O Pentateuco do TSE:
Cinco palavras proibidas para se referir a Lula
Félix Maier
O Pentateuco é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Entre os judeus, o Pentateuco é conhecido como Torá, que literalmente significa "Lei".
A autoria do Pentateuco foi, inicialmente, atribuída a Moisés. Porém, as exegeses concordam que o Pentateuco foi compilado durante o "período persa", o vasto império conquistado por Dario I e Xerxes I.
O general e escritor Raymundo Maximiano Negrão Torres costumava chamar, jocosamente, a obra de Elio Gaspari de "Pentateuco", os 5 livros que o jornalista ítalo-brasileiro escreveu (A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada, A Ditadura Encurralada e A Ditadura Acabada), baseados em documentos sigilosos surrupiados pelo general Golbery do Couto e Silva, o "Feiticeiro", além de segredos anotados no diário de Heitor de Aquino, o "guardião” das memórias do regime militar. Nascido na Itália, Elio "Parmegiani" Gaspari começou sua vida jornalística escrevendo para o jornal do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Novos Rumos. Depois, durante certo tempo, foi auxiliar de Ibrahim Sued, que foi colunista social de O Globo por mais de 40 anos. Gaspari tem artigos publicados na Veja, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil e outros periódicos e revistas.
Em 2022, durante a campanha presidencial, o egrégio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também criou um Pentateuco muito particular, que foi enviado à TV Jovem Pan News. Por que só foi enviado à JP News e não à "grande imprensa", especialmente ao tal "consórcio de veículos de imprensa" (Folha de S. Paulo, G1, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e UOL)? Ora, amigo, onde você andava nos últimos tempos, passeando em Júpiter? Era uma "evidência" irrefutável de que somente a JP News não estava alinhada automaticamente à onda Lula da Silva, que derrotou Bolsonaro, e que apresentava as coisas como são, inclusive os fatos históricos que não eram louváveis em relação à pessoa de Lula, um sujeito corrupto cantado em verso e prosa em dezenas de livros e cordéis satíricos.
O Pentateuco do TSE não se referia a leis ou normas que deveriam ser cumpridas pelos comentaristas da JP News, mas de palavras inscritas no index verborum prohibitorum (lista de palavras proibidas), que não deveriam ser pronunciadas durante a campanha presidencial. Um ato de censura, pura e simplesmente, muito ao gosto do atual xerife do TSE, Alexandre de Moraes.
Que palavras tão graves eram essas, que não deveriam ser pronunciadas na TV, para não ofender a sensibilidade e a senilidade de Lula, um afável bisavô de 77 anos?
Será que posso escrevê-las, sem sofrer bullying do TSE?
Eis o Pentateuco do TSE:
1. Ex-presidiário
2. Descondenado
3. Ladrão
4. Corrupto
5. Chefe de organização criminosa
Vamos por partes, como fazia Jack, o Estripador:
1. Ex-presidiário. Por que não se pode chamar um ex-presidiário de ex-presidiário, se o sujeito foi preso numa sala da Polícia Federal (PF), em Curitiba, durante 580 dias? Afinal, foi ou não foi decretada a prisão de Lula? Se chegou a ser um presidiário, deixou de sê-lo quando foi solto. Ou seja, tecnicamente, Lula é um ex-presidiário. Ou vão me dizer que aquele local da PF não era propriamente uma prisão, mas apenas um resort com mordomias, para receber visitas intimadas e íntimas, nacionais e internacionais, na hora que batesse na cachola de Lula?
2. Descondenado. Descondenado é uma palavra jocosa para designar o golpe perpetrado pelo STF, no dia 15 de abril de 2021, por 8 votos a 3, ao anular os 4 processos movidos contra o ex-presidiário, referente ao triplex de Guarujá, ao Sítio de Atibaia, à sede e às doações de dinheiro ao Instituto Lula. Como o PT não havia conseguido emplacar o "poste" ou "laranja de Lula", Fernando Haddad, em 2018, o ministro do STF Edson Fachin, cabo eleitoral de Dilma Rousseff e defensor do MST, tirou uma carta escondida em sua cueca e... Curitiba não era o foro adequado para condenar Lula e, portanto, tudo teria que começar do início, em Brasília. Isso depois desse laborioso "líder do PT no STF" deixar que seu guru fosse processado, condenado e preso, sem fazer nada. Por que não tomou essa decisão lá atrás, ainda na fase inicial dos processos? Além do mais, segundo a maioria dos ministros do STF, o juiz Sérgio Moro havia sido "parcial" ao condenar Lula, como "provavam" mensagens divulgadas pelo IntercePT - provavelmente, vazamento de um traíra infiltrado no grupo de mensagens de Moro e de procuradores, como Deltan Dallagnol. O voto de Fachin, em liberar o ficha suja para poder fazer campanha presidencial em 2022, foi acompanhado por mais sete militantes do PT. Votaram contra o golpe petista os ministros Kassio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. Vale lembrar que temos #7LideresdoPTnoSTF, número que se manterá durante o terceiro mandato de Lula (Ricardo Lewandovski e Rosa Weber vão embora, em 2023, e serão repostos por 2 outros "líderes do PT no STF"). O fato é que Lula não foi inocentado, como afirmam a esquerda beligerante e a mídia militante. Lula deveria responder a novos processos na Vara Federal de Brasília. Eu disse "deveria" e não "deverá" porque todos sabemos como correm os processos judiciais no País, e todas as acusações contra o ladravaz irão prescrever, tanto pela morosidade da Justiça, quanto pela idade do "descondenado". A impunidade, mais uma vez, irá se impor nesta República Federativa dos Bandidos.
3. Ladrão. Ladrão não é somente quem assalta diretamente uma pessoa, roubando seus bens, dando um tiro na cara da vítima ou não. Ladrão não é somente quem furta um carro ou uma casa escondido nas sombras da noite ou sob um sol forte de meio-dia. Ladrão é também quem compartilha um butim, o resultado de um assalto. Assim, se um cidadão recebe um apartamento ou um sítio, mesmo que esteja em nome de um "laranja", p. ex., um bem proveniente do assalto feito por uma construtora contra a Petrobras, esse cara é também um ladrão. Corrupto passivo, não ativo, não deixa de ser o que é: ladrão. E isso jamais será apagado da biografia do maior ladravaz da história do Brasil.
4. Corrupto. Há mais de uma dezena de livros que tratam da corrupção desencadeada pelo PT durante os governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, além dos jornais e de inúmeras capas de revistas. Isso é fato, não há como negar. Começou com o Mensalão e se intensificou com o Petrolão. Se um chefe da nação deixou que houvesse roubalheira sistêmica e sistemática envolvendo seu Partido, o PT, e se aproveitou dessa criminalidade para enriquecer, é óbvio que se trata de um sujeito corrupto, por mais que ele repita que não sabia de nada e que tudo está em nomes de amigos, não do seu - como o Sítio de Atibaia. Lula provou que é corrupto e ponto final.
5. Chefe de organização criminosa. Nos bons tempos, isso tinha outro nome: "chefe de quadrilha". Mesmo fingindo que não sabia de nada, Lula foi o chefe de uma quadrilha que assaltou estatais, fundos de pensão, corrompeu inúmeros governos da América Latina, mediante obras superfaturadas feitas por construtoras brasileiras, como a Odebrecht, que foram financiadas pelo BNDES. Vale lembrar que Rafael Correa, ex-presidente do Equador, fugiu para a Espanha para não ser preso. O ex-presidente do Peru, Alan Garcia, se suicidou após receber ordem de prisão no caso Odebrecht. Não chamemos mais Lula de "chefe de organização criminosa", como proibiu o TSE. Chamemos de "chefe de quadrilha", uma expressão que todo mundo conhece. Ou "chefe dos petralhas" - um neologismo criado pelo jornalista e escritor Reinaldo Azevedo, que é a combinação de "PT" com "Irmãos Metralha". Vale dizer que todo petralha é petista, mas nem todo petista é petralha.
Após a vitória do ex-presidiário, descondenado, ladrão, corrupto e chefe de organização criminosa, Luiz Inácio Lula da Silva, três comentaristas da JP News, que apoiavam Bolsonaro e teciam críticas duras ao ladravaz, chamando as coisas como elas de fato são, foram demitidos: Augusto Nunes, Guilherme Fiuza e Caio Copolla. Ana Paula Henkel, a eterna musa do vôlei brasileiro, pediu demissão da empresa, em solidariedade ao “mestre Augusto Nunes”. Claro, o ultraesquerdista Guga Noblat também foi demitido da JP News, para não dar muito na pinta.
O TSE também estendeu suas garras a deputados federais do PL eleitos neste ano, como Carla Zambelli, Major Vítor Hugo, Coronel Tadeu e Nikolas Ferreira – o mais votado do Brasil, com 1,5 milhão de votos -, cancelando suas redes sociais. O TSE mandou o Twitter barrar a conta do ex-Secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke, do União Brasil. Um atentado a mais ou a menos não está fazendo diferença para os talibãs do sistema eleitoral. Mas é um indício claro dos tempos tenebrosos que virão pela frente, quando o “Pentateuco do TSE”, cheio de ódio, com sangue nos olhos, tomar posse em 1º. de janeiro de 2023.
Adendo 1:
Durante a corrida de
F1 em São Paulo, no dia 13/11/2022, Lula da Silva recebeu uma bela homenagem
das
arquibancadas: “Lula ladrão, teu lugar é na prisão”.
Adendo 2:
Ministros do STF são
xingados em Nova York, onde participam de um evento do Lide
Brazil Conference nos dias 14 e 15/11/2022, cujo tema é “O Brasil e o
respeito à democracia e à liberdade”. Para quem prende deputado, presidente de
partido político e cancela perfis de políticos e apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro
nas redes sociais, desmonetizando contas, sem seguir o devido processo legal, não
deixa de ser um tapa na cara em todos os brasileiros democratas que defendem a
liberdade de expressão.
***
Profissionais da Jovem Pan não podem mais usar termos ofensivos contra Lula
Redação Notícias
19 de outubro de 2022
Os comentaristas da Jovem Pan receberam um comunicado da emissora para não utilizar expressões consideradas ofensivas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em programas da casa
Segundo
informações do portal Poder 360, a determinação passou a valer na
terça-feira (18). Ficam proibidos, portanto, os seguintes termos em
referência ao petista:
Ex-presidiário;
Descondenado;
Ladrão;
Corrupto;
Chefe de organização criminosa.
Além disso, ainda de acordo com o portal Poder 360, o departamento
jurídico da Jovem Pan orientou os profissionais a não criticar os ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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