MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Bolsonaro, Moro e Kinder Ovo - por Félix Maier

Bolsonaro, Moro e Kinder Ovo

03/05/2020


- FÉLIX MAIER -



- Moro, tô louco pra comer aquela loira - diz Bolsonaro.

- Que loira? - perguntou Moro.

- Aquela que trabalha no seu gabinete.


Como todos sabem, Moro não gostou do que ouviu, pediu as contas e saiu atirando mais que  bandido de filme mexicano com sua cucaracha, aquela metralhadora giratória.


Ao vivo e a cores, Moro reclamou em coletiva de imprensa que Bolsonaro o estava assediando, de modo que facilitasse a ida dele com a loira no Motel Mon Amour, nos arredores de Brasília, durante o expediente, em carro oficial, com vidros de película escura, muito escura. E que esse assédio já ocorria há muito tempo, por isso estava deixando o cargo de ministro da Justiça.


Foi aquele alvoroço na República Federativa dos Bandidos, onde os deputados criam leis em beneficio próprio, para não serem presos devido à lista da Odebrecht (nada de fim do foro privilegiado, menos ainda prisão para condenado em segunda instância), e os ministros do STF tomam decisões políticas, não técnicas, e criam leis atropelando o Parlamento, como crime de homofobia e licença para matar nascituros que têm apenas algumas semanas de vida, não é mesmo, ministro Barroso?


- Onde já se viu fazer uma coisa dessa com o herói da Lava Jato? - reclamou um deputado tchutchuca petista, que havia desacatado Moro em audiência sobre o Caso Intercept. - Querer que ele seja cafetão do Bozo?


O Procurador-Geral da República rapidamente mandou o caso para o STF, cujo inquérito caiu no colo do decano Celso de Melo, que pendura a toga no final do ano.


Claro que o leitor sabe que não estou tratando de loira, morena ou mulata, mas de Bolsonaro, Moro, Kinder Ovo e do delegado da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, que o Presidente quer ver comandando a PF.


Depois de nomeá-lo Diretor-Geral da PF no Diário Oficial da União, partidos de esquerda correram para debaixo das togas do STF, como fazem cada vez com mais frequência, para gáudio dos velhinhos, que gostam que cheirem suas vergonhas, de modo a anular a nomeação de Ramagem, por ser o delegado "amigo dos filhos do Presidente".


Em vez de jogar o esdrúxulo pedido na lixeira, por ser a nomeação de competência exclusiva do Chefe do Executivo, a ação foi encaminhada para o ministro do STF Alexandre de Moraes, vulgo "Kinder Ovo", devido à sua vasta e lustrosa careca.


Atropelando uma ação que já está correndo no STF, nas mãos de Celso de Melo, Kinder Ovo barrou a nomeação de Ramagem, aceitando como argumento que Bolsonaro deveria ser condenado por querer comer a loira, se é que você está me entendendo. Não houve fato consumado, nem beijinho, muito menos conjunção carnal, mas o simples fato de cobiçar a mulher alheia já o enquadrava nos Dez Mandamentos e o mandava para o inferno.


Foi exatamente o que aconteceu: não existe uma prova sequer de Moro, de que tenha havido um crime de responsabilidade por parte do Presidente Bolsonaro. Exigir que a PF se esforce mais, para descobrir quem mandou que o matasse, além de pedir relatórios da PF, onde está a extrapolação de sua função? Afinal, todos os ministérios estão subordinados ao Presidente e este tem o direito constitucional de saber o que está ocorrendo no País, não é apenas um boneco de enfeite no Palácio do Planalto.


Bolsonaro, dentro daquele seu inconfundível  estilo coloquial, próprio de Bar do Cuspe Grosso, não gostou da decisão do Kinder Ovo, e disse que ele só foi levado ao Supremo por indicação politica, por ser amigo do então Presidente Michel Temer, uma decisão que vale para uns, mas não para outros, como Bolsonaro.


O fato é que todas as indicações a altos cargos públicos são políticas. Indicação de amigos ocorrem muitas vezes, sem nenhum outro critério. Barrar alguém que seja amigo do Presidente ou de seus filhos não faz sentido. Por que Bolsonaro iria indicar algum amigo de Lula, de Dilma, ou de Rodrigo Maia, codimome "Botafogo" da Odebrecht? 


Bolsonaro, a meu ver, só errou no nome do togado do STF . Em vez de citar Kinder Ovo, como sendo uma indicação política, deveria ter citado Dias Toffoli, um advogado medíocre, que foi reprovado duas vezes em concurso para juiz, e que só chegou ao STF por ter sido advogado de Lula e do PT, e por ter sido subordinado de José Dirceu na Casa Civil. Que prova maior de indicação política pode haver que essa? Onde estavam a OAB, a ABI, a mídia,  as associações de magistrados e outras representações congêneres, que não viram nada de anormal na época? Como tal aberração  foi aprovada pelo Senado Federal?


Se crime houve, foi por parte de Sergio Moro. Crime de prevaricação. Se houve desvios de função do Presidente, configurado como crime de responsabilidade ou abuso de autoridade, Moro deveria ter vindo a público, de imediato, para denunciar o grave fato. Disse Moro que Bolsonaro insistiu várias vezes em ter acesso a dados da PF, que queria trocar o comando pelos motivos acima descritos, mas, por que só denunciou tais "crimes" quando resolveu abandonar o Governo?


Se não denunciou tais fatos ou versões no passado, se de fato foram crimes cometidos por Bolsonaro, Moro cometeu o grave crime de prevaricação. E por tal crime ele terá que ser responsabilizado.


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