Ação Libertadora Nacional (ALN)
Félix Maier
A Ação Libertadora Nacional (ALN) foi um grupo terrorista, cujos fundos eram obtidos por assaltos e dinheiro recebido de Cuba. “Militei na Ação Libertadora Nacional (ALN), uma organização guerrilheira que mantinha excelentes relações com Cuba. Muitos de nossos companheiros receberam treinamento militar na ilha para enfrentar com armas a ditadura militar que havia deposto um governo legitimamente eleito” (Paulo de Tarso Venceslau, “30 Moedas”, site Jornal Contato, acesso em 13/5/2011).
O Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP) havia sido criado em 1967 pelo terrorista Carlos Marighella, após este ser expulso do PCB, depois da Conferência da OLAS, em Cuba. Somente a partir de 1969 o AC/SP, também conhecido como Ala Marighella, passaria a utilizar a denominação Ação Libertadora Nacional (ALN). Sua obra Minimanual do Guerrilheiro Urbano foi traduzida para vários idiomas e foi o “livro de cabeceira” dos grupos terroristas Brigadas Vermelhas, da Itália, e Baader-Meinhoff, da Alemanha. “... os “tiras” e policiais militares que têm sido mortos em choques sangrentos com os guerrilheiros urbanos, tudo isto atesta que estamos em plena guerra revolucionária e que a guerra só pode ser feita através de meios violentos” (trecho do Minimanual).
Entre 1967 e 1970, comunistas ligados a Marighella e à VAR-Palmares de Dilma Rousseff e outros "honoráveis terroristas" atuaram em Brasília e seu entorno, como fazendas de Formosa, GO, e Paracatu, MG, com aliciamento de estudantes da Universidade de Brasília, liderados por José Carlos Vidal (“Juca”), junto com outro líder estudantil, Luís Werneck de Castro Filho. Em 1968, o grupo de Marighella realizou treinamento de guerrilha próximo ao Rio Bartolomeu, em exercícios de tiro com metralhadora INA e revólver .38. No mesmo ano, Edmur Péricles de Camargo foi enviado por Marighella para fazer um levantamento para instalação de guerrilhas nos arredores das cidades de Formosa, Posse, São Romão, Pirapora e São Domingos.
No dia 10/8/1968, a ALN assaltou o trem-pagador Santos-Jundiaí, levando NCr$ 108 milhões, ação que consolidou a entrada da ALN na luta armada; nesse assalto, além de meu tio materno Arno Preis e outros, participou o ministro da Justiça do Governo FHC, Aloysio Nunes Ferreira Filho, que fugiu em seguida para Paris com sua esposa Vera Trude de Souza, com documentos falsos.
“Na terça-feira de carnaval de 1969, foi realizado um assalto ao posto de identificação da Asa Norte, de onde foram roubadas mais de cem células de identidade, uma máquina de escrever e carimbos. Participaram da ação: Fabiani Cunha, Francisco William de Montenegro Medeiros, Maurício Anísio de Araújo, Adolfo Sales de Carvalho, Gilberto Thelmo Sideney Marques e Ronaldo Dutra Machado” (“Agrupamento Comunista se expande para o Planalto Central”, site A Verdade Sufocada, 15/4/2011).
Junto com o grupo terrorista MR-8, de Fernando Gabeira, a ALN sequestra o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, no Rio de Janeiro, em 4/9/1969, por cujo resgate foram libertados 15 terroristas (entre os quais estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu).
Marighella foi morto pela polícia em São Paulo, no dia 4/11/1969. Após o sequestro do embaixador americano, as prisões de terroristas tiveram sequência: no dia 1/10 foi preso em São Sebastião, SP, o coordenador do setor de apoio, Paulo de Tarso; no dia 2/11 foram presos no Rio de Janeiro freis Fernando e Ivo; no dia 3/11, já em São Paulo, Frei Fernando “abriu” o restante da rede de apoio, sendo presos os freis Tito e Jorge, um ex-repórter da Folha da Tarde, responsável pelas fotos dos documentos falsos, e um casal de ex-diretores do mesmo jornal; Frei Fernando foi quem levou ao “ponto” com Marighella, no dia 4/11, após revelar duas senhas, pois era o responsável pela coordenação das atividades dos dominicanos com Marighella, desde a saída de Frei Osvaldo de São Paulo, em junho daquele ano. Combinado o encontro com Frei Fernando, Marighella resistiu à ordem de prisão quando entrava no carro de Frei Fernando, sacando um revólver, quando foi morto pelos policiais.
A morte de Marighella repercutiu no Brasil e no exterior. Com a morte de Marighella, assumiu o comando Joaquim Câmara Ferreira, o “Toledo”, que viajou a Cuba com Zilda Xavier para receber instruções de Fidel Castro, país em que um dos fundadores da ALN, Agonalto Pacheco, estava em choque com as autoridades locais, especialmente o comandante Manuel Piñero, o “Barbarroxa”, acusado de desvirtuar as iniciativas do AC/SP. Câmara Ferreira foi preso no dia 23/10/1970, em São Paulo; cardíaco, sofreu enfarte na viatura policial, vindo a falecer; Carlos Eugênio Paz, em seu livro Viagem à Luta Armada (Editora Civilização Brasileira, 1996), fantasia a história, dizendo que “Toledo” foi torturado até a morte pelo delegado Fleury; essa versão é negada por Luís Mir (A Revolução Impossível, pg. 560).
Em um bolso de “Toledo”, foi encontrada carta de Frei Osvaldo Rezende, onde constavam contatos internacionais, projetos políticos e ligações com os governos cubano e argelino. O governo brasileiro denunciou à ONU a ingerência em seus assuntos de países que não respeitavam o direito internacional - o que não teve nenhuma consequência prática.
Em 7/9/1970, João Alberto Rodrigues Capiberibe (mais tarde governador do Amapá), “militante” da ALN, foi preso junto com sua mulher Janete e sua cunhada Eliane.
Em 23/3/1971, a ALN faz o “justiçamento” de um “quadro”, Márcio Leite de Toledo. Carlos Eugênio Paz, no livro acima citado, afirma que foi coautor desse “justiçamento”.
Junto com o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), a ALN assassinou o industrial Henning Albert Boilesen, diretor do Grupo Ultra, no dia 16/4/1971 (Sebastião Camargo, da empresa Camargo Correia, era também alvo para sequestro e “justiçamento”, mas prevaleceu a escolha de Boilesen, porque era considerado “espião da CIA” e patrocinador da OBAN).
Terroristas da VAR-Palmares, da ALN e do PCBR assassinam o marujo da flotilha inglesa em visita ao Rio de Janeiro, David A. Cuthbert, de 19 anos, no dia 8/1/1972; nos panfletos, os terroristas afirmaram que a ação era em solidariedade à luta do IRA contra os ingleses.
Em 1971, a ALN divide-se em duas facções: o Movimento de Libertação Nacional (MOLIPO), parido pelo serviço secreto cubano (Dilma Rousseff e José Dirceu eram integrantes do grupo terrorista), e a Tendência Leninista (TL).
Em 1972, a ALN/SP assassina o gerente da firma F. Monteiro S/A, Valter Cesar Galatti, ferindo ainda o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalino Fernandes.
Em 1972, terroristas da ALN/GB, do MOLIPO e da ALN/SP assassinam o investigador Mário Domingos Pazariello, o soldado da PM/GO, Luzimar Machado de Oliveira (morto por meu tio materno, Arno Preis) e o cabo da PM/SP, Sylas Bispo Feche; a ALN/GB assassina em 1972 Íris do Amaral.
No dia 21/2/1973, a ALN formou um grupo de execução, integrada por três terroristas, que assassinaram o proprietário do Restaurante Varela, o português Manoel Henrique de Oliveira, acusado de ter denunciado à polícia, no dia 14/6/1972, a presença de quatro terroristas que almoçavam em seu Restaurante, três dos quais morreram logo após (na verdade, os terroristas mortos estavam sendo seguidos pelo DOI-CODI).
No dia 25/2/1973, terroristas da ALN, da VAR-Palmares e do PCBR assassinaram em Copacabana o Delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior. Pelo extenso “currículo” de Marighella, seus familiares receberam mais de 100 mil reais de “indenização”, outorgada pela famigerada “Comissão dos desaparecidos políticos”, criada no primeiro governo FHC.
Carlos Eugênio Sarmento da Paz confessou ter praticado em torno de 10 assassinatos.
Jessie Jane Vieira de Souza, outra “militante” da ALN, que participou do sequestro de um avião, chegou a ser diretora do Arquivo Público do Rio de Janeiro.
Com o auxílio do Movimento Comunista Internacional (MCI) e de padres dominicanos, como Frei Beto, a ALN tinha um sistema de propaganda no exterior, a Frente Brasileira de Informações (FBI).
Como está provado, Joaquim Câmara Ferreira não morreu sob tortura, como apregoa a esquerda mentirosa, mas de ataque cardíaco. Quem se importa com mais esta mentira, a não ser a (c)Omissão Nacional da Verdade e os esquerdistas em geral? Uma pergunta básica: o que esses terroristas assassinos esperavam receber das Forças Armadas? Flores e barras de chocolate?
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