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Há quase 42 anos, Ernesto "Che" Guevara recebeu uma grande dose de seu próprio remédio. Sem qualquer julgamento, ele foi declarado um assassino, posto contra um paredão e fuzilado. Historicamente falando, a justiça raramente foi tão bem feita. Se o ditado "tudo o que vai, volta" expressa bem uma situação, é esta.
"Execuções?", gritou Che Guevara enquanto discursava na glorificada Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964. "É claro que executamos!", declarou o ungido, gerando aplausos entusiasmados daquele venerável órgão. "E continuaremos executando enquanto for necessário! Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!"
De acordo com O Livro Negro do Comunismo, escrito por estudiosos franceses de esquerda (ou seja, dificilmente uma mera publicação "direitista" ou de "fanáticos anticastristas de Miami"), ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960. (Slobodan Milosevic, não custa lembrar, foi a julgamento por ter ordenado 8.000 execuções. A mesma ONU que aplaudiu delirantemente a orgulhosa declaração de Che Guevara condenou Milosevic por "genocídio").
"Os fatos e números são incontestáveis", escreveu ninguém menos que o New York Times, ícone da esquerda, sobre o "Livro Negro do Comunismo". Jose Vilasuso, um cubano que à época era promotor dos julgamentos comandados por Guevara, fugiu horrorizado e enojado com o que presenciou. Ele estima que Che promulgou mais de 400 sentenças de morte apenas nos primeiros meses em que comandava a prisão de
Em seu livro, Che Guevara: A Biography, o autor Daniel James escreve que o próprio Che admitiu ter ordenado "milhares" de execuções durante o primeiro ano do regime de Fidel Castro. Felix Rodriguez, o agente cubano-americano da CIA que ajudou a caçar Che na Bolívia e que foi a última pessoa a interrogá-lo, diz que Che, em sua última conversação, admitiu "algumas milhares" de execuções. Mas fez pouco caso delas, dizendo que todas as vítimas eram "espiões imperialistas e agentes da CIA".
"Eu não preciso de provas para executar um homem", gritou Che para um funcionário do judiciário cubano em 1959. "Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!"
As vítimas do regime fidelista, os "inimigos da revolução", foram uns dos mais empreendedores e valentes lutadores do século XX, junto com os Guerreiros da Liberdade Húngaros. Eles lutaram valente e desesperadoramente, mesmo sabendo que praticamente não tinham chances. Eles lutavam até a última bala; e, normalmente, lutavam até a morte. No final, eram capturados, amordaçados e fuzilados por Che e seus seguidores.
Os poucos sobreviventes vivem hoje em lugares como Miami e Nova Jersey, e podem ser considerados os prisioneiros políticos mais longevos e sofridos da história moderna. Porém, se você procurar sobre a história deles na grande mídia, sua empreitada será
Por outro lado, a revista Time, por exemplo, classificou honrosamente Che Guevara como uma das "100 Pessoas Mais Importantes do Século". Não satisfeitos com tão incompleto louvor, também o colocaram na seção "Heróis e Ícones", ao lado de Anne Frank, Andrei Sakharov, Rosa Parks e Madre Teresa. Daqui em diante, as ironias vão ficando mais ricas.
A mais popular versão da camiseta e do pôster de Che, por exemplo, ostenta o slogan "Lute Contra a Opressão" sob sua famosa face. Essa é a face de um homem que fundou um regime que encarcerou mais de seu próprio povo do que Hitler e Stalin, e que declarou que "o individualismo deve desaparecer!". Em 1959, com a ajuda dos agentes soviéticos da GRU, o homem celebrado naquela camiseta ajudou a fundar, treinar e a doutrinar a polícia secreta cubana. "Sempre interrogue seus prisioneiros à noite", ordenava Che a seus capangas. "A resistência de um homem é sempre menor à noite". Hoje, um mural com o retrato de Che -- o maior do mundo -- adorna o Ministério do Interior, que é o quartel-general do KGB cubana -- a polícia secreta treinada pela STASI. Nada poderia ser mais apropriado.
O boxeador Mike Tyson costumava comemorar suas vitórias erguendo seus braços
Quando a intelligentsia e todo o beautiful people presente no Festival de Cinema de Sundance (que incluía variedades como Al Gore, Sharon Stone, Meryl Streep e Paris Hilton) explodiu numa extasiante ovação ao filme Diários de Motocicleta, eles estavam aclamando um filme que glorificava um homem que havia encarcerado ou exilado os melhores escritores, poetas e cineastas independentes de Cuba, ao mesmo tempo em que transformava a imprensa e o cinema -- tudo sob a mira de metralhadores tchecas -- em agências de propaganda do regime stalinista.
O produtor executivo do filme, Robert Redford (que sempre inicia os festivais discursando longamente sobre a importância da liberdade artística), foi obrigado a exibir o filme para Fidel Castro e para a viúva de Che (que chefia o Centro de Estudos Che Guevara, em Cuba) antes de seu lançamento oficial, para ver se ambos aprovariam o resultado. Até onde se sabe, não houve gritos e protestos de "censura!" e "vendido!" para Redford.
As tietes de Che são muitas e variadas. Christopher Hitchens, por exemplo, se maravilha com a "indomável rebeldia" de Che e nos assegura em seu mesmo artigo no New York Times que "Che não era um hipócrita". "1968 na verdade começou em 1967, com a morte de Che", reconta Hitchens. "Sua morte significou muito pra mim, e para muitos como eu, na época. Ele era um modelo para todos".
Johnny Depp gosta de ostentar o rosto de Che em seus pingentes, blusas e bandanas. Tivesse ele nascido duas décadas antes em Cuba e tentasse ostentar esse estilo rebelde que lhe é peculiar, certamente teria sido enviado para um campo de concentração, onde seria obrigado a cavar fossos e túmulos -- um sistema que foi criado pela primeira vez na América Latina exatamente pelo homem glorificado em seus adornos.
Já o célebre historiador Benicio Del Toro, que acaba de estrelar um filme no papel de seu herói, diz que "Che foi um daqueles caras que falavam e faziam. Era coerente. Sempre tem algo de cool em pessoas assim. Quanto mais vou conhecendo Che, mais o respeito".
Aparentemente Del Toro se entusiasmou tanto com a imagem cool de Che que esqueceu-se de examinar seu histórico, como comprova esse constrangedor vídeo em que uma jornalista cubana radicada em Miami humilha Del Toro, expondo toda sua ignorância sobre o passado de Che.
Nenhuma pessoa em seu perfeito juízo vestiria uma camiseta estampando o rosto de Che. E nenhuma pessoa decente toleraria essa camisa em seus arredores. Porém, a gravura de Che Guevara é considerada a imagem mais reproduzida do século, embelezando desde camisetas e pôsteres, até biquínis e skates, passando por celulares e fraldas. Hollywood o glorifica em grandes produções e a revista Time o celebra como um ícone da mesma grandeza de Madre Teresa.
Quem foi Che Guevara?
Mas como um sujeito horrendo, vazio, estúpido, sádico e epicamente idiota conseguiu um status tão icônico?
A resposta é que esse nômade psicótico e completamente inexpressivo chamado Ernesto Guevara teve a magnífica sorte de associar-se ao maior assessor de imprensa da história moderna, Fidel Castro, que por meio século sempre foi capaz de manter toda a imprensa mundial diligentemente à espera de diretivas, correndo para ele a cada chamado seu, como pombos treinados. Caso Ernesto Guevara De
"Estou aqui nas montanhas de Cuba sedento por sangue", escreveu Che para a sua esposa abandonada em 1957. "Querido pai, hoje descobri que realmente gosto de matar", escreveu logo depois. O detalhe é que essa matança de que ele gostava muito raramente era feita em combate; o que ele gostava mesmo era de matar à queima-roupa homens e garotos amarrados e vendados.
"Quando você via aquele olhar extasiado em sua face, enquanto as vítimas eram amarradas aos postes e logo em seguido estouradas", disse a esse escritor um ex-prisioneiro político, "você percebia que havia algum distúrbio seriamente grave
Seus escritos revelam um jovem severamente problemático. "Minhas narinas se dilatam quando aprecio o odor acre da pólvora e do sangue. Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos! Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!"
O termo "ódio" era uma constante em seus escritos: "Ódio como um elemento de luta"; "um ódio que é intransigente"; "um ódio que é tão violento que impulsiona um ser humano para além de suas limitações naturais, fazendo dele uma violenta e fria máquina de matar."
Dentre suas perturbadas fantasias, a mais proeminente era a implementação de um reino continental stalinista. Para atingir esse ideal, o jovem problemático almejava "milhões de vítimas atômicas".
O perturbado jovem argentino também era arredio e desprezava todos ao seu redor: "Não tenho casa, não tenho mulher, não tenho pai, não tenho mãe, não tenho irmãos. Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu".
Felizmente para ele, quando ainda era um vagabundo na Cidade do México, teve a sorte de encontrar um homem cujo julgamento sobre a psique humana era extremamente perspicaz. Este homem, um exilado cubano, diagnosticou corretamente a psicose do argentino e fez uma "intervenção" no momento certo, canalizando os talentos e anseios deste jovem problemático para fins considerados construtivos pela intelligentsia mundial: o estabelecimento do stalinismo.
Rapidamente o argentino se viu lucrativamente empregado
De início, o perturbado jovem argentino assumiu o papel de principal executor dos homicídios em massa de cubanos indefesos, estraçalhando os crânios de suas vítimas -- que jaziam convulsionadas no chão -- com tiros de sua própria pistola. Mas dado o aumento no volume de serviço, a tarefa acabou se tornando fatigante, o que fez com que o argentino designasse alguns capangas cubanos para o trabalho, facilitando dessa forma a matança em série.
Não que ele tenha se distanciado da carnificina. Na realidade, ele se deliciava tanto com o processo que uma janela especial foi construída em seu escritório, permitindo que ele visse e se regozijasse com a orgia sangrenta no campo logo abaixo de sua janela.
Em um famoso discurso em 1961, Che denunciou o "espírito de rebeldia" como sendo algo "repreensível". "A juventude deve abster-se de questionar de modo ingrato as ordens governamentais", ordenou Guevara. "Em vez disso, ela deve se dedicar completamente aos estudos (marxistas), ao trabalho (para o governo) e ao serviço militar (para matar os desobedientes)".
E ai daqueles jovens "que ficarem acordados até tarde da noite e chegarem atrasados para o trabalho (forçado pelo governo)". Os jovens, escreveu Guevara, "devem aprender a pensar e a agir como uma massa única". "Aqueles que escolherem o próprio caminho" (como deixar o cabelo crescer e ouvir música imperialista ianque) serão denunciados como "dejetos" e "delinquentes". Em seu famoso discurso, Che Guevara até mesmo jurou "fazer com que o individualismo desapareça de Cuba! É criminoso pensar como indivíduos!"
Dezenas de milhares de jovens cubanos aprenderam que as ameaças de Che Guevara eram mais do que mera linguagem bombástica. Centenas de soviéticos do KGB e "consultores" da STASI da Alemanha Oriental, que inundaram Cuba no início da década de 1960, encontraram em Guevara um acólito extremamente zeloso. Já em meados dos anos 60, o crime de se parecer com um "roqueiro" ou ter um comportamento efeminado fez com que a polícia secreta cubana retirasse das ruas e parques de Cuba milhares de jovens e os jogassem em campos de concentração que tinham os dizeres "O Trabalho Fará de Você um Homem" em seu portão principal, bem como homens com metralhadoras localizados estrategicamente em torres de observação. As iniciais desses campos eram UMAP, mas eles em nada diferiam de um GULAG.
Cuba antes da revolução
O mito popular é que Cuba era um país com uma economia desintegrada e que Fidel melhorou a vida dos cubanos. Será?
Nos meses seguintes à revolução cubana, por exemplo, o economista tcheco Radoslav Selucky visitou Cuba e tomou um susto: "Pensávamos que Cuba fosse um país subdesenvolvido que tivesse apenas algumas refinarias de açúcar!", escreveu quando voltou a Praga. "Mas não! Quase 25% da força de trabalho de Cuba estava empregada na indústria, onde os salários eram iguais aos salários pagos nos EUA!"
Agora, eis as palavras do próprio Che Guevara em 1961, após retornar a Cuba, junto com seus subordinados, de uma longa viagem ao Leste Europeu: "Não podemos dizer que só vimos maravilhas naqueles países", admitiu Che. (Considerando-se a natural propensão do povo cubano para o sarcasmo, é provável que Che tenha dito isso em resposta às zombarias e risadas de seus subalternos, que possivelmente ridicularizaram as -- para eles -- patéticas condições socioeconômicas das principais capitais do Leste Europeu -- as quais Cuba deveria emular!)
"É natural que, para um cubano do século XX, acostumado a todos os luxos que o imperialismo lhe deu", escreveu Che Guevara, "muito do que ele viu (no Leste Europeu) parecesse-lhe algo típico de países subdesenvolvidos".
Mas não se intimide! Logo após se tornar ministro da economia de Cuba, Guevara já tinha planejado como tirar aquele sorriso de escárnio do rosto dos cubanos.
Como o Czar da economia cubana, Che transformou uma nação que tinha uma renda per capita maior do que metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente, uma classe média maior que a da Suíça, um enorme fluxo de imigrantes e cujos trabalhadores desfrutavam a oitava maior taxa salarial do mundo, em uma nação que causa repúdio até nos haitianos. E isso mesmo após receberem abundantes subsídios dos soviéticos, cujo total foi igual a dez Planos Marshall (isso para uma nação de apenas 6,4 milhões de habitantes) -- um feito econômico que desafia não somente as leis econômicas mas que também parece desafiar a física. Se tem uma coisa com que os exilados cubanos concordam inteiramente com Fidel e Che é que eles são ícones do Terceiro Mundo. Afinal, ambos certamente conseguiram o feito aparentemente impossível de converter Cuba em uma nação do Terceiro Mundo.
Utilizemos agora um estudo da ONU (ninguém menos!) sobre Cuba, de 1958. "Cuba possui uma enorme vantagem em sua integração nacional -- em comparação aos outros países da América Latina -- por causa de sua enorme e homogênea base de imigrantes espanhóis brancos. A pequena população negra de Cuba também é culturalmente integrada. Aqueles modos de produção feudal que existem no resto da América Latina não existem
Outra verdade escondida: "os trabalhadores pobres" não tiveram participação alguma na Revolução Cubana. A rebelião anti-Batista foi liderada e composta predominantemente por membros da classe média cubana, principalmente da classe média alta. Em agosto de 1957, o movimento rebelde liderado por Fidel organizou uma "Greve Nacional" contra a ditadura de Batista -- e ameaçou matar os trabalhadores que aparecessem para trabalhar. A "Greve Nacional" foi completamente ignorada.
Outra greve foi organizada para o dia 9 de abril de 1958. E novamente os trabalhadores cubanos ignoraram solenemente seus "libertadores", comparecendo em massa para trabalhar.
Eis um outro relatório, agora da UNESCO, sobre Cuba, em 1957: "Uma característica da estrutura social de Cuba é sua grande classe média", começa o relatório. "Os trabalhadores cubanos são mais sindicalizados (proporcionalmente à sua população) do que os trabalhadores americanos. O salário médio para uma jornada de 8 horas diárias em Cuba em 1957 é maior do que para os trabalhadores da Bélgica, Dinamarca, França e Alemanha. A mão-de-obra cubana recebe 66,6% da renda interna bruta. Nos EUA, esse valor é de 70% e na Suíça, 64%. 44% dos cubanos são atendidos pela legislação social, uma porcentagem maior que a dos EUA."
Em 1958, Cuba tinha uma renda per capita maior que a da Áustria e do Japão. Os trabalhadores da indústria cubana recebiam o oitavo maior salário do mundo. Na década de 50, os estivadores cubanos ganhavam mais por hora do que seus equivalentes
A mortalidade infantil em 1958 era a 13ª mais baixa -- não da América Latina ou do Ocidente, mas do mundo. O analfabetismo já estava quase erradicado. Cuba era o país que mais gastava (23% do orçamento) com educação pública em toda a América Latina. Mais ainda: os cubanos não eram apenas alfabetizados; eram também cultos. Podiam ler George Orwell e Thomas Jefferson, bem como a arrebatadora sabedoria e cintilante prosa de Che Guevara.
A rebelião anti-Batista (e não revolução), como dito, estava apinhada de universitários e profissionais liberais. Advogados desempregados abundavam (Fidel Castro, por exemplo). Observe a composição do primeiro gabinete da "revolução camponesa", composta pelos líderes do movimento anti-Batista: 7 advogados, 2 professores universitários, 3 estudantes universitários, 1 médico, 1 engenheiro, 1 arquiteto, 1 ex-prefeito e coronel que desertou do exército de Batista. Um grupo notoriamente "burguês", como poderia dizer Che.
Já em 1961, entretanto, operários e campesinos formavam a grande maioria dos rebeldes anti-Castro, principalmente as guerrilhas das montanhas Escambray. Quem é que já ouviu falar de camponeses pobres lutando contra seus benfeitores Fidel e Che?
Antes de Castro tomar o poder, Cuba recebia mais imigrantes (principalmente da Europa) em proporção à sua população do que os EUA. E mais americanos viviam em Cuba do que cubanos viviam nos EUA. Ademais, naquela época, pneus, barris e caixas de isopor eram apenas isso, e não itens estimados no mercado negro para serem utilizados como dispositivos de flutuação marítima, sujeitando seus usuários -- ingratos que fogem de seus libertadores -- a tubarões e intempéries da natureza.
Em 1958, Cuba passava por uma rebelião, não uma revolução. Os cubanos queriam mudanças políticas e não um cataclisma socioeconômico.
É uma questão de história o fato de que em janeiro de 1959 os EUA deram seu reconhecimento diplomático ao regime de Fidel/Che mais rapidamente do que reconheceram o de Batista em 1952. Os arquivos do Departamento de Estado americano também mostram que os EUA impuseram um embargo de armas ao governo Batista e se recusaram a enviar armas pelas quais o governo cubano já havia pagado. Os arquivos oficiais também documentam que o embaixador americano Earl T. Smith avisou pessoalmente Batista que ele não mais tinha o apoio do governo americano, que recomendava fortemente que ele deixasse Cuba. Batista teve seu asilo político negado nos EUA.
Em 2001, em uma visita a Havana para uma conferência com Fidel Castro, Roberto Reynolds, o agente da CIA para o Caribe, responsável pelo gerenciamento da Revolução Cubana entre 1957 e 1960, declarou orgulhosamente que "Eu e toda a minha equipe éramos fidelistas".
Robert Weicha, ex-agente da CIA lotado em Santiago de Cuba declarou que "Todos na CIA e todos no Departamento de Estado eram pró-Castro, exceto o embaixador Earl Smith."
Não obstante, você aprendeu em seus livros de história que "Che Guevara ajudou a derrubar o ditador cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos EUA".
A Cuba de Fidel
A influência que Fidel Castro exerce sobre a intelligentsia só pode ser descrita como mágica, o que torna qualquer avaliação pública de seu regime por esses iluminados completamente despida de lógica. A saber:
Ele encarcerou e torturou a uma taxa maior do que Stalin e se recusa (diferentemente da África do Sul do apartheid, do Chile de Pinochet e da Nicarágua de Somoza) a permitir que a Anistia Internacional ou a Cruz Vermelha inspecionem suas prisões. Não obstante, Cuba ocupou a cadeira do Comitê de Direitos Humanos da ONU, e quando de sua visita a Nova York como o palestrante principal em
Seu código penal ordena 2 anos de prisão para qualquer um que seja ouvido fazendo uma piada qualquer sobre ele. Não obstante, Jack Nicholson e Chevy Chase constantemente cantam-lhe glórias.
Ele aboliu o habeas corpus e o seu principal executor (o próprio Che Guevara) declarou que "evidências jurídicas são um arcaico detalhe burguês". Não obstante, a Escola de Direito de Harvard convidou-o como palestrante de honra e constrangedoramente irrompia em aplausos estrepitosos e ovações tumultuadas a cada três frases dele.
Ele expulsou uma maior porcentagem de judeus de Cuba do que o Czar Nicolau da Rússia. Entretanto, o fundador da Shoah Foundation, Steven Spielberg, considera o jantar que teve com Fidel "as oito horas mais importantes da minha vida".
Ele é o filho de um soldado europeu, branco como o lírio, que forçosamente derrubou um governo cubano em que negros ocupavam os cargos de presidente do Senado, ministro da Agricultura, ministro do Exército e Chefe de Estado (Fulgencio Batista, neto de escravos, nasceu em uma choupana com teto de palmeira). Ele encarcerou um prisioneiro político negro pelo período mais longo da história moderna (Eusebio Penalver, que sofreu mais tempo na masmorra de Castro do que Nelson Mandela sofreu nas masmorras da África do Sul). Hoje, de toda a população presa na Cuba stalinista/apartheidiana, 90% é composta por negros, ao passo que apenas 9% dos integrantes do partido stalinista dominante são negros. Ele sentenciou outros negros (Dr. Elias Biscet, Jorge Antunez) a 20 anos de prisão apenas por terem citado frases de Martin Luther King em praça pública. Não obstante, é tido como herói por negros como Danny Glover, Jesse Jackson e Charles Rangel, que não hesitam em dar-lhes fortes abraços.
Apesar de ter transformado uma nação que tinha uma renda per capita maior do que metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente, uma classe média maior que a da Suíça e um enorme influxo de imigrantes em uma nação que causa repúdio até nos haitianos, Colin Powell e o London Times reconhecem "as conquistas sociais da revolução fidelista".
Hoje, trata-se de um regime que prende qualquer um que tente viajar de uma província de Cuba a outra sem os devidos "papeis" fornecidos pelo estado policial, e que metralha qualquer um que tentar sair do país.
Os feitos de Che
Ernesto "Che" Guevara era o vice-comandante, o carrasco-chefe e o principal contato do KGB em um regime que proibiu eleições e aboliu a propriedade privada. A polícia desse regime, supervisionada pelo KGB e empregando a tática da "visita da meia-noite" e do "ataque pela manhã", capturou e enjaulou mais prisioneiros políticos em proporção à população do que Stalin e executou mais pessoas (em uma população de apenas 6,4 milhões) em seus primeiros 3 anos no poder do que Hitler (que comandava uma população de 70 milhões) em seus primeiros 6 anos.
O regime que Che Guevara ajudou a fundar confiscou a poupança e a propriedade de 6,4 milhões de cidadãos e tornou refugiada 20% da população de uma nação até então inundada de imigrantes e cujos cidadãos haviam atingido um padrão de vida maior do que o padrão daqueles que residiam em metade da Europa. O regime de Che Guevara também destroçou -- por meio de execuções, encarceramentos, expropriação em massa e exílio -- virtualmente cada família da ilha cubana. Muitos oponentes do regime podem ser classificados como os prisioneiros políticos mais longevos da história moderna, tendo sofrido no Gulag guevarista -- campos de concentração, trabalhos forçados e câmaras de tortura -- durante um período de tempo três vezes maior do que Alexander Solzhenitsyn sofreu no Gulag stalinista.
Com apenas uma semana no poder, Che já havia abolido o habeas corpus. Além de afirmar que evidências judiciais eram detalhes burgueses arcaicos, ele complementava garbosamente dizendo que "executamos por convicção revolucionária!". Edwin Tetlow, correspondente do Daily Telegraph londrino em Havana, relatou sobre um "julgamento" em massa orquestrado por Che em que as sentenças de morte já estavam postadas em um quadro antes do julgamento começar.
Ele assinava seu nome como "Stalin II", professava que "as soluções para o mundo estão atrás da Cortina de Ferro", e dizia confiantemente que "se os mísseis nucleares tivessem permanecido em Cuba, teríamos disparado contra o coração dos EUA, incluindo Nova York". Ele também afirmava que pela vitória do socialismo era válido ter "milhões de vítimas atômicas".
Imediatamente após marchar vitorioso em Havana, Guevara saqueou e depois se mudou para aquela que provavelmente era a mais luxuosa mansão de Cuba. O proprietário dela havia conseguido fugir do país após ser caçado por um pelotão de fuzilamento, e o repórter que escreveu sobre a nova casa de Che em um jornal cubano foi ameaçado de morte por fuzilamento. Um ano depois, milhares de cubanos foram mandados para campos de trabalho forçado sob ordens de Che, tudo baseado em seu desejo de moldar "um novo homem".
Comemorou efusivamente a invasão soviética e o consequente massacre de milhões de húngaros que resistiram ao imperialismo russo. De acordo com Guevara, aqueles húngaros que lutavam pela liberdade e resistiam à escravidão eram todos "fascistas e agentes da CIA".
Apesar de seus fãs dizerem pomposamente que ele foi um médico formado, ninguém até hoje, após inúmeras tentativas, conseguiu localizar qualquer histórico sobre seu diploma de medicina. Logo após ser capturado na Bolívia, Che admitiu para o comandante da operação, o Capitão Gary Prado, que ele não era médico, mas tinha "algum conhecimento de medicina".
Dois heróis
Zoila Aguila
Em sua campanha de realocação e concentração de prisioneiros -- que apequenava tudo que os britânicos fizeram aos Bôeres -- os garbosos comunistas saquearam centenas de milhares de cubanos, despojando-os de suas casas e agrupando-os em campos de concentração no lado oposto de Cuba. Tive a oportunidade de entrevistar várias dessas famílias "realocadas".
Uma dessas cubanas, esposa de um trabalhador rural, recusou-se a ser realocada. Após seu marido, filhos e sobrinhos terem sido todos assassinados pelo Galante Che e seus capangas, ela conseguiu apoderar-se de uma submetralhadora e de um pente de balas e se refugiou nas montanhas. Ela acabou se tornando uma rebelde. Os cubanos a conhecem como
Ela passou um ano embrenhada nas montanhas, fugindo dos comunistas que varreram todas as localidades à sua procura. Até que um dia seu suprimento de munição acabou e os vermelhos a capturaram. Espantosamente, ela não foi executada (Che deve ter tirado um dia de folga), porém, durante anos,
Você acha que tal história é louvada por Oprah Winfrey? Acha que Hollywood está interessada em narrá-la, tendo Susan Sarandon no papel principal? Pense bem: temos aqui um dos temas favoritos dos produtores de Hollywood e das feministas em geral: a mulher brava e lutadora. Dificilmente uma mulher pode ser mais aguerrida do que Zoila Aguila, seu nome verdadeiro. Se ela tivesse lutado contra, digamos, Pinochet ou Somoza, certamente Hollywood e os editores de livros estariam dedicando toda atenção a ela. Mas como ela lutou contra os garotos mais fotogênicos e queridos da esquerda, naturalmente ninguém nunca ouviu falar dela.
Tony Flores
Após chegar a Havana em janeiro de 1959, Che Guevara imediatamente percebeu que o fosso ao redor da fortaleza
Em 1961, um garoto de 20 anos chamado Tony Chao Flores, utilizando muletas e mancando pesadamente, chegou ao local onde seria executado. Ele já havia tomado 17 tiros de metralhadoras tchecas quando os capangas de Fidel e Che o capturaram. No caminho para esse seu local de execução, que ficava na velha fortaleza espanhola transformada em prisão e em centro de execução por Che Guevara, Tony foi forçado a descer mancando, sem quaisquer condições físicas e utilizando apenas muletas, uma longa escada feita de pedras esquadradas. Tony tropeçou, caiu e foi rolando a longa escadaria, até finalmente chegar ao chão, debatendo-se e gritando de dor. Uma das pernas de Tony, completamente baleada por metralhadoras, havia sido amputada, e a outra estava gangrenada e coberta de pus. Os guardas fidelistas, gargalhando, foram na direção de Tony para amordaçá-lo para que ele parasse de gritar.
Enquanto eles se aproximavam, Tony cerrou o punho de sua única mão que ainda estava boa. Quando o primeiro vermelho se aproximou dele -- BASH! -- Tony deu-lhe um soco bem no olho.
"Nunca consegui entender como Tony conseguiu sobreviver àquela surra", disse Hiram Gonzalez, testemunha e ex-prisioneiro político, que observou toda a cena de sua cela na prisão de
Tony começou a rastejar em direção ao já estilhaçado e ensanguentado poste de execução, que estava a uns
A expressão de dor e os olhos brilhantes de Tony diziam tudo. Mas ninguém conseguia entender os murmúrios do garoto. Tony continuava batendo no peito, fechando seus olhos com força por causa da dor intensa oriunda de seu esforço. Seus executores ficaram nervosos, sem saber o que fazer. Levantaram e abaixaram seus rifles seguidas vezes. Olharam para seu comandante, que deu de ombros. Finalmente Tony levou a mão à sua face e arrancou a mordaça que o garoto propaganda de Del Toro havia mandado pôr nele.
A voz do guerreiro de 20 anos saiu num grito forte: "Atire BEM AQUI!", urrou Tony para seus boquiabertos carrascos. Sua voz foi um estrondo e sua cabeça se inclinou para trás como consequência do esforço. "Bem aqui no PEITO!", gritou Tony. "Como um HOMEM!" Tony rasgou sua blusa, bateu em seu peito e com uma forte expressão de dor gritou para seus embasbacados executores: "Bem AQUI!".
Em seu último dia de vida, quando estava na prisão, Tony recebeu uma carta de sua mãe: "Meu querido filho, quantas vezes havia lhe falado para não se envolver com essas coisas... Mas eu sabia que minhas súplicas eram
"FUEGO!!!", gritou Che. As balas despedaçaram o corpo mutilado de Tony, logo após ele ter chegado ao poste, se erguido por conta própria e encarado resolutamente seus assassinos. Mas o pelotão de fuzilamento de Che estava acostumado a matar pessoas que estavam de pé. Por estar sem uma perna, Tony era um alvo mais difícil. Assim, boa parte da saraivada de balas não acertou o jovem. Ainda vivo, era a hora do golpe de misericórdia.
Normalmente, um projétil de .45 é suficiente para esmagar um crânio. De acordo com testemunhas, três foram despejadas no crânio de Tony. Parece que a mão do carrasco estava tremendo muito. Mas finalmente conseguiram matá-lo. O homem que a revista Time aclama como sendo um dos "heróis e ícones do Século" adicionava mais uma vítima à sua coleção. Mais um inimigo despachado -- amarrado e amordaçado, como de costume.
Fidel e Che tinham por volta de 35 anos quando mataram Tony. De acordo com o Livro Negro do Comunismo, seu pelotão de fuzilamento matou outros 14.000 guerreiros da liberdade, todos devidamente amarrados e amordaçados. Muitos (talvez a maioria) de suas vítimas eram jovens por volta de 20 anos. Alguns eram ainda mais novos.
O fim de Che
Durante todo esse processo, o argentino estava ajudando seu mentor cubano a estabelecer um controle feudal e pessoal que se comprovaria bastante duradouro. Porém, o que pouco se comenta é que a utilidade do argentino para seu mentor não era absolutamente nada duradoura -- e logo seu "martírio" passou a ser habilmente planejado.
Pena que Del Toro e Steven Sorderbergh, diretor de seu novo filme Che -- O Argentino, não tenham entrevistado os ex-funcionários da CIA que revelaram a esse escritor como o próprio Fidel Castro, por meio do Partido Comunista Boliviano, constantemente informava a CIA sobre os paradeiros de Che na Bolívia. As diretivas de Fidel para os comunistas bolivianos em relação a Che e seu bando eram claras. "Nem mesmo uma aspirina", instruiu o líder máximo de Cuba a seus camaradas bolivianos, o que significa que os comunistas da Bolívia estavam proibidos de auxiliar Che de qualquer forma -- "nem mesmo com uma aspirina", caso Che reclamasse alguma dor de cabeça.
Ainda antes da Revolução, quando estavam em um barco decrépito navegando nas águas turbulentas que ligam Yucatán até a província Oriente, em Cuba, um dos rebeldes encontrou Che caído inconsciente na cabine do barco. Ele correu para avisar o Comandante: "Fidel, parece que Che está morto!"
"Bom, se ele está morto", respondeu Castro, "então joguem-no ao mar". Na verdade, Guevara estava sofrendo dos efeitos combinados de um enjôo marítimo e um ataque de asma. Che nunca foi considerado um membro inestimável por Fidel.
Mais do que sua crueldade, megalomania e estupidez épica, o que mais distinguia Ernesto "Che" Guevara de seus companheiros era sua manhosa covardia. Suas tietes podem ficar zangadas o quanto quiserem, bater a porta do quarto, cair na cama, espernear e chorar abraçadinhas com o travesseiro, mas o fato é que Che se entregou voluntariamente ao exército boliviano e a uma distância segura. Foi capturado em ótimas condições físicas e com sua arma completamente carregada.
Um dia antes de sua morte na Bolívia, Che Guevara, pela primeira vez em sua vida, finalmente enfrentou algo que podia ser adequadamente chamado de combate. Então ele ordenou a seus guerrilheiros que não cedessem um milímetro, que lutassem até o último suspiro e até a última bala.
Com seus homens fazendo exatamente o que ele ordenou (lutando e morrendo até a última bala), um Che ligeiramente ferido evadiu-se do tiroteio e se entregou com um pente cheio de balas em sua pistola, enquanto choramingava manhosamente para seus capturadores: "Não atirem! Sou Che! Valho mais para vocês vivo do que morto!"
E então ele rebaixou-se desavergonhadamente, tentando desesperadamente se engraçar: "Qual é o seu nome, meu jovem?", perguntou Che a um de seus capturadores. "Ora, mas que nome bonito para um soldado boliviano!"
E mais tarde: "E então, o que eles vão fazer comigo?", perguntou Che ao capitão boliviano Gary Prado. "Não creio que irão me matar. Certamente sou muito mais valioso vivo... E o senhor, capitão Prado", adulou Che, "o senhor é uma pessoa muito especial... Andei conversando com alguns de seus homens. Todos lhe têm em alta estima, capitão! E não se preocupe, tudo isso aqui acabou. Nós fracassamos." E então, para adular ainda mais, "seu exército nos perseguiu muito obstinadamente ... agora, será que o senhor por favor poderia descobrir o que eles planejam fazer comigo?"
O prazer que Che Guevara tinha em matar cubanos só era possível porque esses cubanos estavam completamente indefesos no momento. Amarrados e vendados, de preferência. E dessa forma eles eram alinhados de frente para o pelotão de fuzilamento e executados. Porém, quando o cenário se alterou e as armas de fogo estavam em posse de outros, o argentino tremeu de medo.
Compare a morte de Tony Chao Flores -- "Atire bem aqui! Como um homem!" -- com a captura de Guevara: "Não atirem! Sou Che! Valho mais para vocês vivo do que morto!"
E então pergunte a si próprio: quem deveria ter sua face exposta em camisetas vestidas por jovens que gostam de fantasiar, se imaginarem rebeldes, bravos e adoradores da liberdade? Quem merece um filme de Hollywood?
Fonte: https://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=260
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ZOILA AGUILA: "LA NIÑA DEL ESCAMBRAY"
por Enrique Encinosa
Conoci a Zoila Aguila, en la lucha contra Batista, cuando formaba parte de las guerrillas que luchaban en el Escambray. Era casi una niña. Asi le llamaban: "La Niña de Placetas". Despues supe de sus hazañas contra los comunistas, cuando ya era conocida por "La Niña del Escambray".
La puerta de la casa de huéspedes en South Beach estaba cerrada. Golpeamos el el cristal con los nudillos. Por una ventana en el segundo piso, un hombre se asomo,mirando hacia nuestro grupo, a los cuatro visitantes. ¿Que desean?. -Venimos a ver a La Niña del Escambray-.
-La Niña-nos dijo el hombre-está muy traumatizada. Ella no acepta visitas. Dígale-le respondí- que Reina Carolina, Polita Grau y su hermano Ramón, han venido a visitarla. Estas dos mujeres estuvieron plantadas con la Niña en Guanajay y en Guanabacoa. Momentos después la puerta se abrió. Varios hombres se congreron en el pasillo. Tres eran ex presos políticos.
-Es la última puerta al final del pasillo en el segundo piso- nos dijo uno, - pero La Niña Es muy renuente a aceptar visitas.
Detrás de la puerta blanca con el numero diecisiete torcido, vive Zoila Aguila Almeida, La Niña de Placetas, la veterana guerrillera del Escambray.
En 1960, en los penachos de la Sierra del Escambray, grupos de insurgentes mal armados combatian contra el sistema castrista. En esos primeros meses de rebelión, Zoila Aguila se marchó a la manigua con su esposo, un electricista de Remedios llamado Manolo Munso La Guardia. Él llevaba una carabina San Cristobal con seis peines, y ella, un revolver con unas cuantas balas. En el Escambray, donde ya Zoila habia combatido contra Batista, creció día a día la leyenda de la mujer guerrillera. Mochila al hombro, carabina M1 en mano, la Niña combatió a la milicia, bajo las órdenes de Osvaldo Ramirez, Tomasito San Gil y Julio Emilio Carretero.
Durmió en las laderas de los montes, pasó hambre y sed, y a tiro limpio, rompió los triples cercos de las milicias castristas. En la manigua parió dos hijas, y ambas murieron en sus brazos de hambre y sed. Para 1963, Zoila era jefe de una guerrilla de doce hombres, veterana de centenares de escaramuzas en los montes villareños.
Hay una anécdota que bien describe la sangre fría de la joven guerrillera, contada por uno de los sobrevivientes de la gesta heroíca. Rodeados en un triple cerco, los hombres de Carretero se desbandaron, intentando cruzar las lineas castristas sin ser detectados. Uno a uno, los alzados fueron cruzando el cerco, reuniéndose después todos a la orilla de un riachuelo. Carretero contó. Faltaban dos. Manolo y Zoila. La preocupación aumentó cuando se empezaron a escuchar disparos en la distancia. Carretero, que tenía buen oido para las balas, pudo discernir entre los disparos de metralleta y de rifle checo, el martilleo del Garand de Manolo y el M1 de la Niña.
Los alzados comenzaron a correr hacia el ruido de los disparos para socorrer a la pareja. El M1 enmudeció de súbito. Sólo se escuchaba el cantar del Garand. Carretero gritó una maldición, pensando que Zoila había caído en el combate y solo Manolo quedaba combatiendo.
Al atacar a la milicia, en un cruce de fuego y dispersarlos, los alzados quedaron sorprendidos. Acostado en un matorral, con una herida en el hombro, se encontraba Manolo Munso. A su lado, con un Garand humeante entre las manos, Zoila Aguila se batía sola contra un pelotón de milicias.
En marzo de 1964, después de casi 4 años alzados en el Escambray, La Niña y Manolo fueron capturados, traicionados por Alberto Delgado, "El Hombre de Maisinicu", un oficial de Seguridad del Estado que tendió una trampa a las guerrillas de Emilio Carretero. En Villa Marista, las oficinas de Seguridad del Estado Zoila y Manolo fueron separados. Por un tiempo se podían hablar a gritos de celda a celda, pero después a Manolo a lo cambiaron de celda para que ni a gritos lanzados por pasillos se pudieran consolar.
A la Niña le encerraron en el Príncipe Negro, un cuarto tapiado subterraneo, donde sólo las ratas la acompañaban. Después vino el juicio. La Niña y 18 alzados recibieron condenas de 30 años de encarcelamiento. Doce guerrilleros fueron fusilados.
Manolo Munso La Guardia murió en los fosos de la prisión de La Cabaña, al anochecer del 22 de junio de 1964, mientras cantaba junto a sus hermanos de lucha el Himno Nacional de Cuba.
La Niña fue llevada al presidio político de las mujeres. En Guanabacoa, Guanajay y la hipócritamente llamada finca Nuevo Amanecer . Zoila continuó la lucha aún tras las rejas. Presa plantada se negó a doblegarse. Guardias armados con tubos de manguera la golpearon, Fue tapiafda en cuartos oscuros, sin luz ni comida.. Quemó colchones y fue envíada a celdas de castigo.
Rompieron su mente pero no se espíritu. La Locura se apoderó de Zoila, pero ella aún demente se negó a rehabilitarse. Era mucho el sufrimiento. Dos hijas muertas. Manolo fusilado. Carretero enterrado junto a Manolo en una fosa común. Meses de celdas de castigo. Torturas, golpizas, hambre. La volvieron loca pero no lograron doblegarla.
En la cárcel de mujeres, sentada en su camastro, se pasaba horas en vueltas en trapos, vestida como una leprosa, sin hablar. Cuando le permitían salir al patio se encaramaba en las matas, donde se pasaba largo rato, la vista perdida en el hirozonte lejano.
Después de cumplir más de la mitad de su condena llegó a Miami. Una de las últimas presas en salir de Cuba.
Tocamos suavemente con los nudillos en la puerta blanca. La sentimos moviéndose en el cuarto, pero no respondió. Tocamos por segunda vez. La puerta se abrió lentamente. Sólo una rendija. Media cara se asomó al pasillo. Pelo azabache. Cutis liso, sin arrugas. Voz de timbre claro.
La visita duró veinte minutos. La Niña no nos permitió entrar al cuarto, ni abruió la puerta completamente. Conversó un poco con Pola y Reina Carolina, las amigas del presidio ignorándonos a Ramón Grau y a mí. Polita le llevaba unos regalos, una botella de perfume y unos abrigos, pero la guerrillera no los aceptó.
Les habló mucho, nos dijo el dueño de la casa de huéspedes. - Ella vive encerrda en el cuarto. Es un caso incurable. -No nos aceptó los regalos. -No- dijo el hombre- ella se ofende si alguien le ofrece ayuda. Nosotros hacemos lo que podemos por ella, pero es dificil ayudarla.
Esa noche me costó trabajo dormir. La imagen de aquel rostro tras la puerta blanca quedó grabada en mi memoria. En sus ojos oscuros me he asomado al dolor infinito de mi pueblo.
Un Libro Historico De Los Combatientes Anticastristas En Cuba (1960-1966)
Enrique G. Encinosa
http://www.cubaeuropa.com/historia/Escambray/La%20Ni%F1a%20del%20Escambray.htm
LA NIÑA DEL ESCAMBRAY UNA VERDADERA GUERRILLERA HEROICA
Tomado del libro de Enrique Encinosa:
" Escambray, La Guerra Olvidada".
"Miami Beach, 1987.
Fonte: http://www.autentico.org/costumbres/cst_0021.php
Escambray: La Guerra Olvidada
Los Combatientes Anticastristas En Cuba (1960-1966)
Enrique G. Encinosa
I
LOS HEROES DE LA GUERRA EN LAS VILLAS
Fue una guerra brutal y larga, de la cual muy poco se conoce o se ha escrito. En Cuba, desde principios de 1960, hasta finales de 1966, unos cuantos miles de campesinos humildes y mal armados se enfrentaron, en lucha desigual, al poderío militar del régimen de Fidel Castro. Sin suministros adecuados, acosados por bien armadas huestes enemigas, los guerrilleros fueron eventualmente derrotados pese a la furia y tenacidad con que combatieron.
Más de dos décadas han transcurrido desde la etapa de los alzamientos guerrilleros. Pese a que estos sucesos afectaron las vidas de cientos de miles de cubanos, muy poco se ha escrito o documentado públicamente sobre esta etapa. El régimen castrista ha publicado media docena de libros y producido un par de películas sobre el tema de los alzamientos, refiriéndose en forma tergiversada a los guerrilleros como simples bandidos. Aunque en algunos libros, particularmente los escritos por José Norberto Fuentes, se admite el valor de los alzados, la mayoría de estas ediciones han tenido circulación muy limitada dentro de Cuba. Obviamente, el régimen de Fidel Castro no ha tenido gran interés en demostrar que existió una fuerte oposición al comunismo entre los hombres más humildes de Cuba, los guajiros de los campos cubanos
En el exilio nada se había publicado hasta la fecha sobre el proceso guerrillero, que ocurrió de 1960 al 1966. Las dificultades en investigar y analizar este momento histórico, se han basado en las limitaciones impuestas por las circunstancias, el tiempo y el espacio. Primeramente, muy pocos líderes guerrilleros sobrevivieron a la brutal guerra. Miles de alzados murieron en combate o fueron fusilados. De los sobrevivientes, más de dos mil cumplieron -y algunos aún cumplenlargas condenas carlearais en las ergástulas del régimen. La disponebilidad de estos hombres para las entrevistas, ha sido limitada a los últimos años, en los cuales numerosos ex-presos politicos comenzaron a llegar a tierras del exilio. Una tercera circunstancia limitadora ha sido el hecho de que los alzados, siendo de procedencia humilde cuentan con un bajo nivel educacional, lo que hace muy escaso el número de memorias, cartas o ensayos escritos por los sobrevivientes para documentar un estudio serio sobre el proceso.
Pese a todas las dificultades, la etapa de los alzamientos guerrilleros merece ser estudiada profundamente. La guerra campesina abarcó las seis provincias de la Isla, siendo la campaña militar más grande llevada a cabo en Cuba desde el inicio de la República en 1902. Desde los tiempos de los mambises nunca se había combatido con tanta fiereza en suelo cubano.
El número de muertos en estos años de combate nunca se sabrá con certeza. El gobierno de Castro rara vez dió a la publicidad detalles sobre combates o ejecuciones. Los alzados, divididos en grupos, con malas comunicaciones entre sí, sólo sabían de las bajas ocurridas en zonas limitarlas. Mantener un censo de los caídos era imposible para los insurgentes. Los fusilamientos, especialmente en Las Villas, no fueron sólo de guerrilleros, también abarcaron a colaboradores, a contactos en líneas de suministros y a algunos infelices guajiros que se encontraban en el lugar equivocado cuando el ejército castrista patrullaba la zona.
Ni siquiera las fuentes de información del régimen están de acuerdo con el número de bajas sufridas por sus propias fuerzas. El escritor Juan Carlos Fernández, en su libro Todo es secreto hasta un día, publicado en Cuba en 1976, dá la cifra de doscientos noventa y cinco muertos en combate sufridos por operativos del FAR (Fuerzas Armadas Revolucionarias) en las acciones contra los bandidos. Sin embargo en 1970, Raúl Castro. en discurso pronunciado en un acto conmemorativo del aparato represivo del MININT (Ministerio del Interior) hizo una alusión muy significativa a la lucha guerrillera de 1960 a 1966, declarando que en las seis provincias de Cuba llegaron a existir un total de ciento setenta y nueve bandas guerrilleras, compuestas por tres mil quinientos noventa y un alzados. Según lo expresado por R. Castro en su discurso, el costo de eliminar a estos grupos llegó a ser de casi ochocientos millones de pesos y causó la muerte, de casi quinientos hombres del FAR. Pero, esta. cifra de Raúl Castro ha sido contradicha. En el libro Nos impusieron la violencia (Cuba, 1986), el autor José Norberto Fuentes, detalla el costo de esta guerra en cerca de mil millones de pesos. Este mismo autor asegura en uno de sus tres libros (Cazabandídos) que las unidades especiales del LCB (Lucha Contra Bandidos) perdieron en combates en la provincia de Las Villas trescientos cinco cazadores. Como la cifra de Norberto Fuentes no toma en consideración los muertos del FAR ocurridos entre 1960 y 1962 en las dos Limpias (antes de la creación del LCB) ni las bajas ocurridas en las otras cinco provincias, es muy posible que el número de muertes incurridas por fuerzas del régimen haya sido mucho mayor al de la cifra expresada por Raúl Castro en su discurso de 1970.
Lo que sí sabemos, sin discusión, es que el proceso guerrillero de 1960 al 1966, costó las vidas de por lo menos tres mil cubanos de ambos lados de la contienda, causó el presidio de miles de otros, y afectó la vida de una nación entera.
Para los demás capítulos, haga click
1. Los Héroes de la Guerra en Las Villas
2. Las Primeras Conspiraciones
3. Los Primeros Alzamientos en Las Villas
4. Unificación Guerrillera y Muerte de Fajardo
5. La Primera Limpia: Un Río de Sangre Cubana
6. Playa Girón y la Reunión del Cicatero
7. La Segunda Limpia del Escambray
8. Muertes de Congo y Osvaldo y la Creación del LCB
9. El Brazo Mas Fuerte del Escambray y los Hombres de la Sierra
10. 1963: El Año del Cuero Duro
11. El Hombre de Maisinicu y la Etapa Final del Escambray
12. Los Guerrilleros de Pinar del Río y La Habana
13. Tigres de los Llanos: Los Patriotas de Matanzas
14. El Frente Norte de Las Villas y Camagüey
15. La Lucha Guerrillera en Oriente
29. Los Mártires de la Guerra Campesina
Fonte: http://www.neoliberalismo.com/escambray.htm
Mais sobre Escambray:
La Niña del Escambray, por Pedro Pablo Arencibia Cardoso
http://baracuteycubano.blogspot.com/2008/01/la-nia-del-escambray.html
Heroes del Escambray, por Henrique Encinosa
http://www.futurodecuba.org/heroes_del_escambray1.pdf
Algunas armas utilizadas en la guerra del Escambray (1960-1966), de "Escambray: La Guerra Olvidada"
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