Haiti, Porto Rico, Chile, Uruguai e Bolívia. Os governos militares que governaram esses países eram denominados de “fascistas” pelo TBR e acusados de estarem a serviço do “imperialismo americano”.

Em 1º de abril de 1974, numa sessão do TBR, subversivos brasileiros apresentaram testemunhos, mediante pagamento financeiro: Miguel Arraes, Fernando Gabeira, Frei Tito, Onofre Pinto, Gregório Bezerra. Em janeiro de 1975, após analisar extenso informe do professor brasileiro na Universidade de Vincennes, Francisco Andrade, ligado ao grupo terrorista Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighela, o TBR condenou o Brasil, além de julgar também o Chile, o Uruguai e a Bolívia, todos culpados de “crimes contra a humanidade”.

O TBR deu origem ao Tribunal Permanente dos Povos, reconhecido pela ONU, o qual surgiu em 1979 por iniciativa de Lelio Basso, que foi jurado e relator do TBR. Na década de 1990, o Tribunal dos Povos foi trazido ao Brasil por Luíza Erundina, que tentou ressuscitar o onagro vermelho, aplicando a técnica da plastinação (3) ao frankenstein vermelho que se nega a morrer depois da derrocada soviética.

Outros onagros utilizados pela antiga URSS para realizar sua guerra psicológica em todo o mundo foram:

- Federação Sindical Mundial, com sede em Praga, contava com 138 milhões de inscritos, operava em 56 países;

- Conselho Mundial da Paz (Helsinque, mais de 100 comissões pela paz, em nível nacional);

- Federação Mundial da Juventude Democrática (Budapeste, 100 milhões em 180 organizações da juventude);

- União Internacional de Estudantes (Praga, 4 milhões em 87 organizações);

- Federação Internacional de Mulheres Democráticas (Berlim, 200 milhões em 9 países);

- Federação Mundial dos Sindicatos de Professores (Praga, 7,65 milhões em 25 países);

- Organização Internacional dos Jovens (Praga, 140 mil em mais de 100 países);

- Organização Internacional do Rádio e da Televisão (Praga, com subgrupos em 19 países);

- Associação Internacional dos Advogados Democráticos (Bruxelas, cerca de 50 sucursais e subgrupos);

- Federação Mundial dos Trabalhadores da Ciência (Londres, 300 mil em 51 países);

- Federação Internacional dos Combatentes da Resistência (Viena, 4 milhões em 470 organizações em 20 países).

No Brasil, os onagros vermelhos também prosperaram, especialmente as “associações culturais” com a URSS, Cuba e países do Leste europeu, como a Tchecoslováquia, que eram meros órgãos de fachada para a divulgação da doutrinação marxista. A União Nacional dos Estudantes (UNE), dirigida por José Serra, candidato a prefeito por São Paulo em 2004, foi outro onagro que recebeu o “ouro de Moscou” via União Internacional dos Estudantes (UIE).

Onagros importantes da atualidade, que mesclam socialismo, anarquismo, ecologia, “direito da mulher de usar seu próprio corpo” (aborto), “homoafetividade” (união gay) e antiamericanismo são a Anistia Internacional, o Foro de São Paulo, o Fórum Social Mundial e a Rede Liliput. Sem falar dos “onagreens” (4), que florescem mais que cogumelos em invernadas com o gramado cheio de bosta de vaca.

A Rede Liliput é ligada ao Fórum Mundial das Alternativas e é presidida pelo padre Alex Zanotelli, figura ativa da Teologia da Libertação na Itália, espécie de Frei Betto local. O nome “Liliput” e o estilo de atuação de tal rede faz referência à obra do escritor irlandês Jonathan Swift, em que uma multidão de “anõezinhos” conseguiu neutralizar o “gigante” Gulliver. Hoje, o gigante a ser acorrentado e destruído pelas esquerdas liliputianas é Tio Sam e o dito “neoliberalismo”.

Anteriormente, com o MCI, a estrutura era hierárquica, em torno de um partido comunista do país, sob comando supremo do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Hoje, a estratégia socialista é horizontal, com milhões de organizações contestatórias espalhadas por todo o mundo, para combater o G-8, o FMI, a OMC, o Banco Mundial, o Fórum da Davos, a ALCA, o “neoliberalismo” e, principalmente, Tio “Gulliver” Sam. Vale dizer, o capitalismo. As táticas desenvolvidas pelas “redes liliputianas” mundiais incluem congressos, como o Fórum Social Mundial (FSM), realizado em Porto Alegre nos anos de 2001, 2002 e 2003, voltando em 2005 para a capital gaúcha, já que em 2004 o Fórum foi realizado na Índia, para fermentar as inúmeras organizações contestatórias latentes naquele país.

O ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio, intelectual com participação importante no III FSM (2003), afirmou que tem entre seus objetivos “recuperar criticamente a expressão histórica e política da nova esquerda e do movimento operário e comunista em geral”, além de participar da atual tentativa de “refundação teórica do marxismo” (CubDest, 6 Fev 2003).

A Organização das Nações Unidas (ONU), órgão carcomido pela burocracia, pela corrupção e por idéias socialistóides, já é um onagro disfarçado há muito tempo e precisa urgentemente de uma reforma completa.

O Tribunal de Nüremberg, que promoveu os processos contra criminosos nazistas depois da II Guerra Mundial, foi o mais famoso dos tribunais. Além do TBR, outros “tribunais” também tentam gravar seu pezinho na calçada da fama:

- Tribunal de Haia - Também conhecido como Corte Internacional de Justiça (CIJ), foi criado pelas Nações Unidas em 1945 e instalado em Haia, Holanda, em 18 de abril de 1946. Só países podem ser partes de casos julgados pelo Tribunal, que é composto por 15 juizes de países diferentes, com direito a 9 anos no cargo, entre eles o brasileiro Francisco Rezek (a partir de 1996).

- Tribunal Penal Internacional (TPI) - Criado em julho de 1998 em Roma, o TPI representa um passo nos esforços da comunidade internacional para estabelecer a lei - e não os interesses nacionais de cada país - como o princípio que rege suas relações. Sua principal contradição: há um choque entre a soberania nacional - o mais sagrado princípio do direito internacional moderno - e a autoridade de um poder judiciário supranacional que se eleva acima das nações.

O ex-Presidente da antiga Iugoslávia, Milosevic, foi entregue ao TPI, em 2001, para julgamento de “crimes de guerra” e um de seus generais, Radislav Krstic, foi condenado, pelo mesmo Tribunal, em 2001, a 46 anos de prisão pela morte de 8.000 muçulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995. Sente-se falta nesta lista dos generais da OTAN, que promoveram a “diplomacia de cruzeiro” (5) contra toda a Sérvia durante a Questão do Kosovo, em 1999, destruindo toda a infra-estrutura do Estado balcânico e matando mais de 5.000 civis.

Mais dia, menos dia, o TPI poderá também se transformar em um onagro planetário, a exemplo da ONU, com o atual avanço avassalador das esquerdas em nível mundial, apesar do desastre soviético. Enquanto Fidel Castro, aliado dos terroristas das FARC e da ETA, é recebido de braços abertos por muitos governos, como o de Lula da Silva, Augusto Pinochet, embora tendo salvo o Chile da hidra vermelha, é execrado mundialmente, foi preso em Londres e responde a dezenas de processos em seu país.

- Tribunal Revolucionário - Promovido por terroristas, faziam “justiçamento” de desafetos e de próprios companheiros de guerrilha. O mesmo que “tribunal vermelho”.

Um caso famoso de “justiçamento” ocorreu durante a Operação Registro, em São Paulo, quando o capitão-terrorista, desertor do Exército e ladrão de armamentos de sua própria Companhia, Carlos Lamarca, mandou executar o tenente Alberto Mendes Júnior, da PM paulista, morto a coronhadas de fuzil na cabeça. O local do enterro do tenente Mendes foi apontado por Ariston (codinome “Rogério”), participante do episódio, depois de preso e, feita a exumação do corpo, no dia 9 de setembro de 1970, comprovou-se as mentiras de Lamarca sobre o assassinato: “Depois de algumas discussões, julgamos e justiçamos o Tenente Alberto Mendes Júnior, que ia como prisioneiro. Foi fuzilado e o seu corpo lançado ao Rio Ribeira, para que não servisse de sinal à direção que seguíamos” (depoimento de Carlos Lamarca in A Esquerda Armada no Brasil, de Antonio Caso).

- Tribunais sem Rosto - Criados em 1992 pelo Presidente Alberto Fujimori (Peru), como parte da legislação antiterrorista, num período em que os grupos subversivos encontravam-se no apogeu de sua ação violenta, especialmente o Sendero Luminoso. Os juízes “sem rosto” eram instalados atrás de espelhos de uma só face ou vestindo capuzes, durante os julgamentos dos terroristas. No dia 16 de outubro de 1997, esses tribunais foram extintos. Organizações de “direitos humanos” afirmam que cerca de 1.400 pessoas foram injustamente condenadas pelos “tribunais sem rosto”.

- Tribunal Sader - Proposto por Emir Sader, uma das mais atuantes “libélulas da USP” (6), pretende tratar dos assim chamados “crimes econômicos”. A tese de Emir Sader é bem simplória: para ele, os “crimes econômicos” perpetrados pelo capitalismo e pela globalização econômica do planeta são muito superiores aos crimes executados pelo comunismo (que ele defende até hoje), que deixou um saldo de mais de 100 milhões de mortos no século XX. Ou seja, apenas mais uma pérola “novilíngua” de Sader, esforçado aprendiz da arte da desinformação, tentando ocultar os crimes enunciados no Livro Negro do Comunismo. As políticas governamentais de nosso Estado teriam que obter o nihil obstat de intelectuais como Sader e outros nomeados por ele próprio: Celso Furtado, Antônio Cândido, D. Luciano de Almeida, Evandro Lins e Silva etc. A esquerda, parece, não consegue viver sem o dualismo “capitalismo x comunismo”, hoje substituído pelo duelo “liberalismo x comunitarismo” (ou Fórum de Davos x Fórum Social Mundial).

Notas:

(1) JOHNSON, Paul. Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80. Biblioteca do Exército Editora e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994 (Tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Maranhão da Matta).

(2) Onagro - Termo utilizado por Jacques Vindex e Gabriel Veraldi a respeito das “caixas de ressonância” ocidentais na análise dos “agentes influenciadores soviéticos de Lenine a Gorbachev”. Segundo os dicionários, onagro é: 1. Espécie de burro de grande porte; 2. Máquina de guerra que serve para destruir muralhas.

Os onagros eram organizações de fachada do MCI, para difusão da doutrina marxista. “Os autores observaram, em 1988, que ‘a URSS tem necessidade de lavar a sua psico-estratégia tal como a Máfia de lavar o seu dinheiro sujo. O recuo tático dos noventa partidos comunistas atingiu, numa primeira linha, as organizações de fachada’ ” (Vladimir Volkoff, in Pequena História da Desinformação - do Cavalo de Tróia à Internet, pg. 144-5. Editora Vila do Príncipe Ltda., Curitiba, 2004).

(3) Plastinação - Técnica que consiste em desidratar quimicamente os membros do corpo humano e depois preenchê-lo com silicone, epóxi ou poliéster, para utilização como prótese (a exemplo das pernas e braços “emborrachados” feitos pelo professor de anatomia neurológica, Roy Glover).

(4) Onagreens - Antigos onagros vermelhos, hoje convertidos em “greens” (verdes), que são tanto os políticos dos partidos verdes, quanto as ONGs preservacionistas (WWF, Greenpeace e similares).

(5) Diplomacia de cruzeiro - Política do “Big Stick” norte-americano, a exemplo dos ataques da “ONU” contra o Iraque (1991), da “OTAN” contra a Sérvia (1999) e dos EUA contra o Iraque (2003), utilizando mísseis de cruzeiro (cruise missile) “Tomahawk” e destruindo toda a infraestrutura de ambos os países.

(6) Libélulas da USP - Trocadilho de Libelu (Tendência Liberdade e Luta), grupo estudantil-lambertista, que atuava na USP (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). O Ministro da Fazenda do governo Lula da Silva, Antônio Palocci, foi um de seus integrantes.

A USP foi fundada em 1934, no governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni, numa das matrizes de difusão do Marxismo. As “libélulas da USP” formam, pois, a intelectualidade marxista existente principalmente na Faculdade de Filosofia e Letras da USP, onde há o maior número de PhD em lingüística de pau por metro quadrado no país: Emir Sader, Marilena Chauí, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder, Paul Singer etc.

Além dessas “libélulas” ainda atuantes na USP, podemos citar FHC, que alçou vôo extra muros, tornou-se presidente e pediu para que todos esquecessem o que escreveu quando era filiado à Ordem dos Odonatos.

Fonte: Publicado originalmente em Usina de Letras em 04/07/2004.


Obs.:

Outros tipos de Justiça e de "Justiçamento" (da minha obra A Língua de Pau - Uma história da intolerância e da desinformação):


Justiça de Transição - Conceito surgido após reunião organizada pela Fundação Ford, em Nova York, em 2000. Juristas e defensores de “direitos humanos” discutiram as formas jurídicas para a reconstrução dos países em transição para regimes democráticos. Até aí, muito louvável, pois o foco eram países que estavam saindo de guerras civis, como na África. A esquerda brasileira, porém, tenta aplicar esse conceito pauleira internamente, como se os governos militares tivessem deixado como herança uma Somália ou Etiópia. Assim, criaram os Planos Nacionais de Direitos Humanos (já na versão 3.0), a Comissão da “Verdade” (o Pravda tupiniquim) e comissões de busca pelas ossadas de ouro dos guerrilheiros do Araguaia, além da tentativa de revisão da Lei da Anistia, tudo com o intuito de satanizar as Forças Armadas que combateram os “honoráveis terroristas” e levar antigos agentes de Segurança aos bancos dos réus.

Justiça social - Expressão pauleira que faz sucesso em todos os espectros ideológicos, até os papas em Roma ficam hipnotizados com este pleonasmo. Justiça é justiça e ponto final. O filósofo americano John Rawls, autor de Teoria da Justiça (1971), criou uma utopia da equidade social e econômica que cativa muita gente, especialmente os socialistas. Para ele, ninguém merece o que tem, porque, de uma forma ou de outra, a pessoa foi beneficiada por algum fato que escapa a seu alcance, como posição social ou boa instrução. Em seu “princípio da diferença”, “só serão permitidas as desigualdades sociais e econômicas que visem ao benefício dos membros menos favorecidos da sociedade” (SANDEL, 2012: 189). Isso significa que a justiça só se fará se os “privilegiados” do sistema ajudarem a minimizar o sofrimento dos mais pobres, como o pagamento de impostos ou vultosas doações a entidades filantrópicas. Rawls chega ao absurdo de propor o casamento de mulheres bonitas com homens feios, e vice-versa, de modo que a justiça seja feita. O sonho de Rawls, como de todo socialista, é transformar a sociedade humana num imenso formigueiro.

Justiçamento - Eufemismo comunista para assassinato, promovido contra pessoas de órgãos de Segurança ou contra próprios “camaradas”. A Ditadura Derrotada, de Elio Gaspari, na pg. 392, cita apenas 3 justiçamentos. “Pesquisadores mais atentos e confiáveis relacionam mais sete, a saber: a ALN matou um militante por julgá-lo informante do Cenimar; a VAR-Palmares assassinou dois criminosos comuns, recrutados para participar de ações armadas, por considerar que sabiam demais sobre a organização terrorista; no Maranhão, em fevereiro de 1971, a APML matou o militante Antonio Lourenço; em Pernambuco, em agosto de 1971, o PCR matou o militante Amaro Luiz de Carvalho; na Base da Gameleira, PA, em Xambioá, foram fuzilados por elementos das forças guerrilheiras do PCdoB, por desejarem abandonar a área da guerrilha, Rosalino Cruz Souza (Mundico) e “Paulo” (não identificado). Mundico foi morto pela célebre “Dina”, Dinalma da Conceição Oliveira Teixeira, uma das desaparecidas pelas quais estamos pagando indenização” (Gen Div Negrão Torres - HOE/1964, 1964, Tomo 14, pg. 82). Leia no ORVIL (https://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf), pg. 33 a 38, “Os crimes do PCB”.

BIBLIOGRAFIA:

SANDEL, Michael J. JUSTIÇA - O que é fazer a coisa certa. Civilização Brasileira, Rio, 2012 (Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo).

MOTTA, Aricildes de Moraes (Coordenador Geral). História Oral do Exército - 1964 - 31 de Março - O Movimento Revolucionário e sua História. Tomos 1 a 15. Bibliex, Rio, 2003.


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Veja ainda:

Membros do Tribunal





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