O
fardo do homem branco
O
fardo do homem branco, segundo Kipling,
Era
carregar o mundo, um peso inusitado.
Hoje
não é mais uma missão de civilização,
Mas
uma luta pelo ser humano valorizado.
Hoje
o fardo é bem diferente,
Não
é mais o do Império Britânico.
É
ser branco, hétero, caucasiano,
E
liberal em assunto econômico.
Ser
branco não é mais um privilégio,
Mas
um peso a carregar.
Ser
julgado pela cor da pele
E
ter que lutar para se firmar.
O
fardo do homem branco mudou de figura,
Mas
ainda é um peso a carregar.
Pois
ser branco já não é só tintura,
É
carregar um estigma a enfrentar.
Ser
conservador é enfrentar críticas
Por
manter valores antigos.
Ser
cristão é ser taxado de hipócrita,
E de
preconceituoso, talvez até inimigo.
Ser
heterossexual, conservador e cristão
Deixou
de ser o padrão da normalidade.
É
enfrentar a batalha diária para que
Sejam
respeitadas as diferenças com humildade.
Ser
liberal no mercado, na economia,
Não
é mais uma escolha de sucesso.
É remar
contra a maré da ideologia,
E
buscar um caminho de progresso.
O
fardo do homem branco
É
uma luta para a igualdade.
Para
que sejam respeitadas as diferenças
E
sejam reconhecidas as várias identidades.
Ser
branco, cristão e conservador
Não
é mais um privilégio sem limites.
É
ter que enfrentar a opressão do pensamento único,
E
lutar pelos valores que formam nossas raízes.
O
fardo do homem branco
Não
é um destino, como queria Kipling.
É
uma luta por liberdade,
E
por um mundo mais justo e igualitário.
O
fardo do homem branco
Não
é o de uma raça superior,
Mas
sim conviver numa sociedade diversa,
Que
precisa lutar por justiça e amor.
Não
existem raças humanas, não somos cães!
Somos
Homo Sapiens, filhos de uma só Eva.
Mas,
ainda assim, o homem branco
É apontado
como pai do ódio e da treva.
***
"Take up the White Man's burden
Send forth the best you breed –
Go bind your sons to exile
To serve your captives’ need;
To wait in heavy harness,
On fluttered folk and wild –
Your new-caught, sullen peoples.
Half-devil and half-child"
Rudyard Kipling, 1899
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