MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Artigos e cartas publicados em jornais - Félix Maier

Artigos e cartas de Félix Maier

publicados em jornais


Félix Maier

13/07/2021


Gustavo Dourado, pseudônimo Armagedom, foi um dos criadores do site Usina de Letras (https://www.usinadeletras.com.br/)em agosto de 1999, junto com o Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.  Atualmente, o site pertence ao empresário Valdomiro Guimarães. 

A partir do ano 2000, passei a publicar textos no Usina de Letras, gratuitamente, depois de preencher um cadastro e criar um login e uma senha. Meu texto de estreia nesse site foi "As libélulas da USP", postado em 03 de abril de 2000 - cfr. em https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=60364&cat=Ensaios&vinda=S, o qual também pode ser visto em https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/as-libelulas-da-usp-por-felix-maier.html ou na página eletrônica de Olavo de Carvalho http://old.olavodecarvalho.org/convidados/libelulas.htm.

Como muitos textos postados por mim em Usina de Letras foram apagados por hackers, também coloquei acima outros links para acesso a esse meu primeiro texto publicado na internet. Como se sabe, a esquerda é mestra em acionar hackers para apagar textos na internet que não são muito edificantes para sua biografia assassina que, só no século XX, deixou um saldo de mais de 110.000.000 de mortos ao redor do planeta (ainda contando os mortos na China, na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela). É a "cultura do cancelamento", o fajuto "direito ao esquecimento" e o "assassinato da memória" elevados à milésima potência.

Jornal de Brasília, 20 de julho de 2000.
Gustavo Dourado, o Armagedon, criador do site Usina de Letras
junto com o Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.


Em 1996, mandei um texto datilografado ao Jornal de Brasília, publicado em 4 de março daquele ano, criticando autoridades brasileiras que se negaram a receber o presidente do Peru, Alberto Fujimori, que desbaratou os grupos terroristas no país, como o Sendero Luminoso, um conflito que deixou mais de 60 mil mortos no país - cfr. https://oglobo.globo.com/mundo/peru-anuncia-morte-do-numero-dois-do-sendero-luminoso-24948385. Infelizmente, Fujimori se perdeu nos excessos contra os terroristas, no autoritarismo e na corrupção, sendo condenado a 25 anos de prisão.

O Presidente Fujimori não foi recebido pelo STF 
pelo Congresso Nacional, em 1996.


Estadão, em 18 de maio de 2001, abordou a publicação literária embrionária na internet, discorrendo também sobre o site Usina de Letras, onde sugere a leitura do ensaio de minha autoria "Pra não dizer que não pedi perdão", postado em Usina no dia 12 de setembro de 2000 - cfr. em  https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=60515&cat=Ensaios&vinda=S (transcrito em https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/pra-nao-dizer-que-nao-pedi-perdao-por.html). O tema por mim abordado foi a anticomemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, em 2000, feito pela imprensa em geral e órgãos culturais em particular, assim como também foram tolhidas as comemorações dos 500 anos da Descoberta da América, em 1992.

O Estado de S. Paulo, em 18 de maio de 2001,
abordou o site Usina de Letras em seu estágio inicial.


Com a facilidade de mandar textos e cartas aos jornais por e-mail, passei a escrever, digamos assim, microartigos, muitos dos quais foram publicados principalmente no Jornal da Comunidade, do Distrito Federal, na Seção de Cartas, onde tive algumas flame wars (guerrilhas eletrôncias) com o editor Nunzio Briguglio, mas que sempre me prestigiou, publicando quase todos os textos que mandei para aquele Jornal, como pode ser verificado abaixo. Também tive textos publicados no Correio Braziliense, Jornal de Brasília, DF Notícias, Jornal do Brasil. Tive também vários textos publicados no jornal Inconfidência, cujo editor é o coronel do Exército Carlos Cláudio Miguez, como "Nelson Mandela, Founding Father Sul-Africano", edição no. 198, de 31/01/2014, pg. 17 - cfr. em http://www.jornalinconfidencia.com.br/pdf/4342120900_inconfidencia_198.pdf. O Inconfidência tem também uma página eletrônica - http://www.jornalinconfidencia.com.br/site/, onde também tenho textos publicados, como "Um engodo chamado Método Paulo Freire" - cfr. em http://www.jornalinconfidencia.com.br/site/index.php?id=texto&c=52).

Imbroglio com Briguglio...



O governador do DF Cristóvam Buarque inaugurou 
um busto de Che Guevara na Praça dos Heróis, 
ao lado da Praça do Buriti,
onde já havia um busto de Luis Carlos Prestes.
Até deixou cair uma lágrima em honra ao serial killer argentino.
Tempos depois, roubaram o busto de Che Guevara.
Ninguém sentiu falta, senão os carbonários comunistas.




El Condor pása... e os urubus tapam o nariz...
Muito hipócritas, os comunistas. Criaram dezenas de grupos terroristas
para dominar o mundo e se exasperaram com a Operação Condor,
uma operação conjunta dos governos latino-americanos
para combater os terroristas financiados por Moscou, Pequim e Havana.




Alexandre Ribondi andou escrevendo umas besteiras sobre o Exército.
Em "Questão de direção" houve a resposta de Félix Maier.



O DF lembrava Parintins: Boi Garantido x Boi Caprichoso,
vermelho petista x azul rorizista.


Era tempo do governador de MG Itamar Franco
se opor em tudo ao Governo Federal.


O puritanismo stalinista ficou escandalizado 
com garoto desfilando como policial
no 7 de setembro de 2000.


Circuito Elizabeth Arden x Trilha Ho Chi Min.


O editor do Jornal da Comunidade não sabia nada sobre Che Guevara...


Flame war (guerrilha eletrônica) com o petista Lúcio Flávio V. Lima,
que viajou para Cuba e se encantou com o mojito e as jineteras...



A carta "Vitória de Pirro" na Folha de S. Paulo me rendeu 
uma punição verbal no Ministério da Defesa, em 2000 - cfr.
Em 21/11/2014, escrevi "Vitória de Pirro" - cfr. em




Hora de descer das árvores...


Orçamento Participativo do PT funciona assim.



O brasileiro debaixo dos lençóis...


Rolim Amaro, criador da TAM, preferia perfume 
de gasolina ao Chanel no. 5


Protestos contra o G8


Sistema Métrico da Intolerância
Versão completa do texto: 


Timor Leste: Nascimento de uma nação.


O descanso de Bob Fields.


Na seção "Correio do Brasiliense", aberto a publicações de textos dos leitores, do jornal Correio Braziliense, foram publicados alguns textos de minha autoria, como se vê abaixo. Até recebi um telefonema de Ari Cunha (in memoriam), da direção do Correio, elogiando um de meus escritos. 


Ponte JK, a Ponte da Inimizade:
eterno ranço do PT contra o governador Joaquim Roriz.

Ponte JK

Futebol e Hinos Nacionais.
Por ocasião da Copa de 2002
(Brasil tetracampeão).

A morte de Roberto Campos, o eterno Bob Fields.


Jornal Inconfidência no. 198,
de 31/01/2014, pg. 17.

No início deste milênio, o editor da revista PODER, jornalista Luís Adolfo Pinheiro, entrou em contato comigo porque havia se interessado em publicar um texto de minha autoria, "Bantustões Brasileiros" (cfr. https://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=556&titulo=Bantustoes_brasileiros). Infelizmente, logo depois a revista impressa deixou de existir. Eram tempos de baixa do "liberalismo" existente nos anos de 1990, de Collor e FHC, quando havia Institutos Liberais nas principais capitais, com lançamentos de autores do liberalismo clássico, como Friedrich Hayek e Ludwig von Mises, e a ascensão da rapinagem petralha de triste memória. Hoje existe a revista eletrônica PODER, imagino que se trata da mesma publicação - https://revistapoder.uol.com.br/ 

Sobre a vida do jornalista Luís Adolfo Pinheiro, cfr. texto no Banco da Poesia - https://bancodapoesia.org/2009/07/03/luiz-adolfo-pinheiro-uma-viva-lembranca/.


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Carta de Félix Maier publicada pelo jornal Correio Braziliense, em 10/11/2019

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/opiniao/2019/11/10/internas_opiniao,805198/sr-redator.shtml

"Primeira instância
A presunção de inocência acaba no exato momento em que o réu é declarado culpado, mediante provas robustas. Por isso, o condenado deveria ser preso na primeira instância, ou no máximo na segunda, quando há decisão colegiada; as duas instâncias em que são obtidas as provas. O resto é conversa de bom advogado de olho no bom dinheiro que pode receber do criminoso rico e famoso, em recursos que podem chegar a uma centena, levando, assim, à prescrição da pena, o que ocorre com frequência no Supremo Tribunal Federal (STF). Afinal, procrastinar processos até sua prescrição é fazer o jogo do bandido. E esse jogo o STF joga como ninguém. Somos ou não somos o paraíso da impunidade? Somos ou não somos uma República Federativa do Bandido, como escreveu Moacyr Franco em uma música-protesto? Agora, a questão da prisão de condenado em segunda instância vai para o Congresso, onde dezenas de senadores e deputados estão na lista da Lava-Jato. O que se pode esperar dessa gente mais que suspeita?
Félix Maier,

Águas Claras"


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Curta uma flame war (guerrilha eletrônica) duelada com o colunista do Jornal da Comunidade, Marco Antonio Pontes, quando aquela publicação semanal passou a ser eletrônica - http://www.jornaldacomunidade.com.br/:

Cartas-->Carta a Marco Antonio Pontes -- 06/03/2008 - 15:57 (Félix Maier)

https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=25343&cat=Cartas&vinda=S

Brasília, 06/03/2008

Caro Marco Antonio Pontes,

Em sua coluna do Jornal da Comunidade, 1º a 7 de março 2008, o Sr. mais uma vez tece loas ao regime tirânico de Fidel Castro, assim como, de costume, aproveita para outra vez criticar a revista Veja, por cumprir sua função básica, qual seja, informar ao público o que tem ocorrido na ditadura comunista de Cuba. Tempos atrás o Sr. já enaltecera no Comunidade a Ilha-prisão comandada pelo Abutre do Caribe, dizendo que lá morriam menos crianças do que nos EUA, 7 contra 8/mil habitantes, se não me engano. Ora, comparar uma população sistematicamente dirigida e vigiada em uma pequena Ilha, que durante décadas recebia gorda mesada de Moscou, um território de apenas 11 milhões de habitantes, com um país que tem uma população de mais de 295 milhões, como é o caso dos EUA, onde coexistem refugiados (especialmente da Cuba que o Sr. tanto enaltece), imigrantes de todas as partes do mundo, em busca de uma vida melhor, é uma impostura total.

Convém lembrá-lo que Cuba, antes da Revolução castrista, já tinha um dos melhores indicadores sócio-econômicos da América Latina, cuja situação só piorou depois de Castro (Cfr. dados da revista Veja de 27/02/08). Em Cuba não existe Educação, apenas adestramento doutrinário marxista; os diplomas de medicina fornecidos por Cuba não são aceitos pelo Conselho Nacional de Medicina brasileiro, para desespero dos petralhas e seus simpatizantes. A Saúde cubana é uma miséria igual ou pior que a brasileira; basta ler o livro Trilogia Suja de Havana, de Pedro Juan Gutiérrez, para saber o que lá se passa.

Uma pergunta simples: por que será que ninguém vai morar na Cuba castrista, que o Sr. tanto venera, e milhões arriscam a própria vida para entrar nos EUA, que o Sr. tanto odeia?

Quanto à Veja, é a melhor revista brasileira, pois não poupa críticas a quem quer que seja, quando existe autoritarismo e corrupção: a ditadura militar dos generais-presidentes, a corrupção do Governo Collor, a corrupção dos Anões do Congresso, a corrupção verificada durante o governo FHC (como a compra de votos de parlamentares para aprovar a reeleição) e, finalmente, a magna corrupção deste governo petista dos mensaleiros e dos cartões corporativos que, uma vez, se apresentou como ético - sem comentar a história de vida nada edificante de seus atuais lugares-tenentes, como José Sarney, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Além do mais, a defesa da Veja é, principalmente, em favor das liberdades individuais, do livre empreendorismo e de um Estado mais enxuto, que deixe para os empresários as atividades econômicas e assuma de vez sua atividade-fim, qual seja: Saúde, Educação e Segurança.

Voltando a Cuba: tenho a dizer que julgo que há dois tipos de pessoas que enaltecem Fidel Castro:

1) os idiotas, que não entendem nada do que se passa em volta; e

2) os patifes, que aberta, cínica e conscientemente apóiam o maior assassino das Américas, Fidel Castro, que fuzilou em torno de 17.000 pessoas e até hoje promove a tortura a presos políticos. A única diferença entre Fidel e Pol Pot é que este matou 20% da população do Camboja, enquanto que aquele foi responsável pelo êxodo de 20% da população de seu país.

Desculpe por importuná-lo com esta mensagem um tanto longa, porém não deve haver condescendência a tirano algum, seja o "coma andante" Fidel, seja o "ditador" Pinochet - como vocês, da esquerda, denominam essas figuras. Quem elogia Fidel, deve também elogiar Stalin e Hitler, por uma questão de coerência.

Atenciosamente,

Félix Maier
www.midiasemmascara.com.br

[atual https://midiasemmascara.net/]


***

Em sua coluna do Jornal da Comunidade, de 15 a 21 de março de 2008, Marco Antônio Pontes assim respondeu:

“Um leitor furibundo

Bravo, furibundo mesmo, ficou um leitor com o que eu disse aqui sobre Cuba e Fidel. Chama-se Félix Maier e já me escrevera antes; tive o prazer de acolher-lhe oportunas opiniões sobre temas como defesa da Amazônia, do petróleo e outras riquezas nossas, alvo da cobiça internacional. Dele transcrevi, também, eventuais discordâncias.

Mas dessa vez ele não diverge: encoleriza-se. Não argumenta: agride. Não critica: ofende.

Irrita-se porque ousei encontrar algo positivo em Cuba, para ele apenas uma ‘ilha-prisão’ sob ‘ditadura comunista’, de ‘população dirigida e vigiada’, onde ‘não existe educação, apenas adestramento doutrinário marxista’, a saúde é ‘uma miséria igual ou pior que a brasileira’... – tudo bem diferente do que divulga a imprensa livre de várias partes do mundo e relatam viajantes que lá estiveram. Fidel Castro, para ele, é o ‘abutre do Caribe’, ditador comparável a Hitler e Stalin; e repete, cruelmente, o mau gosto de Veja quanto à doença que o derrubou, chamando-o ‘coma andante’.

A este humilde colunista oferece duas alternativas: serei idiota ou patife.

Um leitor furibundo (II)

Na longa catilinária o senhor Maier só elogia os Estados Unidos e a revista Veja, fonte quase exclusiva de suas ‘informações’ sobre a ilha. Quase, disse, porque ele também cita a Trilogia suja de Havana, de Pedro Juan Gutiérrez, ácido crítico das mazelas de seu país.

Compulsivo ledor, suportei estoicamente a anacrônica verrina anticomunista de Veja sobre a transição em Cuba. Já do escritor cubano gostei muito de tudo o que li, inclusive a excelente Trilogia..., que o irado senhor Maier leu mal – ou saberia que os problemas ali relatados, que ele imagina atuais, são parte da crise dos primeiros anos 1990, quando o colapso da União Soviética privou Cuba, subitamente, do único parceiro comercial de peso. Ante a persistência do bloqueio econômico imposto há mais de quatro décadas pelos EUA, o desabastecimento grassou e os cubanos imergiram no desemprego, na desesperança. Condição já superada, como atestam depoimentos recentes.

(Muitas coisas que o senhor Maier ignora: Pedro Juan Gutiérrez mora em Cuba, é jornalista, trabalha em Havana e lá publica livremente seus livros.)

Um leitor furibundo (III)

Ao finalizar ele é gentil, como em outras ocasiões, e desculpa-se ‘por importunar’.

Nada a desculpar, quanto às opiniões discrepantes. E perdôo a inustiça, injuriosa descompostura por constatar que o senhor Maier não leu (nem teria obrigação de ler) o mais que escrevi sobre Cuba. Do contrário saberia que costumo registrar – e lamentar, ao contrário de quem com ela regozija-se – a pobreza do povo, a verberar a falta de liberdade, sobretudo de expressão. Que, afinal, não será absoluta como pretendem os críticos mais acerbos, como o missivista. Se o fosse, como o jornalista Gutiérrez conseguiria emprego?

Tampouco me incomoda: ao assinar esta modesta coluna, compulsoriamente abro-me à crítica. Entristece-me, sim, constatar em sua carta, a par da incompreensão de meus propósitos, a ignorância dos fatos que abordamos. E, pior, a persistência de um extemporâneo anticomunismo que, se inevitável em Veja, mercê dos interesses que tresandam de sua propaganda do fundamentalismo capitalista, soa estapafúrdio em quem patrioticamente defende os interesses do Brasil.

E que nos perdoem os demais leitores, a mim e ao senhor Maier, se os importunamos com nossas longas digressões”.

***

Em sua coluna no Comunidade (29 de março a 4 de abril), Marco Antônio Pontes escreve:

“Contra-senso comum

Peço vênia para transcrever, em meio a oportuna denúncia de vícios da imprensa, um elogio a esta coluna. Honra-me a manifestação de Hélio Doyle, brilhante jornalista, defensor intransigente da liberdade de expressão?

‘Parabéns pela longeva coluna, é muito bom saber que em algum lugar da nossa imprensa há pensamento inteligente, que não se prende a preconceitos ideológicos e não se submete ao ‘senso comum’ tão em voga entre jornalistas e intelectuais midiáticos que substituem informações e análise por defesa de suas posições políticas e ‘achismos’. É triste ver o jornalismo substituído pelo panfletarismo. Seu leitor Félix Maier [que me desancou pelo que escrevi sobre Cuba] é um exemplo de sectarismo burro. Incorporou os chavões contra Cuba (como outros incorporam chavões pró...) e não admite opiniões divergentes. Dane-se a realidade, vale o ‘senso comum’.

Fidel desmente BBC

A imprensa cubana publicou, em 29 de fevereiro, texto sob o título ‘Reflexiones del Compañero Fidel’, um veemente desmentido de reportagem da BBC. Segundo o site da estatal britânica de rádio e TV, Fidel Castro e seu irmão Raul ter-se-iam empenhado em áspera discussão, aos berros, pouco antes da confirmação de Raul na chefia de governo.

Fidel garante que é mentira: ‘Quem conhece tanto Raul como eu sabe que, por elementar sentido de dignidade e respeito, tal tipo de conversa jamais poderia ter ocorrido’.

Curioso: as especulações quanto ao desentendimento entre os irmãos freqüentaram a imprensa daqui; já o desmentido só coube porque a Agência Cubana de Notícias fez-me a gentileza de enviar o texto do Comandante”.

***

Brasília, 2 de abril de 2008

Caro Marco Antônio,

Inicialmente, gostaria de agradecer o fato de o senhor não ter me chamado de “nazista” ou “fascista” na sua coluna de 15 a 21 de março de 2008, termos esses que comumente ouço de pessoas que não conseguem digerir as críticas que eu faço ao Comunismo.

Eu admiro os EUA porque aquele país é uma grande democracia, para onde afluem pessoas do mundo inteiro em busca de vida melhor, e onde existe uma miscigenação de raças só comparada à brasileira. O que não quer dizer que eu apóie sua política externa, normalmente um desastre, iniciada com o “Big Stick” (porrete) contra países latino-americanos e atualizada com a “diplomacia de cruzeiro” (dos mísseis Tomahawk), cujas bombas, além de destruírem por inteiro o Iraque, também caíram em Belgrado durante a ofensiva da OTAN contra a Sérvia no caso de Kosovo – enfim, exemplos acabados de puro genocídio, como o foram também as bombas atômicas lançadas sobre o Japão, a meu ver desnecessárias, porque o destino da guerra já estava selado. A guerra dos EUA contra o Afeganistão, em 2001, no entanto, é defensável, porque lá o regime dos talibãs abrigavam o terrorista Osama Bin Laden, mentor dos ataques contra o WTC e o Pentágono. Agora, a guerra contra o Iraque não tem explicação nenhuma, a não ser que haja por trás um poderoso lobby das indústrias de armas, que hoje faturam mais do que nunca, às custas do contribuinte norte-americano, cuja economia se encontra combalida.

Assim como Bin Laden foi parido pela União Soviética e amamentado pelos EUA, o tirano Fidel Castro é cria direta dos EUA, pelo apoio em armas que aquele país deu à Revolução Cubana para derrubar o ditador Batista, com grande apoio da mídia ianque. O mesmo erro foi feito pelos ianques quando apoiaram em armas Saddam Hussein, que entrou em guerra contra o regime dos aiatolás do Irã.

Entende-se perfeitamente o ódio que os cubanos nutrem contra os EUA (assim como os mexicanos, que perderam toda a Costa Oeste americana). A Doutrina Monroe considerava o Caribe como um “mar interno” dos EUA, para sua defesa. Isso explica as diversas invasões feitas pelos americanos em Haiti, São Domingos, Nicarágua, Granada etc. Embora os EUA tenham libertado Cuba da Espanha, impuseram àquele país a "Emenda Platt", legislação essa que permitia ingerência americana direta na Ilha, mesmo uma invasão. Essa Emenda só foi revogada em 1934, mas aí o estrago já estava feito.

E a revista Veja também tem minha admiração, por ter uma linha liberal clássica, ou seja, a defesa da liberdade de expressão, do livre empreendedorismo, da economia de mercado, da liberdade religiosa. Enfim, daquilo que se chama "capitalismo". Não tomei conhecimento da expressão “coma andante” nas páginas de Veja. Essa revista apenas repetiu uma expressão que corre há meses na internet. Quem primeiro me repassou essa nova denominação do Abutre do Caribe foi o embaixador e escritor José Osvaldo de Meira Penna, presidente do Instituto Liberal de Brasília, do qual também sou membro. A postura de Veja frente ao Comunismo não é anacrônica e extemporânea, como o senhor afirma, porém um dever de todo veículo de comunicação voltado para a defesa da liberdade humana. Já dizia Jean-François Revel, intelectual francês, autor de A obsessão Antiamericana, entre outros livros: "Deve-se combater o comunismo não em nome do liberalismo, da social-democracia ou de qualquer outro regime, mas em nome da dignidade humana". Afinal, não custa lembrar que o patrono do MST, grupo terrorista rural que prega a comunização do Brasil, é Che Guevara. E que partidos políticos de esquerda pertencem ao Foro de São Paulo, grupo espúrio e subversivo criado em 1990 por Fidel e Lula, que tem dois objetivos: 1) salvar o regime comunista cubano (por isso as contínuas “mesadas” de Lula ao Abutre – em janeiro deste ano, foram mais 1 bilhão de dólares; e o petróleo gratuito de Chávez a Cuba); e 2) criar na região uma espécie de nova União Soviética, para “recuperar na América Latina o que se perdeu no Leste europeu”, no dizer do próprio Fidel. Quem mais se aproxima no momento do modelo cubano é a Venezuela de Hugo Chávez. Convém lembrar ao senhor, colunista e estudioso do assunto, que as FARC, assim como o MIR chileno, também são sócios de Lula e do PT no Foro – o que vale dizer que, indiretamente, Lula é também sócio de Fernandinho Beira-Mar.

Respondendo ao “leitor furibundo”, o senhor comete uma "impropriedade lingüística", para não dizer uma grande mentira: de que existe um bloqueio americano contra Cuba. Na verdade, existe apenas embargo, e muito fajuto, pois os cubanos recebem há anos comida e remédios dos EUA - sem falar nos refugiados cubanos que moram nos States e enviam milhões de dólares para seus parentes em Cuba. Somente existiu “bloqueio” uma vez, por ocasião da crise dos mísseis atômicos soviéticos instalados em Cuba, e foi por um período muito curto. Se existem problemas sérios em Cuba, é em função da política econômica lá instalada pelos comunistas, não pelos malvados americanos. Esse é um chavão que todos os simpatizantes de Fidel sempre repetem e que mantém o Abutre no poder há tanto tempo. Cuba pode negociar com todos os países membros da ONU com quem têm relações diplomáticas - fato já alardeado pelas próprias autoridades cubanas. Se quase ninguém quer fazer negócios com a Ilha, é porque não convém. Ponto final.

Quanto ao escritor Gutiérrez, convém lembrar que ele perdeu o emprego por conta de sua orientação política e passou a sobreviver em Cuba praticando pequenos crimes. Basta lembrar que ficou 2 anos na cadeia por mostrar seus “instrumentos” sexuais a turistas em visita a Cuba, como ele mesmo relata em Trilogia. Os livros que ele escreve são publicados no exterior, não em Cuba, onde nada é permitido que seja publicado, a não ser que se elogie o tirano. Pelo que o senhor escreveu na coluna, até parece que Gutiérrez freqüenta a roda da elite cubana, que autografa seus livros nos cafés de Havana, com a maior liberdade possível, entre um gole de mojito e uma baforada de charuto. Vamos falar sério, senhor Marco Antônio! Quem o senhor pretende enganar?

É claro que Cuba está se modificando a partir dos meados da década de 1990, quando chegou ao fundo do poço por conta do corte da gorda mesada soviética. A Ilha do doutor Castro, livro de Corinne Cumerlato e Denis Rousseau, já aborda a nova situação, em que existem dois tipos de cidadãos cubanos: os detentores de dólares (a expressão “socialismo o muerte” foi substituído por “dolares o muerte”) e os detentores do desvalorizado peso cubano, que nada vale. A melhoria econômica cubana não é decorrente do tipo de regime implantado no país, que o senhor tanto enaltece, mas numa certa abertura econômica, em que o Exército, já anteriormente comandado por Raúl Castro, administra o turismo e fiscaliza diretamente a construção de novos hotéis, com investimento externo. Hoje, qualquer professor cubano fica louco em trocar sua profissão para ser taxista, para receber gorjetas em dólares ou euros dos turistas. A China tem hoje o sucesso conhecido não devido à truculência do PC, mas à abertura do mercado, ou seja, o capitalismo que o senhor tanto execra. Se Raúl Castro liberalizar a economia, em breve teremos um novo “tigre” mostrando suas garras, desta vez no Caribe.

Quanto a Fidel desmentir a BBC, quem vai acreditar na história, mesmo que receba algumas caixas de havanas? Afinal, já dizia Lênin que "dizer a verdade é um conceito pequeno-burguês" e que "o fim justifica os meios empregados".

Eu gostaria de lembrar ao jornalista Hélio Doyle que não existe sectarismo em combater a Peste Vermelha, esteja ela onde estiver, assim como se deve combater com a mesma tenacidade também o nazismo e o fascismo – na verdade o Cérbero das três bocarras horrendas que infernizaram o mundo durante o século XX.

Finalizando, gostaria de concluir com um aforismo de Janer Cristaldo, autor de Ponche Verde: "Marxismo é como cachumba. Ou dá na idade certa, ou provoca esterilidade".

Atenciosamente,

Félix Maier

***

Em sua coluna do Comunidade, edição 1011 (12/04 a 18/04 2008), Marco Antonio faz a réplica da tréplica:

Um leitor radical

Volta à carga o leitor Félix Maier. Mas desta vez ele não vem furibundo. Até agradeceu não o haver chamado “nazista”, em função de sua catilinária anticomunista.

Continua radical, porém. Fidel Castro, para ele, é o “abutre do Caribe”. Marxismo é a “peste vermelha”. Seu texto é repleto de expressões que tais, datadas da década de 1950.

Ele reitera sua admiração pelos Estados Unidos – “uma grande democracia, para onde afluem pessoas do mundo inteiro em busca de vida melhor, e onde existe uma miscigenação de raças só comparada à brasileira” – com o que concorda este velho escriba. E também critica-lhes “a política externa, normalmente um desastre, iniciada com o ‘big stick” (porrete) contra países latino-americanos e atualizada com a ‘diplomacia de cruzeiro’ (dos mísseis Tomahawk)”, citando a destruição do Iraque e a ofensiva contra a Sérvia, “exemplos acabados de puro genocídio, como o foram também as bombas atômicas lançadas sobre o Japão”. Assino em baixo, de novo.

Um leitor radical (II)

Respeito as opiniões do senhor Maier, enquanto divirjo da maioria delas. Malgrado sua inegável erudição, parece-me que se engana quanto a alguns fatos da história recente, sobretudo quanto às relações entre os Eua e seus vizinhos ao sul. E soa-me curioso que negue haver bloqueio estadunidense contra Cuba, admitindo tratar-se apenas (?!) de “embargo”.

Infelizmente falta-me espaço para transcrever-lhe toda a longa explanação. Seria bem instrutiva para os eventuais leitores, como o foi para este colunista. Positiva e negativamente.

Vejam a pitoresca citação de um conhecido aforismo, que ele atribui a Janer Cristaldo: “Marxismo é como cachumba. Ou dá na idade certa, ou provoca esterilidade”.

Lembro, a propósito, frase análoga e igualmente bem formulada, atribuída a tanta gente que já não sei a quem creditar a autoria: “Quem não é radical na juventude é alienado; quem continua radical na maturidade, também.”


***

Brasília, 14/04/2008

Caro Marco Antonio,

Li sua coluna de 12/04 a 18/04 na Internet e gostaria de tecer alguns comentários que, prometo, serão os últimos sobre nossas divergências cubanas.

Hoje, ser radical não é combater a Peste Vermelha (assim como não é combater o Nazismo e o Fascismo, as outras duas bocarras do Cérbero totalitário). Ser radical, Sr. Marco Antonio, é apoiar Fidel Castro e endeusar Che Guevara, el chancho (o porco). Ser radical é apoiar as FARC, não as considerando "terroristas", mas apenas um "grupo político". Ser radical é apoiar a China, apesar do genocídio promovido contra o Tibete. Segundo o escritor soviético Alexander Soljenitsyn, "a ocupação chinesa do Tibete é obra do mais brutal e desumano de todos os regimes comunistas que já existiram no mundo". Dos seis mil mosteiros antes existentes no Tibete, os comunistas deixaram apenas oito em pé. Morreram cerca de 1.200.000 tibetanos, assassinados, torturados, ou queimados vivos em campos de concentração, além de milhares de mulheres obrigadas a abortar e esterilizadas à força.

A meu ver, a única forma de socialismo/comunismo que pode ser apoiada são os kibbutzim israelenses, onde todos são beneficiados pelo trabalho conjunto feito nas fazendas. Eu apoiaria o MST, se seguisse esse modelo e não quisesse transformar o Brasil em uma Cuba continental.

Volto a repetir: não existe bloqueio dos EUA contra Cuba, apenas embargo, e muito suave, já que aquele país fornece alimentos e remédios aos cubanos, além de milhões de dólares através dos refugiados lá estabelecidos. As leis americanas Torricelli e Helms-Burton contra Cuba, nunca aplicadas com eficácia, não impedem a Ilha de comercializar com o mundo inteiro, porque nunca houve bloqueio. Insistir em falar em "bloqueio" é continuar propalando uma grande mentira.

Não sou radical. Apenas um humilde escriba que tenta ver o mundo dentro da análise lógica, muitas vezes fria e ingrata, não dentro de sonhos fantásticos que demonstraram ser os mais terríveis pesadelos que a Humanidade já enfrentou.

Obrigado pela consideração demonstrada em sua coluna do Comunidade.

Atenciosamente,

Félix Maier

P.S.: Para conhecer alguns dos meus escritos "radicais", acesse 
http://www.midiasemmascara.com.br/arquivo.php?posted=S&fauth=S&aid=13&language=pt.

*

Obs.: 

Infelizmente, os textos publicados em MÍDIA SEM MÁSCARA (MSM) nos endereços http://www.midiasemmascara.com.br/  e http://www.midiasemmascara.org/, onde foram publicados textos de minha autoria por mais de 10 anos, não estão mais acessíveis. Atualmente, o endereço eletrônico do MSM é https://midiasemmascara.net/.

Félix Maier












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