General Francisco Franco
GUERRA CIVIL ESPANHOLA
15/08/2007
Preâmbulo
Apolônio de Carvalho está sendo endeusado pela mídia esquerdista como o "herói de 3 pátrias". Ocorre que o recém-falecido comunista não passa de um "traidor de 2 mundos", por ter tentado transformar o Brasil e a Espanha em países comunistas. No Brasil, participou da Intentona Comunista, em 1935, a soldo de Moscou, quando militares foram friamente assassinados enquanto dormiam em seus alojamentos. Na Espanha, lutou ao lado de Stalin, quando os comunistas aproveitaram para massacrar também os anarquistas e os poumistas. Tal crime conseguiu na época ser ofuscado pelas bombas nazistas lançadas sobre Guernica, fato magistralmente utilizado pela propaganda comunista. Nada mais é preciso dizer sobre o “traidor de dois mundos” que o ministro Márcio Thomaz Bastos quis promover a general, ainda que o filme “Vale a Pena Sonhar”, de Stela Grisitti e Rudi Bohm, apresentado pela TV Lumumba de Paulo Markun (TV Educativa) no dia 30 de setembro, enalteça o facínora.
O Papa João Paulo II beatificou 471 mártires, todos assassinados pelos “generais” e pelos “soldados” de Stálin, como Apolônio de Carvalho (https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/06/apolonio-de-carvalho-o-general-de-stalin.html), o mais novo “herói” brasileiro.
Enfim, defender o comunismo, o nazismo e o fascismo não passa de coisa de idiota ou de criminoso. Tertium non datur!
F. Maier
***
Guerra Civil Espanhola
por Félix Maier
“A Constituição de 1931 havia feito da Espanha uma ‘república democrática dos trabalhadores de todas as classes’, com separação entre Igreja e Estado, parlamento unicameral, regime parlamentarista, autonomia regional para o País Basco e para a Catalunha, sufrágio universal extensivo às mulheres e aos soldados. Os títulos de nobreza foram abolidos e decretou-se o divórcio. Uma lei agrária, de 15-IX-1932, permitiu a expropriação dos latifúndios. As propriedades das ordens religiosas foram postas à disposição da nação. (...) Tão drásticas reformas não chegaram a efetivar-se: perderam-se na violência generalizada, em greves e motins de toda sorte” (Barsa, Encyclopaedia Britannica do Brasil, Vol. 8, pg. 390 e 391).
A violência da esquerda se intensificou a partir de 1936: “Em junho, a violência piorou. A 16 de junho, Robles, num último aviso, leu em voz alta para as Cortes uma lista de ultrajes e atrocidades: 160 igrejas queimadas, 269 assassinatos (a maioria políticos), 1.287 casos de agressão, 69 destruições de escritórios políticos, 113 ‘greves gerais’, 228 greves parciais, 10 sedes de jornal saqueadas” (Paul Johnson, in "Tempos Modernos", pg. 273).
A República espanhola foi tomada pela polícia secreta de Stalin, pois o PC espanhol era controlado pela Embaixada russa, pelas unidades da NKVD e da OGPU, sob Alexander Orlov, e por figuras do Komintern, como o francês André Marty.
A guerra civil estourou no dia 17 de julho. Tropas do general Franco, aliadas dos monarquistas, classes conservadoras e falangistas se rebelam contra o Governo republicano dominado por liberais, radicais, socialistas, anarquistas, comunistas (tanto stalinistas quanto trotskistas), separatistas bascos e catalães, ocasionando a Guerra Civil (1937-39).
Os republicanos da “Frente Popular” receberam ajuda militar do Reino Unido, México, França, URSS e, principalmente, das “Brigadas Internacionais”, formadas por 60.000 voluntários de todo o mundo. “A URSS limitou-se a enviar técnicos e ‘conselheiros’ desarmados, pagando-se, ao fim da guerra, com o seqüestro do ouro do Tesouro espanhol” (Barsa, Vol. 8, pag. 390) – o que comprova a íntima ligação entre o Governo “republicano” e os comunistas.
Os nacionalistas de Franco contaram, ainda, com o apoio das organizações católicas e monárquicas, e receberam ajuda da Legião Condor, da Alemanha nazista, e de várias divisões de camisas-negras, da Itália fascista.
Nessa Guerra, em 1937, foi feito o primeiro emprego maciço de bombas, pelos nazistas, contra um alvo não-militar, a cidade de Guernica, a histórica capital dos Bascos, ocasião em que morreram mais de 1.000 pessoas. A tragédia serviu de inspiração para Pablo Picasso pintar uma obra-prima, a tela “Guernica”. Isso é o que diz a propaganda comunista. Na verdade, havia sido encomendado a Picasso uma tela para uma exposição em Paris. Essa tela, originalmente, apresentava a ação de um toureiro na arena e foi depois capciosamente chamada de "Guernica" para encobrir os crimes contra anarquistas e poumistas (veja verbete "Guernica", abaixo). “Os comunistas deveriam lembrar-se de que falar a verdade é preconceito pequeno-burguês. Uma mentira, por outro lado, é muitas vezes justificada pelo fim” (Lenin). Como se vê, para os comunistas, nada se cria, tudo se transforma...
A técnica militar utilizada, de bombardeio em mergulho, em Guernica, foi um ensaio para os nazistas, que começariam a II Guerra Mundial no último ano da Guerra na Espanha. Durante a Guerra, foram inúmeras as atrocidades feitas pelos comunistas contra os católicos, especialmente frades e freiras, muitos deles canonizados pelo Papa João Paulo II. O clero era numeroso: 20.000 monges, 60.000 freiras, 35.000 padres, numa população de 24,5 milhões de pessoas.
“Onze bispos, um quinto do total, foram assassinados, 12% dos monges, 13% dos padres também. Os chacinados foram reverenciados no famoso poema de Paul Claudel, ‘Aux martyrs espagnols’:
‘Soeur Espagne, sainte Espagne, tu as choisi!
Onze évêques, seize mille prêtres massacrés et pas une apostasie!’.
“Cerca de 283 freiras foram mortas, algumas estrupradas antes da execução. (...) Na provínvia de Ciudad Real, a mãe de dois jesuítas foi assassinada com um crucifixo empurrado garganta abaixo. O pároco do Torrijos foi açoitado, coroado de espinhos, forçado a beber vinagre; colocaram-lhe um pedaço de madeira amarrado às costas e foi então fuzilado, mas não crucificado. O bispo de Jaén foi assassinado juntamente com sua irmã, na frente de 2.000 pessoas; seu carrasco era uma mulher da milícia, a feroz ‘La Pecosa’ (A Sardenta). Alguns padres foram queimados vivos; alguns tiveram sua orelhas decepadas” (Paul Johnson, op. cit., pg. 273-4).
Os republicanos atiraram 512 nacionalistas num desfiladeiro, em Ronda, episódio utilizado por Ernest Hemingway em seu romance “Por quem dobram os sinos”. A vítima mais famosa foi o poeta comunista espanhol García Lorca, fuzilado provavelmente em 18 de agosto de 1936 (seu túmulo nunca foi encontrado). Salvador Dalí reagiu à notícia com um sonoro “olé!” de praça de touros.
“Os assassinatos em Majorca (atrocidades fascistas) foram descritos pelo escritor católico Georges Bernanos em seu romance ‘Les grands cimetières sous la lune’. Mas Arthur Koestler, em seu ‘The Invisible Weiting’, também descreveu como as atrocidades fascistas foram produzidas na fábrica do Comintern, em Paris” (Paul Johnson, op. cit., pg. 275).
“Do lado nacionalista, 90.000 foram mortos em ação; do lado republicano, também 110.000 soldados morreram; havia 1 milhão de aleijados; 10.000 sucumbiram em conseqüência de ataques aéreos; 25.000 de desnutrição; 130.000, assassinados ou mortos atrás das linhas; e os restantes 500.000 estavam no exílio. (...) A destruição de tesouros foi imensa, desde a famosa biblioteca de Cuenca, até os primeiros quadros de Goya em seu lugar de nascimento, Fuentodos” (Paul Johnson, op. cit., pg. 284).
Franco vence a Guerra e instala uma ditadura na Espanha, que volta à democracia somente em 1976, com a restauração da monarquia parlamentar. Ao final da Guerra, Franco não buscou a reconciliação nacional e cerca de 37.000 opositores ao regime foram executados.
Acesse o site www.cristiandad.org/panorama/espana30.htm.
Glossário:
Os verbetes abaixo foram extraídos de “Arquivos ‘I’ – uma história da intolerância”, de minha autoria, disponível em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/06/arquivos-i-uma-historia-da-intolerancia_78.html:
GPU - Gossudarstviênnoie Politítcheskoie Upravliênie (Administração Política do Estado): designação da polícia secreta soviética, que substituiu a Tcheká, de fevereiro a dezembro de 1922, quando foi mudada para OGPU. No entanto, continuou sendo conhecida por GPU. Após a II Guerra Mundial, foi substituída pela NKVD.
Guernica - Cidade santa basca, bombardeada pela Legião Condor, de Hitler, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39). Os nazistas forneceram um total de 10.000 homens, incluindo 5.000 da Legião do Condor, uma unidade experimental de tanques e aviões, e tiveram uma baixa de 300 homens. No dia 26 de abril de 1937, 43 aviões da Legião Condor bomardearam a cidade santa basca de Guernica, matando cerca de 1.000 pessoas e destruindo 70% dos edifícios. “Para os propagandistas do Comintern – os melhores do mundo – foi um golpe de sorte surpreendente, e eles transformaram esse episódio no mais celebrado de toda a guerra. Picasso, a quem já tinham encomendado um grande painel para o Pavilhão da Espanha, na Feira Mundial de Paris, se aproveitou do episódio: o resultado, mais tarde, foi levado para o Metropolitan de Nova Iorque. Guernica ajudou a levar todo um segmento da opinião ocidental, inclusive as revistas Time e Newsweek, para o lado dos republicanos. Seguiu-se uma confusão cujos ecos ainda puderam ser ouvidos nos anos 80, mas quando o quadro foi solenemente pendurado no Prado, os sons das chacinas de Barcelona passaram depercebidos. A maneira como usaram Guernica para encobrir a destruição do POUM era típica do brilhantismo da propaganda do Comintern, conduzida por dois inspirados mentirosos profissionais, Willi Muenzenberg e Otto Katz, ambos assassinados, mais tarde, por ordem de Stalin” (Paul Johnson, op. cit., pg. 281).
KGB - Komitiét Gosudárstviennoy Bezopásnosti (Comitê Estatal de Investigação): criada por Felix Dzerzhinski, a KGB foi o órgão da polícia secreta soviética, ligado ao Conselho de Ministros. Foi a última transformação dos “Órgãos”, depois de 1953, e chegou a ter 1,5 milhão de agentes. Sucedeu ao MGB e foi substituído pelos Serviços Russos de Segurança (FSB).
Komintern - Kommunistítcheski Internatsional (Internacional Comunista - IC): órgão executivo da Internacional Comunista, criado por Lênin em 1919, no Congresso da Terceira Internacional. Seu primeiro chefe foi Zinoviev. Em seu segundo encontro, em 1920, participaram 37 países e Lênin estabeleceu os vinte e um pontos, que exigiam que todos os Partidos Comunistas modelassem suas estruturas em linhas disciplinares de acordo com o modelo soviético e excluíssem ideologias moderadas. Em 1943 Stálin dissolveu o Komintern, para atrair os democratas ocidentais para lutar em comum contra os nazistas, ocasião em que o controle dos PC passou diretamente para o CC/PCUS. Em 1947, ele foi reativado e reformado para Kominform, a fim de coordenar as atividades do comunismo europeu. Este, por sua vez, foi dissolvido em 1956. O Komintern teve participação na Intentona Comunista, no Brasil, em 1935, quando enviou agentes para o levante, incluindo o brasileiro Luís Carlos Prestes. Leia o livro “Camaradas”, de William Waack, e acesse https://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf, pg. 33 a 39, para conhecer "Alguns crimes do PCB".
La Pasionaria - Apelido de Dolores Ibarruri, famosa líder comunista, originária de Bilbao, região basca da Espanha. “Os comunistas haviam conseguido eleger apenas 17 deputados – incluindo Dolores Ibarruri, ‘La Pasionaria’, que, segundo se dizia, teria cortado a garganta de um padre com os próprios dentes” (Paul Johnson, op. cit., pg. 272). Após a derrota dos “republicanos” (comunistas e anarquistas), na Guerra Civil Espanhola, “La Pasionaria” mudou-se para Moscou e assumiu o Secretariado Latino-Americano do Komintern (BSA).
La Pecosa - “A Sardenta”: mulher feroz, pertencente à milícia comunista, atuante na Guerra Civil Espanhola, que foi o carrasco que assassinou o bispo de Jaén e sua irmã, na frente de 2.000 pessoas.
NKVD - Naródni Kommissariat Vnutriênnikh Diel (Comissariado Popular do Interior): órgão da polícia secreta russa, de 1934 a 1943, que substituiu o GPU.
OGPU - Obiediniónnoie Gossudarstviênnoie Politítcheskoie Upravliênie (Administração da Polícia Política do Estado - GPU Unificada): nome da polícia política russa, também conhecida como “Os Órgãos”, em atuação de 1922 a 1934; unificados ao nível da URSS (a polícia política foi fundada por Lênin e Trotsky, em 1917).
Patrulha da madrugada - Gangue assassina, atuante na Guerra Civil Espanhola, dirigida pelo chefão da juventude comunista, García Attadell, que acumulou pilhagens para fugir para a América do Sul, mas foi garroteado na prisão de Sevilha. Muitos desses assassinos se aperfeiçoaram com a polícia secreta soviética mandada a Barcelona. “No total, a esquerda parece ter assassinado cerca de 55.000 civis (o Santuário Nacional, em Valladolid, possui uma lista de 54.594), incluindo cerca de 4.000 mulheres e várias centenas de crianças” (Paul Johnson, op. cit., pg. 274). Havia outras gangues assassinas da esquerda, conhecidas como ‘checas’: Linces da República, Leões Vermelhos, Fúrias, Spartacus, Força e Liberdade. Só em Madri havia dúzias dessas gangues – a pior de todas sendo a Patrulha da madrugada.
POUM - Partido Obrero de Unificación Marxista (Partido Operário de Unificação Marxista), Espanha: comunistas anti-stalinistas. Na Guerra Civil Espanhola (1936-39), integrantes do POUM e anarquistas foram massacrados por comunistas pró-Stalin. “Mais cedo ou mais tarde a Espanha teria de suportar uma guerra civil entre os da esquerda. Esta guerra explodiu em Barcelona, na primavera de 1937, com os comunistas combatendo do POUM e os anarquistas. O pretexto imediato, como na Guerra Civil total, foi o assassinato político de um comunista importante, Roldán Cortada, possivelmente por ‘uma patrulha de controle’ anarquista, e mais possivelmente ainda pelo agente Ernö Gerö, do Comintern. Ambos os lados tinham exércitos particulares, forças da polícia secreta, gangues de bandidos assassinos. O slogan do POUM era ‘Antes de renunciar à revolução, nós morreremos nas barricadas’. Os comunistas entoavam: ‘Antes de capturar Saragossa, nós temos que tomar Barcelona’. (...) Durante o resto do ano de 1937 e al longo de 1938, vários milhares de membros do POUM e outros esquerdistas de diversas denominações foram executados ou torturados até a morte nas prisões comunistas. Incluía-se aí um grande número de estrangeiros, tais como o ex-secretário de Trotsky, Erwin Wolff, o socialista austríaco Kurt Landau, o jornalista britânico ‘Bob” Smilie e um professor da Universidade John Hopkins, José Robles. Entre aqueles que conseguiram escapar estavam Orwell e Willy Brandt, o futuro chanceler alemão” (Paul Johnson, op. cit., pg. 279- 80). Orwell é o autor do livro “Nineteen Eighty-Four” (1984), em que o modelo de herói, Goldstein, preferiu morrer sob tortura a confessar (Há um filme homônimo, “1984”). Os católicos também foram perseguidos pelos comunistas, que mataram 25% dos padres do país (o Papa João Paulo II beatificou 471 mártires).
Quinta-coluna - Criado durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39) para designar os que, dentro de Madri, apoiavam as quatro colunas rebeldes que marchavam contra aquela cidade. Pessoa (estrangeira ou nacional) que atua sub-repticiamente num país em guerra ou em via de entrar em guerra com outro, preparando ajuda em caso de invasão ou fazendo espionagem ou propaganda subversiva.
Tcheká - Tch. K.: Tchezvitchainaia Kommíssio (Comissão Extraordinária de Luta contra a Contra-Revolução e a Sabotagem): o mais antigo nome da Polícia Secreta soviética, funcionou de 1917 a 1922, quando foi substituída pela GPU. Criada em 12 Nov 1917 por decreto do Sovnarkom, ficou sob comando de Félix Dzerzhinsky, polonês fanático, e tinha por objetivo “combater a contra-revolução e a sabotagem”. Esse decreto só veio a público 10 anos depois (Pravda, 18 Dez 1927); “portanto, a força de segurança permaneceu uma polícia secreta no sentido mais puro, já que sua verdadeira existência não foi oficialmente reconhecida” (Paul Johnson, op. cit., pg. 54). A Tcheká ocupou um grande edifício de uma companhia de seguros, na Praça Lubyanka, em Moscou; dentro havia uma “prisão secreta” para suspeitos políticos. “Nos primeiros 6 meses de 1918, de acordo com os registro oficiais, a Tcheká executou somente 22 prisioneiros. Na segunda metade do ano ocorreram 6.000 execuções e nos 12 meses de 1919, mais ou menos 10.000. W.H. Chamberlain, o primeiro historiador da Revolução, uma testemunha ocular, calculou que por volta de 1920 a Tcheká tinha aplicado 50.000 sentenças de morte” (Paul Johson, op. cit., pg. 55-6).
Bibliografia consultada:
BARSA. Encyclopaedia Britannica do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, 1992.
JOHNSON, Paul. Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80, Biblioteca do Exército e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994. Tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Maranhão da Matta.
MAIER, Félix. Arquivos
'I' - uma história da intolerância,
obra disponível em
http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/06/arquivos-i-uma-historia-da-intolerancia_78.html
Bibliografia consultada:
BARSA. Encyclopaedia Britannica do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, 1992.
JOHNSON, Paul. Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80, Biblioteca do Exército e Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1994. Tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Maranhão da Matta.
MAIER, Félix. Arquivos
'I' - uma história da intolerância,
obra disponível em
http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/06/arquivos-i-uma-historia-da-intolerancia_78.html
***
Guerra Civil Espanhola, 75 Anos Depois
Escrito por Janer Cristaldo
Desculpem-me os humanistas de plantão, mas sou defensor incondicional de Franco. Franco salvou a Espanha das ambições continentais de Stalin. Salvando a Espanha, salvou a Europa. Dominasse Stalin a Espanha, Portugal cairia no dia seguinte.
No dia 18 de julho de 1936, o general espanhol Emilio Mola y Vidal enviou telegramas às unidades militares dizendo: "El pasado dia 15, a las 4 de la mañana, Elena dió a luz un hermoso niño”. Esta senha, decodificada, significava que o levante que deu início à Guerra Civil Espanhola começaria em Marrocos, naquele 18 de julho, dia de San Camilo de Lelis, celestial patrono dos hospitais, às cinco horas da manhã. Hoje, exatamente 75 depois, a memória de Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde Salgado Pardo – generalísimo Francisco Franco, para os íntimos – continua dividindo os espanhóis.
Desde ontem, El País vem dedicando vários ensaios relembrando a data. Franco, um dos deflagradores do levante – que tomaria as rédeas do país pelos próximos 39 anos – é visto como vilão. Desde alguns anos, há um movimento de “desfranquização” da Espanha, no sentido retirar todos os nomes de rua ou monumentos em sua memória, como também os nomes de seus generais. Quanto aos comunistas que, sob o comando de Stalin, queriam tomar o poder na Espanha, são vistos como os promotores de “una revolución movida en las primeras semanas por el propósito de liquidar físicamente al enemigo de clase, comprendiendo en esta denominación al ejército, la iglesia, los terratenientes, los propietarios, las derechas o el fascismo; una revolución que soñaba edificar un mundo nuevo sobre las humeantes cenizas del antiguo”.
Por mundo nuevo, entenda-se o regime comunista russo, que fez apenas 20 milhões de cadáveres. Franco matou? Matou. Não há guerra sem mortes. Mas matou para defender a Espanha, vítima de uma brutal invasão soviética. Em 1937, a União Soviética já havia colocado na Espanha pilotos de guerra, técnicos militares, marinheiros, intérpretes e policiais. A primeira presença estrangeira em terras de Espanha foi a soviética, com o envio de material bélico e pessoal militar altamente qualificado, em troca de três quartas partes (7800 caixas, de 65 quilos cada uma) das reservas de ouro disponíveis pelo Banco de España. Pagos adiantadamente.
Em 1936, Juan Negrín, ministro da Fazenda do governo Largo Caballero – conhecido também como o Lênin espanhol -, raspou os cofres do país em troca de aviões, carros de combates, canhões, morteiros e metralhadoras russas. Ao celebrar com um banquete no Kremlin a chegada das 7.800 caixas de ouro, Stalin, evocando um ditado russo, comemorou: "Os espanhóis não voltarão a ver seu ouro, da mesma forma que ninguém pode ver as orelhas".
Em 1937, a URSS já tinha na Espanha mais de cem aviões de combate. Os mais utilizados foram os I-15 (biplanos), conhecidos com Chatos, e os I-16 (monoplanos), conhecidos como Moscas. No ano seguinte continuaram chegando à zona republicana mais aviões soviéticos, entre estes vários bombardeiros, cada vez mais aperfeiçoados, alguns ultrapassando a velocidade de 300 milhas, como os Katiuska.
Isto El País não conta. Mas entrevista Santiago Carrillo, hoje nonagenário, responsável pelo massacre de Paracuellos del Jarama, episódio que as esquerdas não gostam de lembrar. A matança é plenamente confirmada por historiadores e foi bem mais feia que o suposto bombardeio de Guernica. Entre 7 de novembro e 4 de dezembro de 1936, militares que haviam participado do levante franquista ou que não haviam se incorporado aos comunistas, falangistas, religiosos, militantes de direita, cidadãos comuns e outras pessoas que haviam sido detidas por serem consideradas partidárias da sublevação, foram retiradas das prisões, atadas pelos punhos e conduzidas em ônibus e caminhões e conduzidas às margens do Jarama, onde foram sumariamente fuziladas. Há quem fale em cinco mil cadáveres. Outros em oito mil. À frente do PC espanhol estava Santiago Carrillo.
Interrogado sobre a matança de Paracuellos, Carrillo responde: “Yo me enteré después porque me lo contaron diplomáticos extranjeros que estaban en Madrid. Miaja y yo habíamos decidido trasladar a Valencia a los militares presos en la cárcel Modelo porque las tropas franquistas estaban a 200 metros de la prisión y, o sacábamos a los presos de allí o los hubieran liberado y perdíamos Madrid. En el traslado, fuera de mi jurisdicción, atacaron al convoy. Nadie sabe exactamente quiénes fueron y los milicianos antifascistas que les custodiaban no hicieron lo que tenían que hacer: jugarse la vida y defenderles. Pero ni Miaja ni yo ordenamos nada semejante”.
Preposto de Moscou e um dos líderes máximos do movimento comunista espanhol, o santo homem nada sabia do massacre. Foi saber por diplomatas estrangeiros. Como se ninguém soubesse na Espanha o que havia ocorrido em Paracuellos.
Desculpem-me os humanistas de plantão, mas sou defensor incondicional de Franco. Franco salvou a Espanha das ambições continentais de Stalin. Salvando a Espanha, salvou a Europa. Dominasse Stalin a Espanha, Portugal cairia no dia seguinte. Dominada a península, teria controle do mar do Norte, Atlântico e Mediterrâneo. França e Itália ficariam estranguladas. E todo o sul da Europa estaria dominado por Moscou.
El País está denegrindo, em suas páginas, o homem que construiu a Espanha de hoje, rica, livre e democrática. Não fosse Franco, a Espanha teria sido uma proto-Cuba castrista. E teria dado mais sobrevida ao regime que acabou se esboroando há duas décadas.
Fonte: http://www.rplib.com.br/index.php/artigos/item/3177-guerra-civil-espanhola-75-anos-depois
***
INGRATA GENTE! - JANER CRISTALDO | |
Janer Cristaldo Décadas após a morte de Francisco Franco, as esquerdas espanholas decidiram eliminar das ruas e monumentos toda e qualquer lembrança ao nome do homem que salvou a Espanha de tornar-se uma republiqueta soviética. Vou mais longe: Franco salvou não apenas a Espanha do comunismo, como boa parte da Europa. Caída a Espanha, a França seria estrangulada entre a nova república comunista e os países do Leste Europeu. Perderia o acesso a boa parte do Mediterrâneo, ao Atlântico e ao mar do Norte. A queda dos demais países europeus ao leste da Espanha, e Portugal ao oeste, seria apenas uma questão de tempo. O regime soviético, com novas colônias a explorar, certamente não teria morrido nos anos 90. Hoje, você não encontra nenhum monumento, nenhuma rua com o nome de Franco no país de Franco. É claro que a moda contagiaria o Brasil. Somos mestres em importar o que de pior acontece no estrangeiro. Leio nos jornais que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei, de autoria do deputado estadual Milton Flávio (PSDB), que pretende mudar o nome de todos os lugares públicos do Estado que homenageiam ícones do período da ditadura militar. Até a rodovia Castelo Branco, principal ligação entre a capital e o oeste paulista, seria rebatizada com nome de uma liderança democrática. Ou seja: o deputado tucano quer eliminar da memória nacional o nome daqueles militares que não permitiram que o Brasil se tornasse uma imensa Cuba tropical. A iniciativa não deixa de ter suas origens no governo Fernando Henrique, quando o Estado reconheceu que houve tortura ao indenizar ex-presos e perseguidos políticos. “Sendo assim – diz o deputado -, não faz sentido homenagear quem autorizou ou praticou tortura com nome de praça, escola ou estrada”. Matar em nome do comunismo pode. Uma rua na zona norte da capital paulista homenageia Carlos Lamarca. Já há ruas no Brasil com nomes de outros dois celerados, Luiz Carlos Prestes e Olga Benário. Uma escultura em granito, com 1,5 metro de altura, foi instalada em 1999 no local em que Carlos Marighella, dirigente e fundador do grupo terrorista Aliança Libertadora Nacional (ALN), foi cercado e morto pelos militares. Em Dom Pedrito, tenho conhecimento de uma rua Che Guevara. Detalhe curioso, é que poucos pedritenses aludem ao guerrilheiro argentino. A rua é conhecida apenas como rua do Che, o que tem outro significado naquelas plagas. Muitas outras homenagens aos bandoleiros internacionais que quiseram transformar o país em republiqueta soviética devem existir país afora. “Defendemos isso faz tempo. Não tem sentido a democracia manter a homenagem a um criminoso como o Castelo Branco e punir com o ostracismo a vítima do crime, que foi o João Goulart. Queremos o Jango em nomes de avenidas, estradas e praças. Faltam também avenidas e ruas chamadas Miguel Arraes, Leonel Brizola...”, afirma Ivan Seixas, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos. Mais um pouco e teremos a avenida Fidel Castro, o largo Mao Tse Tung, a praça Stalin, a rua Pol Pot. Ora, não temos notícias de torturas durante o governo Castelo Branco. Daí a homenagear um presidente pusilânime como Jango – que portou-se como uma mosca tonta nos idos dos 60 – e notórios politiqueiros como Arraes e Brizola, que financiaram grupos terroristas e só serviram para conturbar a política nacional, vai uma longa distância. Curiosamente, ninguém pensa em trocar os nomes de ditadores e degoladores como Floriano Peixoto, Moreira César, Borges de Medeiros, Getúlio Vargas. Uma mudança de nomes de rua é algo que afeta milhões de pessoas. Provoca confusões no trânsito, novos mapas e guias terão de ser editados, os moradores precisarão alterar o nome das vias em documentos, escrituras, correspondências e cadastros bancários. Toda esta perturbação apenas para satisfazer o espírito de vendeta das esquerdas que um dia quiseram destruir o país. Isso sem falar na falta de gratidão desta gente. Não fossem os presidentes militares, seus militantes hoje não estariam gozando de pensões milionárias. | |
O autor é Jornalista *** Justiça espanhola determina que restos mortais do ditador Franco sejam retirados do Vale dos Caídos Supremo Tribunal rejeita por unanimidade o recurso da família do ditador, morto em 1975, e aprova sua transferência para um cemitério na periferia de Madri. Objetivo é transformar o monumento em um lugar de memória e reconciliação Madri - 24 SEP 2019 - 13:00 BRT Coletivos em defesa da memória histórica, nesta terça-feira, em frente ao Tribunal Supremo. O Governo da Espanha poderá exumar o corpo do ditador Francisco Franco do Vale dos Caídos e levá-lo para o cemitério de Mingorrubio, no bairro de El Pardo, em Madri. O Tribunal Supremo do país autorizou nesta terça-feira o plano do Governo de Pedro Sánchez: retirar os restos do ditador da basílica de Cuelgamuros, no Vale dos Caídos, e enterrá-lo em Mingorrubio, onde jazem os restos de sua mulher, Carmen Polo, e de outras personalidades franquistas. Os juízes rejeitaram por unanimidade o recurso da família Franco, que pedia que, se fosse retirado do Vale dos Caídos, o corpo fosse enterrado na cripta da catedral de La Almudena, em pleno centro da capital, onde a filha do ditador comprou uma sepultura. A decisão do Supremo é definitiva, mas a família já tinha antecipado sua intenção de recorrer ao Tribunal Constitucional se o Supremo desse razão ao Governo socialista. A exumação do ditador é uma das prioridades políticas de Sánchez desde que chegou ao Governo, em junho de 2018. O Executivo chegou a aprovar que a operação ocorresse em 10 de junho, mas o Supremo a paralisou de forma cautelar alguns dias antes, até ter uma resposta definitiva sobre o recurso apresentado pela família Franco e outros três coletivos (a Fundação Francisco Franco, a comunidade de monges beneditinos de Cuelgamuros e a Associação de Defesa do Vale dos Caídos). O tribunal justificou sua decisão alegando a necessidade de evitar um prejuízo irreparável aos autores dos recursos caso o mérito fosse acatado e o corpo tivesse que ser posteriormente devolvido ao Vale dos Caídos – um conjunto monumental nos arredores de Madri, construído como homenagem aos vencedores da Guerra Civil espanhola (1936-39) e muito associado ao franquismo. O objetivo de retirar os restos mortais do ditador Franco de lá é transformar o monumento em "um lugar de memória e reconciliação". Além do recurso da família, o tribunal também tinha sobre a mesa o despacho da Advocacia do Estado que defendia a decisão adotada pelo Governo e contestava um relatório pericial da família de Franco que propunha a transferência dos restos para a cripta da catedral de La Almudena, e não ao cemitério de El Pardo-Mingorrubio, opção escolhida pelo Executivo. O escrito falava de “falta de rigor” nas alegações e chegava a comparar uma parte do relatório com um “trabalho escolar”. Os seis juízes que se reuniram esta terça-feira para deliberar (Jorge Rodríguez Zapata, Celsa Pico, José Luis Requero, Pilar Teso, Segundo Menéndez e Pablo Lucas, que foi o relator da sentença) demoraram pouco mais de uma hora para tomar a decisão. A sala rejeitou por unanimidade a totalidade do recurso da família Franco, que se opunha tanto à exumação como à transferência do corpo para o cemitério de El Pardo. O relator chegou à deliberação com um voto que acabou sendo seguido por todos os magistrados. O texto da sentença, com os argumentos jurídicos do Supremo, ainda não foi divulgado. O Governo de Sánchez afirma que já está tudo pronto para exumar o corpo do ditador depois da autorização da Justiça. Fontes do Executivo informaram ao EL PAÍS que, tecnicamente, já não existe nenhum empecilho para que se faça a exumação. Contudo, a intenção da família de recorrer ao Tribunal Constitucional e solicitar a suspensão cautelar pode retardar a operação. Além disso, um tribunal de Madri mantém suspensa a licença urbanística para iniciar os trabalhos no interior da basílica que integra o Vale dos Caídos. O tribunal adotou essa decisão em fevereiro passado, a partir de um relatório encomendado pela Fundação Nacional Francisco Franco, segundo o qual os trabalhos punham em risco "a segurança de pessoas e bens". |
Nenhum comentário:
Postar um comentário