17/10/2010 - 14h19
Misterioso livro chinês ensina 36 estratagemas da arte da guerra
Ao lado de "A Arte da Guerra", de Sun Tzu, um pequeno e misterioso livro tornou-se um dos tratados militares mais lidos do Planeta. De um autor anônimo chinês, acredita-se que ele tenha sido escrito em meio às sociedades secretas antimanchus que floresceram durante o fim da dinastia Ming e início da dinastia Qing. "Os 36 estratagemas - manual secreto da arte da guerra" (Landy), teria sido descoberto em 1941, em uma livraria de Shanxi, na China, após um longo eclipse.
O apêndice militar manuscrito passou despercebido do público em geral durante anos e só a partir de 1962 - neste ano, o departamento de arquivos do exército de libertação tinha publicado a obra para uso interno -, ele é reconhecido como de interesse no campo estratégico pelo jornal Guangming Ribao, do Partido Comunista. Traduzido do chinês para esta edição por Jean Levi, que cuidou também da apresentação e comentários, o livro é uma combinação de provérbios, que trazem mensagens enigmáticas e explicações sobre seus significados.
Segundo Jean Levi, os 36 estratagemas representam apenas uma ínfima parte de uma obra ainda maior, pois muitas vezes os autores, intérpretes, compiladores substituíam ilustrações históricas do comentário antigo por outras de sua lavra. Sobre os estratagemas ou ardis, a apresentação do livro explica que, assim como do homem do Estado, a inteligência do chefe de guerra consiste em "perscrutar os sinais ínfimos do presente, a fim de conhecer as transformações no longo termo".
Esta inteligência fina chega muito próximo do que o livro chama "pensamento divinatório", visto que "não visa um conhecimento direto, imediato do real, mas lê os acontecimentos como sintomas". Vale lembrar que, para a filosofia milenar chinesa, o número 36 é simbólico. Para compreender seu significado e todas as suas implicações filosóficas, é preciso retornar à estrutura de outro texto clássico chinês, o Livro das Mutações ou I Ching, também considerado o oráculo.
Dentre os 36 estratagemas dessa arte da guerra, um deles diz "desfazer-se da casca como a cigarra de asas de ouro" e o comenta que, às vezes, é necessário abandonar o teatro das operações, preservando a aparência do poder. Outro diz "bancar o simplório, mas não o louco" e aconselha a fingir-se idiotice ao mesmo tempo em que se mantém a lucidez, e incapacidade enquanto as circunstâncias não permitirem ainda a ação. Ardis milenares, que, tanto na guerra como no trabalho, são ainda estratégias válidas para se atingir objetivos e sucessos nos dias de hoje.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário