O Globo - 11/11/2012
ELIO GASPARI
ORVIL
Chegou às livrarias a edição impressa de "Orvil - Tentativas de tomada do poder". O título significa "livro", escrito ao contrário. Trata-se de um compêndio organizado em 1985 no falecido Centro de Informações do Exército. Destinou-se a contar a história do combate a grupos esquerdistas durante os anos 60 e 70 sob a ótica dos agentes
de uma política de Estado que patrocinou, estimulou e encobriu torturas, assassinatos e extermínios.
Quando o livro ficou pronto, o governo Sarney resolveu arquivá-lo, para não reabrir feridas que nunca cicatrizaram. O texto foi para a internet e agora tem 922 páginas.
Foi organizado pelo tenente-coronel Lício Maciel (veterano do Araguaia, onde foi ferido no rosto) e pelo tenente José Conegundes do Nascimento.
É uma árvore sem tronco. Omite os crimes do Estado, mas é um relato informativo das ações, dos assaltos e dos assassinatos praticados durante o surto terrorista.
Quando trata da guerrilha do Araguaia, informa que no final de 1973 os efetivos do PCdoB "haviam se reduzido a um terço do existente em abril de 1972", quando o foco foi descoberto. Aceitando-se esse cálculo, eles seriam pelo menos 20.
É aí que entra uma pergunta que poderá ser respondida por veteranos da "tigrada" e pelos atuais comandantes militares à Comissão da Verdade. Se o Exército estava lá para capturá-los, como se explica uma operação militar que não conseguiu pegar um só? Sumiram todos. Foram-se embora num disco voador albanês?
Nota:
Para conhecer a história do terrorismo esquerdista no Brasil, faça o download do ORVIL clicando em
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