Esta terra tem dono
por Osmar José de Barros Ribeiro
em 30 de setembro de 2020
Liderados pela França e pela Alemanha, os países da União Europeia (UE) chantageiam o Brasil na medida em que condicionam a importação de nossos produtos agropecuários à redução das queimadas na Amazônia e no Pantanal, entre outras exigências. Essa foi, desde as absurdas propostas de internacionalização da área amazônica, a mais clara e perigosa ameaça, revelando o permanente desejo europeu de levar seus tentáculos àquela região. Os governos da UE afirmam que seus habitantes estão muito preocupados com o desflorestamento no Brasil e manifestam o desejo de que os produtos importados sejam produzidos de forma sustentável, com a preocupação de não agredir o meio ambiente e com promoção de justiça social. Mais que atender a um desejo da população em geral, os governos europeus estão voltados ao atendimento dos apelos dos agricultores locais, fortemente subsidiados, além de, é claro, das indefectíveis ONGs “defensoras da natureza”.
Em 17 de setembro 2020, o embaixador da UE no Brasil divulgou carta na qual assinala: Ainda precisamos de resultados: ONGs, empresas internacionais e brasileiras, todos têm dado o mesmo recado. A sustentabilidade é uma obrigação para todos. Temos confiança de que vai dar certo. O fato de firmas nacionais, provavelmente temerosas de perder vultosos contratos terem assinado a carta juntamente com as internacionais, causou espanto e surpresa ao mostrar que, entre nós, adubada por interesses obscuros, floresce a traição ao País. Sabemos todos que o Brasil é visto por muitas potências como um “fazendão” a ser explorado e nós, brasileiros, como um povo amorfo a ser colocado no devido papel de servos de um poder maior. Aí está a China a comprar empresas e terras com a covarde anuência de políticos que, talvez, se sintam bem no papel de meros cumpridores de ordens. Os europeus, por seu turno, dos tempos do Descobrimento aos de hoje, sempre ambicionaram deitar suas mãos no Brasil e, muito especialmente, nas riquezas minerais da Amazônia.
Mas o Brasil dos verdadeiros brasileiros não está parado. Estamos ensinando às ONGs internacionais e aos seus lacaios que, além de garantir a segurança alimentar de 1/6 da população mundial, o País preserva 66% da vegetação nativa e usa apenas 27% do território para pecuária e agricultura. Que outro país apresenta tais números? Desde o dia 11 de maio do corrente ano, a Operação Verde Brasil 2, orientada pelo Presidente Nacional do Conselho da Amazônia (vice-presidente general Hamilton Mourão), criado pelo atual governo para combater a desídia de governos anteriores, desenvolveu 134 mil ações no combate a diversos delitos ambientais, delas resultando a apreensão de toneladas de minério (ouro, manganês, pedras preciosas, etc.), quase 100 mil hectares embargados e mais de 3 mil multas aplicadas, sem falar nas embarcações e aeronaves apreendidas.
E que não se venha falar em defesa da “cultura indígena”, parte da argumentação pela manutenção da floresta amazônica. O índio não é peça de museu antropológico pois deseja o mesmo que todos os brasileiros: os benefícios da civilização e, para tanto usam de métodos ilegais ou legais, dependendo da etnia. Que o digam os Cintas Largas que permitem o garimpo ilegal em suas terras (por sinal montadas na quinta maior reserva de diamantes do mundo), em troca de suborno para seus caciques ou os Parecis que, utilizando ínfima porcentagem da área que lhes foi destinada, plantam soja com métodos e máquinas modernos, tudo redundando em benefícios para todos.
Que europeus e asiáticos não se esqueçam: esta terra tem dono.
Osmar José de Barros Ribeiro é tenente-coronel reformado do Exército
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