MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Livro “Em cima da Hora”, de Suzanne Labin

sábado, 23 de setembro de 2017

Livro “Em cima da Hora”, de Suzanne Labin


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

UM RESUMO DO PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO “EM CIMA DA HORA”, de SUZANNE LABIN, editado no Brasil em 1964, traduzido e prefaciado por CARLOS LACERDA
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No prefácio, Carlos Lacerda escreveu que o livro “Em Cima da Hora” é uma importante contribuição à luta pela Democracia no Brasil, pois são impressionantes a ignorância e a candura com que se faz o jogo dos soviéticos, na infiltração, na propaganda e na conquista deste país, decisivo para a América Latina e para o próprio destino da liberdade no mundo.

Os liberais arrependidos, os socialistas retardados, os religiosos tomados de surpresa, os ensaístas deslumbrados, os jornalistas alfabetizados, os intelectuais ressentidos, os desajustados da liberdade, os novos-ricos de certos bancos e os novos-pobres de certo espírito, formam as mais estranhas combinações para abrir caminho à propaganda, ao sofisma, às idéias-força da Guerra Subversiva que os soviéticos movem contra o mundo livre.

Sem defesa adequada, com os partidos em dissolução, as Forças Armadas intrigadas e perplexas, a própria Igreja Católica ameaçada de divisão e de se colocar, em vários setores, a serviço da subversão pensando que assim se renova, o que mais admira é como o Povo, o simples e bom Povo do Brasil ainda não se convenceu, de vez, que o regime soviético é o melhor. Pois, de todos os lados, os responsáveis pela sua formação cultural, espiritual, econômica, e pela sua defesa militar, ou tentam convencê-lo a se entregar ou se omitem, com o pavor de não serem admitidos no paraíso soviético que pretende abrir aqui uma sucursal.

Um Presidente da República tem o desplante de dizer que a Constituição que jurou defender e nunca respeitou nem cumpriu, está superada. E contra ela mobiliza, numa aliança natural, os negocistas e os comunistas, igualmente interessados em saquear o Brasil, privando-o da ordem democrática, da ordem com liberdade, da liberdade com responsabilidade.

Há os que dizem: é inútil combater o comunismo, o que há a fazer é combater a miséria. Supondo que a miséria acabe no mundo antes do comunismo, tomemos o argumento: o comunismo só vence onde há miséria. Logo, ele precisa da miséria para vencer. Portanto, cada vez que se aceita a colaboração dos comunistas e seus auxiliares na alegada luta contra a miséria, está-se trazendo um balde de gasolina para apagar o incêndio.

Outro argumento apresentado com freqüência é o da “
coexistência pacífica”. Supor que a ditadura soviética se deixará confinar nos territórios já ocupados, e uma nova linha de Tordesilhas dividirá o mundo entre zonas de influência dos Estados Unidos e da Rússia, que se respeitarão entre si, é uma versão nova do espírito de Munique.

Com deplorável leviandade, fruto da aflição servida pela ignorância, certos prelados confundem economia social com assistência social, e Jesus Cristo com Jean Jacques Rousseau. Uma epidemia de oportunismo, agravada pela ignorância e pelo pedantismo se apossa do Brasil. Este é bem o momento de fazer ouvir a voz clara e sincera de uma inteligência poderosa, leal à missão que se impôs.

Certo, há que lutar pelo bem-estar social. Mas, a condição de êxito dessa luta é a eliminação do comunismo. Não é só a miséria a estimular o comunismo. É o comunismo a estimular a miséria.

Poucos fatores podem ser tão decisivos, na guerra política, quanto um livro. Foi com livros que Lênin deu saída à Revolução Russa. É com livros, é com idéias que podemos fazer a Revolução Brasileira.

Quem quiser entender o que se está passando no Brasil, e contribuir para mudar esses acontecimentos terríveis, deve ler este livro. Os inimigos também. Ele só não adianta aos tolos.

Carlos Lacerda
CAPÍTULO 1 – PROPAGANDA

Ante a ameaça multiforme do comunismo totalitário, o Ocidente aprendeu, mais ou menos, a se defender militarmente. Mas isso não basta. O “
equilíbrio pelo terror” entre as armas atômicas faz com que não seja nesse setor a decisão da luta. Ela se decidirá no setor da guerra política, pelas armas da propaganda, da infiltração e da organização. Nesse setor o Ocidente está cego, surdo e mudo. Trata apenas de armar o braço, deixando, passivamente, que o adversário lhe desarme o espírito.

A frente principal para os soviéticos é a da propaganda. Não se percebe suficientemente entre nós que as sementes da propaganda renderam aos soviéticos extraordinária colheita de vantagens territoriais e estratégicas que, até então, só se obtinham pelas armas. Na quase totalidade suas conquistas foram feitas pela intoxicação dos espíritos democráticos. A fulminante expansão soviética que se seguiu à Segunda Guerra Mundial (1939-1945) resultou das concessões dos líderes aliados em Yalta. Esse fato reembolsou fartamente o Kremlin, em um só dia, em Yalta, dos bilhões de rublos investidos em propaganda, durante vários anos, para difundir ilusões.

É preciso compreende que o esforço militar, por si só, não basta. Na medida em que a OTAN, equipando-se militarmente, faz com que não haja guerra, tem o dever de se equipar também para a guerra que se torna decisiva e já existe: a dos cérebros. Senão, repetirá o erro trágico da Linha Maginot.

A guerra atômica pode ser decidida nos primeiros 15 minutos. No dia em que o Kremlin se convencer de que os líderes do Ocidente, amarrados por uma opinião pública recalcitrante e voluntariosa, hesitarão 15 minutos em desencadear represálias, ele se lançará ao assalto. Então, ou a hesitação continuará, e será a escravidão, ou se dissipará, e será a carnificina. Em qualquer dos dois casos o desastre terá sido provocado pelo fato de haver a propaganda comunista conseguido abalar a firmeza de nossa conduta, tornando-a flutuante.

Não devemos esquecer que a primeira coisa que os bolcheviques edificaram, no império herdado da Rússia, foi a formidável rede de fortalezas do seu partido e dos seus espiões. Cesse de soar o telefone da polícia secreta, em todas as províncias da URSS, e não existirá mais comunismo. Arma-se na Rússia o formidável aparelho da guerra nuclear apenas para intimidar o universo e para manter a chantagem soviética. Todavia, atrás de suas configurações avançam as verdadeiras legiões que lhe garantem as conquistas: as legiões dos ativistas e dos auxiliares civis da sua GUERRA POLÍTICA.
DEFINIÇÃO DE GUERRA POLÍTICA

No atual antagonismo entre o mundo livre e o mundo soviético, a frente política tornou-se mais decisiva do que a militar: as palavras são os canhões do Século XX; um grande jornal vale mais do que dez porta-aviões; um filme, a televisão, um herói, valem mais do que dez esquadrilhas de bombardeio; dez frações criptocomunistas desfazem a obra de cinco regimentos; o setor de Informação é tão importante para a Defesa Nacional quanto os setores militares.

Quando da primeira sessão da Conferência Internacional sobre Guerra Política dos Sovietes, em Paris, o antigo presidente do Grupo Socialista do Parlamento polonês, Adão Cielkesz, tocou no ponto exato ao dizer: “
A essência da Guerra Política comunista está em controlara ação pública dos homens e não em convencê-los. A persuasão é uma das molas da democracia; o controle é um mecanismo conspirativo. O controle pelo comunismo é total, enquanto a crença no comunismo é nula”.
A Guerra Política é o conjunto de ações montadas pelo Kremlin, na vida de cada povo, para destruir, por dentro, os regimes de liberdade e em seu lugar instaurar um poder absolutista e totalitário. . Os seus principais meios são a propaganda, a infiltração, a corrupção, a conspiração, a sabotagem, a guerrilha. O objetivo essencial consiste em capturar, ou pelo menos desviar em favor dos objetivos do Kremlin posições que controlam a linha política das nações, evitando que as forças assim capturadas percebam que estão postas a serviço do comunismo. 

O que solicita a nossa mobilização não é, pois, um movimento político, social ou ideológico. É única e vulgarmente a ajuda aberta ou encoberta dada à política exterior do Estado soviético, ajuda que tanto pode emanar de banqueiros e cardeais quando de professores e proletários.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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