MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

terça-feira, 4 de maio de 2021

A epopeia da construção da BR-174 (Manaus-Boa Vista)

A epopeia da construção da BR-174 (Manaus-Boa Vista)


Por 

General Gentil Nogueira Paes - em "História Oral do Exército/1964"

General Hamilton Bonat - crônica 


ÍNDIOS MASSACRAM PESSOAL DA FUNAI DURANTE A CONSTRUÇÃO DA RODOVIA BR-174 (MANAUS-BOA VISTA)

 

“Comandei o 2º. Grupamento de Engenharia de Construção, na Amazônia, durante quatro anos. Uma das missões dos Batalhões do Grupamento era a construção da Rodovia Manaus-Boa Vista – fronteira com a Venezuela. Era a BR-174.

Quando assumi aquele Comando, em junho de 1974, essa estrada possuía duas frentes de serviço. Por se desenvolver no sentido norte-sul e cortar a Linha do Equador, o regime de chuvas era diferente em cada extremidade da rodovia. Em vista disso, conforme a estação chuvosa, trocávamos os elementos do sul para o norte e vice-versa. Encontrei o Batalhão com sua frente de serviço no Rio Abonari, que era a divisa de uma reserva indígena de duas tribos muito agressivas.

Na base localizada junto ao rio, ao lado sul, fora da reserva, havia o acampamento da companhia de engenharia que implantava aquele trecho da estrada. Ao norte do rio, dentro da reserva indígena, localizava-se o acampamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), que fazia as ligações com os índios – porque o Exército, quando fez o convênio com o Ministério dos Transportes, para a construção dessa rodovia, exigiu que todo o contato com os índios fosse feito pela Funai.

Antes desse convênio, houve uma missão da Funai, organizada com a finalidade de fazer contatos preliminares com os índios, para explicar-lhes que iria ser construída aquela estrada. A essa missão foi incorporado um padre, que se chamava João Calleri. Pois bem, os índios pegaram essa expedição composta de 11 pessoas e mataram 10, inclusive o Padre Calleri, tendo escapado um mineiro funcionário da Fundação. Foi o primeiro ataque. Quando fizemos a ponte sobre o Rio Abonari, denominei-a Ponte Padre Calleri.

Havia duas tribos naquela reserva: a tribo dos atroari e a dos waimiri. O delegado da Funai, na Amazônia, considerava que os atroari eram agressivos e os waimiri, não. Estes eram seus amigos, frequentavam sua casa em Manaus, onde o cacique Maruaga se hospedava, quando ia tratar-se na Cidade. O delegado ficava na maloca dos índios, também. Como afirmei, assumi o Comando do Grupamento em junho de 1974.

No mês de outubro, os índios chegaram ao acampamento da Funai e combinaram que no dia seguinte um grupo sairia para caçar e outro iria para a roça – a Funai tinha uma roça para ensinar os índios a plantar. Quando amanheceu o dia, o grupo que ficou para plantar atacou e matou todos os que estavam no acampamento, menos um que escapou, e os que foram caçar atacaram os funcionários da Fundação que o acompanhavam e mataram todos. Foi o segundo ataque.

No mês seguinte, reuni o pessoal e fiz várias determinações, entre as quais que ninguém poderia trabalhar em grupo com menos de 15 homens. Mas tinha um empreiteiro – era até um cearense – que trabalhava abrindo picadas na mata e bem à frente do serviço. Disse-me que os índios eram seus amigos, que tratava deles fornecendo-lhes remédios e comida, que tinha toda confiança neles. Ainda lembrei ao André – era esse o nome do empreiteiro – que havia proibido grupos com menos de 15 homens. Ele saiu dali e mandou uma turma de quatro homens a 20 km adiante do nosso acampamento. O grupo foi atacado pelos índios. Três morreram e um escapou com uma flecha atravessada no peito. Foi o terceiro ataque.

No quarto ataque, os índios mataram todos os homens da Funai, no acampamento, inclusive o delegado da Fundação na Amazônia, o Gilberto Pinto – muito amigo nosso – do qual tenho ainda uma fotografia com uma flecha atravessada no tronco. Mataram todos, escapou somente um. Por coincidência, em todos os quatro ataques, sempre escapou um. O povo dizia que era para contar a história, mas acho que não, pois esse camarada só escapou porque se atirou no rio e saiu mergulhando.

Em todos esses episódios, foram atacados, exclusivamente, o pessoal da Funai e esse empreiteiro. Nunca houve atrito de militares, ou mesmo civis do Grupamento, com os índios. Nos ataques, nenhum índio foi morto ou ferido; todos os mortos foram abatidos pelos índios. Essa é a história real.

 

Pasquim manauara acusa Exército de “exterminador de índios”

Pois bem, passei o Comando do Grupamento em 1978 e, cinco ou mais anos depois, já tendo me retirado da Ativa do Exército, recebi uma carta de um amigo, que estava servindo em Manaus, mandando-me um recorte de jornal daquela cidade, uma espécie de ‘Pasquim’, imprensa marrom que só faz chantagem. O dono do jornal, o Sr. Lucena, por conta disso, foi eleito vereador, deputado e senador, e como senador, em Brasília, acabou dando um tiro na cabeça, justiça com as próprias mãos.

A reportagem do jornal me acusava – e ao Exército – de ‘exterminadores de índios’, e dava conta da morte de milhares de índios. Ora, não havia morrido nenhum índio! Redigi uma carta detalhada a esse colega e o autorizei a falar com o Comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), dizendo que estava à disposição para ser interrogado e prestar todos os esclarecimentos necessários, se ele quisesse fazer qualquer investigação. Eles acharam melhor arquivar aquilo, não houve providências. Fiquei tranquilo.

 

A farsa do repórter Francisco José, do Fantástico

Posteriormente, me aparece aqui em Fortaleza, no meu apartamento, uma equipe de reportagem da Rede Globo, do Fantástico. O repórter Francisco José subiu ao apartamento, com sua equipe. Conversamos mais de meia hora. Expliquei tudo, contei toda a história, que não se matou nenhum índio. O repórter, afirmando que só queria a minha palavra, armou toda aquela parafernália na sala do meu apartamento, leu aquele trecho da reportagem, onde constavam as acusações contra mim e contra o Exército e pediu que eu dissesse se aquilo era verdade ou não. Disse que era mentira, que jamais um índio fora ferido. E relatei tudo de novo. Pois bem, quando a matéria saiu no Fantástico, a única fala minha era essa: ‘É mentira!’ Mais nada. O repórter só queria mostrar que eu tinha sido ouvido. Não deu direito ao público de conhecer toda a história que lhe foi revelada, porque ele gravou mas não publicou. Ficou nisso.

 

A revista Terra “mata” 200 soldados!...

Uns anos depois, recebo em casa um número da revista Terra, que eu assinava, trazendo uma reportagem sobre a ligação Manaus-Caribe, aquela estrada em que trabalhei e onde aconteceu toda a história. A reportagem era muito bonita, muito bem-feita, mas copiava tudo o que a mídia já tinha dito e ainda acrescentava que tinham morrido 200 soldados. Escrevi uma carta para a revista, contestando aquilo tudo, contando a história verdadeira. Ora, dizer que tinham morrido duzentos soldados! Isso era todo o efetivo da Companhia que trabalhava lá! Então a revista publicou uns pequenos trechos da minha carta, sem comentário, sem nenhum destaque. A verdade continou sendo negada ao público.

Narrando esses fatos, desejo mostrar o quanto é difícil modificar algo na mídia, principalmente quando interessa aos repórteres atacar as Forças Armadas. Nesses três episódios, como se vê, nada foi modificado, e lá continuamos nós, eu e o Exército, como ‘exterminadores de índios’ ” (General-de-Brigada Gentil Nogueira Paes, Tomo 12, pg. 142-145).

 

***


Verdades X Mentiras: o Exército na construção da BR-174

por Hamilton Bonat - general e cronista

A melhoria da infraestrutura fez parte das iniciativas para o desenvolvimento do país, no período de 1964 a 1984. A construção de rodovias como a BR 174, Manaus – Boa vista, com destaque para o trecho Caracaraí (RR) / Manaus (AM), possibilitando a ligação dos dois Estados, por inserir-se neste contexto, representou um passo importantíssimo para a consolidação da rede viária sul-americana e do sistema pan-americano de rodovias (Brasil, Venezuela, Uruguai, Argentina e Paraguai). Para que a BR 174 pudesse ser construída foi preciso criar, pelo Decreto Presidencial No. 63.184, em 27/08/1968, o 6º. Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Boa Vista – RR. Posteriormente, em 1970, o DNER e o Exército Brasileiro assinaram convênio para que a BR 174 fosse construída. Tal ano é considerado o marco do início das ações efetivas para a construção da BR 174.

Cabe ressaltar que:

Ø No cenário da época vigorava a chamada “Guerra Fria” (de 1947 a 1991), tendo de um lado a liderança dos Estados Unidos da América – defensor do capitalismo e da democracia – e de outro a liderança da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), defensora do socialismo e do comunismo. Aliados na Segunda Guerra Mundial, suas ideologias contrastantes segmentaram a liderança política, econômica e militar mundial no pós-guerra. Foi neste contexto que o Governo brasileiro implantou projetos para segurança, integração e desenvolvimento da Amazônia, dentro de um planejamento geopolítico para a região, com base na doutrina de segurança nacional, com alinhamento ao capitalismo e à democracia;


Ø A ideia de construção de uma estrada nos moldes da BR 174 era antiga, tendo sido realizadas várias tentativas, todas sem sucesso: em 1847, em 1893 e em 1928. O ponto central deste desejo sempre foi a integração da Amazônia ao restante do país;

Ø Os waimiris-atroaris na verdade são dois grupos de índios, ambos do Grupo Kinja: os waimiris, que na época da construção da BR 174 eram liderados pelo tuxaua (líder, cacique ou capitão) Maroaga, e os atroaris, então liderados pelo tuxaua Comprido. A comunicação verbal destes grupos é a do ramo Karib. Os atroaris foram considerados mais belicosos do que os waimiris, talvez pela influência do temperamento de seu líder Comprido, mais jovem e sem a maturidade de Maroaga (na faixa dos sessenta anos de idade, na época). Os grupos eram unidos, mesclados, sendo que a companheira de Comprido era filha de Maroaga.


É importante considerar que desde a segunda metade do século 19 a área por onde passaria a rodovia BR 174 serviu de palco para recorrentes conflitos entre os índios waimiris-atroaris e garimpeiros, caçadores, castanheiros, tartarugueiros e aventureiros de todo tipo, bem como com a polícia militar do Amazonas, esta especialmente atuante nos anos 60. A justificativa da PM do Amazonas de interferir no contato com os waimiris-atroaris deveu-se à proximidade de algumas aldeias com a capital Manaus. Em 1968 uma das mais conhecidas expedições para consolidar a aproximação com os índios waimiris-atroaris (dentro das iniciativas denominadas “frentes de atração”, coordenadas pela FUNAI, que substituiu o SPI – Serviço de Proteção ao Índio), foi liderada pelo padre e antropólogo italiano Giovanni Calleri. Onze pessoas fizeram parte de referida expedição, sendo que dez membros da expedição foram mortos pelos waimiris-atroaris, sem nenhuma chance de defesa. O único sobrevivente foi o mateiro Álvaro Paulo da Silva, conhecido como Paulo Mineiro.

Calleri foi alertado por Paulo Mineiro que em função do comportamento rude e teimoso com que estava lidando com os índios havia uma ameaça à vida dos membros da expedição. Apesar do aviso e da insistência do citado mateiro, Calleri não lhe deu a devida importância. Então, Paulo Mineiro decidiu abandonar a expedição para salvar a sua vida. No dia em que Paulo Mineiro fugiu, todos os demais membros da expedição foram mortos pelos índios, alguns enquanto dormiam. Segundo relato de Paulo Mineiro, ele foi perseguido pelos waimiris-atroaris ao longo de alguns dias. Somente logrou sobreviver por causa da sua inegável experiência e competência em lidar com a realidade da selva. O sobrevivente Paulo Mineiro, no período em que estive comandando a construção do trecho da estrada pertinente ao Destacamento Norte, foi um dos mateiros com os quais eu contava. Tive a oportunidade única de ouvir dele mesmo, detalhes do ocorrido na Expedição Padre Calleri. Lamentavelmente, após a minha saída, ele faleceu em decorrência de um acidente, quando prestava serviços de manutenção da estrada. Com ele se foi a memória dos detalhes do ocorrido no massacre dos membros da expedição.

Durante a construção da BR 174 há evidências objetivas de 23 (vinte e três) mortes de colaboradores, sendo que 15 (quinze) delas foram decorrentes de ataques de emboscada pelos waimiris-atroaris. Na área de responsabilidade do Destacamento Norte nunca revidamos, molestamos, ferimos ou matamos um índio. Nossos contatos com índios e informações sobre eles eram sempre através da FUNAI. Nosso lema era o mesmo de Rondon: “morrer, se preciso for, matar, nunca”. Nós é que estávamos cortando as terras que eles consideravam ser deles. A atuação da FUNAI ocorria apenas de forma pacífica, sem violência.

Outras iniciativas geradas pelas “frentes de atração”, coordenadas pela FUNAI e seus sertanistas, tiveram sucesso, embora relativo, pois os waimiris-atroaris tinham comportamento notoriamente ambíguo (momentos de aparente receptividade e outros com doses de agressividade). Tal variação de conduta dos waimiris-atroaris provavelmente foi consequência dos contatos e conflitos (segundo pesquisadores, desde 1856), com os invasores já citados no início deste texto.

A construção da BR 174, iniciada em 1970, marcou a efetiva presença do Exército Brasileiro numa área com histórico de conflitos, num ambiente hostil não gerado nem fomentado pelos militares. Tal cenário de atritos, com aproximações e tentativas de aproximação, por décadas, gerou sequelas para todos. As sequelas ocorreram, tanto no lado dos índios quanto no lado de civis e militares, pelas mais diversas razões (conflitos físicos, mortes, doenças como gripe, malária e outras decorrentes da presença de estranhos no bioma natural da região). Presenciei, numa das chegadas de um grupo de waimiris-atroaris no posto da FUNAI na área do Destacamento Norte, em 1976, que vários índios estavam com sarna, que pegaram de seus cachorros. É importante destacar que epidemias oriundas de contatos dos índios com invasores de seu território já eram conhecidas há muito tempo. Por exemplo, há registros de que em 1926 dezenas de waimiris-atroaris morreram por causa de uma epidemia de gripe.

Apesar das conhecidas quinze perdas humanas causadas pelos waimiris-atroaris ao longo da construção da BR 174, reitero que nenhum ataque aos índios nem qualquer morte de um índio ocorreu por ação do Destacamento Norte do 6º. B E Const, Unidade que comandei com muito entusiasmo e energia.

O Exército matou índios durante a construção da BR 174?

É uma pergunta que precisa ser respondida por quem viveu a situação ou por quem analisa informações confiáveis, de forma isenta, e não por pessoas que teorizam sobre a questão. Com a autoridade de quem comandou o Destacamento Norte do 6º. B E Const nos anos 1976 e 1977 (portanto, nos dois últimos anos de construção da BR 174) reafirmo que nenhum índio foi morto por ação militar, em toda a área que cobrimos. As mentiras em contraponto ao que afirmo são revoltantes, disseminadas por meios de comunicação viciados, por pessoas desinformadas ou ideologicamente fanatizadas, considerando apenas as versões que lhes convêm. Na enorme área que abrangeu minha participação na condução das atividades do Destacamento Norte eu asseguro que tratamos os índios de maneira respeitosa, mesmo após termos sido agredidos. Antes de ocuparmos a Amazônia os índios já estavam na terra que chamamos Brasil.


Na área e no período em que estive na liderança da construção da estrada, até a sua conclusão, e dou meu testemunho de que a atuação do Exército foi digna, competente, honesta e altamente profissional. Orgulho-me deste período da minha vida. Vi subordinados adoecerem, alguns morrerem, outros superarem extremas dificuldades, tudo para o bem do Brasil e dentro dos princípios éticos, de cidadania, de patriotismo, de respeito ao próximo, de disciplina, que caracterizam a formação de qualquer militar. Eu também passei por momentos delicados, de grandes riscos e graças a Deus os superei. Trabalhamos vinte e quatro horas por dia, durante todos os anos da construção, equipes de dia e de noite, sem parar. Paradas apenas no período das chuvas torrenciais, que aproveitávamos para manutenção dos equipamentos, capacitação do pessoal e planejamentos. Nenhuma hora-extra ganhamos ou reivindicamos ao longo do nosso trabalho. O que ganhamos, dinheiro não compra.

A conclusão da BR 174 ocorreu em 06 de abril de 1977, dia do histórico e inesquecível encontro entre as frentes Sul (Destacamento Sul, responsável pela construção no sentido Manaus – Boa Vista) e Norte (Destacamento Norte, responsável pela construção no sentido Boa Vista – Manaus) do 6º. B E Const. Eu estava presente no local (Km 356,4) deste encontro e não é possível transformar em palavras a sensação, o orgulho da missão cumprida, o sentimento de ter concluído um esforço de muitos anos, conquista de muitas pessoas.

O resultado prático da construção da BR 174 nos leva aos seguintes fatos:

Ø Índios morreram, mas não por causa ou ação direta de militares do Exército Brasileiro. Pelo menos na área em que eu atuava isso nunca aconteceu;

Ø Dos 23 (vinte e três) mortos da equipe de construção, 15 (quinze) foram mortos de maneira covarde (emboscada) pelos waimiris-atroaris;

Ø A integração por rodovia com o resto do Brasil e o desenvolvimento de Roraima, tornaram-se realidade;

Ø A magnitude da obra e a capacidade de superação técnica e física dos obstáculos enfrentados com sucesso, é motivo de orgulho para o Brasil, para o Exército Brasileiro como um todo e, particularmente, para a sua Engenharia e logística (Intendência).


O momento atual pelo qual passa nosso país, também merece algumas considerações:

Ø Durante o período em que membros do Exército Brasileiro lideraram os rumos do Brasil, muito foi realizado, bastando buscar os registros do período, sendo que o principal objetivo (evitar que comunistas pró-Cuba e União Soviética destruíssem o Brasil) foi alcançado;


Ø Quando os militares tinham o poder de decisão em suas mãos, democraticamente, nunca se aproveitaram para elevar salários ou gerar benesses próprias. Os salários dos militares sempre foram baixos comparativamente com outros segmentos. Nenhum poderoso militar enriqueceu às custas do dinheiro do povo;

Ø De 1984 até o presente momento, os militares continuaram com baixos salários, sofreram grandes quedas em seus orçamentos e ainda passaram a ser tratados com desrespeito pelos ocupantes do poder;

Ø Está sendo alimentado pelos poderosos do momento, a maioria oriunda de grupos ideológicos ultrapassados, simpáticos a movimentos antidemocráticos e buscando interesses materiais próprios, um preconceito contra os militares e até retaliações;

Ø O povo brasileiro tem orgulho de suas Forças Armadas e boa parte sonha para que assumam novamente as rédeas da nação;

Ø Mentiras são espalhadas, sistematicamente, para desmerecer o comportamento e os feitos do Exército Brasileiro (seminários, jornais, filmes, novelas, programas de entrevistas etc) quase como um mantra, uma orquestração;

Ø Certas análises de valor e de versões dos fatos deixam de levar em conta o cenário, o contexto no período de construção da BR 174, gerando conclusões distorcidas da realidade;

Ø Testemunhos e informações coletadas são analisados e levados em conta desde que sirvam de justificativas para o demérito do Exército Brasileiro e do Governo daquela época.

O exposto neste texto tem por objetivo trazer uma parte da verdade à tona, tendo como foco a BR 174, particularmente quanto à atuação do Destacamento Norte do 6º. B E Const, no período de 1976 e 1977, neste momento em que se divulgam inverdades, mentiras deslavadas, da tal “verdade alternativa”, das meias-verdades, do cinismo, da hipocrisia, de distorções e manipulações de dados e informações, visando interesses sórdidos de pessoas e grupos que assaltam a nação sem nenhuma piedade com seu povo, tão deseducado para entender o quanto é manobrado, o quanto é incapaz de separar o joio do trigo.
Espero que um dia uma verdadeira “Comissão da Verdade” exponha para a nação o fiel retrato do que ocorreu e do que está ocorrendo.



Rio de Janeiro – RJ, 23 de outubro de 2017



Telmo Travassos de Azambuja


Ø Capitão da Arma de Engenharia, da reserva não remunerada, graduado na AMAN em 1969.
.Guerreiro de Selva, No. GS 0418.
Ø Pós-graduado na EsAO – Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1978.
Ø Engenheiro civil, graduado pela Universidade Católica de Pernambuco, em 1975.
Ø Pós-graduação, nível especialização, em engenharia de transportes pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1975.
Ø Cursos e estágios para especialização em gestão da qualidade no Japão, França, Espanha e Reino Unido.
Ø Supervisor Técnico Independente Nível III na área de engenharia civil e auditor líder na área de gestão da qualidade pelo Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear, de 1980 a 1988, com atuação na construção das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3 e na construção do submarino nuclear da Marinha do Brasil.
Ø Auditor líder de sistemas de gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão da responsabilidade social e gestão da saúde e segurança do trabalho, reconhecido no Brasil e no exterior.
Ø Auditor ambiental reconhecido pela EARA (The Environmental Auditors Registration Association), do Reino Unido
Ø Auditor líder de sistemas de gestão da qualidade, reconhecido pelo RAC (Registro de auditores Certificados), no Brasil, e no Reino Unido pelo IRCA ( International Register of Certificated Auditors) e pela Batalas.
Ø Membro do “International Who’s Who of Professionals” (EUA), em 1997.
Ø Membro Fellow (mais alto nível possível) do “The Institute of Quality assurance”, do Reino Unido
Ø Membro da ASQ (American Society for Quality), dos EUA.
Ø Membro do Comitê de Coordenação do PEGQ (Projeto de Especialização em Gestão da qualidade), liderado pelo Ministério de Indústria e Comércio do Brasil, na década de 80.
Ø Consultor para implantação de um novo modelo de gestão para a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Ø Coordenador do projeto de implantação do Centro de Gestão do Conhecimento no Ministério de Relações Exteriores do Brasil, envolvendo todas as embaixadas brasileiras, com implementação inicial em Berlim, Londres e Madri.
Ø Consultor membro de equipe de especialistas do Banco Mundial para implantação do Programa de Qualidade e Produtividade de El Salvador (América Central), junto à Comissão Presidencial do referido país.
Ø Consultor para implantação dos Programas de Qualidade e Produtividade da Argentina e do México.
Ø Consultoria (representando a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas) para o Governo de Moçambique (África), objetivando a implantação de um sistema para certificação de produtos e de sistemas de gestão no país, com apoio do Banco Mundial.
Ø Coordenador do projeto de modernização da gestão da empresa estatal MATAV (Companhia de Telecomunicações da Hungria), objetivando adaptação da gestão da empresa, até então sob o modelo comunista, para atuação no regime capitalista, recém implantado naquele país.
Ø Consultor, auditor e verificador de inventários e de mitigação de emissões de gases de efeito estufa, reconhecido pela ABNT (Brasil) e ANSI (EUA).
Ø Consultor e palestrante, na área de gestão, para uma centena de empresas no Brasil e no Exterior, tais como: Serpro, Grupo Gerdau, Votorantim, Merck, Rhodia, Norton, Anglo American, Sebrae Nacional, CNI, Senai, Ford, Mercedes-Benz, Petrobras, Açominas, Eletronorte, Usiminas, Tribunal de Justiça do RJ, Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia, INMETRO, YPF, PDVSA, PEMEX, BVQI…
Ø Instrutor líder de aproximadamente 320 cursos para formação de auditores líderes de sistemas de gestão da qualidade ISO 9001, tendo formado cerca de 3.500 alunos no Brasil e no Exterior. Curso reconhecido pelo INMETRO (Brasil), pelo RAC (Brasil), pelo IRCA (Reino Unido) e pelo RAB (EUA).
Ø Autor de livros sobre gestão, tendo sido indicado pela Editora Campus ao Prêmio Jabuti, período 1996/1997.
Ø Professor em cursos de pós-graduação na área de gestão.
Ø Avaliador independente quanto ao atendimento por empresas de construção civil, dos requisitos do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), coordenado pela Secretaria Nacional de habitação, do Ministério das Cidades.
Ø Diretor de responsabilidade social da ONG Novamosanta, sediada em Petrópolis – RJ.
Ø Presidente do Itaipava Country Club, de 2015 a 2017.
Membro da Turma Jubileu de Prata (1969), da AMAN.


Este artigo foi publicado em Friday, 27/10/2017 e está arquivado dentro de Segurança Nacional. Você pode passar para o fim e deixar um comentário.


Obs.:

A respeito do assunto, leia a fake history propalada pela imprensa (e o comentário do Coronel Hiram Reis e Silva):

https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/06/indios-assassinos-reclamam-de-genocidio.html

F. Maier


1 Comentário

  1. Avatar Hiram Reis e Silva disse:

    Circo de Horrores – 27.02.2019
    Os Waimiri-Atroari – Parte VIII

    Hiram Reis e Silva, Florianópolis, SC, 11.03.2019

    Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma linguagem que não mente […]
    (O Corpo Fala – Pierre Weil e Roland Tompakow)

    Fui convidado, pelo Gabinete do Comandante do Exército, a integrar, como “Assistente Técnico”, a equipe da Assessoria Jurídica do Comando Militar da Amazônia (CMA) em defesa da União contra uma ação movida pelo Ministério Público Federal que acusa as Forças Armadas de massacre do povo Waimiri-Atroari. Mais uma pantomima orquestrada pelos órfãos do muro de Berlim, que não se preocupam em onerar os cofres públicos desnecessariamente, uma denúncia carregada de um viés puramente ideológico, baseado no testemunho de indivíduos inidôneos sem que sejam apresentadas quaisquer tipos de provas contundentes. Um apa¬rato enorme deslocou-se para a área da Associação Comunidade Waimiri-Atroari (ACWA), à margem direita do Rio Alalau, já em Roraima, e antiga sede da Frente de Atração (FAWA), que na minha época (1982/83) era coordenada pelo Padre Giuseppe Cravero. Na mídia ali representada estava presente o jornalista Rubens Valente sua “trupe”, do pasquim Folha de São Paulo, o recordista nacional em “Fake News” no Brasil e no exterior ( ).

    Rubens Valente é autor de “Os Fuzis e as Flechas – História de Sangue e Resistência Indígena” e jornalista da Folha de São Paulo, desde 2000, um representante da mídia totalmente “isento” para reportar os fatos. Antes do início dos trabalhos consegui fazer contato com o Viana, antigo Capitão da Aldeia Terra-plenagem, para entregar-lhe algumas fotos dele, sua esposa Kátia e sua filhinha recém-nascida – Ângela, nos idos de 1982. O Viana, muito meu amigo, agradeceu emocionado e demonstrou um certo constrangimento por tudo que estava acontecendo.
    Cronologia Reversa

    Minha filha Danielle, nascida no dia 08.01.1982, era mais velha uns sete meses do que a Ângela, e aparecia, em uma das fotos, ao lado da Kátia e da Ângela e perguntei ao Viana quando sua filhinha tinha nascido e ele afirmou categoricamente que tinha sido em julho de 1981. A dificuldade em estabelecer marcos temporais dentro de um contexto histórico sempre foi uma característica bastante marcante entre os WA.

    Tradutores (???)

    A maioria dos “informantes” solicitou o apoio dos intérpretes para que lhes traduzissem as perguntas feitas pelos advogados e sua repostas. É interessante verificar que o Elsa, agora conhecido por “Elso” (masculinizou-se o vocábulo, contrariando todos os registros anteriores em que outros líderes, bem mais antigos, ostentavam o mesmo nome), fizera uso dos tradutores. Há 37 anos, o Elsa permaneceu durante uma semana na sede da 1ª Cia de E Cnst, no Abonarí, até o nascimento de sua filha Sônia, onde conversava animadamente com militares e funcionários. Outro dos informantes, de camiseta azul, que havia respondido, sistematicamente, às perguntas, antes mesmo que se fizesse a devida tradução, sentou-se atrás de mim, depois de sua oitiva, e me narrou com detalhes os problemas de saúde enfrentados pelo do Presidente da Associação Waimiri-Atroari ‒ Mário Parwe, depois de um acidente automobilístico. Procurei o Mário e convidei-o para conversar do lado de fora da maloca, e ele me confidenciou que sentia muita dor de cabeça e tinha o abdômen inchado mas que tinha receio de procurar os médicos com medo de que precisasse se submeter a alguma cirurgia.

    Contei-lhe de meu acidente, em 1985, no Rio de Janeiro e das onze cirurgias reparadoras a que tive de me submeter, abri a camisa e mostrei-lhe a enorme cicatriz da laparotomia a que tinha me submetido. Deixei meu telefone com ele, caso mudasse de ideia tenho certeza que nossos médicos militares poderiam atendê-lo. O Mário, visivelmente emocionado, e dois jovens WA que o cercavam, quase às lágrimas, agradeceram-me. Tenho quase certeza de que os militantes esquerdistas farão de tudo para que ele não aceite minha oferta, mesmo que isso venha a comprometer seriamente sua saúde.

    Lógica Absurda

    O termo “Kamña” é utilizado pelos Waimiri-Atroari para designar os não índios e “Kiña” que significa “a nossa gente”, ou seja, o povo Waimiri-Atroari. Um dos “informantes” relata que chegou a uma das Aldeias, à noite, onde todos os “Kiña” estavam mortos e que conseguiu esfaquear um dos “Kamña” quando um deles tentou entrar na maloca e, pasmem, todos os demais “Kamña” fugiram ao verificar que um dos seus tinha sido ferido. Noutra declaração o Viana e outro “informante” entram em contradição ao afirmar que ao chegar em uma das Aldeias, atacadas pelos “Kamña”, e encontrar todos mortos, Bornaldo assegura que foi amparado pelo tio, ao mesmo tempo que o Viana garante que ele chegou sozinho até a Aldeia onde o outro “informante” já se encontrava. É interessante que alguns dos “informantes” garantem que helicópteros fizeram uso de agentes químicos contra duas malocas e que simultaneamente uma tropa a pé invadiu as aldeias para eliminar os sobreviventes, sem levar em conta o efeito residual que o produto usado como arma química provocaria em seus organismos. No Vietnã, onde o agente laranja foi empregado, o efeito residual do produto usado como arma química só se extinguiu em 40 anos. Os esporos do antraz, por exemplo, podem apresentar uma sobrevida de até duzentos anos. Nenhuma dos “informantes” afirmou, porém, que a tropa terrestre usava máscaras protetoras de qualquer espécie.

    Agentes QBRN

    A doutrina militar das Forças Armadas não prevê a fabricação ou uso ofensivo de Agentes Químicos, Bacteriológicos, Radiológicos ou Nucleares. O Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) no âmbito das Forças Armadas é defensivo e faz parte de uma política nacional de prevenção, con¬tenção e medidas contra armas químicas e biológicas. É necessário e urgente aumentarmos ainda mais a nossa capacidade de prevenção, contenção e medidas contra essas armas não só pelas Forças Armadas, mas também adestrar e equipar os agentes de saúde e de segurança pública, nas indústrias químicas e farmacêuticas e em institutos de pesquisas nacionais criando assim uma ampla rede de vigilância epidemiológica.

    Armas Químicas e Biológicas
    (Ministério das Relações exteriores)

    O Brasil faz parte da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas [CPAQ], que proíbe o desenvolvimento, a produção, a aquisição, a estocagem, a retenção, a transferência e o uso desse tipo de armamento. A Convenção tem contribuído para livrar o mundo de armas químicas e é considerada um modelo a ser seguido na área de desarmamento e não proliferação, em particular na área nuclear.
    O órgão criado para velar pela implementação da CPAQ é a Organização para a Proibição de Armas Químicas [OPAQ]. Em sua atuação nesse órgão, o Brasil atribui prioridade à destruição completa dos arsenais químicos ainda existentes. Detentor da sétima maior indústria química mundial, o Brasil avalia que os controles na área de desarmamento químico não devem gerar obstáculos adicionais para o progresso técnico e científico dos países em desenvolvimento.A Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas e Toxínicas (CPAB) foi o primeiro tratado multilateral a banir a produção e o uso de uma categoria completa de armamentos. Ratificada pelo Brasil em 1976, a CPAB proíbe o desenvolvimento, a produção, a estocagem, a transferência, a aquisição e o uso de armas biológicas e toxínicas, bem como determina a destruição de estoques existentes. A CPAB não prevê medidas de verificação do seu cumprimento pelos Estados-partes.
    O Brasil defende a criação de um mecanismo de verificação do cumprimento da Convenção, mas ainda não foi possível atingir consenso internacional sobre esse assunto.

    O poder letal desses agentes químicos deixaram um rastro de horrores e destruição, que jamais serão esquecidos, na história da humanidade:

    1. 1ª Guerra Mundial (1914/19)

    A Primeira Guerra Mundial foi a primeira a introduzir agentes químicos no combate. Em 1915, os alemães, em Ypres (Bélgica) usaram gás clorídrico contra as tropas aliadas e a partir de então o uso destas armas propagou-se no campo de batalha. Surgiram então, outros agentes como fosgênio, cianeto e gás mostarda. O mundo estarrecido com efeito destes produtos, assinou, em 1925, o Protocolo de Genebra (15 países signatários), que proibia o emprego de armas químicas e bacteriológicas.

    2. Alemanha Nazista (1933/45)

    Adolf Hitler exterminou seis milhões de judeus nas câmaras de gás empregando um pesticida a base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio (Zyklon B).

    3. Massacre de Halabja (1988)

    No final da Guerra Irã-Iraque, Saddam Hussein utilizou armas químicas em Halabja, no Curdistão Iraquiano para remover curdos de diversas aldeias no norte do Iraque, episódio que ficou conhecido como “Sexta-feira Sangrenta” (16.05.1988). Neste ataque foi utilizado gás mostarda e sarin. O massacre provocou a criação da Convenção das Armas Químicas das Nações Unidas, em 1997, um pacto internacional banindo a produção, estoque ou uso de armas químicas. Hussein ainda utilizou gás mostarda e sarin contra o Irã, matando mais de 20.000 pessoas, para obrigar o Irã, a negociar.

    4. Crise dos Reféns em Dubrovka (2002)

    Na noite do dia 23.10.2002, cerca de 800 pessoas assistiam um musical em um teatro em Dubrovka (Moscou), quando. de repente, militantes chechenos fizeram todos os presentes reféns. Após 48 horas de negociação, os russos lançaram um gás tóxico no sistema de ventilação do teatro matando quase todos os militantes e mais de 100 reféns.

    5. Ataque Químico de Ghouta (2013)

    No dia 21.08.2013, um ataque do governo sírio, com sarin, durante a Guerra Civil resultou em mais de 1.500 mortes.

    É interessante verificar que os organismos internacionais não citam, em nenhum de seus relatórios, o suposto massacre com armas químicas dos 2.650 Waimiri-Atroari.

    Inversão Cronológica
    Até a audiência nas Terras do WA os militantes da famigerada “Comissão da ‘In’Verdade” nos acusavam de ter promovido o extermínio do povo Waimiri-Atroari a partir de março de 1975, após os massacre promovidos pelos “Kiña” nos idos de 1968, 1973 e 1974, apresentando uma série de testemunhas inidôneas e fictícias. Agora numa esdrúxula metamorfose cronológica os “Kiña” afirmam terem promovidos os referidos massacres como uma ação de resistência às pseudos-atrocidades patrocinadas pelo Estado Brasileiro ao seu povo.

    Os “informantes” iniciaram suas locuções mentindo ao afirmar que não dominavam a língua portuguesa e continuaram cometendo perjúrio ao apresentar uma novela ficcional, mal engendrada, cheia de contradições e sem provas materiais que a sustentassem.

    O Corpo Fala

    Outra coisa que chama a atenção em cada um dos depoimentos é a falta total de manifestação emotiva por parte de todos os “informantes” quando estes relatavam a morte violenta de seus familiares. Imediatamente lembrei-me de uma série americana chamada “Lie To Me” (Engana-me se Puder) que estreou na FOX, em 21.01.2009. Nela o Dr. Cal Lightman (Tim Roth), coadjuvado pela Dr. Gillian Foster (Kelli Williams), detectam mentiras, observando a linguagem corporal e as micro expressões faciais, usando esse talento para colaborar com a lei. O personagem Dr. Cal Lightman é baseado no psicólogo americano Paul Ekman, pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais, que foi considerado um dos 100 mais notáveis psicólogos do século XX. Não é preciso ser um especialista na leitura da linguagem corporal e expressões faciais para verificar que as “estórias” de cada um dos informantes tinham sido previamente elaboradas, decoradas e contavam agora com o apoio e orientação dos “tradutores”.

    Falsa Acusação de uso de Napalm

    A Revista do “Instituto Humanitas Unisinos” (IHU On-Line) entrevistou, no dia 20.04.2012, o farsante Egydio Schwade que distorce os fatos a seu bel prazer de maneira a transformá-los em factoides que apoiem suas pérfidas teorias:

    IHU On-Line – Qual era o posicionamento da FUNAI nessa época? Havia dissidência no órgão?

    Egydio Schwade – […] Na época, eu era secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário Nacional – CIMI e nós pedimos, numa das primeiras assembleias na Amazônia, realizada em Belém, em 1975, que o governo suspendesse imediatamente a construção da BR-174 para que houvesse contato pacífico com os índios. […]

    A notícia que se tem é de que muitos indígenas foram mortos, uns com napalm, outros eletrocutados, ainda outros com armas de fogo. E a FUNAI não só sabia da violência dos militares contra os índios, mas até participou de reunião com o 6° Batalhão de Engenharia de Construção – BEC onde foi decidido o uso de armas de fogo, dinamite, metralhadoras e de granadas.

    Os primeiros lança-chamas foram empregados na 1ª Guerra Mundial, mas como eram pouco eficientes, foram sendo aperfeiçoados pelo “US Chemical Warfare Service”, Centro de Guerra Química dos Estados Unidos da América – EUA. Nos idos 1941, Louis Fieser, da Universidade de Harvard, liderou uma equipe de pesquisadores que desenvolveram o napalm, que, mais tarde, foi amplamente utilizado na Guerra do Vietnã (01.11.1955 a 30.04.1975). No período de 1963 a 1973, foram lançadas 388.000 toneladas de napalm sobre o Vietnã, dez vezes a quantidade de napalm usado na Coréia e quase vinte vezes do que foi empregado no Pacífico. Inicialmente foi empregada nos lança-chamas pelos aliados para neutralizar bunkers e trincheiras, consumindo o oxigênio e provocando a asfixia. Mais tarde, os bombardeiros lançavam bombas de napalm, que provaram ser muito mais destrutivas do que os lança-chamas.

    Apenas uma bomba de napalm era capaz de incendiar uma área de 2.000 m2, gerando temperaturas de 800° a 1.200° Celsius. Depois da Guerra do Vietnã, o Napalm foi empregado apenas no Saara Ocidental (1975/91, pelas forças marro¬quinas), no Irã (1980/88), no Iraque (1980/88 e em 1991), em Angola (1993), na Argentina (1982) e na Iugoslávia (1991/96).

    Nunca, em tempo algum, este tipo de bomba foi utilizada pelas Forças Armadas Brasileiras. A foto (Imagem 61) que representaria um ataque deste tipo à uma Maloca dos WA, serviria de motivo de chacota perante qualquer grupo de peritos em armamento. Embora alguns extremistas afirmem que estas bombas já tinham sido usadas pelo Exército Brasileiro, durante na Guerrilha do Araguaia, não existe nenhuma prova física que comprove tal fato.
    Napalm Lançado por Helicópteros UH-1H

    Os versáteis helicópteros UH-1H Iroquois foram utilizados, pela primeira vez, no Vietnã, alterando definitivamente a doutrina de emprego destas aeronaves. Embora sua nomenclatura oficial seja de UH-1, de “helicóptero utilitário”, as novas versões de ataque e transporte consagrariam seu codinome de “Huey”. Os UH-1H participaram, no Brasil, das mais diversas missões, tais como, infiltração e exfiltração de patrulhas, evacuação de feridos, transporte de material, mapeamento nos programas RADAM e DINCART, vacinação de indígenas na Amazônia, apoio em catástrofes naturais, demarcação de fronteiras, transporte de urnas eleitorais… O UH-1H jamais foi empregado como lançador de bombas tipo napalm nem no Brasil, nem em qualquer outro lugar do mundo. A ligação dos helicópteros com o napalm se deve ao fato de que bombas incen¬diárias lançadas por aeronaves de asa fixa, na Guerra do Vietnã, tinham como objetivo a rápida abertura de clareiras para a aterrissagem de helicópteros. Por sua versatilidade de emprego os Huey participaram dos principais confrontos contemporâneos. Além dos EUA, ainda é operado em países como Nova Zelândia, Colômbia, Bolívia, Canadá, Austrália, México, Espanha, Chile e também no Brasil. A autonomia do UH-1H é de 507 km e a distância de Manaus-Rio Alalau-Manaus 560 km, inviabilizando qualquer tipo de operação na área.

    Encerramento dos Trabalhos

    Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
    (Código Penal alterado pela Lei nº 10.028, de 2000)
    Como estava previsto, toda aquela ridícula pantomina foi encerrada na hora aprazada – 16h00, apesar dos protestos dos advogados do Ministério Público Federal que se comportaram, durante todo o evento, mais como ativistas políticos do que defensores da justiça.

    Ao sair da maloca, fui abordado por um jornalista, que citando meu posto e nome completo, indagou se eu estaria disposto a conceder-lhe uma entrevista. Acho que ele tinha percebido que eu conhecia os líderes Waimiri-Atroari e desfrutava de sua amizade. Sem vacilar respondi que sim, e perante a Câmera me identifiquei, e disse o quanto me magoava estar assistindo aquele Teatro de Horrores engendrado pela “Comissão da ‘In’Verdade” e seus acólitos com o fim precípuo de acusar o Exército Brasileiro de ser um dos patrocinadores do processo de extermínio do “Kiña”. Sabia que, mais uma vez, a imprensa não levaria minha opinião às telas na sua totalidade tendo em vista que minhas declarações não estavam em sintonia com a do repórter que me entrevistava.

    Link SBT: https://youtu.be/2WbhmpFCHS0

    Lembrei-me de um fato semelhante, no final de agosto de 2018, quando um repórter da Rede Amazônica, por ocasião dos preparativos de minha descida do Rio Tacutu, de Bonfim (RR) a Boa Vista (RR), antes de encerrar a entrevista resolveu, totalmente fora do contexto, me perguntar em quem iria votar e eu lhe respondi, sem excitar que ia votar no meus amigos, referindo-me ao meu colega de turma do Colégio Militar de Porto Alegre e Academia Militar das Agulhas Negras – General Mourão e no Presidente Bolsonaro.

    O repórter, desconcertado, disse que não era essa a resposta que ele esperava, ao que eu lhe respondi que:

    ‒ Essa era minha resposta.

    Logicamente a entrevista foi censurada pelos “democratas de plantão” e não foi ao ar no dia seguinte.

    Conclusão

    Onde estão os restos mortais destes supostos massacres? Que helicópteros são esses capazes de tal autonomia? Que tropa biônica foi essa capaz de entrar em uma aldeia contaminada por armas químicas sem usar máscaras?…

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