MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Os 36 estratagemas - Manual secreto da arte da guerra - por Anônimo Chinês

 17/10/2010 - 14h19

Misterioso livro chinês ensina 36 estratagemas da arte da guerra

colaboração para a Livraria da Folha


Ao lado de "A Arte da Guerra", de Sun Tzu, um pequeno e misterioso livro tornou-se um dos tratados militares mais lidos do Planeta. De um autor anônimo chinês, acredita-se que ele tenha sido escrito em meio às sociedades secretas antimanchus que floresceram durante o fim da dinastia Ming e início da dinastia Qing. "Os 36 estratagemas - manual secreto da arte da guerra" (Landy), teria sido descoberto em 1941, em uma livraria de Shanxi, na China, após um longo eclipse.

O apêndice militar manuscrito passou despercebido do público em geral durante anos e só a partir de 1962 - neste ano, o departamento de arquivos do exército de libertação tinha publicado a obra para uso interno -, ele é reconhecido como de interesse no campo estratégico pelo jornal Guangming Ribao, do Partido Comunista. Traduzido do chinês para esta edição por Jean Levi, que cuidou também da apresentação e comentários, o livro é uma combinação de provérbios, que trazem mensagens enigmáticas e explicações sobre seus significados.

Segundo Jean Levi, os 36 estratagemas representam apenas uma ínfima parte de uma obra ainda maior, pois muitas vezes os autores, intérpretes, compiladores substituíam ilustrações históricas do comentário antigo por outras de sua lavra. Sobre os estratagemas ou ardis, a apresentação do livro explica que, assim como do homem do Estado, a inteligência do chefe de guerra consiste em "perscrutar os sinais ínfimos do presente, a fim de conhecer as transformações no longo termo".

Esta inteligência fina chega muito próximo do que o livro chama "pensamento divinatório", visto que "não visa um conhecimento direto, imediato do real, mas lê os acontecimentos como sintomas". Vale lembrar que, para a filosofia milenar chinesa, o número 36 é simbólico. Para compreender seu significado e todas as suas implicações filosóficas, é preciso retornar à estrutura de outro texto clássico chinês, o Livro das Mutações ou I Ching, também considerado o oráculo.

Dentre os 36 estratagemas dessa arte da guerra, um deles diz "desfazer-se da casca como a cigarra de asas de ouro" e o comenta que, às vezes, é necessário abandonar o teatro das operações, preservando a aparência do poder. Outro diz "bancar o simplório, mas não o louco" e aconselha a fingir-se idiotice ao mesmo tempo em que se mantém a lucidez, e incapacidade enquanto as circunstâncias não permitirem ainda a ação. Ardis milenares, que, tanto na guerra como no trabalho, são ainda estratégias válidas para se atingir objetivos e sucessos nos dias de hoje.

Fonte: 

https://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/815182-misterioso-livro-chines-ensina-36-estratagemas-da-arte-da-guerra.shtml


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ENTREVISTA COM KARL MARX - por Maria Lucia Victor Barbosa

ENTREVISTA  COM  KARL  MARX


Por Maria Lucia Victor Barbosa 

Finalmente ele aceitou meu convite para uma entrevista. Eu mal podia acreditar. Estaria frente a frente com o homem que teve o mérito de desvendar aspectos novos da sociedade, apesar da inexatidão científica de suas profecias ou da dose de utopia e de messianismo contidos em sua obra. Mas seja lá como for o monumental pensamento de Karl Marx havia povoado minha juventude com sonhos revolucionários de um romantismo inigualável.

Assim sendo, meu coração batia de ansiedade enquanto me dirigia para o lugar do encontro. Ele determinara que o local fosse num dos mais belos shoppings centers de São Paulo, o Higienópolis, verdadeiro templo do consumo desvairado. Como desobedecer? Para completar tamanha excentricidade, o alemão barbudo exigira ser entrevistado enquanto tomássemos lanche no McDonald’s, o que estranhei bastante. Aliás, fiquei imaginando o que diria se nos visse o filósofo e baderneiro francês José Bové, produtor de queijos de cabra que estudou em Harvard, e que nas horas vagas faz protestos contra os Estados Unidos, homem cuja birra aos lanches do McDonald’s acabou por conduzi-lo ao estrelato em 2001 num encontro anti-Davos, palco petista de Porto Alegre onde, ao que parece, foram proibidos hambúrgueres e servido todo dia um prato de indigesta salada russa. Não apurei na ocasião se o cardápio continha ou não produtos transgênicos.

Pois é, se Marx queria ir ao símbolo diabólico do capitalismo quem era eu para contrariar sua vontade? Então, na hora combinada postei-me na entrada da maldita lanchonete em meio a uma democrática e pequena multidão de anônimos comilões de sanduíches, formada por jovens da periferia e de pessoas da classe média que se distinguem, como se sabe, pelo terrível vício de ingerir coca-cola, outro demoníaco produto que mantém o Terceiro Mundo açucarado e alienado aos apelos gastronômicos do imperialismo.

Depois de quarenta minutos de atraso, que me angustiaram por uma eternidade, ele surgiu como o russo Anienkof o descrevera. Sua cabeça parecia a de um leão de basta cabeleira grisalha, as mãos cobertas de pêlos, as maneiras desajeitadas, todavia orgulhosas, arrogantes e autoritárias que sem dúvida ficaram como legado para muitos dos seus seguidores. Todo esse aspecto conferia com o que eu esperava ver, menos o traje. Em vez da roupa desalinhada e preta Marx vestia uma camiseta branca “dry fit” e ostentava calça jeans de griffe. Nos pés, botas, à moda Bush e Fox.

No que chegou me ordenou com sua voz metálica e vibrante feita para emitir juízos radicais sobre os homens e as coisas, para pronunciar palavras imperativas: “A senhora me pega um big mac com fritas e uma coca de 500 ml que na seca não vou falar nada”. Obediente, fui até a fila para adquirir o lanche, enquanto o majestoso Karl Marx se aboletava numa mesinha da praça de alimentação acomodando suas sacolas de compras na cadeira vaga. Tudo nos conformes, eu com meu queijo quarteirão e meu guaraná bem brasileiro desferi a primeira pergunta com voz trêmula:

ML: Aonde e em que ano o senhor nasceu?
Marx: Em Tréves, em 1818.
ML: Gostaria de falar sobre seus pais?
Marx: Preferia não falar. Meu pai era um advogado judeu convertido ao luteranismo que queria que eu seguisse a carreira jurídica para a qual não tinha vocação. Ele implicava com meu gosto pela poesia. Dizia que não me queria ver transformado num poetinha qualquer. Minha mãe vivia me dizendo que em vez de ficar escrevendo o Capital eu devia conseguir algum para mim. Ambos me aborreciam com seus sermões sobre minha vida boêmia em Bonn, quando eu, ainda jovem, gastava um dinheirão e tomava pileques homéricos. Achava-os muito burgueses. Hoje entendo que as mães têm sempre razão.
ML: O senhor teve um grande amigo, Engels..
Marx: De fato, Engels muito me ajudou. Fez vários artigos que eu assinava quando escrevia no New York Daily Tribune, escreveu obras comigo, me auxiliou financeiramente inúmeras vezes. Um amigão sem o qual teria morrido de fome com minha família, e que andei depois escorraçando, mas no final nos entendemos apesar dele ter ficado muito magoado.
ML: E sua esposa?
Marx: Chamava-se Jenny von Westphalen e era de família nobre. Uma santa. Suportou nossa vida miserável porque eu não trabalhava, sem se queixar. Dois de nossos filhos e uma filha morreram porque eu não tinha recursos para tratá-los, e a Jenny agüentou firme.
ML: Mas esse devotamento de Jenny não o impediu de ter uma filha com a governanta Helena..
Marx: Prefiro não falar sobre o assunto.
ML: Então me fale sobre suas idéias. Resuma seu pensamento sobre religião.
Marx: a religião é o ópio do povo e eu sou materialista.
ML: O senhor dizia que a colonização dos países do Terceiro Mundo era a condição fundamental para a criação do capitalismo de onde sairia um proletariado revolucionário, continua achando isso?
Marx: Como sabe a professora a teoria na prática é outra. Assim, deu tudo errado. Previ o capitalismo plenamente desenvolvido para a Alemanha e a Inglaterra, saiu na Rússia e aí, danou-se. Quanto ao capitalismo dos “boas vidas” é um arremedo, seu projeto de socialismo possui teor medieval, não têm propostas concretas e suas revoluções só servem para que tiranetes se locupletem no poder. Estou desencantado. Para culminar o capitalismo vive superando suas crises e se tornou algo diferente daquele do meu tempo. Chamam a isso de neoliberalismo. Também vejo marxistas triviais repetindo palavras de ordem. Eles não conhecem minhas obras e, desse modo, sua ideologia é indigente. Aliás, sempre disse para Engels que não sou marxista. Para piorar, os chamados marxistas são intelectuais burgueses, que aqui em São Paulo comem no Antiquarius e se vestem na Daslú. Já o proletariado não quer saber de mim, mas de melhorar de vida como, aliás, aconteceu.
ML: O senhor é contra a globalização?
Marx: Como poderia ser se escrevi no final do “Manifesto do Partido Comunista:” “Proletários de todo o mundo, uni-vos”.
ML: Bem, agradecendo a honra dessa entrevista gostaria que deixasse suas palavras finais para a esquerda brasileira.
Marx: Jamais a ignorância serviu a alguém. E me diga, senhora, aqui servem cerveja Kaiser?

Maria Lucia Victor Barbosa é professora universitária formada em Sociologia e Administração Pública e tem especialização em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UNB). Possui experiência em planejamento e execução de programas sociais para populações de baixa renda. É autora de “O voto da pobreza e a pobreza do voto – A ética da malandragem” (Jorge Zahar, 1988), “América Latina – Em busca do paraíso perdido” (Saraiva, 1995), “Fragmentos de uma épo-ca” (UEL, 1998), “Contos da meia-noite” (UEL, 1999) e “A colheita da vida” (UEL, 2000).

Fonte: https://www.institutomillenium.org.br/entrevista-com-karl-marx/

Quintal de Cuba - por Celso Brasil

Charge sobre o Programa Mais Médicos

 

"Se gritar pega ladrão

Esvazia a capital

Desta que já foi Nação

E de Cuba hoje é o quintal"


(Celso Brasil - Trovas Brasilis)





Estratégia das tesouras - por Wesley Lima

Estratégia das tesouras

Lula e FHC

Esta “Estratégia das Tesouras” na dialética de Hegel e Marx (para não se falar da astúcia de Lênin e das sutilizas de Gramsci) intenta, usa e cria em jogar com as contradições não somente no plano teórico, mas no de ação prática para se atingir um objetivo que no caso seria a conquista e permanência no poder.

Lênin sempre falou e praticou esta política da “Estratégia das Tesouras”. Que consistia em ter dois partidos comunistas sempre dominando o cenário político, midiático, econômico e social do país. Um com viés autoritário/estatal, por exemplo, e o outro ou com viés mais ameno ou democrático/apaziguador. O líder comunista Josef Stalin, que governou a União Soviética de 1920 até a sua morte em 1953 continuou a prática.

A “Estratégia da Tesoura”, portanto, consiste num diversionismo, onde a briga (pseudo-brigas e falsas discórdias) entre dois partidos de esquerda polariza o eleitorado, fazendo com que saiam de cena, empurrados pelos holofotes tão somente na esquerda, os verdadeiros partidos de oposição liberais ou conservadores, reduzido-os a meros espectadores, quando não a uma existência vegetativa. Essa ilusão engana sem resistência o eleitorado que pensa estar havendo uma real disputa política e de que realmente possui opções distintas de escolha para as urnas.

Embora milhões de pessoas hoje no Brasil desejem um partido à direita do espectro ideológico que as representem, persiste uma lacuna nesse espaço, pois que é viciada com esquerdismo. Notem que ambos defendem inúmeras bandeiras ou causas semelhantes, ambos não atacam estranhamente os mesmos determinados perenes problemas e que ambos recebem dinheiro para suas campanhas das mesmas fontes. Em verdade, existe alguma esperança de real mudança para melhor ?

É nítida esta estratégia no Brasil. Essa política é levada a cabo ora pelo PT e pelo PSDB (observem que ambos fingem ser oposição e inimigos, mas na essência são iguais), ora pelo PT com o PSOL, agora mais recentemente PT com PSB de Eduardo Campos e Marina, ambos saídos do PT ou base aliada governista, e assim sucessivamente. As diferenças que existem são no verniz e não na essência, como no caso cultural entre FHC, sociólogo, com o retirante nordestino Lula, mas ideologicamente (a base) não há diferença alguma entre eles.Isso é a “Estratégia da Tesoura”, mais do mesmo.

Também pode, e é aplicada, em nível continental e/ou global.

Fonte: https://dunapress.org/2019/06/05/estrategia-das-tesouras/


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Ainda:

Cavalo de Troia Imagem: Jota Info


Da Estratégia Das Tesouras Ao Cavalo De Tróia

Olavo de Carvalho vem alertando há tempos sobre a estratégia utilizada por PT e PSDB para manter o domínio do debate político no país. Essa estratégia seria conhecida como a “estratégia das tesouras”. O professor Olavo mostra que a sua origem estaria em Hegel, que afirmava não ser possível criar um movimento histórico através de uma influência linear. Existiria então a necessidade de no mínimo duas forças em disputa e o movimento teria que controlar as duas; o objetivo, obviamente, seria a conquista e a permanência no poder.

A “estratégia das tesouras”

Assim, o movimento revolucionário desde sempre se divide para criar a falsa ilusão de dois ou mais movimentos; isso faz parte de sua estratégia de crescimento. Lênin foi quem colocou em prática essa estratégia e a esquerda em geral sempre se utilizou dela. No Brasil, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, enquanto a esquerda armada era reprimida pelos militares, a esquerda desarmada ocupava espaços que foram fundamentais para a sua sobrevivência e posterior domínio no campo ideológico, político e cultural. Dividindo e conquistando.

A ideia é criar duas forças, dois partidos comunistas, por exemplo, monopolizando o debate político e social do país. Um partido teria um viés mais radical ou “autoritário” e o outro mais moderado ou “democrático”; uma falsa dicotomia, onde os dois partidos dividem e polarizam os eleitores, não deixando espaço para uma oposição legítima. Os eleitores, por sua vez, acreditam na existência de uma disputa política verdadeira e que realmente possuem diferentes opções de escolha nas urnas.

Fácil perceber a utilização desta estratégia no Brasil; basta ver as origens em comum de PT e PSDB, no mesmo grupo de intelectuais comunistas da USP: Paul Singer, Fernando Henrique Cardoso, José Aníbal, entre outros. José Aníbal, inclusive, foi um dos fundadores do PT e posteriormente presidente nacional do PSDB. São partidos que fingem oposição e rivalidade, mas possuem mais semelhanças que diferenças. Além da origem em comum citada, ideologicamente não há diferença alguma entre eles. São definitivamente de esquerda; progressistas.

A estratégia era mostrar que o PT sempre esteve ligado à esquerda, ou seja, seria um partido representante de uma esquerda mais “radical”; já o PSDB se vendia como sendo de “centro”, ou “centro-esquerda”; enfim, um partido “moderado”. Pior ainda: para alguns desavisados, o PSDB era a “direita”. A mesma estratégia pode ser vista entre PT e PSOL, ou PT e PSB, por exemplo. Os “arranjos” e “combinações” dos discursos e principalmente os debates nas últimas eleições, além das propostas em comum, deixaram bem claro se tratar, mais uma vez, da “estratégia das tesouras”.

Se não existisse o candidato Jair Bolsonaro, quais teriam sido as nossas opções? Dificilmente teríamos escapado da falsa dicotomia PT x PSDB. Teríamos que escolher entre Fernando Haddad (um radical disfarçado de moderado) e Alckmin, o “picolé de chuchu” da moderação.

O “cavalo de Tróia” da direita

O PSDB era a nossa “direita permitida”. Entretanto, pedimos ao leitor cuidado; parece que outras direitas permitidas estão surgindo por aí. Uma “pseudodireita”, representada por movimentos que há pouco afirmavam que as manifestações do fim de Maio deveriam ser boicotadas, pois seriam manifestações a favor do fechamento do Congresso e do STF; os mesmos movimentos cujos integrantes (políticos) se fingem de mortos e não se posicionam, por exemplo, contra a atual narrativa do artigo 142, extremamente prejudicial ao presidente eleito. Movimentos onde seus principais integrantes e líderes políticos se notabilizam por severas críticas ao governo e constantemente se opõem às decisões e políticas implementadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

A estratégia das tesouras parece ter sido temporariamente e propositalmente abandonada. Na guerra política e cultural que estamos vivendo, a estratégia agora parece ser utilizar a “direita permitida” como um “Cavalo de Troia”. É descuidarmos e a verdadeira direita, vitoriosa nas urnas, será destruída de dentro pra fora. Esse Cavalo de Troia não quer ouvir as ruas; quer apenas manipular os eleitores e garantir o seu voto.

Antônio Carlos
Mestre em Geografia – Tratamento da Informação Espacial, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Colaborador e um dos fundadores do Articulação Conservadora.




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A verdadeira estratégia das tesouras – o caso Dilma X PT

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Utilitarismo - Portal São Francisco


Utilitarismo

por Portal São Francisco

Definição

Utilitarismo é a doutrina ética de que a virtude se baseia na utilidade e que a conduta deve ser direcionada para promover a maior felicidade do maior número de pessoas.

O utilitarismo é uma teoria moral que defende ações que promovem a felicidade ou o prazer geral e rejeita ações que causam infelicidade ou dano.

Uma filosofia utilitária, quando direcionada para a tomada de decisões sociais, econômicas ou políticas, visa o aprimoramento da sociedade. “A maior quantidade de bens para o maior número de pessoas” é uma máxima do utilitarismo.

A filosofia está associada a Jeremy Bentham e John Stuart Mill, dois grandes filósofos britânicos e pensadores políticos.

O que é utilitarismo?

O utilitarismo é uma estrutura ética para uma ação moral eficaz. Fundamentalmente, baseia-se na quantificação do bem em termos de utilidade e na tentativa de maximizar essa quantidade.

A utilidade é frequentemente definida como felicidade ou prazer, embora existam outras variantes, como a satisfação das preferências ou o utilitarismo das preferências.

Essa estrutura é frequentemente definida como um esforço para alcançar o maior bem para o maior número. Existem também numerosas sub-vertentes do utilitarismo com várias advertências e notas de rodapé sobre o tema básico.

É uma forma de consequencialismo, onde os fins justificam os meios: se um vale provisório de utilidade negativa deve ser percorrido para atingir um pico de maior utilidade, então essa doutrina advoga.

O utilitarismo tem sido usado como uma estrutura para argumentar sobre o valor de diferentes ações ou filosofias políticas desde que foi formulado.

As pessoas provavelmente têm pensamentos utilitários há muito tempo, mas nos registros escritos se origina do filósofo grego Epicuro.

As origens do utilitarismo moderno podem ser encontradas no filósofo britânico do século XVIII Jeremy Bentham. Ele chamou sua formulação de “o maior princípio de felicidade”. Depois de Bentham estava John Stuart Mill, que admirava muito Bentham, e publicou o famoso curta-metragem Utilitarismo. Hoje, John Stuart Mill é o nome mais frequentemente associado a essa doutrina.

Em seus escritos, Mill argumentou que os prazeres culturais, intelectuais ou espirituais tinham um significado mais profundo do que o mero prazer físico, porque alguém que havia experimentado os dois valorizaria mais o primeiro.

Em seus outros trabalhos, como o ensaio On Liberty, Mill usou o utilitarismo para argumentar por seu “princípio da liberdade”, que afirma “o único propósito pelo qual o poder pode ser exercido com justiça sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é: para evitar danos aos outros. ”

Houve várias variações do utilitarismo desenvolvidas desde os dias de Mill. A estrutura abrangente é compatível com várias filosofias diferentes. A primeira divisão notável é aquela entre o utilitarismo do ato e o utilitarismo da regra.

No utilitarismo do ato, cada ação é examinada caso a caso e selecionada de acordo com o que se prevê levar à mais alta utilidade.

Sob o utilitarismo das regras, o agente moral procura formular e agir sob a orientação de regras que maximizem a utilidade se forem seguidas consistentemente.

No utilitarismo negativo, o objetivo é minimizar a utilidade negativa – dor e sofrimento – em vez de maximizar a utilidade positiva, pois argumenta-se que a negatividade da utilidade negativa é maior que a positividade da utilidade positiva. No entanto, foi apontado que uma implicação disso é que devemos agir para diminuir radicalmente a população ou mesmo eliminá-la completamente, como um objetivo secundário de eliminar a utilidade negativa. Por esse motivo, essa variação é controversa.

Utilitarismo: visão geral

O utilitarismo é uma visão ou teoria filosófica sobre como devemos avaliar uma ampla gama de coisas que envolvem escolhas que as pessoas enfrentam.

Entre as coisas que podem ser avaliadas estão ações, leis, políticas, traços de caráter e códigos morais.

O utilitarismo é uma forma de consequencialismo, porque repousa na idéia de que são as conseqüências ou resultados de ações, leis, políticas etc. que determinam se são bons ou ruins, certos ou errados. Em geral, o que quer que esteja sendo avaliado, devemos escolher aquele que produzirá os melhores resultados gerais.

Na linguagem dos utilitaristas, devemos escolher a opção que “maximiza a utilidade”, ou seja, a ação ou política que produz a maior quantidade de bens.

O utilitarismo parece ser uma teoria simples, porque consiste em apenas um princípio de avaliação: faça o que produz as melhores consequências.

De fato, porém, a teoria é complexa porque não podemos entender esse princípio único, a menos que conheçamos (pelo menos) três coisas:

a) que coisas são boas e ruins;
b) cujo bem (isto é, quais indivíduos ou grupos) devemos procurar maximizar; e
c) se ações, políticas etc. são corrigidas ou erradas por suas conseqüências reais (os resultados que nossas ações realmente produzem) ou por suas conseqüências previsíveis (os resultados que previmos ocorrerão com base nas evidências que temos).

O utilitarismo é uma teoria ética que determina o certo do errado, concentrando-se nos resultados. É uma forma de consequencialismo.

O utilitarismo sustenta que a escolha mais ética é aquela que produzirá o maior bem para o maior número. É a única estrutura moral que pode ser usada para justificar a força militar ou a guerra.

É também a abordagem mais comum ao raciocínio moral usada nos negócios devido à maneira como contabiliza custos e benefícios.

No entanto, como não podemos prever o futuro, é difícil saber com certeza se as consequências de nossas ações serão boas ou más. Essa é uma das limitações do utilitarismo.

utilitarismo também tem dificuldade em contabilizar valores como justiça e direitos individuais.

Por exemplo, suponha que um hospital tenha quatro pessoas cujas vidas dependem do recebimento de transplantes de órgãos: coração, pulmões, rim e fígado. Se uma pessoa saudável entrar no hospital, seus órgãos poderão ser colhidos para salvar quatro vidas às custas de uma vida. Indiscutivelmente, isso produziria o maior bem para o maior número.

Mas poucos o considerariam um curso de ação aceitável, muito menos o mais ético.

Portanto, embora o utilitarismo seja sem dúvida a abordagem mais fundamentada para determinar o certo e o errado, ele tem limitações óbvias.

Utilitarismo – História

O utilitarismo é uma das abordagens mais poderosas e persuasivas da ética normativa na história da filosofia. Embora não tenha sido totalmente articulada até o século XIX, posições proto-utilitárias podem ser discernidas ao longo da história da teoria ética.

Embora existam muitas variedades da visão discutida, geralmente o utilitarismo é a visão de que a ação moralmente correta é a ação que produz o melhor. Há muitas maneiras de explicar essa afirmação geral.

Uma coisa a notar é que a teoria é uma forma de consequencialismo: a ação correta é entendida inteiramente em termos das consequências produzidas.

O que distingue o utilitarismo do egoísmo tem a ver com o escopo das conseqüências relevantes.

Na visão utilitarista, é preciso maximizar o bem geral – isto é, considerar o bem dos outros, bem como o próprio bem.

Os utilitaristas clássicos, Jeremy Bentham e John Stuart Mill, identificaram o bem com prazer; assim, como Epicuro, eram hedonistas sobre o valor. Eles também sustentaram que devemos maximizar o bem, ou seja, gerar “a maior quantidade de bem para o maior número”.

O utilitarismo também se distingue pela imparcialidade e neutralidade do agente. A felicidade de todos conta o mesmo. Quando alguém maximiza o bem, é o bem considerado imparcialmente.

Meu bem conta não mais do que o bem de qualquer outra pessoa. Além disso, a razão pela qual eu tenho que promover o bem geral é a mesma que qualquer outra pessoa tem para promover o bem. Não é peculiar para mim.

Todas essas características dessa abordagem da avaliação moral e/ou tomada de decisão moral provaram ser um tanto controversas e as controvérsias subsequentes levaram a mudanças na versão clássica da teoria.

Resumo

O utilitarismo é uma das teorias morais mais conhecidas e mais influentes. Como outras formas de consequencialismo, sua ideia central é que se as ações são moralmente certas ou erradas depende de seus efeitos.

Mais especificamente, os únicos efeitos relevantes das ações são os bons e os maus resultados que elas produzem. Um ponto-chave deste artigo diz respeito à distinção entre ações individuais e tipos de ações.

Os utilitários da lei se concentram nos efeitos de ações individuais (como o assassinato de Abraham Lincoln por John Wilkes Booth), enquanto os utilitários da regra se concentram nos efeitos de tipos de ações (como matar ou roubar).

Os utilitaristas acreditam que o objetivo da moralidade é melhorar a vida, aumentando a quantidade de coisas boas (como prazer e felicidade) no mundo e diminuindo a quantidade de coisas ruins (como dor e infelicidade).

Eles rejeitam códigos ou sistemas morais que consistem em comandos ou tabus baseados em costumes, tradições ou ordens dadas por líderes ou seres sobrenaturais. Em vez disso, os utilitaristas pensam que o que torna uma moralidade verdadeira ou justificável é sua contribuição positiva para os seres humanos (e talvez não-humanos).

Os utilitaristas clássicos mais importantes são Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873). Bentham e Mill eram teóricos importantes e reformadores sociais.

Sua teoria teve um grande impacto no trabalho filosófico da teoria moral e nas abordagens da política econômica, política e social.

Embora o utilitarismo sempre tenha tido muitos críticos, há muitos pensadores do século XXI que o apóiam.

A tarefa de determinar se o utilitarismo é a teoria moral correta é complicada porque existem versões diferentes da teoria e seus apoiadores discordam sobre qual versão está correta.

Fonte: 

https://www.portalsaofrancisco.com.br/filosofia/utilitarismo


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