MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Arno Preis na ALN e no Molipo - Por Félix Maier


Arno Preis na ALN e no Molipo

Por Félix Maier

ALN - Ação Libertadora Nacional: grupo terrorista, cujos fundos eram obtidos por assaltos e dinheiro recebido de Cuba. “Militei na Ação Libertadora Nacional (ALN), uma organização guerrilheira que mantinha excelentes relações com Cuba. Muitos de nossos companheiros receberam treinamento militar na ilha para enfrentar com armas a ditadura militar que havia deposto um governo legitimamente eleito” (Paulo de Tarso Venceslau, “30 Moedas”, site Jornal Contato, acesso em 13/05/2011). O Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP) havia sido criado em 1967 pelo terrorista Carlos Marighella, após este ser expulso do PCB, depois da Conferência da OLAS, em Cuba. Somente a partir de 1969 o AC/SP, também conhecido como Ala Marighella, passaria a utilizar a denominação Ação Libertadora Nacional (ALN). Minimanual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, foi traduzida para vários idiomas e foi o “livro de cabeceira” dos grupos terroristas Brigadas Vermelhas, da Itália, e Baader-Meinhoff, da Alemanha. “... os ‘tiras’ e policiais militares que têm sido mortos em choques sangrentos com os guerrilheiros urbanos, tudo isto atesta que estamos em plena guerra revolucionária e que a guerra só pode ser feita através de meios violentos” (trecho do Minimanual). Entre 1967 e 1970, comunistas ligados a Marighella e à VAR-Palmares atuaram em Brasília e seu entorno, como fazendas de Formosa, GO, e Paracatu, MG, com aliciamento de estudantes da Universidade de Brasília, liderados por José Carlos Vidal (“Juca”), junto com outro líder estudantil, Luís Werneck de Castro Filho. Em 1968, o grupo de Marighella realizou treinamento de guerrilha próximo ao Rio Bartolomeu, em exercícios de tiro com metralhadora INA e revólver .38. No mesmo ano, Edmur Péricles de Camargo foi enviado por Marighella para fazer um levantamento para instalação de guerrilhas nos arredores das cidades de Formosa, Posse, São Romão, Pirapora e São Domingos. No dia 10/08/1968, a ALN assaltou o trem-pagador Santos-Jundiaí, levando NCr$ 108 milhões, ação que consolidou a entrada da ALN na luta armada; nesse assalto, além de meu tio materno Arno Preis e outros, participou o ministro da Justiça do Governo FHC, Aloysio Nunes Ferreira Filho, que fugiu em seguida para Paris com sua esposa Vera Trude de Souza, com documentos falsos. “Na terça-feira de carnaval de 1969, foi realizado um assalto ao posto de identificação da Asa Norte, de onde foram roubadas mais de cem células de identidade, uma máquina de escrever e carimbos. Participaram da ação: Fabiani Cunha, Francisco William de Montenegro Medeiros, Maurício Anísio de Araújo, Adolfo Sales de Carvalho, Gilberto Thelmo Sideney Marques e Ronaldo Dutra Machado” (“Agrupamento Comunista se expande para o Planalto Central”, site A Verdade Sufocada, acesso em 15/04/2011). Junto com o grupo terrorista MR-8, de Fernando Gabeira, a ALN sequestrou o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, no Rio de Janeiro, em 04/09/1969, por cujo resgate foram libertados 15 terroristas (entre os quais estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu). Marighella foi morto pela polícia em São Paulo, no dia 04/11/1969. Após o sequestro do embaixador americano, as prisões de terroristas tiveram sequência: no dia 01/10 foi preso em São Sebastião, SP, o coordenador do setor de apoio, Paulo de Tarso; no dia 02/11 foram presos no Rio de Janeiro os freis Fernando e Ivo; no dia 03/11, já em São Paulo, Frei Fernando “abriu” o restante da rede de apoio, sendo presos os freis Tito e Jorge, um ex-repórter da Folha da Tarde, responsável pelas fotos dos documentos falsos, e um casal de ex-diretores do mesmo jornal; Frei Fernando foi quem levou ao “ponto” com Marighella, no dia 04/11, após revelar duas senhas, pois era o responsável pela coordenação das atividades dos dominicanos com Marighella, desde a saída de Frei Osvaldo de São Paulo, em junho daquele ano. Combinado o encontro com Frei Fernando, Marighella resistiu à ordem de prisão quando entrava no carro de Frei Fernando, sacando um revólver, quando foi morto pelos policiais. A morte de Marighella repercutiu no Brasil e no exterior. Com a morte de Marighella, assumiu o comando Joaquim Câmara Ferreira, o “Toledo”, que viajou a Cuba com Zilda Xavier para receber instruções de Fidel Castro, país em que um dos fundadores da ALN, Agonalto Pacheco, estava em choque com as autoridades locais, especialmente o comandante Manuel Piñero, o “Barbarroxa”, acusado de desvirtuar as iniciativas do AC/SP. Câmara Ferreira foi preso no dia 23/10/1970, em São Paulo; cardíaco, sofreu enfarte na viatura policial, vindo a falecer; Carlos Eugênio Paz, em seu livro Viagem à Luta Armada (Editora Civilização Brasileira, 1996), fantasia a história, dizendo que “Toledo” foi torturado até a morte pelo delegado Fleury; essa versão é negada por Luís Mir (A Revolução Impossível, pg. 560). Em um bolso de “Toledo”, foi encontrada carta de Frei Osvaldo Rezende, onde constavam contatos internacionais, projetos políticos e ligações com os governos cubano e argelino. O governo brasileiro denunciou à ONU a ingerência em seus assuntos de países que não respeitavam o direito internacional - o que não teve nenhuma consequência prática. Em 07/09/1970, João Alberto Rodrigues Capiberibe (mais tarde governador do Amapá), “militante” da ALN, foi preso junto com sua mulher Janete e sua cunhada Eliane. Em 23/03/1971, a ALN faz o “justiçamento” de um “quadro”, Márcio Leite de Toledo. Carlos Eugênio Paz, no livro acima citado, afirma que foi coautor desse “justiçamento”. Junto com o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), a ALN assassinou o industrial Henning Albert Boilesen, diretor do Grupo Ultra, no dia 16/04/1971 (Sebastião Camargo, da empresa Camargo Correia, era também alvo para sequestro e “justiçamento”, mas prevaleceu a escolha de Boilesen, porque era considerado “espião da CIA” e patrocinador da OBAN). Terroristas da VAR-Palmares, da ALN e do PCBR assassinaram o marujo da flotilha inglesa em visita ao Rio de Janeiro, David A. Cuthbert, de 19 anos, no dia 08/01/1972; nos panfletos, os terroristas afirmaram que a ação era em solidariedade à luta do IRA contra os ingleses. Em 1971, a ALN dividiu-se em duas facções: o Movimento de Libertação Nacional (MOLIPO), criado pelo serviço secreto cubano (José Dirceu era um dos integrantes), e a Tendência Leninista (TL). Em 1972, a ALN/SP assassinou o gerente da firma F. Monteiro S/A, Valter Cesar Galatti, ferindo ainda o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalino Fernandes. Em 1972, terroristas da ALN/GB, do MOLIPO e da ALN/SP assassinaram o investigador Mário Domingos Pazariello, o soldado da PM/GO, Luzimar Machado de Oliveira (foi morto por meu tio materno, Arno Preis) e o cabo da PM/SP, Sylas Bispo Feche; a ALN/GB assassinou em 1972 Íris do Amaral. No dia 21/02/1973, a ALN formou um grupo de execução, integrada por três terroristas, que assassinaram o proprietário do Restaurante Varela, o português Manoel Henrique de Oliveira, acusado de ter denunciado à polícia, no dia 14/06/1972, a presença de quatro terroristas que almoçavam em seu Restaurante, três dos quais morreram logo após (na verdade, os terroristas mortos estavam sendo seguidos pelo DOI-CODI). No dia 25/02/1973, terroristas da ALN, da VAR-Palmares e do PCBR assassinaram em Copacabana o Delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior. Pelo extenso “currículo” de Marighella, seus familiares receberam mais de 100 mil reais de “indenização”, outorgada pela famigerada “Comissão dos desaparecidos políticos”, criada no primeiro governo FHC. Carlos Eugênio Sarmento da Paz confessou ter praticado em torno de 10 assassinatos. Jessie Jane Vieira de Souza, outra “militante” da ALN, que participou do sequestro de um avião, chegou a ser diretora do Arquivo Público do Rio de Janeiro. Saiba mais sobre as ações dos “honoráveis terroristas” da ALN acessando https://pt.slideshare.net/palmasite/honorveis-terroristas. Com o auxílio do Movimento Comunista Internacional (MCI) e de padres dominicanos, como Frei Beto, a ALN tinha um sistema de propaganda no exterior, a Frente Brasileira de Informações (FBI). Veja FBI

MOLIPO - “Organizado em Cuba pelo chefe do Departamento de América do serviço secreto, Manuel Piñero Losada, o Barbaroja, e comandado por [José] Dirceu e Antonio Bentazzo, o Molipo começou a chegar ao Brasil no final de 1970. O projeto inicial consistia em tomar o controle da ALN. Quando Barbaroja percebeu que não alcançaria o objetivo, por conta de divergências plíticas com líderes daquela organização, decidiu criar o Molipo, que tinha como brasão o Cruzeiro do Sul, símbolo do Exército, dentro de uma alça de mira, com a frase ‘Libertação ou Morte” (CABRAL, 2013: 89-90). O MOLIPO era formado em sua maioria por integrantes do chamado “III Exército da ALN”, ou seja, de militantes com curso de guerrilha em Cuba. “Depois da morte, em 1969, de Carlos Marighella, dirigente máximo da ALN, os cubanos resolveram interferir na condução da luta armada que pretendia desenvolver no Brasil. Para isso, através de José Dirceu, cooptaram uma parte dos militantes da ALN que se encontrava em Cuba e financiaram a formação do MOLIPO - Movimento de Libertação Popular. Na ALN era voz corrente que José Dirceu era um G2, agente ligado ao serviço de informações do governo cubano e um dos raros sobreviventes por uma razão muito simples: refugiou-se no interior do Paraná perdendo contato com os companheiros que chegavam ao Brasil e eram sumariamente executados” (Paulo de Tarso Venceslau, “30 Moedas”, site Jornal Contato, acesso em 13/05/2011). José Dirceu foi nomeado por Fidel Castro para implementar um foco guerrilheiro no Brasil, com base no Grupo Primavera. Fez plástica para não ser reconhecido. “A equipe médica [sob os cuidados de um cirurgião plástico chinês] fez três pequenas incisões: uma bem rente ao bigode, por onde entrou a próteses que modificaria o formato do nariz, e outras duas acima das orelhas, que permitiriam esticar as maçãs do rosto” (CABRAL, 2013: 84). José Dirceu voltou ao Brasil em 1971, com nariz adunco e passaporte argentino, com o nome falso de Carlos Henrique Gouveia de Melo: de Havana viajou para Moscou, depois para Praga, Frankfurt, Bogotá e, finalmente, Manaus. Em junho de 1975, Dirceu foi morar em Cruzeiro do Oeste, PR, onde se casaria com uma dona de butique, Clara Becker, com quem teve um filho, José Carlos Becher Gouveia de Melo, o Zeca Dirceu, atual deputado federal pelo PT, que já foi prefeito de Cruzeiro do Oeste (2004 a 2008). Lá, Dirceu recebeu o apelido de “Pedro Caroço”, personagem do forró Severina Xique-Xique, de Genival Lacerda: “Ele tá de olho na butique dela”. José Dirceu viajava constantemente a São Paulo, para abastecer sua loja, Magazine do Homem, com produtos “como Levi’s, US Top, Lee, Garbo e Casa José Silva” (Idem, pg. 104). Em São Paulo, “retomaria pontos com remanescentes da ALN indicados por Sooma” (Idem, pg. 105). O advogado Ivo Shizuo Sooma era o “contato dos cubanos em Maringá” (Idem, pg. 102). Nessas idas a São Paulo, Dirceu “teve um longo caso com Suzana Lisboa” (Idem, pg. 109), uma das “remanescentes” da ALN, junto com Paulo de Tarso Venceslau, Moacir Maricato, Reinaldo Morano, Carlos Alberto Lobão, Carlos Chneiderman e Frei Betto. Nessa época, segundo o SNI, Dirceu esteve em Buenos Aires com Vladimir Palmeira, “comandando um congresso que pretendia organizar uma entidade estudantil sul-americana e reorganizar o movimento no Brasil” (Idem, pg. 106). “Os amigos Frei Betto, Vannuchi e Paulo de Tarso se encarregaram dos trabalhos do aluno, que nunca se empenhara nos estudos. Em 1983, [José “Daniel” “Hoffmann” “Carlos Henrique” “Pedro Caroço” Dirceu] formou-se advogado” (Idem, pg. 120). “Documentos do II Exército, disponíveis no Arquivo Público do Estado de São Paulo, apontam Dirceu como um dos responsáveis por um caso bem mais grave: a morte de um sargento da Polícia Militar, na rua Colina da Glória, no Cambuci, a 19 de janeiro de 1972. Segundo o depoimento do fiscal de obras Lazro Finelli, dois homens tentaram roubar o Fusca do policial Thomas Paulino de Almeida, que reagiu, dando um soco no rosto de um deles. O outro rapaz, então, atirou na cabeça do PM, que morreria no local. Vendo as fotos de um álbum de ‘terroristas procurados’, Finelli reconheceria Dirceu como o homem que levou o soco e José Carlos Giannini, também do Molipo, como o autor do disparo” (CABRAL, 2013: 88-89). “Nove anos depois da operação, no mesmo hospital do médico chinês, [Dirceu] reverteria a cirurgia plástica que modificara seu rosto. A nova operação precisou apenas de uma anestesia local e de um único corte, para a remoção da plástica do nariz. Ao tirar a prótese, as maçãs do rosto voltaram à posição original” (Idem, pg. 113). No dia 05/01/1972, ao ser montado pelos Órgãos de Segurança uma “campana” junto a um carro roubado num estacionamento de Santa Cecília, centro de São Paulo, um homem de origem japonesa, ao receber ordem de prisão, reagiu e foi morto. Sua identidade era falsa, com o nome de Massahiro Hakamura; após buscas nos arquivos datiloscópicos, a polícia descobriu que era Hiroaki Torigoe, um dos membros do Comando Nacional do MOLIPO. Em janeiro daquele ano foram neutralizados dois pontos de apoio do MOLIPO: em Vanderlândia, GO, e em Santa Maria da Vitória, BA, que estava sendo “trabalhado”. No dia 18 de janeiro, três militantes do MOLIPO, fugindo de uma caçada policial, roubaram outro carro para prosseguir na fuga, matando seu ocupante, o 1º sargento da PM/SP, Thomas Paulino de Almeida. Na cidade de Paraíso do Norte, GO, no dia 15/02/1972, foi morto outro militante do MOLIPO, Arno Preis (meu tio materno), que portava documentos falsos, com o nome de Patrick McBundy Comick, o qual matou, quando convidado a comparecer na Delegacia Policial, o soldado PM/GO, Luzimar Machado de Oliveira, ferindo gravemente outro militar, Gentil Ferreira Mano. No dia 27/02/1972, Lauriberto José R. e Alexandre José I. V. travaram tiroteio com a polícia em Tatuapé, São Paulo, matando o funcionário aposentado Napoleão Felipe Biscalde, sendo mortos pela Polícia. Veja Grupo dos 28 e crimes do MOLIPO em https://www.youtube.com/watch?v=B3BG_n59OMQ (endereço indisponível, os terroristas e seus simpatizantes são ágeis em apagar os rastros criminosos).

Fonte: 

A Língua de Pau - Uma história da intolerância e da desinformação, de Félix Maier: 

https://drive.google.com/file/d/1wDHV0YJFOZSoBwlJSSrHdl68CfJokMmf/view



Meu tio materno Arno Preis

Félix Maier

“Arno Preis e João Leonardo da Silva, presentes!”. Emoção e depoimentos marcantes na homenagem da Faculdade de Direito a ex-alunos assassinados pela Ditadura Militar

14/08/2025 16h22

https://adusp.org.br/memoria/homenagem-fd/

Foi uma homenagem feita em 11/08/2025 a meu tio materno Arno Preis, formado em Direito na USP, integrante dos grupos terroristas Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, e do Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado pelo serviço secreto de Cuba - cfr. em https://felixmaier1950.blogspot.com/2025/09/arno-preis-na-aln-e-no-molipo-por-felix.html

O livro "Arno Preis: A demanda da família de Arno Preis pelo direito ao luto, à verdade, à reparação pública e à justiça: contribuição à história dos mortos e desaparecidos políticos da Ditadura", publicado em 2021, foi escrito pelos historiadores Reginaldo Benedito Dias e Elaine Angela Bogo Pavani, disponível para compra em https://www.amazon.com.br/Arno-Preis-repara.../dp/6525006457

A propósito, esses historiadores de araque, verdadeiros "guerrilheiros da pena" a serviço de terroristas que infernizaram o Brasil nas décadas de 1960 e 70, tiveram uma resposta à altura em meu trabalho "Arno Preis e os idos de março de 1964", disponível em https://drive.google.com/file/d/1qlly7cvMHL0ia6NjXBD9Oqq22Z81Xlm9/view

Boa leitura!


terça-feira, 2 de setembro de 2025

Progressista: nome bonito para velho desastre - Por Félix Maier

 

Holocausto do Camboja

https://www.gettyimages.com.br/search/2/image?phrase=holocausto+do+camboja


Progressista: nome bonito para velho desastre


Félix Maier


Progressista soa chique, parece título de palestra da ONU com cafezinho gourmet no intervalo.  Progressista vem de progresso. Bonito, não? Parece coisa de cartilha escolar com arco-íris e pombinhas. Mas quando você tira o laço colorido, descobre o que sempre esteve por baixo: comunista, socialista, bolivariano, lulopetista — é tudo a mesma árvore genealógica, só mudam os apelidos para enganar os incautos.

Progressista é aquele vendedor que te empurra um caixão de defunto dizendo que é cama box novinha. É a arte de trocar o rótulo: fome vira “justiça social”, censura vira “controle responsável da informação”, ditadura vira “democracia popular”.

No século XX, os tais progressistas entregaram o maior “avanço” da humanidade: mais de 100 milhões de mortos. União Soviética, China de Mao, Coreia do Norte, Cuba de Fidel, Camboja de Pol Pot… cada um contribuindo com sua pilha de ossos. Atualmente, ainda contam as vítimas em Cuba, Coreia do Norte, Vietnã, Camboja, Venezuela e Nicarágua, onde a fome e o autoritarismo são tratados como “justiça social”.

A lógica é simples: matar em nome do futuro. Sempre tem um paraíso prometido na esquina da História, só que nunca chega. Chega mesmo é a fila do pão, o longo encarceramento, o paredón e o passaporte proibido.

E, para disfarçar, adotam o rótulo fofinho de “progressistas”. Assim fica mais palatável vender o atraso como avanço, a censura como liberdade e o carrasco como benfeitor.

No fim, progressismo é isso: a arte de trocar o nome para não mudar a antiga prática criminosa. Como dizia Orwell, basta chamar a escravidão de liberdade e a fome de igualdade.


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O Golpe que Nunca Existiu – e a Justiça que se Supera - Por Félix Maier

 

O STF se transformou em Instituto Lula.

O Golpe que Nunca Existiu – e a Justiça que se Supera

Félix Maier

O Brasil, terra fértil em jabuticabas, agora produz uma novidade digna de exportação: o processo criminal por crimes que não aconteceram. O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais sete “conspiradores de bar” respondem por nada menos que cinco crimes que, somados, podem lhes render mais de 40 anos de prisão. Seria um enredo perfeito para uma série de suspense político, não fosse o detalhe incômodo: não houve golpe, não houve armas nas ruas, não houve tanques na Esplanada dos Ministérios, não houve sequer um estagiário fascista correndo com um megafone. Muito menos a execução de um plano sugerido anos atrás por Eduardo Bolsonaro, filho do presidente: “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”.  Houve, sim, “cogitações”, “minutas” e “possibilidades” — e, pelo visto, no Brasil de hoje, isso já basta para uma condenação antecipada.

O Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal, cuja maioria dos ministros foi nomeada por governos petistas (por isso, o antigo STF tem hoje o apelido jocoso de “Instituto Lula”), tratam os acusados como inimigos a serem destruídos, integrantes de um “Núcleo Crucial”, nome que, por si só, soa como banda de rock pesado dos anos 1980. O problema é que, até onde se sabe, esse núcleo crucial não passou de um grupo de políticos e assessores que discutiam decretos, ensaiavam hipóteses de Estado de Sítio e, no máximo, produziam “minutas” que jamais saíram da gaveta. Mas, no Brasil atual, pensar alto virou sinônimo de tentativa de golpe de Estado.

Crimes que se repetem

A lista de acusações é tão criativa que merecia o Prêmio Jabuti de Literatura Jurídica:

  1. Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
  2. Tentativa de golpe de Estado.
  3. Participação em organização criminosa armada.
  4. Dano qualificado.
  5. Deterioração de patrimônio tombado.

Os dois primeiros já fazem rir: como diferenciar "tentativa de golpe de Estado" de "tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito"? É como acusar alguém, ao mesmo tempo, de homicídio tentado e tentativa de matar. Redundância pura, mas que garante manchetes mais robustas e penas duplicadas – justamente as de maior duração. 

E "participação em organização criminosa armada", o que isso significa? Que fizeram algum pacto com o PCC?

Já o par “dano qualificado” e “deterioração de patrimônio tombado” é outro espetáculo de duplicidade. Se alguém quebrou uma vidraça da União e, por azar, essa vidraça estava num prédio tombado, o sujeito responderá por dois crimes: um por quebrar e outro por quebrar justamente onde não devia. Seria cômico, se não fosse trágico.

O presidente ausente

Outro detalhe pitoresco: quando houve a famosa depredação dos palácios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro estava em … Orlando. Nem WhatsApp se achou mandando instruções do tipo: “Podem quebrar tudo aí, que eu pago o prejuízo, talquei?” Nada. Nenhuma prova de comando, estímulo ou pagamento de vandalismo. Mas, para os guardiões da democracia tropical, a ausência do acusado é irrelevante — afinal, um verdadeiro conspirador orienta à distância, com poderes telepáticos dignos de filme da Marvel.

O surrealismo jurídico

Tudo isso lembra a seguinte parábola urbana: imaginem um sujeito que abaixa as calças em plena calçada e defeca no passeio público. Pela lógica da acusação que impera no Instituto Lula, esse infeliz responderia a dois crimes distintos: um por “abaixar as calças” e outro por “cagar em público”. Ora, se não tivesse baixado as calças, o cocô teria ficado contido no tecido; se não tivesse defecado, o ato de baixar as calças seria apenas um ato obsceno. O fato punível, no fim das contas, é um só, pois não se consegue cagar em público sem abaixar as calças. Mas não: na versão "criativa” de nosso Ministério Público e de certos ministros do antigo STF, cada movimento muscular merece uma pena separada.

Conclusão

Vivemos, portanto, um momento revolucionário do direito penal brasileiro: a inauguração do crime de “cogitação criminosa”. Não é mais necessário executar o ato, nem tentar executá-lo. Basta rascunhar, conversar, pensar em voz alta. O Brasil finalmente se alinha à ficção científica, criminalizando não as ações, mas os pensamentos. Orwell ficaria orgulhoso: estamos aperfeiçoando o Ministério da Verdade com toga, fardão e diárias em Brasília.

No dia em que esse processo chegar ao fim, talvez descubramos que a verdadeira abolição do Estado Democrático de Direito não foi aquela atribuída a um punhado de políticos ingênuos, mas a que se pratica sorrateiramente em nome da sua defesa.


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P. S.:

A Primeira Turma do "Instituto Lula" é composta por:

Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin - indicados por Lula

Luiz Fux - indicado por Dilma

Alexandre de Moraes - indicado por Temer


Adivinha qual vai ser o placar contra Bolsonaro e seus assessores, estrelados ou não...