MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

HINO NACIONAL BRASILEIRO CANTADO E EXPLICADO (2014) - por Coronel Ernesto Caruso

HINO NACIONAL BRASILEIRO CANTADO E EXPLICADO 2014




Prezados
 
Neste 7 de Setembro, DIA DA INDEPENDÊNCIA, 
transmito o enlace 
para acessar o vídeo sobre o Hino Nacional, 
cantado e explicado para apreciação e compartilhamento 
com outros tantos brasileiros, como mais um meio auxiliar de ensino
 a filhos, netos, crianças, alunos e adultos que 
não tiveram a oportunidade de entoá-lo e compreendê-lo. 
 
​E que o brasileiro consiga se libertar do governo petista
e seus trocentos ladrões. ​

Saudações

Ernesto Caruso


Questão Indígena na Amazônia: A história secreta de Raposa Sera do Sol - por Izidro Simões


A HISTÓRIA SECRETA

Izidro Simões (*)

02 Dez 2018

Ele está na internet, mas convém que coloquemos este episódio aqui, novamente:

No momento em que ainda mais se fala da cobiça internacional sobre a Amazônia, da ação de ONGs de todos os naipes agindo livremente na região Norte, de estrangeiros vendendo pedaços da nossa floresta, da encrenca que é a homologação da Raposa/Serra do Sol, de índios contra índios, de índios contra não-índios, das ações ou omissões da Funai, do descontentamento das Forças Armadas com referência os rumos políticos que estão sendo dados para esta quase despovoada mas importantíssima parte das fronteiras desta maravilhosa nação, é mais do que preciso falar quem sabe, quem conhece, quem vivencia ou quem tenha alguma informação de importância.

Assim sendo, para ficar registrado e muito bem entendido, vou contar um acontecimento de magna importância, especialmente para Roraima, e do qual sou testemunha ocular da História.

Corria o ano de 1993 – portanto, já fazem 15 anos. Era governo de Itamar Franco e as pressões de alguns setores nacionais e vários internacionais, para a homologação da Raposa/Serra do Sol, eram fortes e estavam no auge. Tinha-se como certíssimo de que Itamar assinaria a homologação.

Nessa época, eu era piloto da empresa BOLSA DE DIAMANTES, que quinzenalmente enviava compradores de pedras preciosas para Uiramutã, Água Fria, Mutum e vizinhanças.

No dia 8 de setembro de 1993, aí pelas 17:00, chegamos em Uiramutã, e encontramos a população numa agitação incomum, literalmente aterrorizada. Dizia-se por toda parte, que Uiramutã ia ser invadida, que havia muitos soldados "americanos", já vindo em direção à localidade.

A comoção das pessoas, a agitação, o sufoco eram tão grandes que me contaminou, e fui imediatamente falar com o sargento PM que comandava o pequeníssimo destacamento de apenas quatro militares, para saber se ele tinha conhecimento dos boatos que circulavam, e respondeu-me que sabia do falatório. Contou-me então que o piloto DONÉ (apelido de Dionízio Coelho de Araújo), tinha passado por Uiramutã com seu avião Cessna PT-BMR, vindo da cachoeira de ORINDUIKE, no lado brasileiro, (que os brasileiros erradamente chamam de Orinduque), contando para várias pessoas, que havia um acampamento enorme, com muitos soldados na esplanada no lado da Guiana, na margem do rio Maú, nossa fronteira com aquele país.

Aventei a necessidade de que o sargento, autoridade policial local, fosse ver o que havia de fato e falei com o dono da empresa, que aceitou, relutante e receoso, emprestar o avião para o sargento. Como, entretanto, o sol já declinava no horizonte, combinamos o vôo para a manhã seguinte.

Muito cedo, o piloto Doné e seus passageiros, que tinha ido pernoitar na maloca do SOCÓ, pousaram em Uiramutã. Eu o conheci nessa ocasião, e pude ouvir dele um relato. Resumindo bastante, contou que na Guiana havia um grande acampamento militar e que um avião de tropas estava trazendo mais soldados para ali.

Estávamos na porta da Delegacia, quando chegou uma Toyota do Exército, com um capitão, um sargento e praças, vindos do BV8. Ele ia escolher e demarcar um local para a construção do quartel de destacamento militar ali naquela quase deserta fronteira com a Guiana. BV8 é antigo marco de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde há um destaca mento do Exército, na cidade de Pacaraima. Muito interessado e intrigado com o fato, resolveu ir conosco nesse vôo.

O capitão trazia uma boa máquina fotográfica e emprestei a minha para o sargento. O vôo foi curto, apenas seis minutos. Demos tanta sorte, que encontramos um avião para transporte de tropas, despejando nova leva de soldados, no lado guianense. Voando prá lá e prá cá, só no lado brasileiro, os militares fotografavam tudo, e pelo número de barracas, o capitão calculou uns 600 homens, até aquele momento.

Fiz diversas idas e vindas e, numa delas vi o transporte de tropas decolando e virando para a esquerda. Exclamei para o capitão: eles vem pra cima de nós! Como é que você sabe? Perguntou. Viraram para a esquerda, que é o lado do Brasil e não da Guiana, respondi. Girei imediatamente a proa para Uiramutã e, ao nivelar o avião, o capitão me disse muito sério: estamos na linha de tiro deles! Foi então que olhando para a direita, vi à curta distância e, na porta lateral do transporte, um soldado branco, com um fuzil na mão.

Confesso que foi um grande susto! O coração parecia-me bater duas e falhar uma. Quem conhece a região, sabe que ali naquela parte, o Maú é um rio muito sinuoso. Enfiei o avião fazendo zig-zag nesses meandros, esperando conseguir chegar em Uiramutã. Se atiraram, não ficamos sabendo, mas após o pouso, havia muita gente na pista, que fica juntinho das casas. Agitadas, contaram que aquele avião tinha girado duas vezes sobre nós e a cidade, tomando rumo de Lethen, na Guiana, onde há uma pista asfaltada, defronte de Bomfim, cidade brasileira na fronteira.

Com esse fato, angustiou-se mais ainda a população, na certeza de que a invasão era iminente. O capitão determinou ao sargento e a mim, que fizéssemos imediatamente um relatório para ser envido ao comando da PM, em Boa Vista e partiu acelerado de volta ao pelotão de fronteira no BV8.

Na delegacia, o sargento retirou o filme da minha máquina fotográfica, para enviar ao seu comando e eu datilografei completo relatório que ele colocou em código e transmitiu via rádio para Boa Vista. Naquela época, o chefe da S2 da PM (Seção de Inteligência), era o major Bornéo. Uns quatro dias depois que cheguei desse giro das compras de dia mantes, tocou a campainha da minha casa, um major do Exército.

Apresentou-se e pediu-me para ler um papel, que não era outro, senão aquele mesmo que eu datilografara em Uiramutã, e do qual o comando da PM enviara cópia para o comando do Exército em Boa Vista. Após ler e confirmar que era aquilo mesmo, pediu-me para assinar, e o fiz. Compreendi que tinha sido testemunha de algo grande, maior do que eu poderia imaginar, e pedi então ao major, para dizer o que estava acontecendo, uma vez que parte daquilo eu já sabia.

Concordou em contar, desde que eu entendesse bem que aquilo era absolutamente confidencial e informação de seguran ça nacional. Concordei. 

Disse o major, que a embaixada brasileira em Georgetown tinha informado ao Itamarati, que dois vasos de guerra, um inglês e outro, americano, haviam fundeado longe do porto, e que grandes helicópteros de transporte de tropas, estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e o motivo.

Caboclos guianenses (índios aculturados) tinham contado para caboclos brasileiros em Bomfim, cidade de Roraima na fronteira, terem os americanos montado uma base militar logo atrás da grande serra Cuano-Cuano, que por ser muito alta e próxima, vê-se perfeitamente da cidade. O Exército brasileiro agiu com presteza, e infiltrou dois majores através da fronteira, e do alto daquela serra, durante dois dias, filmaram e fotografaram tudo. Agora, com os fatos ocorri dos em Orinduike, próximo de Uiramutã, nossa fronteira Norte, fechava-se o entendimento do que estava acontecendo.

E o que estava acontecendo? As pressões internacionais para a demarcação da Raposa / Serra do Sol apertavam, na certeza de que o Presidente Itamar Franco assinaria o decreto. Em seguida, a ONU, atendendo aos "insistentes pedi dos dos povos indígenas de Roraima", determinaria a criação de um enclave indígena sob a sua tutela, e aí nasceria a primeira nação indígena do mundo. Aquelas tropas americanas e as inglesas, eram para garantir militarmente a tomada de posse da área e a "nova nação".

Até a capital já estava escolhida: seria a maloca da Raposa, estrategicamente localizada na margem da rodovia que corta toda a região de Este para Oeste, e divide geográfica e perfeitamente a região das serras daquela dos lavrados roraimenses – que são os campos naturais e cerrados. Itamar Franco – suponho – deve ter sido alertado para o tamanho da encrenca militar que viria, fato é que nunca assinou a demarcação.

Nessa mesma ocasião (para relembrar: era começo de setembro de 1993), estava em final de preparativos, o exercício periódico e conjunto das Forças Armadas nacionais, na cidade de Ourinhos, margem do rio Paranapanema, próxima de Sta. Cruz do Rio Pardo e Assis, em São Paulo, e Cambará e Jacarezinho, no Paraná.

Com tão alarmantes notícias vindas de Roraima, o Alto Comando das Forças Armadas mudou o planejamento, que passou a chamar-se "OPERAÇÃO SURUMU" e, como já estava tudo engrenado, enviou as tropas para Roraima. Foi assim que à partir da madrugada de 27 de setembro de 1993, dois aviões da VARIG, durante vários dias, Búfalos, Hércules e Bandeirantes despejaram tropas em Roraima. Não cabendo todas as aeronaves militares dentro da Base Aérea, o pátio civil do aeroporto ficou coalhado de aviões militares. Chegaram também os caças e muitos Tucano. Veio artilharia anti-aérea, localizada nas cercanias de Surumu, e foi expedido aviso para todos os piloto civis, sobre áreas nas quais esta va proibido o sobrevôo, sob risco de abate.

Tendo como Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general-de-Exército José Sampaio Maia – ex-comandante do CIGS em Manaus, e como árbitro da Operação Surumu, o general de Brigada Luíz Alberto Fragoso Peret Antunes (general Peret), os rios Maú, Uailã e Urariquera enxamearam de "voadeiras" cheias de soldados. Aviões de caça fizeram dezenas de vôos rasantes nas fronteiras do Norte. O Exército também participou com a sua aviação de helicópteros, que contou com 350 homens do 1º, 2º e 3º esquadrões, trazendo 15 Pantera (HM-1) e 4 Esquilos, que fizeram um total de 750 horas de vôo. Vieram também cerca de 150 paraquedistas militares e gente treinada em guerra na selva. A Marinha e a Força Aérea contribuíram com um número não declarado de homens, navios e aeronaves.

Dessa maneira, não tendo Itamar Franco assinado o decreto de demarcação da Raposa/Serra do Sol e, vindo essas forças militares para demonstrar que o custo benefício da entrada de soldados americanos e ingleses em Roraima, não seria compensador, pois seria com muitas baixas, "melou", se retiraram, arrefeceu a intenção internacional de apossar-se desta parte da Amazônia, mas não desistiram.

Decepcionando muito, Lula fez a homologação dessa área indígena, contestada documentalmente no Supremo Tribunal e, ainda tentou à revelia de uma decisão judicial, retirar "na marra", os fazendeiros e rizicultores ("arrozeiros") dessa área, que como muita gente sabe – inclusive os contrários – tem dentro dela propriedades regularmente documentadas com mais de 100 anos de escritura pública e registro, do tempo em que Roraima nem existia, quando as terras eram do Amazonas.

Agora, entretanto, os interesses difusos e estranhos de muitas ONGs, dizem na internet, que esses proprietários são "invasores", quando até o antigo órgão anterior ao INCRA, demarcou e titulou áreas nessa região, e que a FUNAI, chamada a manifestar-se, disse por escrito, não ter interesse nas terras e que nelas, até aquela ocasião, não havia índios.

As ONGs continuam a fazer pressão, e convém não descuidar, porque nada indica que vão desistir de conseguir essas terras "para os índios", e de graça, levarem além de 1 milhão e 700 mil hectares – quase o tamanho de Sergipe – tudo o mais que elas tem: ouro, imensas jazidas de diamantes, coríndon, safira de azul intenso, turmalina preta, topázio, rutilo, nióbio, urânio, manganês, calcáreo, petróleo, afora a vastidão das terras planas, propícias à lavoura, área quase do mesmo tamanho onde Mato Grosso planta soja que fez a sua riqueza.

Isso, é o que já sabemos, porque uma parte disso foi divulgada em pesquisa da CPRM – Cia. de Pesquisa de Re cursos Minerais, em agosto de 1988 (iniciada em 1983), chamada de Projeto Maú, que qualifica essa parte da Raposa/Serra do Sol, como uma das mais ricas em diamantes no Brasil, sendo o mais extenso depósito aluvional de Roraima, muito superior ao Quinô, Suapi, Cotingo, Uailã e Cabo Sobral.

Essa pesquisa foi inicialmente conduzida pelo geólogo João Orestes Schneider Santos e, posteriormente, pelo também geólogo, Raimundo de Jesus Gato D´Antona, que foi até o final do projeto, constatando a possibilidade da existência de até mais de 3 milhões de quilates de diamantes e 600 Kg de ouro. Basta conferir a cotação do ouro e diamantes, para saber o que valem aquelas barrancas do rio Mau, só num pequeno trecho.

A "desgraça" de Roraima é ser conhecida internacionalmente na geologia como a maior Província Mineral já descoberta no planeta. Nada menos que isso!

E o que ainda não sabemos? Essa pesquisa, feita em pouco mais de 100 quilômetros de barranca do rio, cubou e atestou a imensa riqueza diamantífera da área. Entretanto, o Estado de Roraima ainda tem coríndon, manganês, calcá reo e urânio, afora mais de 2 milhões e 100 mil hectares de terras planas agricultáveis, melhores que aquelas onde plantam soja no Mato Grosso.

(*) Izidro Simões é Piloto Aviador civil.


Fonte: https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=69063&cat=Ensaios&vinda=S


Índios miseráveis, criados pelo STF.

Antes, eles eram empregados em plantações de arroz na Raposa Serra do Sol.

Foram expulsos e hoje vivem em favelas de Boa Vista e se alimentam dos lixões.



Alerta Científico e Ambiental: Desinformação sobre a Amazônia - por MSIA

Vol. 27  |  nº 29 | 30 de julho de 2020

Leia nesta edição:
Embrapa contra desinformação sobre a Amazônia
Nota Técnica sobre queimadas, desmatamentos e imóveis rurais no bioma Amazônia em 2019 
Industriais paraenses reagem à chantagem “verde”
A “revolta da ivermectina”: política adotada no enfrentamento da Covid-19 exige ensaio clínico urgente
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Embrapa contra desinformação sobre a Amazônia

A Embrapa Territorial acaba de divulgar uma Nota Técnica de suma importância para o esclarecimento da sociedade em geral, sobre a situação ambiental real do bioma Amazônia. O documento intitula-se “Nota Técnica sobre queimadas, desmatamentos e imóveis rurais no bioma Amazônia em 2019”, e é de autoria do doutor em Ecologia Evaristo Eduardo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial, e dos analistas de geoprocessamento Paulo Roberto Rodrigues Martinho e Carlos Alberto de Carvalho. A sua leitura é fundamental para o combate à desinformação que envolve os assuntos amazônicos, pelo que a reproduzimos integralmente a seguir. O texto original pode ser baixado do sítio da Embrapa.

Em entrevista ao canal Notícias Agrícolas (24/07/2020), comentando sobre os dados demonstrados no levantamento, Evaristo de Miranda ressaltou que um elemento fundamental para o enfrentamento dos problemas ambientais na Amazônia é a regularização fundiária, igualmente demonizada pelos alarmistas do aparato ambientalista-indigenista internacional e grande parte da mídia. Segundo ele: “Com a regularização fundiária, poderemos titular a terra e identificar o responsável pela propriedade; com isso teremos condições de levar a ajuda do Estado à essa população, promovendo a inclusão deles na agricultura moderna e, em casos de desvios, responsabiliza-los. E, passo seguinte, conseguiríamos a regularização ambiental também naquela parte do País.”

Sobre as campanhas de desinformação promovidas pelo aparato, Miranda afirmou que “falta solidariedade” a agentes da sociedade que não se preocupam verdadeiramente com o destino dos agricultores pobres brasileiros.

Início

Nota Técnica sobre queimadas, desmatamentos e imóveis rurais no bioma Amazônia em 2019 

Evaristo Eduardo de Miranda, Paulo Roberto Rodrigues Martinho e Carlos Alberto de Carvalho*

N. dos E. – Por conveniência editorial, as referências bibliográficas foram suprimidas desta edição; os interessados podem consultar o trabalho original, no sítio da Embrapa.

A equipe da Embrapa Territorial analisa e qualifica territorialmente diversas informações sobre agropecuária, queimadas, desmatamentos e imóveis rurais na Amazônia. O objetivo principal dessa pesquisa foi qualificar e quantificar o uso e a ocupação das terras onde foram registrados focos de fogo. Pela primeira vez isso foi feito, em mais de 30 anos de monitoramento de queimadas. O trabalho foi realizado no Sistema de Inteligência Territorial Estratégico (SITE) do bioma Amazônia, em estruturação na Embrapa Territorial, por uma equipe que há décadas pesquisa as queimadas rurais. Com relação ao ano de 2019, foram cruzados, por geoprocessamento, os dados do sistema de referência de monitoramento de queimadas (satélite ACQUA MT - FIRMS/INPE), com os dados do Programa de Monitoramento do Desmatamento (Prodes/INPE), mais os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR/SFB), mais as coordenadas geográficas de cada um dos estabelecimentos agropecuários levantados pelo Censo Agropecuário de 2017 (IBGE). Os trabalhos buscaram responder cinco questões principais:

- Qual a dimensão do bioma Amazônia e do seu desmatamento?

- Quantos são os imóveis rurais cadastrados no bioma Amazônia?

- Qual é a dimensão das queimadas no bioma Amazônia?

- Que imóveis rurais praticaram queimadas no bioma Amazônia?

- O número de queimadas varia com o tamanho dos imóveis rurais?

1 – Qual a dimensão do bioma Amazônia e do seu desmatamento?

O bioma Amazônia, com 4.199.249 km2, recobre 49,3% do Brasil. É o maior de todos os biomas brasileiros. A diversidade de sua vegetação nativa é muito grande. São 22 tipos de formações florestais diferentes, além de uma dezena de vegetações campestres, não florestais e mistas. Sua parte florestal, com 3.794.857 km2, representa 90,4% do bioma Amazônia. Ela é monitorada anualmente, em termos de desmatamento por corte raso, há mais de 30 anos, pelo Programa Prodes do INPE. Desde os primeiros desmatamentos no século XVIII até os dias atuais (julho de 2019), a área total desmatada, cartografada pelo Programa Prodes do INPE, acumula uma superfície de 719.014 km2, equivalentes a 18,9% da parte florestal do bioma Amazônia e a 17,1% de sua extensão total.

2 – Quantos são os imóveis rurais cadastrados no bioma Amazônia?

Uma análise por geoprocessamento dos dados do Cadastro Ambiental Rural - CAR, realizada pela equipe da Embrapa Territorial, identificou 526.177 imóveis rurais situados no bioma Amazônia, em 2019. Eles ocupam uma área de 1.488.743 km2 ou 35,5% do bioma Amazônia. Isso não significa área explorada, mas apenas apropriada em termos fundiários. Grande parte ainda é recoberta por vegetação nativa, dada a exigência de 80% de Reserva Legal, prevista no Código Florestal Brasileiro. Desse total de imóveis rurais, uma outra análise por geoprocessamento realizada pela equipe da Embrapa, indicou que 510.107 ou 96,9% estão situados na parte monitorada pelo projeto Prodes do INPE, ou seja, em áreas originais de vegetação florestal. Tais imóveis ocupam um total de 1.448.669 km2, ou 34,5% do bioma Amazônia e 97,3% da área total de imóveis cadastrados (relembrando, novamente: estes totais não se referem a áreas desmatadas, mas, sim, a áreas apropriadas).

Do universo de imóveis, situados na área de monitoramento do Projeto Prodes, um novo tratamento dos dados permitiu ainda identificar e quantificar 489.808 imóveis rurais situados, total ou parcialmente, na área florestal já desmatada do bioma Amazônia, ou seja, de agropecuária consolidada há anos, dezenas de anos e até séculos, segundo a cartografia do Projeto Prodes.

Eles representam 93,1% do total de imóveis rurais do bioma Amazônia e ocupam uma área de 1.393.297 km2, correspondente a 93,6% da área total cadastrada no CAR no bioma e 33,2 % do bioma Amazônia.

Em simetria, existem 3,8% dos imóveis rurais do total existente na área de monitoramento do projeto Prodes, ocupados integralmente por florestas nativas ou onde as áreas exploradas ou desmatadas são tão pequenas que não foram detectadas no âmbito do programa Prodes.

Ainda por geoprocessamento, a equipe da Embrapa Territorial calculou e classificou por tamanho esse universo de imóveis rurais situados, total ou parcialmente, na área florestal da área já desmatada do bioma Amazônia.

Dos 489.808 imóveis rurais situados, total ou parcialmente, na área florestal já desmatada do bioma Amazônia, 442.619 são de pequenos agricultores, com menos de quatro módulos fiscais. Eles representam 90,4% do total.

Os médios produtores, entre 5 e 15 módulos fiscais, totalizam 30.244 imóveis rurais e 6,2% do total. Os grandes produtores, com mais de quinze módulos fiscais, reúnem 16.945 imóveis rurais e representam 3,5% do total.

Existem imóveis rurais ainda não cadastrados no CAR no bioma Amazônia. Ainda assim, a base de dados geocodificados dos imóveis rurais do CAR é muito representativa da dimensão territorial do mundo rural no bioma Amazônia, sobretudo quando conjugada espacialmente aos dados dos estabelecimentos agropecuários do Censo do IBGE 2017.

Em resumo, 90% dos imóveis rurais cadastrados no CAR no bioma Amazônia são de pequenos agricultores, proporção análoga à dos estabelecimentos agropecuários do Censo 2017 do IBGE.

3 – Qual é a dimensão das queimadas no bioma Amazônia?

Os pontos de calor, fogos ativos ou queimadas em todo o Brasil são detectados diariamente na passagem vespertina do satélite AQUA M-T no âmbito do sistema orbital de referência do Programa LANCE-FIRMS12 da NASA, com dados disponibilizados pelo INPE.

A análise por geoprocessamento desse banco de dados, cruzado com os resultados cartográficos sobre o bioma Amazônia e os imóveis cadastrados no CAR pela equipe da Embrapa Territorial, obteve informações inéditas sobre a repartição territorial das queimadas na região.

Os procedimentos de geoprocessamento com o banco de dados do satélite AQUA M-T 13 quantificaram 89.178 queimadas na área correspondente ao recorte total do bioma Amazônia, ao longo de 2019.

Um outro tratamento digital dos dados, apenas nas áreas monitoradas pelo programa Prodes do INPE, totalizou 84.632 queimadas em 2019. Isso corresponde a 94,9% das queimadas registradas no período na área total do bioma Amazônia.

Finalmente, um novo tratamento geocodificado dos dados realizado pela equipe da Embrapa Territorial identificou todos os focos ou pontos de queimadas situados em polígonos de todas as áreas mapeadas como desmatadas pelo programa Prodes do INPE até julho de 2019. Foram identificadas 76.016 queimadas nas áreas de desmatamento acumulado no bioma Amazônia (ou seja, nas áreas de atividades agropecuárias consolidadas há anos, dezenas de anos e até há séculos). Esse número corresponde a 89,8% das queimadas ocorridas em 2019 na área original florestal do bioma Amazônia.

Ou seja, arredondando, 90% das queimadas detectadas em 2019 ocorreram em locais já desmatados e estão associadas ao uso do fogo na agropecuária por produtores pouco tecnificados. 

4 – Que imóveis rurais praticaram queimadas no bioma Amazônia?

Um pesado tratamento geocodificado dos dados confrontou cada uma dessas 76.016 queimadas detectadas ao longo de 2019 com cada um dos 489.808 imóveis rurais situados, total ou parcialmente, na área já desmatada do bioma Amazônia (agropecuária consolidada).

O tratamento por geoprocessamento da localização de cada uma das 76.016 queimadas identificou sua ocorrência nos perímetros de apenas 24.292 imóveis rurais ou em 5% dos 489.808 imóveis rurais existentes em áreas já desmatadas.

Ou seja, 95% dos imóveis rurais situados nas áreas consolidadas de agropecuária no bioma Amazônia não fizeram o uso do fogo em suas práticas produtivas, em 2019.

5 – O número de queimadas varia com o tamanho dos imóveis rurais?

Em média ocorreram 2,1 queimadas por imóvel rural ao longo do ano de 2019, nesse conjunto de 5% de imóveis rurais que fizeram uso do fogo na atividade agropecuária.

Dos 24.292 imóveis rurais onde ocorreram queimadas em 2019, situados nas áreas de desmatamento consolidado ao longo do tempo no bioma Amazônia, foram calculadas suas áreas e dimensões respectivas, comparando-as aos valores dos módulos fiscais em cada município.

Em termos de tamanho, 14.696 são pequenos agricultores com menos de quatro módulos fiscais (60,5%); 4.370 são produtores médios situados entre 5 e 15 módulos fiscais (18,0%) e 5.226 são grandes produtores com áreas superiores a 15 módulos fiscais (21,5%).

Ou seja, no âmbito dos 14.696 imóveis rurais de pequenos agricultores, onde foram registradas queimadas, ocorreu um total de 15.835 queimadas ou seja 1,1 por imóvel. No caso dos 4.370 médios produtores, com registros de queimadas no interior dos seus imóveis, foram identificadas 8.209 queimadas ou 1,9 por imóvel. Finalmente, no caso dos 5.226 grandes produtores, com registros de queimadas no interior dos seus imóveis, foram 25.773 queimadas ou 4,9 por imóvel rural.

De forma simplificada, em 2019, ocorreu uma queimada em cada imóvel rural de pequeno agricultor, duas nos dos médios produtores e cinco nos dos grandes produtores considerados. Também de forma simples e proporcional, os pequenos produtores realizaram uma queimada por km2; os médios, uma queimada em cada 3,6 km2 e os grandes, uma queimada a cada 24,2 km2.

Para todas as situações de uso do fogo na agropecuária existem tecnologias e técnicas alternativas para suprimir o seu emprego. A modernização da agricultura com adoção de inovações tecnológicas e a capitalização dos produtores têm sido os principais vetores para a redução das queimadas. A queima da palha como preparo para a colheita manual foi totalmente eliminada com a introdução da mecanização e de novas máquinas adequadas a colheita da cana crua, sem queimada. Só em São Paulo, mais de 5,5 milhões de hectares de cana de açúcar deixaram de queimar anualmente. Com a modernização da agropecuária, processos análogos ocorreram nas regiões sul do Maranhão e oeste da Bahia, por exemplo.

Mas a disseminação de tecnologias adequadas para eliminar o uso do fogo na agropecuária tem custo alto e depende do acesso dos agricultores à extensão rural e ao crédito. No bioma Amazônia, para cerca de um milhão de produtores lá instalados, o primeiro passo para tal mudança é a regularização fundiária, sem a qual eles não têm, nem terão, acesso a políticas públicas.

* Evaristo Eduardo de Miranda é doutor em Ecologia e chefe geral da Embrapa Territorial; Paulo Roberto Rodrigues Martinho é mestre em Agricultura Tropical e Subtropical e analista de geoprocessamento da Embrapa Territorial; Carlos Alberto de Carvalho é mestre em Ciência da Computação e analista de TI e geoprocessamento da Embrapa Territorial.
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Industriais paraenses reagem à chantagem “verde”

Depois da Associação PanAmazônia (Alerta Científico e Ambiental, 23/07/2020), outra entidade representativa dos setores produtivos amazônicos se insurge contra a campanha internacional de chantagens contra o Brasil, motivada por uma suposta “preocupação” com o meio ambiente da região. Desta feita, o Centro das Indústrias do Pará (CIP) divulgou uma “Nota de Indignação”, frente às manifestações de empresários do Sul-Sudeste do País, instando o Governo Federal a acatar as sensibilidades estrangeiras. Pela sua relevância, transcrevemos na íntegra a nota, assinada pelo presidente do CIP, José Maria da Costa Mendonça:

“O Centro das Indústrias do Pará – CIP, representante de parte do setor produtivo do estado, manifesta publicamente sua indignação ao tomar conhecimento de que empresários e entidades do Sul/Sudeste do Brasil tomaram para si, mais uma vez, a discussão sobre o destino da Amazônia.

 “Inicialmente, assinaram um documento recheado de inverdades sobre a Amazônia e agora plantaram na mídia essa notícia: ‘Após cobrar do Planalto, empresários fazem investida no Congresso por defesa da Amazônia.’

“A maioria destes senhores é neófita sobre a Amazônia, desconhece as nossas particularidades, realidade e expectativas. Outros, não sabem o que faziam ali, ao se limitarem apenas a apoiar um amigo, somando-se àqueles que buscam um minuto de fama.

“Há os que conhecem a Amazônia através das janelas de jatos executivos, quando sobrevoam nossa região, por ser rota com destino a Miami.

“Essas atitudes merecem reação dos parlamentares federais e das entidades de classe de toda a Amazônia.

“Sabemos que o que move os mentores desses senhores não é o bem-estar do povo da Amazônia, e sim o que estão oferecendo aos seus clientes externos, a intocabilidade e o imobilismo de nossa região, pela facilitação de seus interesses comerciais.

“Esses são os motivos da nossa indignação!”

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A “revolta da ivermectina”: política adotada no enfrentamento da Covid-19 exige ensaio clínico urgente

Taciana Padilha de Castro e Denia Palmeira Fittipaldi Duarte*
 
A pandemia da doença coronavírus 2019 (Covid-19) no Brasil continua em escalada de casos e o espalhamento ocorreu para todas as regiões do país. Os impactos na sociedade são profundos e as políticas públicas adotadas para o seu enfrentamento foram insuficientes para evitar o trágico cenário de mais de 87.000 mortos, em poucos meses (Brasil-MS, 26/07/2020). Até o momento, não existe tratamento específico, tampouco antiviral contra o SARS-CoV-2, agente causal da Covid-19, e ainda não foi desenvolvida vacina para prevenção dessa doença, de acordo com as recentes publicações, incluindo as Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19 (Brasil-MS, 2020), sendo de extrema relevância a prospecção de propostas terapêuticas eficazes que possam opor-se às suas consequências deletérias para a população do país e  do mundo.
 
A política de saúde adotada pelo Brasil, no início da pandemia, foi o isolamento social e a atenção terciária (terapia intensiva). Na estratégia de isolamento, foram priorizados os grupos de riscos que poderiam apresentar as formas graves da doença, como idosos acima de 60 anos, hipertensos e diabéticos. No entanto, o isolamento social para todos foi também utilizado, visando preservar a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede suplementar, para reduzir a velocidade da elevação da incidência de casos e, assim, impedir um número de casos de Covid-19 graves ou críticos superior à disponibilidade de atendimento em terapia intensiva. Esta medida representava, portanto, uma estratégia de acomodação importante, para se evitar que a demanda por leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) ultrapassasse a sua capacidade instalada, particularmente, no uso de respiradores. Naquele momento, estavam afastadas as políticas de testagem sorológica e molecular, bem como a oferta de assistência primária ou secundária, para justificar racionalidade do isolamento ou tratamento precoce, por absoluta escassez de testes e de equipamento de proteção individual (EPIs), bem como pelo limitado conhecimento da doença. Embora o Ministério da Saúde (MS) do Brasil tenha liderado o financiamento e compras emergenciais desses insumos e equipamentos, manteve a mesma política de não oferecer assistência primária ou secundária no SUS.
 
Em que pese os avanços obtidos pelo isolamento social, dessa política inicial, na contenção da curva de incidência, a pandemia determinou impactos profundos na sociedade brasileira. Dentre esses, a manifestação do descontentamento de profissionais de saúde e da população com a política de saúde para a prevenção e o tratamento da Covid-19 definida pelo MS e pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, gestores do SUS.   Esse descontentamento foi, também, liderado por prefeitos com formação médica, em vários estados. As recomendações oficiais de não investigação clínica ou laboratorial e o não tratamento nas fases iniciais, marcada por uma orientação expectante, até que surjam manifestações clínicas graves, identificadas por familiares, foi confrontada com os avanços publicados pela literatura e pela observação direta dos médicos assistentes. O movimento inicial, desencadeado pelos médicos, pela prescrição precoce, foi equivocadamente ignorado pelo MS nos primeiros momentos e, depois, estigmatizado por não se basear em evidências obtidas por ensaios clínicos randomizados, um posicionamento contrastante com os seus próprios critérios de definição das diretrizes. Isto, porque reconhece e recomenda a utilização de vários fármacos que também não foram submetidos a ensaios clínicos. Além disso, o MS vem desconhecendo os avanços nos conhecimentos fisiopatológicos da doença, nas suas fases iniciais, e nos fatores prognósticos controláveis que poderiam impedir a evolução para os quadros clínicos graves e críticos, levando a óbito.
 
É nesse cenário de incerteza e tensão entre as políticas de saúde para assistência de casos Covid-19 e seus parcos resultados, que surgem os movimentos médicos propondo protocolos, tanto para a profilaxia quanto o tratamento, utilizando diferentes fármacos e esquemas posológicos.
 
A partir das perspectivas advindas do estudo in vitro pelos pesquisadores australianos Leon Caly, Julian D. Druce, Mike G. Catton, David A. Jans e Kylie M.Wagstaff, publicado no início de abril deste ano (1), a ivermectina tornou-se um fármaco promissor. Em paralelo, apesar de existirem lacunas de conhecimento científico sobre o uso clínico da ivermectina na Covid-19, como antiviral, as redes sociais publicam, diariamente, inúmeros e diferentes esquemas posológicos. A propagação do seu uso no tratamento e na profilaxia da Covid-19, por médicos e gestores municipais, tem sido crescente. Prefeitos de algumas cidades têm aplicado a ivermectina como profilaxia contra a Covid-19 nas populações de suas respectivas jurisdições.
 
Essa “revolta” silenciosa pelo uso da ivermectina é racionalmente compreensível, ante a falta de qualquer proposição oficial do MS com alternativas de tratamento e/ou profilaxia antiviral, que contemple os conteúdos das publicações sobre screening farmacológicos para fármacos com efeito antiviral contra o SARS-CoV-2, bem como a ausência de apoio em prol de estudos clínicos randomizados e duplos cegos, capazes de responder se esses fármacos apresentam resposta clínica superior aos tratamentos atualmente utilizados.
 
  De fato, o agravamento da Covid-19 é esperado em cerca 20% dos casos, por progressão da doença inicial para formas mais graves, devido, entre outras causas, à falta de tratamento antiviral contra o SARS-CoV-2, capaz de evitar a destruição dos linfócitos T, do tecido alveolar, bem como a lesão endotelial viral que determina os fenômenos inflamatórios e microtrombóticos. Na política atual de tratamento do SUS, observa-se um relaxamento no objetivo de equidade, quando se deixam de avaliar os marcos fisiopatológicos da doença e de propor as respectivas intervenções, antes do agravamento. A não reavaliação das políticas públicas de saúde para o enfrentamento da Covid-19 mantém as mesmas condutas e respostas. Para decisões racionais e melhorias nas condutas terapêuticas, a realização de pesquisas clínicas e epidemiológicas é urgente e necessária.
 
Entendemos que a racionalidade e a plausibilidade dos esquemas adotados espontaneamente por médicos e pela população em geral não são explicadas adequadamente, acarretando debates de opiniões, pela inexistência de respaldo científico justificável ou validado.
 
Por ocasião da publicação do estudo in vitro, mostrando efeito antiviral da ivermectina contra o SARS-CoV-2, em abril de 2020, consideramos importante e oportuno utilizar a experiência acumulada com a ivermectina no tratamento da febre Chikungunya (CHIKF), para a prevenção e tratamento da Covid-19. No caso, a nossa experiência clínica de uso da ivermectina como antiviral no tratamento da CHIKF, em fase virêmica, iniciado em abril de 2016 e validado, em outubro de 2017, em voluntários portadores dessa doença, durante os surtos ocorridos no Nordeste e no Sudeste do Brasil.
 
O primeiro tratamento da Covid-19 com a ivermectina foi realizado em Recife, tendo como esquema posológico de referência, o utilizado para a CHIKF. Ainda em abril, em voluntários portadores de Covid-19, ajustamos as doses da ivermectina, com base na segurança posológica desse fármaco, no tempo de replicação viral do SARS-CoV-2, e nas respostas clínicas de melhora observadas e mantidas. Em uma rede colaborativa de colegas médicos, ajustamos o esquema de dose terapêutica e a frequência com a qual essas doses foram administradas e propusemos testar um protocolo de tratamento, num ensaio clinico randomizado, duplo cego e placebo controlado, usando a ivermectina,  bem como testar a eficácia de seu uso profilático, com o objetivo de reduzir ou bloquear a transmissibilidade do SARS-CoV-2, em profissionais de saúde do Brasil.  Este estudo  foi aprovado pela  Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), em 13 de junho de 2020, sendo, no entanto, não recomendado pelo CNPq para financiamento.
 
Considerando que: (a) o projeto recebeu a aprovação da CONEP; (b) tem plausibilidade teórica e segurança clínica; e (c)  se coaduna com os objetivos das políticas públicas de eficiência e equidade; as autoras e a equipe dos 12 pesquisadores envolvidos no projeto estranharam a recusa do CNPq em financiar o estudo. Ademais, quando comparada com outros fármacos identificados por screening para tratamento antiviral da Covid-19, a ivermectina apresenta a maior probabilidade de alcançar eficiência,  pela relação custo/benefício (fármaco genérico e de baixo custo) e equidade, pela disponibilidade no SUS.
 
Diante a lacuna de conhecimento, esse ensaio deveria ter despertado um pronto interesse das autoridades de saúde para a sua realização, por utilizar um método de alto rigor científico, ser de curta duração (seguimento de 90 dias) e possibilitar o esclarecimento da existência ou não do potencial terapêutico antiviral da ivermectina.
 
Por último, em 23/07/2020, a comunidade médica foi surpreendida com a publicação  da RDC 405/2020 da ANVISA, determinando que “a partir dessa data, a aquisição da ivermectina só poderá ser feita mediante retenção de  receita”. Desta forma, o governo federal, além de não apoiar uma pesquisa que esclareceria, em definitivo, se a ivermectina tem ou não eficácia na Covid-19, impõe uma medida restritiva à população para a aquisição de um fármaco de elevada segurança de potencial efeito antiviral, inferindo uma ineficiência não comprovada.
 
* Taciana Padilha de Castro, MD, M.Sc, é doutora em Endocrinologia do Laboratório de Imunopatologia Keizo Azami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tendo atuado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre 1990 e 2017; Denia Palmeira Fittipaldi Duarte, MD, M.Sc., é doutora em Fisiologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFPE.
 
(1) Leon Caly, Julian D. Druce, Mike G. Catton, David A. Jans, Kylie M.Wagstaff. “The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro”. Antiviral Res, 2020 Apr 3:104878. https://doi.org/10.1016/j.antiviral.2020.104787.

Fonte: https://msiainforma.org/quem-somos/


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Vinte fatos que comprovam que a posse de armas deixa uma população mais segura - por Walter Williams e Ron Paul

Vinte fatos que comprovam que a posse de armas deixa uma população mais segura
Os recentes acontecimentos em Ottawa, Canadá, comprovam, pela enésima vez, que controle de armas serve apenas para deixar uma população pacífica ainda mais vulnerável.

O desarmamento não apenas deixa uma população menos livre, como também a deixa menos segura.  E não existe liberdade individual se o indivíduo está proibido de se proteger contra eventuais ataques físicos.  Liberdade e autodefesa são conceitos totalmente indivisíveis.  Sem o segundo não há o primeiro.

Respeitar o direito de cada indivíduo poder ter armas de fogo ainda é a melhor política de segurança, como os fatos listados abaixo mostrarão.  Já restringir, ou até mesmo proibir, o direito de um indivíduo ter uma arma de fogo o deixa sem nenhuma defesa efetiva contra criminosos violentos ou contra um governo tirânico.

A Universidade de Harvard, que não tem nada de conservadora, divulgou recentemente um estudo que comprova que, quanto mais armas os indivíduos de uma nação têm, menor é a criminalidade.  Em outras palavras, há uma robusta correlação positiva entre mais armas e menos crimes.  Isso é exatamente o oposto do que a mídia quer nos fazer acreditar. 

Mas o fato é que tal correlação faz sentido, e o motivo é bem intuitivo: nenhum criminoso gostaria de levar um tiro. 

Se o governo de um país aprova um estatuto do desarmamento, o que ele realmente está fazendo é diminuindo o medo de criminosos levarem um tiro de cidadãos honestos e trabalhadores, e aumentando a confiança desses criminosos em saber que suas eventuais vítimas — que obedecem a lei — estão desarmadas.

A seguir, 20 fatos pouco conhecidos que comprovam que, ao redor do mundo, mais armas deixam uma população mais segura.

#1 Um estudo publicado pela Universidade de Harvard — Harvard Journal of Law & Public Policy — relata que países que têm mais armas tendem a ter menos crimes

#2 Ao longo dos últimos 20 anos, as vendas de armas dispararam nos EUA, mas os homicídios relacionados a armas de fogo caíram 39 por cento durante esse mesmo período.  Mais ainda: "outros crimes relacionados a armas de fogo" despencaram 69%.

#3 Ainda segundo o estudo da Harvard, os nove países europeus que apresentam a menor taxa de posse de armas apresentam taxas de homicídios que, em conjunto, são três vezes maiores do que as dos outro nove países europeus que apresentam a maior taxa de posse de armas.

#4 Quase todas as chacinas cometidas por indivíduos desajustados nos Estados Unidos desde 1950 ocorreram em estados que possuem rígidas leis de controle de armas.

Com uma única exceção, todos os assassinatos em massa cometidos nos EUA desde 1950 ocorreram em locais em que os cidadãos são proibidos de portarem armas.  Já a Europa, não obstante sua rígida política de controle de armas, apresentou três dos seis piores episódios de chacinas em escolas.

#5 Os EUA são o país número 1 do mundo em termos de posse de armas per capita, mas estão apenas na 28ª posição mundial em termos de homicídios cometidos por armas de fogo para cada 100.000 pessoas.

#6 A taxa de crimes violentos nos EUA era de 757,7 por 100.000 pessoas em 1992.  Já em 2011, ela despencou para 386,3 por 100.000 pessoas.  Durante esse mesmo período, a taxa de homicídios caiu de 9,3 por 100.000 para 4,7 por 100.000.  E, também durante esse período, como já dito acima, as vendas de armas dispararam.

#7 A cada ano, aproximadamente 200.000 mulheres nos EUA utilizam armas de fogo para se proteger de crimes sexuais.

#8 Em termos gerais, as armas de fogo são utilizadas com uma frequência 80 vezes maior para impedir crimes do que para tirar vidas.

#9 O número de fatalidades involuntárias causadas por armas de fogo caiu 58% entre 1991 e 2011.

#10 Apesar da extremamente rígida lei desarmamentista em vigor no Reino Unido, sua taxa de crimes violentos é aproximadamente 4 vezes superior à dos EUA.  Em 2009, houve 2.034 crimes violentos para cada 100.000 habitantes do Reino Unido.  Naquele mesmo ano, houve apenas 466 crimes violentos para cada 100.000 habitantes nos EUA.

#11 O Reino Unido apresenta aproximadamente 125% mais vítimas de estupro por 100.000 pessoas a cada ano do que os EUA.

#12 Anualmente, o Reino Unido tem 133% mais vítimas de assaltos e de outras agressões físicas por 100.000 habitantes do que os EUA.

#13 O Reino Unido apresenta a quarta maior taxa de arrombamentos e invasões de residências de toda a União Europeia.

#14 O Reino Unido apresenta a segunda maior taxa de criminalidade de toda a União Europeia.

#15 Na Austrália, os homicídios cometidos por armas de fogo aumentaram 19% e os assaltos a mão armada aumentaram 69% após o governo instituir o desarmamento da população.

#16 A cidade de Chicago havia aprovado uma das mais rígidas leis de controle de armas dos EUA.  O que houve com a criminalidade?  A taxa de homicídios foi 17% maior em 2012 em relação a 2011, e Chicago passou a ser considerada a "mais mortífera dentre as cidades globais".  Inacreditavelmente, no ano de 2012, a quantidade de homicídios em Chicago foi aproximadamente igual à quantidade de homicídios ocorrida em todo o Japão.

#17 Após essa catástrofe, a cidade de Chicago recuou e, no início de 2014, voltou a permitir que seus cidadãos andassem armados.  Eis as consequências:  o número de roubos caiu 20%; o número de arrombamentos caiu também 20%; o de furto de veículos caiu 26%; e, já no primeiro semestre, a taxa de homicídios da cidade recuou para o menor nível dos últimos 56 anos.

#18 Após a cidade de Kennesaw, no estado americano da Geórgia, ter aprovado uma lei que obrigava cada casa a ter uma arma, a taxa de criminalidade caiu mais de 50% ao longo dos 23 anos seguintes.  A taxa de arrombamentos e invasões de domicílios despencou incríveis 89%.

#19 Os governos ao redor do mundo chacinaram mais de 170 milhões de seus próprios cidadãos durante o século XX (Stalin, Hitler, Mao Tsé-Tung, Pol Pot etc.).  A esmagadora maioria desses cidadãos havia sido desarmada por esses mesmos governos antes de serem assassinados.

#20 No Brasil, 10 anos após a aprovação do estatuto do desarmamento — considerado um dos mais rígidos do mundo —, o comércio legal de armas de fogo caiu 90%.  Mas as mortes por armas de fogo aumentaram 346% ao longo dos últimos 30 anos.  Com quase 60 mil homicídios por ano, o Brasil já é, em números absolutos, o país em que mais se mata.

Quantas dessas notícias você já viu na mídia convencional, que dá voz apenas a desarmamentistas?

Armas são objetos inanimados, tão inanimados quanto facas, tesouras e pedras.  Costumes, tradições, valores morais e regras de etiqueta — e não leis e regulações estatais — são o que fazem uma sociedade ser civilizada.  Restrições sobre a posse de objetos inanimados não irão gerar civilização.

Essas normas comportamentais — as quais são transmitidas pelo exemplo familiar, por palavras e também por ensinamentos religiosos — representam todo um conjunto de sabedoria refinado por anos de experiência, por processos de tentativa e erro, e pela busca daquilo que funciona.  O benefício de se ter costumes, tradições e valores morais regulando o comportamento — em vez de atribuir essa função ao governo — é que as pessoas passam a se comportar eticamente mesmo quando não há ninguém vigiando.  Em outras palavras, é a moralidade a primeira linha de defesa de uma sociedade contra comportamentos bárbaros.

No entanto, em vez de se concentrar naquilo que funciona, os progressistas desarmamentistas querem substituir moral e ética por palavras bonitas e por leis de fácil apelo. 

Por último, vale um raciocínio lógico: quem é a favor do desarmamento não é contra armas, pois as armas serão necessárias para se desarmar os cidadãos.  Logo, um desarmamentista nunca será contra armas — afinal, ele quer que a polícia utilize armas para confiscar as armas dos cidadãos. 

Consequentemente, um desarmamentista é necessariamente a favor de armas.  Mas ele quer que apenas o governo (que, obviamente, é composto por pessoas honestas, confiáveis, morais e virtuosas) tenha armas. 

Conclusão: nunca existiu e nem nunca existirá um genuíno 'desarmamento'.  Existe apenas armamento centralizado nas mãos de uma pequena elite política e dos burocratas fardados que protegem os interesses dessa elite.

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Leia também todos os nossos outros artigos sobre desarmamento.

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Participaram desse artigo:

Walter Williams, professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros.  Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.

Ron Paul, médico e ex-congressista republicano do Texas. Foi candidato a presidente dos Estados Unidos em 1988 pelo Partido Libertário e candidato à nomeação para as eleições presidenciais de 2008 e 2012 pelo partido republicano.

É autor de diversos livros sobre a Escola Austríaca de economia e a filosofia política libertária como Mises e a Escola Austríaca: uma visão pessoalDefinindo a liberdadeO Fim do Fed – por que acabar com o Banco Central (2009), The Case for Gold (1982), The Revolution: A Manifesto (2008), Pillars of Prosperity (2008) e A Foreign Policy of Freedom (2007).

O doutor Paul foi um dos fundadores do Ludwig von Mises Institute, em 1982, e no ano de 2013 fundou o Ron Paul Institute for Peace and Prosperity e o The Ron Paul Channel.

Stefan Molyneux, ex-empresário do ramo de software, hoje se dedica inteiramente à filosofia. Já escreveu sete livros, todos disponíveis em seu website.

Michael Snyder, colunista do blog Economic Collapse.

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1974