O CASO HERZOG
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Correio Braziliense: central da desinformação
por Félix MaierVLADIMIR
HERZOG: SUICÍDIO OU MORTE SOB TORTURA?
“Minha terceira história
refere-se à época em que morreu aquele jornalista, o Vladimir Herzog. Era Chefe
do Estado-Maior na 2ª. RM e o General Antônio Ferreira Marques era Chefe do
Estado-Maior do II Exército.
O General Ednardo D’Ávilla
Melo, em respeito ao Presidente Ernesto Geisel, nomeou o General Fernando
Guimarães de Cerqueira Lima, seu ex-assistente, para encarregado do inquérito;
um general recém-promovido, que fora nomeado Comandante da Brigada de Caçapava,
um brilhante oficial, meu amigo desde Capitão, mais antigo que eu três turmas.
Homem de caráter, fez o inquérito com toda a lisura. À época, chegou para mim e
disse:
- Oliva, estão aqui as
fotografias do Herzog.
Por que ele me mostrou?
Cerqueira Lima tinha um problema nos rins, uma virose, e todo dia depois do
almoço necessitava descansar meia hora; tinha que deitar, pelo que passou a
usar o meu apartamento, no QG.
As fotografias apresentavam
o corpo pendurado e depois nu. Não apresentava marca nenhuma. Os legistas têm
um método em que lavam o corpo e se existirem sinais de tortura, os sinais
aparecem. Mas não havia nada. Ele enforcou-se com o próprio cinto – até então
os presos ficavam com o cinto para segurar a calça, depois foi proibido, o
preso tinha que segurar as calas com a mão. Perguntei-lhe:
- Cerqueira, alguém morre
nessa posição?
- Oliva, eu não sei. Pedi
para três médicos legistas me darem parecer, sobre se é possível alguém se
matar dessa maneira. Os três afirmaram que sim. Nenhum preso ouviu nada, nem
carcereiro, ninguém ouviu nada. O que eu tenho de concreto são os três
pareceres dos médicos, logo concluo que houve suicídio.
Cerqueira Lima disse que
para ele foi suicídio; até agora, com a prova que existe, documental, foi
suicídio. Após o enterro, o ‘Estadão’ publicou declaração do rabino – o Herzog
era judeu -, que o enterro tinha sido antecipado por ordens superiores. Diziam que
um capitão tinha dado essa ordem ao rabino. Nada disso tinha acontecido, fora
notícia mentirosa.
Na ocasião, constou que a
esposa dele ia aos colégios, de sala em sala, dizendo que o marido tinha sido
torturado e morto. Começaram a promover greve estudantil. O Colégio Objetivo
funcionava na Paulista e tinha cinco mil alunos. Seria uma loucura cinco mil
meninos, nervosos na rua, à noite. Chamei lá em casa os dois diretores do
Grêmio Estudantil e perguntei-lhes se sabiam de alguém que tinha visto ou falado
algo. Disseram que não. Orientei-lhes, então, para avisar seus colegas para
terem calma e não fazerem bobagem: esperar o resultado do inquérito. Se vocês
concordarem, tudo bem, se não, façam greve. Mas agora, não. Foi o único colégio
em que não houve greve.
O General Cerqueira chegou a
pesquisar a vida dele. Soube que Herzog estava em tratamento médico, era
jornalista, atuava no jornal da TV Cultura. Politicamente, não tinha nenhuma
expressão, na minha opinião pessoal. Alguém o prendeu, não sei o motivo. Aliás,
não era a minha área. O Comando da 2ª. RM só cuidava da corrupção de militares.
Combate à subversão era com o Comando do II Exército.
Descobriu que ele estava em
tratamento psiquiátrico. Dedução lógica, então, era um homem que provavelmente
estava depressivo, em crise ou qualquer coisa dessa natureza; por ter sido
preso, poderia ter se auto-sugestionado e cometido suicídio. Admito que a
versão real seja essa, não estou dizendo que foi, eu não vi, só conheci a
documentação.
Legalmente, no inquérito, ou
você tem provas ou tem três testemunhas visuais, isso é da lei civil e militar.
Se você não apresenta três testemunhas visuais, se não possui provas
documentais, não pode condenar ninguém. Inegavelmente, foi ruim para a
Revolução, porque de qualquer modo justificou a posição dos líderes que eram
contra nós” (General-de-Exército Oswaldo Muniz Oliva, Tomo 7, pg. 76-77).
Obs.
Quando
trabalhei no Departamento-Geral do Pessoal (DGP), de 2009 a 2019, como
Prestador de Tarefa por Tempo Certo (PTTC), um coronel da Assessoria de
Planejamento e Gestão (APG) me garantiu que um soldado, em uma Unidade do RS,
não me lembro qual, havia se enforcado na prisão em situação semelhante à de
Vladimir Herzog.
F.
M.
“Tenho minhas dúvidas sobre
o que dizem em relação ao Vladimir Herzog, pois conheço a pessoa que fez o
inquérito – General Cerqueira Lima (Fernando Guimarães de Cerqueira Lima) – fui
assistente dele e seu Chefe de Estado-Maior. É um homem muito inteligente, dos
mais sérios e lúcidos que eu já via na minha vida. E ele me jurava:
- Pode ser que tenham matado
o Herzog, mas não consegui provar nada. Passei um mês sem dormir fazendo o
inquérito.
Ele tinha uma cópia do
inquérito e hoje me arrependo de não ter solicitado uma para mim. Sou metido a
escrever – daria um best seller fantástico.
No final, o D’Ávila (Ednardo
D’Ávila Mello) foi responsabilizado e exonerado do Comando” (Coronel Renato
Moreira, Tomo 8, pg. 357).
“A imprensa vive explorando
a morte do Vladimir Herzog no II Exército. Poucas vezes comenta-se que o
General-de-Exército D’Ávila Mello (Ednardo D’Ávila Mello) – que foi meu
instrutor na ECEME – foi demitido pelo Presidente Geisel por causa daquela
morte, principalmente pelo fato do morto ser jornalista. Mas ninguém sabe o
nome, nem faz referência, ao Edson Régis de Carvalho, que também era jornalista
e morreu atingido pela bomba no aeroporto de Guararapes, no Recife. Aí está o
peso da parcialidade da imprensa no que tange ao ‘revanchismo’ (Tenente-Coronel
Alexandre Máximo Chaves Amêndola, Tomo 8, pg. 397).
Segundo jornalista do Estadão, Herzog se suicidou
“Até gostaria de dar um
exemplo do que a mídia torce. Vocês devem lembrar do caso Vladimir Herzog e que
há um prêmio de reportagem Vladimir Herzog. Ele compareceu ao DOI em São Paulo
acompanhado do jornalista que era credenciado lá no II Exército e que se
chamava Paulo Nunes. Apresentou-se de manhã, às 8h da manhã, para depor. Após o
almoço, já havia terminado tudo, ficando numa sala, afastado, e, ali, ele
enforcou-se. Hoje, a imprensa publica, como subsídio para exame de vestibular,
encarte em que Vladimir Herzog foi preso e, após uma note de torturas,
amanheceu enforcado.
Digo, meu Deus, é só pegar o
Estadão da época para ver o que
acontecem, mas não se preocupam com isso. O que fica valendo para o jovem, que
vai fazer o vestibular, é o que consta nesse recorte que lhe foi fornecido. Mas
é a história que eles contam e, a partir daí, passou a ser verdade, mas a
verdade foi contada detalhadamente pelos jornais da época, como O Estado de São Paulo, ao qual já me referi.
A
verdade foi mostrada pelo jornalista Paulo Nunes. Ele testemunhou, dizendo: ‘Eu
fui levar o Herzog de manhã às 8h e às 16h iria busca-lo. Foi uma surpresa para
nós, para todos nós que ele tenha se enforcado’. Digo que este sujeito não era mais que um jornalista, não
tinha nada de importante.
Não
era importante. [entrevistador]
Hoje, ninguém sabe que ele
era um jornalista como outro qualquer. Associou-se a sua pessoa uma figura de
grande renome. Prêmio Vladimir Herzog – para um judeu, apátrida, que nem
brasileiro era.
Um
estrangeiro metendo o bedelho nas nossas coisas...
[entrevistador]
Ele era iugoslavo, saiu da
Iugoslávia, foi para a Itália e depois para o Brasil e, aqui, deram cidadania
brasileira. Consta que foi locutor da BBC em Londres” (Coronel Audir Santos
Maciel, Tomo 11, pg. 151-152).
Obs.
Prêmio
Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia & Direitos Humanos
A
esquerda é rápida em fabricar heróis, como foi o caso de Vladimir Herzog, o
Vlado, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, atuante na base comunista
infiltrada na revista Visão e, depois,
na TV Cultura – vulgo “Viet-Cultura”, e mais recentemente, Marielle Franco,
vereadora carioca pelo PSol, duas personalidades opacas que, depois da morte,
foram elevadas ao Olimpo dos Heróis da Pátria.
Veja, Visão, Realidade,
Vozes
eram revistas que serviam de ninho para jornalistas comunistas, que ditavam o
que podia e o que não podia ser publicado. Isso, durante a “ditadura”. Que
ditadura foi essa?
Todo
ano, personalidades e órgãos de esquerda recebem o Prêmio Vladimir Herzog pelo
único motivo de serem de esquerda – cfr. os vencedores do Prêmio em 2019:
Na
mesma época da morte de Vladimir Herzog, morreram no DOI-CODI, em condições
semelhantes, o tenente PM José Ferreira de Almeida e o operário Manoel Fiel
Filho. Ao contrário de Vlado, estes nunca são lembrados pela mídia militante.
Afinal, não eram jornalistas. Nem pertenciam ao Partidão.
F. M.
Vladimir
Herzog, agente do Serviço Secreto inglês?
“Mas
não foi o General [Cerqueira Lima] que me levantou esse outro aspecto. Isso eu
vi e ouvi na televisão, comentado pelo Paulo Francis – um homem de esquerda –
quando se referia ao assunto em um de seus programas. Ele disse que se
investigassem os seis meses durante os quais o Herzog passara desaparecido, e se
conseguissem descobrir onde ele estivera, concluiriam que, na verdade, ele fora
um agente duplo, a serviço de sua Majestade. [entrevistador]
Não, não acredito.
É
fantástico! É assunto para escrever um livro. [entrevistador]
É a primeira vez que eu ouço
tal afirmativa.
Mas
é uma tese até romântica. [entrevistador]
Os ingleses não reclamam nada.
Não, talvez por isso é que
ele cometeu suicídio. Achou que não conseguiria guardar o segredo e na hora que
descobrissem que ele não era só agente do partidão, não era homem do Trotski,
do Brejnev e que, na realidade, o líder dele era a rainha-mãe, ele se
desmoralizaria e iriam justiça-lo. Porque ele morreu glorificado, vítima da
nossa violência. E, se falasse, morreria jutiçado. Agora, há um detalhe, que dá
maior credibilidade a essa teoria: ele foi locutor da BBC de Londres durante
dois anos” [entrevistador] (Coronel Amarcy de Castro e Araújo, Tomo 8, pg.
375-376).
Obs.
O
ex-governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins, afirma que Vladimir Herzog
foi agente do Serviço Secreto inglês – cfr. https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/04/vladimir-herzog-agente-duplo.html.
F.
M.
Paraquedista
é indisciplinado. Palavra de general.
“Aproveito esta ocasião para
prestar uma outra homenagem, ao General de Exército Ednardo D’Ávila Mello. Como
capitão e major, servindo na Vila Militar, no 26º. Pqdt, em nossa guerreira
Brigada de Infantaria Paraquedista, visitava comumente o General D’Ávila em sua
residência no Rio de Janeiro. Unia-me ao general por laços fraternos. O estimado
Chefe tinha sido praticamente punido – episódio do suicídio do Wladimir Herzog,
em São Paulo -, manchado o seu nome para o resto da vida como ‘torturador’.
Indisciplinado, major
paraquedista, como todos aqueles malucos que comigo serviam, visitando o
general, disse:
- General, o senhor não quer
que a gente faça alguma coisa? Levante o dedo que iremos fazer algo pelo
senhor.
- Penha Alves, você é meu
amigo, mas tem um péssimo defeito: é paraquedista, e paraquedista é
indisciplinado – respondeu ele. – Volte para o seu quartel e diga aos seus
colegas para tratarem da sua vida militar, adestrando nossos soldados,
executando saltos de paraquedas. Tenho todos os motivos do mundo para estar
ressentido com a minha Força, mas não vou mexer um dedo para acabar com a
coesão. Assisti à divisão dos comandantes, aqui na Vila Militar, no período
pré-revolucionário, e o João Goulart teve um mérito imenso para a Revolução:
permitiu que a Força, que estava com algumas dissidências, se unisse. Foi o
catalisador, embora contrário a nós.
E o general concluiu:
- Não seria eu que
destruiria essa coesão” (Coronel Manoel da Penha Alves, Tomo 6, pg. 220).
Adendo:
Residência
de Vlado serviu de esconderijo para Marighella
“Anos antes, no fim de 1968,
quando Vlado nem cogitava assinar ficha no Partidão, um dos expoentes da luta
armada, Carlos Marighella, foi um furtivo hóspede de sua casa, que várias vezes
serviu de ‘ponto’ para encontros do líder da ALN com sua companheira, Clara
Charf” (Audálio Dantas, in “As duas guerras de Vlado Herzog”, Civilização
Brasileira, Rio, 2ª. edição, 2014, pg. 90 – vencedor do Troféu Juca Pato 2013).
F.
M.
MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/09/memorial-31-de-marco-de-1964-textos.html
HISTÓRIA ORAL DO EXÉRCITO – 31 MARÇO 1964
http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/09/historia-oral-do-exercito-31-de-marco.html
Ainda:
Baixe o livro “Arquipélago Gulag” em https://www.docdroid.net/BUe5N4M/aleksandr-solzhenitsyn-arquipelago-gulag-pdf.
Veja 741 fotos dos Gulags em https://www.gettyimages.pt/fotos/gulag?phrase=gulag&sort=mostpopular
Veja 63.080 imagens e fotos do Comunismo em https://www.gettyimages.pt/fotos/comunismo?phrase=comunismo&sort=mostpopular
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