Ampulheta
Na
ampulheta o tempo escorre, não se engana,
A
areia fina, grãos de vida, inclemente.
Mero
observador, vejo a rotação constante,
O cair inexorável que o tempo esgana.
Como deter o fluxo? Quem desafia o tirano?
Ora,
o tempo, senhor implacável, persistente,
Com sua fúria implacável e insistente,
Rouba instantes infinitos e me deixa insano.
Mas se pudesse deter o cair da areia,
Aprisionar
a ampulheta em um instante eterno,
Viveria livre dos ferros dessa cruel cadeia.
Porém, sei que não é possível esse intento,
A
vida é fugaz, voa como libélula, terno.
E eu
sigo a afrontar o roubo do tempo.
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