MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Pra não dizer que não pedi perdão - por Félix Maier

Pra não dizer que não pedi perdão

por Félix Maier


12/09/2000

O ano 2000 era para ser um ano singular na história da cristandade. Era para ser a comemoração festiva do nascimento de Jesus, Nosso Salvador, ocorrido há 2000 anos. O jubileu maior, o JC 2000. Deveria ser comemorada toda a história da civilização ocidental, moldada, em última análise, nos ensinamentos do Mestre. Obviamente, há muitos pontos obscuros nessa longa marcha da Igreja nestes 2000 anos, de discriminação e violência, que todo cristão preferiria que nunca tivesse ocorrido. Mas, em sua totalidade, há aspectos dignos de se comemorar, não o ano todo, mas uma década inteira.

Entretanto, os pensadores anticlericais e ateus, eternos inimigos da cristandade, não iriam deixar passar em branco essa oportunidade de, junto com as comemorações cristãs, lembrar apenas os aspectos negativos, para bater cada vez mais forte na Igreja. Alicerçados nas idéias de um Humberto Eco ou de um Saramago, preferirão lembrar as comemorações cristãs como uma senha para açoitar uma vez mais a já tão sofrida Igreja de Cristo – especialmente a Católica. Assim, não é apenas uma simples coincidência neste ano 2000 termos nas livrarias títulos como O Papa de Hitler – a história secreta de Pio XII, de John Cornwell, e História das Inquisições, de Francisco Bethencourt. Não foi mera coincidência a Rede Globo ter colocado no ar o seriado A Muralha, panfleto com fundo nitidamente anticatólico. Nestes novos tempos, em que se fala tanto em preconceito, em discriminação, você poderá ser processado se disser uma piadinha sobre um homossexual, mas católico algum, por exemplo, tem o direito de emitir sua própria opinião contra o filme Dogma, – um ato covarde e um preconceito grotesco que fere a religiosidade de milhões de cristãos, não só de católicos. Se você reclamar, logo irão taxá-lo de conservador, de autoritário, de que você esteja querendo impor a censura na sociedade. Essa raça nefasta, que proclama que “é proibido proibir”, que tudo nos proíbe, quer nos proibir também de professar uma orientação religiosa e depois vêm, com cinismo, nos acusar de censores quando exigimos apenas um mínimo de respeito pela fé que professamos.

Fato semelhante já havia ocorrido alguns anos atrás, quando foi lançado o filme Je vous salue, Marie, apresentando Nossa Senhora como uma simples mortal, o que pode parecer correto para um cínico ou um ateu, não para um cristão ou por qualquer pessoa que respeite a religião do próximo. Saramago também rascunhou um evangelho à sua cara, onde predomina a dialética marxista, e ficou todo bicos, bocas e beiços quando houve uma reação forte em Portugal contra sua molecagem, indo morar fora do país para demonstrar sua revolta. Como Saramago não tem apreço pela fé cristã, não sabe nem nunca saberá a riqueza que perdeu ao se afastar de seu próprio povo, inegavelmente o mais religioso e mais cordato de toda a Europa. O católico nada deve opinar sobre o filme brasileiro Deus é Pai, de Allan Sieber. Ao contrário, deve ficar caladinho em seu canto, deixar que imbecis de todos os cantos o enxovalhem, que lhe chutem o traseiro como se fosse um boneco de judas em noite de Sexta-Feira Santa, que não emita um pio sequer como protesto.

Tais cineastas se julgam muito corajosos por depreciar a Igreja Católica com seus filmetes tolos. Na verdade, eles sabem que não haverá nenhuma reação violenta, pois a doutrina cristã manda “oferecer a outra face” quando se leva uma bofetada, não arrancar “olho por olho”, nem “dente por dente”. São apenas covardes. Se fossem realmente corajosos, fariam um filme depreciativo sobre Maomé ou sobre algum aspecto polêmico do islamismo. Mas, só em pensar nisso, eles se lembram imediatamente de Salman Rushdie e seu livro Versos Satânicos, e imediatamente começam a borrar as calças e a pedir penico. Católico algum deve opinar sobre o livro Outros hábitos, de Anna França, uma ex-freira lésbica descarada, que formou-se intelectualmente dentro de um colégio de freiras às custas da ajuda monetária da comunidade cristã e, como gratidão, cuspiu no prato em que comeu durante anos, crendo que estaria emporcalhando a instituição religiosa, quando na verdade estava apenas revelando ao mundo a sua gigantesca mesquinhez. Como escândalo e baixaria é produto que vende fácil, mais do que pão recém saído da padaria, a infeliz optou por receber o vil metal através do achincalhe, que julga ser contra a Igreja, mas que é apenas contra ela mesma. Aliás, ex-frades, ex-freiras e antigos estudantes de colégios cristãos, quando sem escrúpulos, são os piores inimigos que a Igreja tem alimentado e feito crescer com viço, para depois receber uma punhalada pelas costas. Veja o caminho seguido por um Fidel Castro, por um Leonardo Boff, por um Frei Betto, também saídos de instituições religiosas. Enfim, é um mistério de Deus que essas criaturas tenham feito carreira na Igreja, da mesma forma que é um mistério Judas Iscariotes ter sido escolhido por Jesus.

Ora, por que nessas comemorações de 2000 anos de cristianismo em geral e da Igreja Católica em particular não são lembrados grandes filósofos e teólogos, como Tomás de Aquino, Martinho Lutero, Santo Anselmo e Santo Agostinho? Por que não se fazem documentários sobre os pintores renascentistas, sobre um Rafael, um Michelangelo ou um Da Vinci, imortalizados em milhares de quadros com temas cristãos, que adornam os principais museus no mundo, um patrimônio ímpar da humanidade? Por que não se fazem filmes sobre pessoas da magnitude de um Francisco de Assis, de um Cura d’Ars, de um Loyola, de um Anchieta? Por que não são feitos seminários para discutir personagens da cepa de um Dante, de um Pascal, de um Leipniz, de um Goethe, de um Thomas Mann, de um Dostoievsky? Por que não se promovem festivais de música de um Beethoven, de um Mozart, de um Bach? Nesses tempos de comemorações cristãs, em vez de ouvirmos a celestialidade de um Aleluia de Haendel, passamos apenas a ter nossos tímpanos agredidos pela baixaria da batucada de raps insanos que os eternos rancorosos inimigos da Igreja não se cansam de repetir, como se quisessem nos levar à bestialidade dos primórdios da civilização.

Neste ano 2000, em vez de comemorações, o que mais se tem visto e ouvido é o Papa João Paulo II pedir perdão. Por mais que o Santo Padre se ajoelhe, por mais que ele se humilhe perante gregos, judeus e troianos, mais ainda lhe é solicitado para se humilhar perante o mundo, para pedir perdão por algo que ele absolutamente não tem culpa alguma. Como sempre, são exigidas expiações públicas pelas Cruzadas, pela Inquisição, pelo holocausto judeu, pelo genocídio dos indígenas nas Américas, pela escravidão negra, enfim, por tudo o que de pior ocorreu no mundo nos últimos 2000 anos. Obviamente, exigências provenientes dos inimigos de sempre da Igreja, os quais, através da ótica desfocada e nebulosa do modo “politicamente correto” de nossos dias, julgam com os olhos vesgos e inquiridores da ideologia atual acontecimentos complexos perdidos nas brumas do tempo.

Quanto às Cruzadas, tanto o Papa, como qualquer cristão, não têm motivo algum para pedir perdão. Afinal, os muçulmanos tomaram para si os lugares mais sagrados, tanto do cristianismo, quanto do judaísmo. Recuperar o Santo Sepulcro, a cidade eterna de Jerusalém, não era nada mais do que uma obrigação de toda a cristandade da época – o que foi conseguido pela Primeira Cruzada, por volta do ano 1000, não durando a reconquista 200 anos sequer, infelizmente. O que seria de se esperar dos árabes, em particular, ou dos muçulmanos, em geral, se os cristãos tomassem Meca? Se construíssem catedrais na praça da Caaba?

A Inquisição, inegavelmente, foi um grave erro da Igreja Católica. A mistura da ignorância com a fé cega pode levar a calamidades como essa. É difícil imaginar que em nome da religião tenham sido promovidas as mais terríveis torturas, que pessoas tenham sido queimadas vivas. Apesar de toda sua crueldade, vários séculos de perseguição da Igreja foram menos trágicos – para citar apenas um exemplo, como comparação – do que o curto período do Terror, logo após a Revolução Francesa, que prometeu “enforcar o último burguês com as tripas do último padre”. O Terror pretendeu, entre outras atrocidades, riscar o cristianismo da França, padres eram obrigados a fazer sexo com freiras, ou eram sumariamente executados. Mas, pelo que se sabe, a Inquisição acabou há muito tempo, ao menos a religiosa, pois hoje temos muitas outras inquisições perseguindo os povos mundo afora, não somente os seguidores de Cristo, porém qualquer ser mortal que ouse afrontar a nova ordem mundial, que prega a desagregação da família, que promove a pornografia e a volta do ser humano ao reino da bestialidade. Assim, por que o Papa haveria de pedir perdão pelos crimes da Inquisição, se hoje não se acendem fogueiras no Vaticano?

Outra acusação grave contra a Igreja Católica nesses tempos de jubileu do ano 2000 é que o Papa Pio XII não teria se empenhado o bastante para proteger os judeus contra os nazistas. Ora, em primeiro lugar, o nazismo não ocorreu em Roma, ou melhor, no Vaticano. Tanto o nazismo, quanto o fascismo, foram na realidade uma reação contra o comunismo, ao menos no seu estado embrionário. Poderia parecer a Pio XII que esses movimentos, de cunho nacionalista, eram importantes para alemães e italianos, pois alguma ação deveria ser feita para conter o avanço dos comunistas na Europa. Convém lembrar que naquela época não havia a Internet, a notícia não andava em tempo real, mas em lombo de cavalo, e, assim, muito do que estava ocorrendo, por exemplo, na Polônia, país eminentemente católico, talvez passasse desapercebido de seus núncios ou bispos, pois não havia correspondência para Roma notificando a imensa migração de judeus para os chamados campos de concentração. Ora, se havia um canal diplomático, que garantia o fluxo sigiloso de documentos da Polônia e da Alemanha para o Vaticano, por que não houve um alerta a Pio XII sobre o que estava ocorrendo? Ou todos omitiram o fato de propósito, sendo portanto coniventes com o crime, ou o fato não ocorreu nas proporções alegadas hoje pela mídia internacional, pois seria muito difícil haver uma migração maciça de condenados sem que ninguém se desse conta – como questionam muitos revisionistas do holocausto. Enfim, mesmo que Pio XII tivesse conhecimento das atrocidades dos nazistas, o que poderia ter feito o Santo Padre? Ele não era Júlio II, um papa marechal-de-campo, que vestiu a couraça e empunhou a espada, que comandou tropas contra inimigos, que tinha poder para dobrar reis, príncipes ou tiranos, seja pela força das armas, seja pela ameaça de excomunhão e promessa de castigos horrendos no inferno. Por acaso Stálin não menosprezou, posteriormente, o Sumo Pontífice, ao afirmar que o Papa não tinha tanques de guerra? Muito mais grave que ser acusado de ser indiferente ao drama judeu é a acusação de não apenas Pio XII, porém outros papas, antes e depois dele, não terem exigido dos carrascos comunistas atrás da “cortina de ferro” mais respeito pelos cristãos, que eram sistematicamente perseguidos e executados. Esse silêncio é muito mais grave, pois se tratava de seu próprio rebanho, que corria o risco de ser dizimado. Isso a esquerda não traz a público, pois, como sempre, os crimes dos nazistas são magnificados ao máximo por essa corja de cínicos, escondendo sempre os crimes que o comunismo praticou e continua praticando até hoje contra quem professe uma religião, sejam cristãos ou judeus, sejam budistas do Tibete.

Apesar de não precisar pedir perdão pelos pecados cometidos por outros, João Paulo II não se cansou de fazê-lo a quem solicitasse. E o que a Igreja que ele preside está obtendo em troca? Algum pensador cínico e anticlerical andou se convertendo? Ou ao menos diminuiu sua soberba? Quem está ouvindo a voz fraca de Sua Santidade, quase inaudível, porém com um eco colossal, de amplitude planetária, quando pede que haja paz e fraternidade entre os seres humanos? Que sejam eliminadas as injustiças? Que não haja tanto desnível social entre os povos? Não importa o que João Paulo diga ou peça. O mesmo sorriso cínico de sempre perdura nos cantos dos lábios daqueles que mais ferrenhamente acusam o cristianismo, tanto os inimigos externos a seu meio, quanto aqueles que coabitam o sacrário nas igrejas – estes últimos, inimigos tão mais perigosos, quando teimam em não aceitar os ensinamentos da Igreja, porém querem que a Igreja se adapte a suas ideologias nestes tempos de “nova era” e “marxismo com cristianismo”, de sabor tutti-frutti palatável a todos os gostos, de consistência igual ao vapor do último perfume lançado no mercado, como é o caso do que pregam os novos profetas de final de milênio, os holistas de todos os matizes, os “padres-guerrilheiros”, aqueles que se autoproclamam “teólogos da libertação”.

Ao invés de as religiões, pensadores, seja o que for, ficarem todos de dedo em riste na cara da Igreja Católica, repetindo incansáveis e eternos J’accuse!, que tal todos, a exemplo de Paulo II, fazerem também seu ato de penitência e pedir perdão por todas as calamidades cometidas no mundo nos últimos dois milênios?

Para começar, os protestantes também estão convidados a fazer o seu mea culpa, por terem imitado os inquisidores católicos. Sabe-se que cardeais protestantes, sobretudo calvinistas, se reuniam em consistórios e mandaram centenas de “heréticos” para as fogueiras. E que dizer da atual opressão protestante sobre os católicos da Irlanda do Norte? Imagine você, tendo seu país sido invadido pelo inimigo e ainda tendo que conviver com a humilhação de todos os anos o inimigo se paramentar com sua cor de guerra, desfilar pelas ruas de seu bairro, para comemorar a derrota que você sofreu? O mínimo que se poderia esperar era que você jogasse um coquetel molotov na cara de quem ousasse tamanha provocação. Convém lembrar que quem persegue os católicos na Irlanda são os anglicanos, que professam uma religião nascida da soberba e do autoritarismo de um rei-assassino, Henrique VIII, que matou várias esposas e, como o Vaticano não aprovou o divórcio para que ele se casasse novamente, rompeu com a Igreja, criando a sua própria, que perdura até nossos dias.

No Brasil, os seguidores da Igreja Universal do Reino de Deus também estão convidados a bater no peito pela intolerância demonstrada por um de seus bispos, que em pleno dia da Padroeira do Brasil chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Engraçados, esses protestantes, que tanto nos acusam, a nós os católicos, de que adoramos estátuas, quando na verdade sabem muito bem que apenas veneramos a Mãe de Nosso Salvador, assim como guardamos com carinho uma fotografia de nossa mãe, de nossa avó ou de nossa esposa, para a afagarmos de vez em quando, seja num álbum caprichosamente montado em casa, seja a foto guardada em uma simples carteira de dinheiro. Ora, todos os cristãos sabem que sem Nossa Senhora não haveria Jesus Cristo. Até o Corão, livro sagrado do islamismo, que se originou a partir do judaísmo e do cristianismo, tem um capítulo especialmente dedicado a Nossa Senhora, denominado Maryam, que em árabe quer dizer “devota”. E o nome de Maryam, a Mãe de Nosso Salvador e Mãe de todos os cristãos, é citado 33 vezes no livro sagrado do islã. Por que pessoas que se dizem cristãs não conseguem ter veneração por uma mulher tão singular, tão “cheia de graça”, cujo corpo imaculado nem sequer os muçulmanos colocam em dúvida? (“O anjo disse: Assim seja, pois o Senhor disse: Isto é fácil para mim.” – Corão, Maryam, 19:17)

Inegavelmente, devemos reconhecer o belo trabalho das igrejas evangélicas em todo o país, levando a mensagem de Cristo aos mais necessitados, especialmente aos das periferias das grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde o poder público nunca se fez presente, deixando que gangues de traficantes de drogas implantassem suas leis e seus Estados terroristas. Onde antes havia cinemas decadentes, que só apresentavam pornografia, hoje temos templos religiosos, que tiraram tantas pessoas da convivência com a baixeza humana para apresentá-las aos sagrados ensinamentos cristãos. Nos cárceres, também se faz presente esse pequeno exército de Cristo, convertendo criminosos considerados irrecuperáveis. Nos morros, não é diferente o trabalho abnegado desses profissionais da fé, que colocam em risco sua própria vida. A única coisa que destoa em tudo isso são as cenas indecorosas vistas de vez em quando, por exemplo, no Maracanã, onde pastores sem escrúpulos hipnotizam a platéia, para levar, sorrateiramente, sacos de dinheiro e jóias, que depois são transformados em dólares para comprar apartamentos luxuosos no exterior.

Além dos protestantes, convidados estão também os muçulmanos de, além do jejum no ramadã e da hadji a Meca, também se penitenciarem pela intolerância praticada nestes últimos séculos. Senão vejamos.

O muro que cerca a velha cidade de Jerusalém tem 8 portas. Segundo a crença judaica, o Messias que eles esperam até hoje irá entrar por uma dessas portas, a Porta de Ouro, que dá para a região oriental da cidade, onde ficam os cemitérios judeus e o Monte das Oliveiras. Quando conquistaram a cidade, para impedir que ocorra a profecia, os muçulmanos lacraram a porta...

O Segundo Templo, reconstruído por Herodes, foi destruído por Tito em 70 de nossa era. O que sobrou daquele templo é uma grossa parede de pedras que hoje conhecemos como Muro das Lamentações. Atualmente, os judeus não conseguem construir no local seu Terceiro Templo, porque os muçulmanos erigiram várias mesquitas naquele quarteirão, a chamada “Esplanada das Mesquitas”.

Em Betânia, cidade integrante da Grande Jerusalém, fica o túmulo de Lázaro. Para evitar que os cristãos fizessem romaria àquele local, os muçulmanos construíram uma mesquita, lacrando a entrada à tumba. Posteriormente, um frade fez escavações na rocha maciça, abrindo um novo caminho até o fundo do túmulo de Lázaro, por onde hoje os romeiros têm acesso.

Perto do Monte das Oliveiras, há a chamada Capela da Ascensão, que é na realidade uma mesquita. Por ocasião das festividades da ascensão do Senhor aos céus, os muçulmanos emprestam a mesquita aos católicos. Porém, próximo do local, os alto-falantes de outra mesquita são postos a operar em grande ruído, atrapalhando a cerimônia dos cristãos. Nem é preciso lembrar que o Papa, por ocasião de sua visita a Belém, nas comemorações do nascimento de nosso Salvador, teve que interromper a cerimônia na Basílica da Natividade, quando alto-falantes de mesquitas próximas calaram a voz do santo padre. O mesmo ocorreu quando o Papa visitou a Basílica da Anunciação, em Nazaré, em cujas imediações os muçulmanos marcaram presença, local onde será construída uma mesquita, bem grudada junto à Basílica.

O leitor deve se lembrar do grave incidente que ocorreu depois que uma mesquita em Ayodhia, na Índia, foi incendiada por hindus, em 1992. Houve tumultos e depredações de templos hindus em muitas partes do mundo, inclusive na Inglaterra. Na realidade, os hindus estavam apenas querendo retomar o local onde antigamente havia um templo hindu, que marcava o local de nascimento do deus Rama, e que foi destruído para dar lugar à construção de uma mesquita.

Os muçulmanos se sentem no direito de construir seus templos em todos os lugares do mundo, não se importando se irão agredir alguma comunidade religiosa ou não. Há alguns anos, construíram uma mesquita próxima à Basílica de São Pedro, em Roma – símbolo máximo da Igreja Católica. Será que os muçulmanos permitiriam que os católicos e os protestantes construíssem um templo próximo à Caaba, em Meca? Isso é totalmente impossível, porque somente os muçulmanos podem entrar em Meca, ninguém mais. É a intolerância levada a seu grau extremo.

Se levantarmos as guerras que hoje ocorrem no mundo, veremos que 50% delas ou mais são devido à intolerância islâmica. Seja em Israel, no Egito, na Argélia, no Sudão, no Kosovo, na Bósnia-Herzegovina, no Senegal, na Geórgia (ex-URSS), na Chechênia, na Inguchétia, na Nigéria, em Bangladesh, na Cachemira (Índia), na China, na Birmânia, na Indonésia ou nas Filipinas, há muita intolerância islâmica, seja para implantar um modelo de governo fundamentalista, seja para difundir focos guerrilheiros para criação de novos estados com orientação do Corão. A atrocidade observada contra o Timor Leste, de maioria católica, após o plebiscito de sua população optar pela autonomia do país, em 1999, foi tão cruel porque a Indonésia tem a maior população islâmica do planeta e, obviamente, não iria deixar barato a ousadia dos cristãos que os enfrentaram.

No Sudão, atualmente, o Islã promove sistemática atrocidade contra cristãos e animistas, concentrados no sul do país, que são tratados e vendidos como escravos. A ONG Christian Solidarity International (CSI), com sede em Zurique, Suíça, que ajuda cristãos perseguidos no mundo todo, somente no período de 9 a 19 de março de 2000 libertou 4.968 pessoas, pagando ao Sudão em média R$ 35.00 por cabeça. De 1995 a 2000, a CSI libertou mais de 30.000 escravos, que eram submetidos a trabalho forçado, abuso sexual – incluindo extração das genitálias -, islamização forçada, além de maus tratos, pouca comida e insultos racistas. No início de 2000, mais de 100.000 cristãos e animistas continuavam escravizados no Sudão.

Nesses tempos de expiação da Igreja Católica, convidamos também os judeus a se penitenciarem. Não voltaremos a acusá-los de terem matado Jesus Cristo, fato ocorrido há tanto tempo, ainda que eles continuem, a título de indenização, a cobrar dinheiro dos alemães da atualidade, os quais não têm nenhuma responsabilidade pelas atrocidades cometidas por Hitler. O que cobramos é que repartam com os pobres ciganos espalhados pelo mundo um pouco do dinheiro recebido nesses anos todos, e que ainda irão receber, ciganos esses tão perseguidos por Hitler quanto os judeus, porém muito distantes de receberem algum tipo de indenização, por não terem o poder do dinheiro e da mídia que os judeus têm ao redor do planeta.

Os marxistas e os socialistas de todos os matizes também estão convidados a bater no peito o seu mea culpa, pelos crimes que o comunismo, filosofia que eles defendem e enaltecem, desencadeou neste século.

As atrocidades cometidas pelos comunistas na antiga União Soviética ainda estão longe de serem completamente conhecidas pela comunidade internacional. Alexandre Soljenitsin, em seu monumental livro Arquipélago Gulag, nos fornece uma amostragem do que sofreu o povo soviético em intermináveis processos e execuções, seja na Lubianka, em Moscou, seja nas imensidões geladas da Sibéria, nos abomináveis gulags. O sistema socialista imposto abruptamente, cortando a normalidade social de milênios, promoveu fome memorável na Rússia e em vários países atrás da cortina de ferro, levando pais a comerem seus próprios filhos, como afirmou Soljenitsin. Talvez a partir desse episódio tenha aparecido a afirmação de que “comunista come criancinha”. O recente Livro Negro do Comunismo contabiliza mais de 100 milhões de mortos provocados em todo o mundo por tão nefasto regime. Quem, em sã consciência, ainda tem coragem de defender tão execrável ideologia, que é uma gigantesca incitação ao crime, à compulsão de matar, matar muito, matar sempre, cada vez mais matar?

O comunismo na China matou mais de 60 milhões de pessoas. Somente a Revolução Cultural, iniciada em 1966, matou em torno de 10 milhões de chineses. Esse movimento de jovens fanáticos, idealizado por Mao Tse Tung para obter novo fôlego após seu desastrado programa “Salto para a frente”, esses jovens tomados pelo ódio contra pessoas mais velhas, contra os dirigentes comunistas, passaram a execrá-los em público, a destruir tudo que lembrasse a “burguesia”, seja a cultura ocidental, seja a milenar cultura chinesa, a queimar livros e obras artísticas, a torturar, a matar cada vez mais. O movimento desses jovens, com seus livrinhos vermelhos de Mao, teve repercussão mundial, com efeito multiplicador, com grupos maoístas estudantis pipocando em Paris e no Rio de Janeiro, sendo o embrião, junto com a OLAS criada por Fidel Castro, de grupos terroristas que tentaram criar governos comunistas em países sul-americanos, “um Vietnã em cada país sul-americano”, no dizer do tirano de Cuba. Uma das conseqüências desse objetivo da Revolução Cultural e da OLAS perdura até hoje na Colômbia, onde as FARC e o ELN já promoveram 300.000 mil mortos, dividindo o país ao meio.

Uma especialidade de tortura chinesa durante a Revolução Cultural consistia em arrancar os órgãos genitais de muitos perseguidos, assá-los e comê-los na frente dos infelizes – o dito “churrasquinho chinês”. Não é de admirar que os chineses ainda hoje se refestelem – além de baratas untadas em chocolate – com fetos humanos. Garantem que o feto de um primogênito é mais gostoso, por ser mais consistente.

É muito improvável que os comunistas venham a fazer um ato de contrição em público, pois não existem ex-comunistas assim como não existem ex-prostitutas. O que existem são os velhos comunistas de sempre, hoje autoproclamados de socialistas, que, como camaleões, se adaptam ao meio ambiente com a máxima facilidade e rapidez. Veja o caso dos “verdes” no mundo todo, os quais anteriormente vestiam a carapuça vermelha do comunismo. Até ontem, não havia nenhum problema de parques industriais fazerem fenomenal poluição nos países atrás da “cortina de ferro” e da “cortina de bambu”, não havia problema nenhum de a fubica Trabant espalhar fumaça em toda a Alemanha Oriental. Não havia um ideólogo canhoto sequer que nos alertasse sobre a destruição da camada de ozônio. Hoje, como não há mais o “ouro de Moscou”, os antigos comunistas rapidamente se autodenominaram de socialistas e passaram a defender o verde, não o verde das florestas, da ecologia, mas o verde dos dólares, ao criarem ONGs que crescem em todos os cantos do mundo como se fosse geração espontânea, para continuar obtendo dinheiro fácil e viver o dolce far niente de sempre, deixando a dureza do trabalho de todos os dias para os outros, os trouxas que somos todos nós.

No Brasil, os comunistas, também rebatizados de socialistas, estão hoje diluídos em matizes de cores mais variadas que um computador moderno pode fornecer e ainda mantêm a eterna esperança de verem concretizar seu sonho de impor aqui sua bárbara doutrina. Como nosso país nunca sofreu o jugo comunista, os socialistas costumam dourar a pílula, dizendo que o verdadeiro socialismo nunca existiu no mundo, que aquele aplicado na Rússia não foi o apregoado por Marx, enfim, que o comunismo genuíno, aquele que vai acabar com todas as desigualdades sobre a face da terra é o comunismo moderno, de tempero gramscista, apregoado nas cátedras das universidades pelas “libélulas” da USP, como Emir Sader, Marilena Chauí e Leandro Konder, e no meio rural pelos revolucionários da “nova era”, como Frei Betto, João Pedro Stédile e José Rainha, que garantem nos levar à prosperidade e à eterna felicidade se implantarmos aqui um regime do tipo cubano. Pelos frutos conhecemos a árvore. Pelos crimes dos comunistas conhecemos sua nefasta doutrina. O que eles pregam tem a consistência da argumentação de alguém que dissesse que a ideologia de Hitler não seria tão cruel e tão desumana se fosse implantada nos trópicos. Ou seja, no Brasil.

Enfim, além da Igreja Católica, é mais do que tempo de todos se penitenciarem de seus próprios pecados para, a partir deste ato humilde, conseguirmos viver irmãmente com todos os povos, de todos os credos - ou até com falta de credos. Não será a entrada no signo de aquário ou outras tolices pregadas pelos falsos profetas da “nova era”, de sabor tutti-frutti, que irão trazer paz e prosperidade ao mundo. Somente com respeito mútuo, respeitando as peculiaridades de cada religião, tanto a Igreja Católica, Mãe de todas as outras Igrejas Cristãs – filhas rebeldes porém queridas -, quanto todas as demais religiões do mundo inteiro, seja a muçulmana, a judaica, a budista, sejam os espíritas ou umbandistas, ou mesmo os incrédulos, todos, enfim, com humildade e contrição, poderão comemorar uma fraternidade universal e uma paz duradoura, sem guerras, sem perseguições, sem preconceitos.

Para isso, não adianta ficarmos acomodados passivamente no confortável automóvel que nos leva a um portal de um novo tempo, olhando pelo retrovisor as atrocidades ocorridas no mundo em outros tempos, acusando pessoas da atualidade por crimes cometidos por outros em outra época. Com isso, apenas deixamos de resolver os graves problemas que hoje nos afligem, não conseguiremos frear os crimes que todos os dias ocorrem sob nosso próprio nariz, com uma freqüência cada vez maior, e, com o olhar congelado no retrovisor, pisando cada vez mais forte no acelerador de nossa insânia, acabamos por nos atropelar mutuamente, aumentando ainda mais a desgraça humana.





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