| 15 Janeiro 2014
Media Watch - Outros
Media Watch - Outros
Contar
a história recente do Brasil só pela metade, enaltecendo terroristas e
demonizando os militares, é criar uma mentira por inteiro.
A Veja é a mais importante revista do Brasil, não só pelo número de exemplares vendidos semanalmente, seja em papel ou em mídia eletrônica (tablets e similares), como por seu conteúdo, marcadamente liberal - no sentido clássico do termo. Ou seja, Veja defende, desde sua primeira edição, em 1968, o livre mercado, o empreendedorismo, a livre circulação de ideias (exceto os radicalismos), a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa, enfim, todos os valores inerentes a uma democracia de verdade.
Na
edição de 8/1/2014, há um texto de Daniel Pereira, “É um papo muito
cabeça”, com o subtítulo “Dilma fala em ‘guerra psicológica’, um
conceito da ditadura”. O autor discorre sobre falas recentes da
presidente Dilma Rousseff, que, em briga aberta contra os números,
classifica os maus indicadores econômicos de seu governo como sendo uma
“guerra psicológica” propalada pela imprensa e por organismos
econométricos. Não consegui entender por que “guerra psicológica”, para o
autor, é um conceito do governo dos militares, pois se trata de um tema
tão antigo como a formação das primeiras comunidades de hominídeos.
Josué, o sucessor do profeta Moisés, p. ex., já sabia o que significava
“guerra psicológica” quando marchou com seus soldados em volta de
Jericó, até que as muralhas caíssem.
Como a revista Veja
sofreu censura no tempo dos governos dos militares, entende-se que
tenha um ranço contra o movimento militar de 1964, que a quase
totalidade dos jornalistas continua a chamar de “golpe”. Na verdade,
tratou-se de um contragolpe, que colocou para correr os comunistas que
já “estão no governo embora ainda não no poder”, como relatou o quinta-coluna Luís Carlos Prestes a seu chefe em Moscou, Nikita Krushev, em janeiro de 1964.
Lá pelas tantas, o articulista de Veja (que os esquerdistas apelidam de Óia) disserta sobre a junta militar que assumiu o poder após a morte de Costa e Silva, dizendo que eram “apelidados pelo povo de Os Três Patetas”.
Bobagem. O povo nem sabia que existia uma junta militar, um governo
tampão antes de Médici. Quem falava em “Três Patetas” eram políticos
como Ulisses Guimarães e os jornalistas apenas propagavam a molecagem,
em caixas de ressonância nas empresas em que trabalhavam.
O
ideal seria que o Brasil nunca tivesse tido uma ditadura militar. Mas,
quais eram as opções, na época, para as Forças Armadas, especialmente o
Exército? Assistir passivamente a corrosão da autoridade de Jango, que
se unia a cabos e soldados amotinados na Presidente Vargas, no Rio,
incitados pelo carbonário Leonel Brizola, tentando implodir os pilares
que sustentam as instituições militares, ou seja, a hierarquia e a
disciplina? Não atender aos anseios da população, que foi às ruas em
passeatas gigantescas, exigindo que o Exército acabasse com a baderna, a
carestia e as greves sem fim provocadas por agitadores comunistas a
serviço de Cuba e de Moscou?
Se as Forças Armadas não tivessem entrado em ação, o Brasil poderia ter-se transformado em uma gigantesca Cuba. Nesse caso, a revista dos Civita não teria sofrido apenas censura, mas seria tirada de circulação. Outra hipótese seria o Brasil entrar em guerra civil, com a criação de movimentos guerrilheiros que até hoje poderiam estar infernizando o País, como ocorre na Colômbia das FARC. Em ambos os casos, o Brasil se tornaria um imenso Vietnã, porque é certo que os EUA não ficariam inertes e tomariam partido contra os comunistas.
O Grupo Abril, do qual Veja
faz parte, também esteve infiltrado por esquerdistas durante o governo
dos militares. Não sei se é devido a isso que existe esse eterno ranço
contra os militares, se ainda hoje há infiltrados canhotos na revista Veja,
que apenas veem censura e tortura, nada mais, fazendo coro à vil
campanha do governo petista contra as Forças Armadas, que é a vergonhosa
Comissão Nacional da Verdade. Contar a história recente do Brasil só
pela metade, enaltecendo terroristas e demonizando os militares, é criar
uma mentira por inteiro. Será que nem Veja consegue enxergar
algo de positivo em 1964, que colocou o Brasil na modernidade (Embratel,
Banco Central, sistema Telebrás), investiu pesado na infraestrutura
(rodovias, sistema Eletrobrás e as hidrelétricas de Itaipu, Sobradinho,
Tucuruí, Ilha Solteira etc., metrôs, Ponte Rio-Niterói), criou a Embrapa
e a Embraer, só para citar alguns feitos extraordinários, transformando
uma nação insignificante, que saiu da 46ª posição no PIB para ser a 8ª
potência econômica do planeta em apenas uma década?
Frei
Betto, o “Vítor” ou “Ronaldo”, ligado ao Agrupamento Comunista de São
Paulo (AC/SP), que depois se transformaria na Ação Libertadora Nacional
(ALN), de Carlos Marighella, ficou encarregado do sistema de imprensa e
também dos contatos com Joaquim Câmara Ferreira, que coordenava as
atividades do AC/SP, e se infiltrou na Editora Abril e no jornal Folha da Tarde, do Grupo Folha. Na Folha da Tarde,
Frei Beto recrutou os jornalistas Jorge Miranda Jordão (diretor), Luiz
Roberto Clauset, Rose Nogueira e Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel.
Clauset e Penafiel cuidavam da preparação de “documentos”, e Rose, do
encaminhamento de pessoas para o exterior. Na Editora Abril, a base de
apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista
Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo
Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros,
que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia
também como fonte de informações para organizações subversivas). O AC/SP
tinha assistência jurídica, composta de 3 advogados: Nina Carvalho,
Modesto Souza Barros Carvalhosa e Raimundo Paschoal Barbosa.
Sempre
que se estuda o movimento de 1964, deve-se observar com rigor o
contexto da época, em que corações e mentes eram influenciados pela
Guerra Fria: ou se era a favor do comunismo, ou se era a favor do
capitalismo. Sem essa premissa elementar, discorrer sobre 1964 não passa
de embuste. Assim, como entender a revista Veja, que não
reconhece nenhuma ação positiva dos militares, se o que ela defende é
essencialmente o mesmo que os militares defenderam e, para isso, tiveram
que interferir politicamente no País até derrotar os movimentos
revolucionários que pretendiam transformar o Brasil numa ditadura
comunista?
Em 2014, ocorrerá o 50º aniversário do movimento de 1964. Vamos aguardar o que a revista Veja
escreverá sobre o acontecido, se será uma avaliação equilibrada do
governo dos militares, com prós e contras, como ocorre com a quase
totalidade dos governos, ou apenas um “papo cabeça” como o do
escrevinhador acima citado.
E olha que o “papo cabeça” não foi elaborado em Montevidéu, onde existe a livre circulação da marijuana. Imagina se fosse...
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