Apolônio de Carvalho, o “general” de Stálin
por Félix Maier (*) em 28 de setembro de 2005
Resumo: A exaltação de Apolônio de Carvalho deveria ser motivo para protesto de toda a nação, mas torna-se nova oportunidade para as esquerdas elegerem mais um facínora ao posto de herói nacional.
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Morreu dia 23 de setembro, aos 93 anos, Apolônio de Carvalho, um dos mais antigos comunistas brasileiros. Apolônio foi um dos fundadores do PT e tornou-se um símbolo para as esquerdas, especialmente por ter lutado ao lado de Stálin na Guerra Civil Espanhola.
No início do governo Lula, uma proposta indecente defendida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, causou mal-estar ao Exército. É que, além de Apolônio ser reintegrado ao Exército e receber uma pensão mensal de R$ 8.000,00, a título de anistiado político, Bastos pretendia promovê-lo a general-de-brigada. Apesar da insanidade do ministro, o Jornal do Brasil grafou em manchetes garrafais: “O Exército foi grosseiro!” (15/12/2003). Ninguém duvide de que a desfaçatez não seja retomada em breve, para promoção post mortem do “general” de Stálin, pois, como todos sabem, “o brasileiro (petista) não desiste nunca”...
Mas, quem foi, enfim, Apolônio de Carvalho, que teve por testemunha o ar compenetrado de Lula da Silva e uma legião de fãs enquanto seu corpo ardia num crematório do Rio de Janeiro, no dia 25 de setembro? Simples: Apolônio foi um traidor da nação brasileira, assim como o foram Luis Carlos Prestes, Carlos Marighela e Carlos Lamarca.
Apolônio nasceu em Mato Grosso do Sul e serviu ao Exército brasileiro, onde chegou a segundo-tenente, porém foi expulso em 1936, acusado de ter participado da Intentona Comunista. O “general” de Stálin era casado há mais de 50 anos com Renée France, ativista política francesa, com quem teve dois filhos, René Louis e Raul.
Eis a rica biografia do 'general' Apolônio:
- foi “militante” do Partido Comunista, participando de atos terroristas que nunca teve coragem de declarar em público;
- foi um dos traidores que, a soldo do 'mensalão' de Moscou, mataram fria e covardemente companheiros de farda durante a Intentona Comunista (1), em novembro de 1935;
- durante a Guerra Civil Espanhola, foi combater as tropas de Francisco Franco ao lado de Moscou, que massacrou o POUM (2) e os anarquistas espanhóis, ao mesmo tempo em que os russos roubavam todo o ouro espanhol e queriam fazer daquele país um satélite soviético;
- participou da resistência francesa contra Hitler durante a II Guerra Mundial (enfim, uma obra digna!); e
- esteve envolvido com a guerrilha comunista no Brasil nos anos de 1970, quando foi preso e, segundo ele, torturado; mas, será que dá para acreditar em tudo o que comunista fala?[*]
É esse traidor da Pátria, que qualquer outro país teria enforcado em praça pública, que o ministro Thomaz Bastos propôs que fosse promovido a general...
De que lado estava o 'general' Apolônio durante a Guerra Civil Espanhola? A verdade é que Apolônio foi à Espanha, não para defender a democracia, como alardeiam as esquerdas, mas para acabar com o cristianismo e ajudar a instalar uma ditadura comunista. Apolônio foi lá para ajudar a enforcar padres e freiras. A sorte da Espanha é que havia o general Francisco Franco para comandar a oposição ao projeto moscovita, livrando o país de se transformar num satélite comunista, como seria mais tarde Cuba. Na Espanha, Apolônio não passou de um vulgar mercenário que esteve ao lado de Stálin para massacrar, não somente a população católica, mas também os anarquistas espanhóis, além de alguns próprios companheiros de empreitada.
Uma coleguinha de Apolônio na Guerra da Espanha foi 'La Pasionaria', apelido de Dolores Ibarruri, a qual, “segundo se dizia, teria cortado a garganta de um padre com os próprios dentes” (Paul Johnson, in “Tempos Modernos” pg. 272) (3). Após a derrota dos “republicanos” (comunistas e anarquistas), “La Pasionaria” mudou-se para Moscou e assumiu o Secretariado Latino-Americano do Komintern (BSA). O grito de guerra dos comunistas na Espanha é repetido até hoje pela libélula da USP (4), Marilena Chauí, em suas palestras de indigente intelectual: “No pasarán!” Chauí, com sua inesgotável fonte de asneiras e seu eterno chuá de lugares-comuns marxistas, é a mais autêntica Pasionaria tupiniquim.
Se Lula, o PT e demais esquerdistas exaltam a figura de Apolônio, é porque ele não passa de um facínora. O que deveria ser motivo para protesto de toda uma nação não passa de mais uma oportunidade para as esquerdas elegerem seu mais novo herói nacional. Num país sério isso nunca ocorreria, porém, numa corruPTa República dos Mensalões, tudo é possível.
[*] Sobre isso, recomenda-se a leitura do artigo "Um stalinista a menos".
Notas:
(1) Intentona Comunista - Tentativa comunista de assalto ao poder no Brasil, em 1935, promovido pelo Komintern, que enviou agentes de Moscou para promover o levante, incluindo o brasileiro Luis Carlos Prestes e sua “esposa” Olga Benário.
Além de Prestes e Apolônio, outros militares foram recrutados para a Intentona: Maurício Grabois, Jefferson Cardin, Giocondo Dias, Gregório Bezerra, Agliberto Vieira, Dinarco Reis, Agildo Barata.
O levante assassinou 1 (um) tenente-coronel (Misael de Mendonça), 2 (dois) majores (João Ribeiro Pinheiro; Armando de Souza e Mello) , 4 (quatro) capitães (José Sampaio Xavier; Benedicto Lopes Bragança; Danilo Palladini; Geraldo de Oliveira), 1 (um) 2º tenente da reserva Lauro Leão de Santa Rosa – convocado), 1 (um) 1º sargento (Jaime Pantaleão de Morais), 1 (um) 2º sargento (José Bernardo Rosa), 2 (dois) 3º sargentos (Caroliano Ferreira Santiago; Abdiel Ribeiro dos Santos), 1 (um) 1º cabo (Luiz Augusto Pereira), 13 (treze) 2º cabos (Alberto Bernardino de Aragão; Pedro Maria Netto; Fidelis Baptista de Aguiar; José Harmito de Sá; Clodoaldo Ursulano; Manoel Biré de Agrella; Francisco Alves da Rocha; João de Deus Araújo; Wilson França; Péricles Leal Bezerra; Orlando Henriques; José Menezes Filho; Manoel Alves da Silva) e 2 (dois) soldados (Luiz Gonzaga de Souza, da PM/RN; Lino Victor dos Santos, da PM/PE).
(2) POUM - Partido Obrero de Unificación Marxista (Partido Operário de Unificação Marxista), Espanha: comunistas anti-stalinistas. Na Guerra Civil Espanhola (1936-39), integrantes do POUM e anarquistas foram massacrados por comunistas pró-Stalin.
“Mais cedo ou mais tarde a Espanha teria de suportar uma guerra civil entre os da esquerda. Esta guerra explodiu em Barcelona, na primavera de 1937, com os comunistas combatendo o POUM e os anarquistas. O pretexto imediato, como na Guerra Civil total, foi o assassinato político de um comunista importante, Roldán Cortada, possivelmente por ‘uma patrulha de controle’ anarquista, e mais possivelmente ainda pelo agente Ernö Gerö, do Komintern. Ambos os lados tinham exércitos particulares, forças da polícia secreta, gangues de bandidos assassinos. O slogan do POUM era ‘Antes de renunciar à revolução, nós morreremos nas barricadas’. Os comunistas entoavam: ‘Antes de capturar Saragossa, nós temos que tomar Barcelona’. (...) Durante o resto do ano de 1937 e ao longo de 1938, vários milhares de membros do POUM e outros esquerdistas de diversas denominações foram executados ou torturados até a morte nas prisões comunistas. Incluía-se aí um grande número de estrangeiros, tais como o ex-secretário de Trotsky, Erwin Wolff, o socialista austríaco Kurt Landau, o jornalista britânico Bob Smilie e um professor da Universidade John Hopkins, José Robles. Entre aqueles que conseguiram escapar estavam Orwell e Willy Brandt, o futuro chanceler alemão” (Paul Johnson, in “Tempos Modernos”, pg. 279- 80).
Orwell é o autor do livro “Nineteen Eighty-Four” (1984), que denuncia os crimes do stalinismo, em que o modelo de herói, Goldstein, preferiu morrer sob tortura a confessar crimes nunca cometidos. Há dois longa-metragem homônimos, “1984”, filmados em 1956 e 1984, respectivamente.
Antes da Guerra Civil Espanhola, o clero era numeroso: 20.000 monges, 60.000 freiras, 35.000 padres, numa população de 24,5 milhões de pessoas. “Onze bispos, um quinto do total, foram assassinados, 12% dos monges, 13% dos padres também. Os chacinados foram reverenciados no famoso poema de Paul Claudel, “Aux martyrs espagnols”: “Soeur Espagne, sainte Espagne, tu as choisi! Onze évêques, seize mille prêtres massacrés et pas une apostasie!. Cerca de 283 freiras foram mortas, algumas estrupradas antes da execução. (...) Na província de Ciudad Real, a mãe de dois jesuítas foi assassinada com um crucifixo empurrado garganta abaixo. O pároco do Torrijos foi açoitado, coroado de espinhos, forçado a beber vinagre; colocaram-lhe um pedaço de madeira amarrado às costas e foi então fuzilado, mas não crucificado. O bispo de Jaén foi assassinado juntamente com sua irmã, na frente de 2.000 pessoas; seu carrasco era uma mulher da milícia, a feroz ‘La Pecosa’ (A Sardenta). Alguns padres foram queimados vivos; alguns tiveram sua orelhas decepadas” (Paul Johnson, op. cit., pg. 273-4).
O Papa João Paulo II beatificou 471 mártires, todos assassinados pelos “generais” e pelos “soldados” de Stálin, como Apolônio de Carvalho, o mais novo “herói” brasileiro.
(3) JOHNSON, Paul. “Tempos Modernos – O mundo dos anos 20 aos 80”, Biblioteca do Exército e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994, tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Maranhão da Matta.
(4) Libélulas da USP - Trocadilho de Libelu (Tendência Liberdade e Luta), grupo estudantil-lambertista, que atuava na USP (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). O Ministro da Fazenda do governo Lula da Silva, Antônio Palocci, foi um de seus integrantes.
A USP foi fundada em 1934, no governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letra que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni, numa das matrizes de difusão do Marxismo. As “libélulas da USP” formam, pois, a intelectualidade marxista existente principalmente na Faculdade de Filosofia e Letras da USP, onde há o maior número de PhD em lingüística de pau por metro quadrado no país: Emir Sader, Marilena Chauí, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder, Paul Singer etc.
Além dessas “libélulas” ainda atuantes na USP, podemos citar FHC, que alçou vôo extra muros, tornou-se presidente e pediu para que todos esquecessem o que escreveu quando era filiado à Ordem dos Odonatos.
(*) Félix Maier é escritor e publicou o livro 'Egito - uma viagem ao berço de nossa civilização', pela Editora Thesaurus, Brasília.
Fonte: https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=65255&cat=Ensaios
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