A volta dos Talibãs no Afeganistão: Filhos da
Rússia e enteados dos EUA
Por Félix Maier
O Afeganistão tem uma área equivalente à metade do Estado do Pará e se encontra em uma região estratégica, que foi no passado cobiçado por muitos Impérios, como o Russo e o Britânico.
Desde o fim da II Guerra Mundial, a União Soviética passou a ter forte influência sobre o país, oferecendo assistência humanitária, econômica e militar. Em 27 de dezembro de 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão, matou o presidente Hafizullah Amin, colocando Babrak Karmal em seu lugar, títere dos russos.
Com a invasão soviética, começaram a se formar brigadas islamitas internacionais para guerrear contra os invasores, que passaram a ser chamados de afegães, os quais receberam farto armamento e munição, especialmente dos Estados Unidos, assim como de outros governos – britânico, belga, chinês.
Com a retirada da URSS, em 1989, o Afeganistão passou a ser terra de ninguém, com os líderes de clãs cometendo toda ordem de barbaridades, como assassinatos e estupros na terra arrasada deixada pelos russos. Para colocar ordem na bagunça, o Talibã assumiu o governo do país, de 1996 a 2001, quando foi derrubado pelas forças armadas dos EUA, junto com aliados.
“Talibã” significa “estudante de religião”, e a milícia Talibã que
conquistou o Afeganistão era formada principalmente por fundamentalistas
islâmicos da etnia Patane e nasceu nos seminários islâmicos (madrassas)
do Paquistão. No vácuo político que se seguiu após a retirada soviética (1989),
o Talibã apoderou-se de Cabul, capital do Afeganistão, em setembro de 1996,
chegando a ocupar 90% do território afegão. Implantou costumes muçulmanos
radicais (Sharia) no país: os homens foram obrigados a ter barbas
longas, as mulheres obrigadas a vestir o chaderi (túnica longa
que encobre, inclusive, o rosto) e proibidas de trabalhar e estudar, devendo
permanecer em suas residências, de onde somente podiam sair acompanhadas de um
parente próximo, como marido, pai, irmão etc.
O Talibã criou o “Ministério da Propagação da Virtude e de Combate ao
Vício” e, a partir de 21/07/1998, ordenou que toda a população destruísse
antenas, aparelhos de TV e videocassetes. Em março de 2001, os Talibãs
destruíram estátuas nos museus do país, incluindo duas estátuas gigantescas de
Buda, localizadas em Bamiyan, que haviam sido esculpidas há mais de 1.500 anos;
uma dessas estátuas era a maior estátua de Buda do mundo.
Para o regime Talibã, era impuro: carne e banha de porco, antena parabólica, filmadora, mesa de sinuca, jogo de xadrez, fita cassete, álcool, cinema, computador, aparelho de videocassete, TV, música, instrumentos musicais, esmalte de unha, lagosta, estátuas, quadros, cartões de Natal, catálogo de moda.
No início
dos anos de 1990, a Internacional Islamita aumentou seu poder de fogo, seja em
auxílio à Bósnia-Herzegovina, para lutar contra os sérvios durante a dissolução
da Iugoslávia, seja em retaliação à ocupação da Arábia Saudita, feita por
tropas americanas, para expulsar Saddam Hussein do Kuwait, um crime hediondo devido
a “infiéis” estarem ocupando o solo sagrado do Islã, que levou Osama bin Laden
a decretar uma fatwa (decreto islâmico) contra todos os cidadãos
americanos, que deveriam ser peseguidos e mortos em todos os cantos do planeta.
Nesse período, ao longo dos anos de 1990, já estavam formados dezenas de grupos
terroristas islâmicos ao redor do mundo, que promoveram inúmeros ataques, como
os dos metrôs e ônibus em Londres e Madri, cujos países haviam participado da
coalização americana contra o Iraque, ataques de carros-bombas contra
embaixadas americanas na África, ataques contra navios americanos no Mar Vermelho,
também contra o balneário de Sharm El-Sheikh, no Sinai, Egito, e contra ponto
turístico de Mali, Indonésia. No WTC morreram 4
brasileiros: Sandra Fajardo-Smith, Ivan Kyrillos Barbosa, Anne Marie Ferreira e
Nilton Fernão Cunha. O terrorismo islâmico já matou outros brasileiros: em
outubro de 2002, morreram o paulista Alexandre Watake e o gaúcho Marco Antônio
Farias, sargento do Exército Brasileiro, que servia na Força de Paz da ONU em
Timor Leste, em ataques contra bares do balneário de Báli, Indonésia (total de
200 mortos e cerca de 300 feridos); em agosto de 2003, morreu em Bagdá o diplomata
Sérgio Vieira de Mello, em ataque contra missão diplomática da ONU (total de 23
mortos); em março de 2004, morreu Sérgio dos Santos Silva, nos ataques
terroristas contra trens, em Madri, quando morreram quase 200 pessoas.
No dia 08/10/2001, começou o ataque americano contra a milícia Talibã e centros de treinamento de guerrilheiros, por abrigar Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, suspeito de promover, no dia 11/09/2001, os atentados contra os EUA (torres gêmeas do World Trade Center, de Nova York, e Pentágono, em Washington), que ocasionaram a morte de 2996 pessoas, incluindo 19 terroristas
No final de 2001, os Talibãs foram substituídos por um Governo de
coalizão nacional. O americano John Walker Lindh, de 20 anos, lutou contra os
EUA ao lado dos Talibãs, foi a julgamento na cidade de Alexandria, Virgínia
(EUA), acusado de conspirar para matar cidadãos americanos e de apoiar a rede
terrorista Al-Qaeda.
Em 2003, os EUA promoveram novo ataque contra o Iraque, com a desculpa
de Saddam Hussein possuir armas de destruição em massa, o que nunca ficou
comprovado. Mesmo que o Iraque tivesse tais armas, que perigo causariam de fato
aos EUA? Essa operação só atendeu aos interesses dos senhores da guerra, alguns
ligados ao Pentágono. Basta lembrar que essas operações militares no Oriente
Médio e Afeganistão chegou a astronômicos 6
trilhões de dólares, mais de
trinta trilhões de reais (quase 5 vezes o PIB do Brasil em 2020), uma dívida
perigosa, por não ser oriundo de impostos diretos dos americanos, mas de papéis
em mãos dos chineses, como diz Tony Judt no livro. Pensando
o Século XX. Objetiva, Rio de Janeiro, 2014, pg. 394
(Tradução de Otacílio Nunes): “Dado
que o governo americano é intervencionista no exterior, mas não em casa, a
guerra cria uma certa perversidade. Insistir em travar guerras e ao mesmo tempo
se recusar a aumentar os impostos para pagar por elas foi simplesmente uma
forma indireta de convidar o governo chinês a entrar em nossa vida. Se não
estamos dispostos a pagar por nossas guerras, isso significa que vamos nos
endividar com a China, com todos os riscos para o poder e a liberdade futuros
que isso acarreta”.
Depois de dispensar os soldados de Saddam, e criar um novo exército
iraquiano, aqueles foram aliciados por grupos terroristas, sendo que o mais
vistoso foi o Estado Islâmico, que chegou a tomar quase todo o Iraque e parte
da Síria em guerra contra extremistas. A partir de 2017, o Estado Islâmico
começou seu declínio no Iraque e na Síria, após derrotas sofridas em operações
conjuntas dos EUA e da Rússia. Se a Rússia é o pai dos Talibãs, podemos afirmar
sem erro que os EUA são o pai do Estado Islâmico, que aproveitou a terra
arrasada pelos yankees para implantar o terror e ainda continua vivo por aí,
assim como a Al-Qaeda.
Com a retomada de quase todas as províncias, e da capital Cabul em 15 de agosto de 2021, realizada pelos Talibãs, os EUA prometeram retirar suas tropas e cidadãos até o dia 31 de agosto. Hoje, pode-se afirmar, com certeza, que será também impuro para os talibãs a internet, o Google e as redes sociais, que serão severamente censuradas.
Impactante foi ver o número “1109” inscrito no primeiro avião militar que retirou às pressas pessoas do Aeroporto de Kabul, quando muitas delas, desesperadas, se agarraram ao avião e ao trem de aterrissagem e despencaram do alto quando o avião havia decolado. Ainda que os americanos escrevam o mês antes do dia, o “1109” lembrou a data dos atentados contra os EUA.
Com a volta
dos filhos da Rússia e dos enteados dos EUA ao governo do Afeganistão, o Islã
preconizado pelos Talibãs passou novamente a ter muitas notícias e análises na
mídia, em todo o mundo. A Operação Liberdade Duradoura, de 2001, durou 20 anos,
consumiu mais de 2 trilhões de dólares e não serviu para nada, a não ser para
devolver um Afeganistão ainda mais armado aos Talibãs, com desdobramentos
futuros imprevisíveis.
Assim, reuni verbetes sobre o Islã e grupos terroristas gerados pela
Rússia e pelos EUA, que constam de meu e-book A LÍNGUA DE PAU – Uma
história da intolerância e da desinformação - https://drive.google.com/file/d/1jfaOpIMbwzhlaQxspnA9hBnyHX8KX4_E/view?usp=sharing ou http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/a-lingua-de-pau-uma-historia-da_10.html.
Boa
leitura!
Abu
Nidal Organization (ANO) - Organização terrorista liderada por
Abu Nidal, cujo nome original era Sabri al-Banna, responsável por mais de 900
mortes em 100 atentados. Segundo fontes iraquianas, Abu Nidal teria se
suicidado em Bagdá, no dia 16/08/2002. Abu Nidal nasceu em Jaffa, subúrbio de
Tel-Aviv, e foi um dos fundadores da Fatah, rompendo com a organização de Yasser
Arafat em 1974. A ANO promoveu vários ataques em aeroportos. Em 1973,
transformou um Boeing 707 em bola de fogo no Aeroporto Leonardo da Vinci, em
Roma, quando 32 pessoas morreram queimadas e 40 ficaram feridas. Em 1974,
a ANO explodiu no ar um avião da TWA, que ia de Tel-Aviv a Atenas, matando
seus 88 ocupantes. Abu Nidal foi pistoleiro de aluguel de Saddam Hussein, do
Iraque, e de Hafez Assad, da Síria. Os governos do Kuwait e da Arábia Saudita
pagavam a Nidal para poupar esses países de atentados – assim como mais tarde a
Arábia Saudita passou a pagar a Al-Qaeda para praticar atentados terroristas
longe da Casa Real. Em 27/12/1985, a ANO promoveu ataques simultâneos em
aeroportos de Roma e Viena. Em Roma, morreram 10 passageiros e 3 dos 5
terroristas, e 71 ficaram feridas. Em Viena, morreram 3 pessoas, incluindo 1
dos 3 terroristas, e 47 ficaram feridas. A ANO ficou enfraquecida devido à
perda do apoio financeiro da Síria, Iraque e Líbia, além de brigas internas. Em
outubro de 1988, Abu Nidal, prevendo um golpe interno, mandou executar 156
militantes. Em janeiro se 1991, Abu Nidal comandou o ataque que matou Salah
Khalaf (Abu Iyad), o sucessor de Arafat na OLP.
Abu
Sayyaf - Grupo terrorista separatista
muçulmano mais antigo das Filipinas, tem seu nome derivado do líder terrorista
Abdul Rasul Sayyaf e luta pela emancipação das ilhas do sul, predominantemente
muçulmanas, contras as do norte, de maioria cristã. Tinha apoio de Bin Laden,
que viajou às Filipinas em 1993 para adquirir propriedades e abrir contas
bancárias para a Internacional Islamita do terror. A partir de 1994,
terroristas experientes, principalmente “afegãos” árabes, chegaram às Filipinas
e instalaram células de operação em todo o país, especialmente nas grandes
cidades. Entre os combatentes superiores estava Ramzi Ahmad Youssuf, que no
início de 1993 supervisionou a explosão no WTC, em Nova York. Youssuf esteve
envolvido na tentativa de assassinato de Bill Clinton (duas tentativas em 1994)
e do Papa João Paulo II, em 1995, em viagens às Filipinas. O plano, frustrado,
foi assumido por Abu Sayyaf, para encobertar a Internacional Islamita. Youssuf
plantou pessoalmente uma bomba no Boeing 747 das Linhas Aéreas Filipinas (PAL),
em 11/12/1994, que ia de Cebu para Narita, Tóquio. A bomba explodiu sobre
Okinawa, mas o avião não foi destruído. Abu Sayyaf também assumiu a
responsabilidade da bomba.
Afegãos -
Islamitas estrangeiros (especialmente egípcios, paquistaneses, sudaneses,
argelinos, saudistas) e, naturalmente, afegãos, que participaram de treinamento
em campos do Afeganistão, para lutar contra a invasão soviética, em 1979-1989
(depois contra os EUA, a partir de 2001). “Ao longo de oito anos, os
soviéticos perderiam 14.263 combatentes, mortos ou desaparecidos, e mandariam
para casa 49.985 feridos” (FISK, 2007: 88). “A guerra lhes
custaria, pelo que foi estimado, cerca de 35 bilhões de dólares - em apenas um
ano, seriam perdidos aviões no valor de 2,5 bilhões de dólares” (idem,
pg. 141). Os afegãos participaram também das guerras na Croácia, Bósnia e
Kosovo - além do Iraque. São os responsáveis pela escalada do islamismo no
Egito, onde participaram de muitas operações e assassinatos, e na Argélia, onde
quase conquistaram o poder nas eleições gerais de 1992. Hoje, os veteranos “afegãos”
são a ponta de lança e o coração da Internacional Islamita, que atua em todo o
mundo muçulmano para apoiar lutas islamitas de libertação; são os “brigadistas”
da IMB. Se a Rússia é o pai dos “afegãos” e dos Talibãs, os EUA são o pai do
Estado Islâmico, por ter destruído o Iraque, transformado em terra de ninguém.
Al-Fatah -
(Árabe) “A Conquista”: organização guerrilheira fundada por Yasser Arafat, em
1959. Em 1967, o Emir do Kuwait doou um cheque de US$ 50 mil à organização, que
se juntou à OLP em 1968 e obteve a liderança dela em 1969. Expulsa da Jordânia
após o “Setembro Negro” (1970), a Al-Fatah estabeleceu-se no Líbano. A invasão
israelense no Líbano, em 1982, dispersou a organização para vários países, como
Tunísia, Iêmen, Argélia, Iraque e outros. A Al-Fatah desencadeou ataques
terroristas contra israelenses, na 2ª. Intifada (a partir do ano 2000),
principalmente através da Force 17 (Força 17) e Western
Sector (Setor da Cisjordânia). É também conhecida por “Al-Asifa”. A 1ª
Intifada ou “Guerra das Pedras” ocorreu a partir de 1987, e só terminou em
1993, após a assinatura dos Acordos de Oslo.
Ali Químico - Ali
Hassan al-Majid, primo de Saddam Hussein, ordenou o uso de armas químicas
contra os curdos, no Norte do Iraque, em 1988. Comandou a invasão do Kuwait em
1990 e autorizou o assassinato e a tortura de civis. Também coordenou a
execução de milhares de xiitas no Sul do Iraque, no levante em Basra, em 1991.
Hani al-Latif Tulfah, dirigente da Organização de Segurança Especial, órgão de
repressão do regime de Saddam, foi o militar responsável pelo desenvolvimento
de armas químicas e biológicas. Hamza al-Zubaidi, ex-primeiro-ministro do
Iraque, participou da tortura e execução de opositores políticos; supervisionou
a limpeza étnica na região curda, em 1991, e o extermínio dos chamados “árabes
dos alagados”, no Sul do Iraque, um dos maiores crimes ecológicos de que se tem
notícia. Veja Genocídio.
Al-Jihad -
Grupo Jihad: conhecido também como “Jihad Islâmica Egípcia”, “Grupo Novo
Jihad”, “Vanguarda da Conquista” e “Talla’a al-Fateh”. É um grupo extremista
islâmico, formado por estudantes palestinos no Egito, que se infiltraram na
polícia na década de 1970 e, em 06/10/1981, assassinaram o presidente egípcio
Anwar El Sadat, por este ter assinado um acordo de paz com Israel, por ter-se
aliado aos EUA, por ter viajado a Jerusalém e ter dado asilo ao Xá Reza
Pavlevi, deposto pela Revolução Iraniana em 1979. Com o esgotamento da luta no
Afeganistão (expulsão dos soviéticos), o Al-Jihad participou de operações na
Eritréia, Ogaden, Burma, Caxemira, Tadjiquistão, Chechênia, Bósnia, Líbia e
Mogadíscio (Operação Restore Hope, da ONU, na Somália). O Al-Jihad
tem o Xeque Omar Abdel-Rahman como seu líder espiritual. O objetivo do grupo
também era derrubar o governo Mubarak e criar um Estado islâmico no Egito. Em
1995, o Al-Jihad matou 18 soldados judeus em um ponto de ônibus em Beit Lid.
Al-Azma - “A
Crise”: calamidade para o Islã, com a unidade islâmica abalada quando Estados
árabe-muçulmanos se aliaram ao Ocidente para combater outro Estado
árabe-muçulmano, o Iraque (1991).
Al-Naqba - “O
Holocausto”: calamidade para o Islã, comparada a Al-Azma, devido à perda da
Andaluzia (Espanha) e da Palestina (Israel), e ao fim do Califado otomano.
Al-Qaeda - “A
Base”, em árabe. Grupo terrorista islâmico fundado por Osama bin Laden,
bilionário saudita, possivelmente refugiado no Afeganistão durante os ataques
americanos contra aquele país (2001). Inicialmente, o grupo se chamava Salvação
Islâmica (Fundação al-Qaeda), era uma instituição de caridade criada por bin
Laden para remeter fundos de apoio à jihad no Afeganistão,
depois da invasão soviética (1979), e no Paquistão; depois, estendeu-se a
centros islâmicos e obras de caridade em todo o mundo islâmico, especialmente
na Bósnia-Herzegovina, Albânia e Kosovo, durante a Guerra dos Bálcãs
(1991-2001). Estudos comprovam que na Croácia e, principalmente, na Bósnia-Herzegovina
grande parte da estrutura terrorista islâmica patrocinada pelo Irã escondia-se
nesses “centros de caridade”, com base em Zagreb, Croácia, em cooperação e
coordenação com os representantes locais da Inteligência iraniana e do
Hezbollah (via embaixada do Irã em Zagreb - alto diplomata Mohammad Javad
Asayesh). Quatro a seis mil terroristas islâmicos em atividade na Bósnia, na
época, abrigavam-se em pouco mais de 20 “obras de caridade” ou “projetos
humanitários”. A maioria desses fundos era coordenada pela Fundação Mostazafin,
fachada da Inteligência iraniana. A Al-Qaeda possui células terroristas no
Oriente Médio e Norte da África, e provavelmente no leste asiático, na Europa e
na América do Norte, num total de mais de 40 países. Em 1991, bin Laden foi
forçado a sair da Arábia Saudita e fundou a organização terrorista Al-Qaeda, em
1992, no Sudão, então governado pelo ditador fundamentalista Hassan al-Turabi.
Bin Laden teve o passaporte saudita cassado em 1994 e passou, a partir de
então, a utilizar passaporte diplomático sudanês com nome falso. Os principais
dirigentes da organização, além de bin Laden, eram o chefe de planejamento,
Ayman al-Zawahiri, e o chefe de operações militares, Mohamed Atif. O grupo tem
ainda um conselho consultivo e quatro comitês: o religioso, o financeiro, o
militar e o de mídia; a base da organização é composta por células terroristas
próprias e organizações associadas. No Afeganistão, o grupo era sustentado pelo
tráfico de drogas (em sociedade com o então governo Talibã) e por doações de
instituições e pessoas físicas do mundo islâmico, especialmente da Arábia
Saudita. A primeira ação do grupo ocorreu em fevereiro de 1993, contra o World
Trade Center (WTC), em Nova Iorque, realizado pelo kuwaitiano Ramzi Youssef,
quando um carro-bomba na garagem de uma das torres gêmeas deixou saldo de 6
mortos e mais de 1.000 feridos; preso, Youssef foi condenado a 240 anos de
prisão. Em outubro de 1993, militantes treinados por Mohamed Atif mataram 18
soldados dos EUA na Somália (Operação Restore Hope”, da ONU). Em
agosto de 1996, bin Laden escreveu seu primeiro manifesto contra os EUA, a
declaração de sua Jihad (Guerra Santa), pois tropas americanas
ainda ocupavam o solo sagrado do Islã - a Arábia Saudita. Em 1998, bin Laden
decretou um outro manifesto, mais radical, a fatwa (sentença
de morte) contra todos os cidadãos americanos, dentro ou fora das terras
islâmicas, que seria desempenhada pelo “exército islâmico internacional
para a guerra santa contra judeus e cruzados”. Desde 1996, com a ascensão
dos talibãs no Afeganistão, o grupo teria construído no país 12 campos de
treinamento de terroristas. O grupo é também acusado de ter ocasionado
explosões em embaixadas americanas na África (Quênia e Tanzânia), em 1998, do
ataque suicida contra o destróier americano USS Cole, no dia
12/10/2000, que deixou 17 marinheiros mortos, no Porto de Áden, Iêmen, e,
principalmente, dos atentados contra as torres gêmeas do WTC, em Nova York, e
contra o Pentágono, no dia 11/09/2001, ocasionando a morte de 2.996 pessoas
(2.977 vítimas e 19 sequestradores, sendo: 2.606 em Nova York, 125 no Pentágono
e 246 nos 4 aviões). Os atentados contra os EUA levaram este país a declarar
guerra contra o governo Talibã do Afeganistão (por dar cobertura ao Al-Qaeda),
em outubro de 2001, o qual foi deposto para dar lugar a um governo de coalizão
nacional, no final de 2001. A Al-Qaeda tem ligações com a Jihad Islâmica egípcia e
a Al-Ittihad. Em setembro de 2002, um jornal da Itália confirmou que a Al-Qaeda
havia elaborado um plano para um grande ataque ao Vaticano. Na mesma época,
veio a informação de que grupos islâmicos da Tunísia e do Marrocos pensavam em
destruir a Basílica de San Petronio, em Bolonha, Itália, que tem um afresco
mostrando Maomé sendo arrastado por demônios nas profundezas do inferno. No dia
19/09/2002, 5 homens - 4 marroquinos e 1 historiador italiano - foram presos na
Basílica por estarem filmando o afresco pintado no século XV por Giovanni da
Modena, sob inspiração de uma passagem da “Divina Comédia”, de Dante
Alighieri. “No vídeo que os homens gravaram, estava registrada a
seguinte frase: ‘O que Bin Laden fez com as torres é o que precisa ser feito
aqui’” (in “Tensão na Itália”, revista Veja no.
1766, pg. 111); no dia 21 de agosto, os suspeitos foram libertados por um juiz,
por “falta de provas”. O livro “Seeds of Fire” (Sementes de Fogo),
do repórter inglês Gordon Thomas, apresenta provas da colaboração chinesa com a
Al-Qaeda - tropas da Aliança do Norte encontraram enorme quantidade de armas
chinesas em poder dos Talibãs. Antes dos ataques americanos, a Al-Qaeda tinha
cerca de 50 acampamentos para treinamento de terroristas no Afeganistão, alguns
dos quais, como Badr I, Badr II e Abu Khabab, podiam receber milhares de
“soldados” a qualquer momento. A Al-Qaeda, apesar da derrota no Afeganistão,
mantém ainda uma rede de “células dormentes” em diversos países islâmicos e
ocidentais. Em 2011, Osama bin Laden foi morto pelos americanos no Paquistão.
Em 20 anos, os EUA gastaram cerca de US$ 6 trilhões de dólares nos conflitos do
Oriente Médio e no Golfo Pérsico - cfr. https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/em-20-anos-guerras-custaram-us-6-tri-aos-eua-quantia-poderia-eliminar-fome-ou-reverter-aquecimento/#:~:text=Em%20quase%2020%20anos%20de,Bagd%C3%A1%2C%20como%20querem%20os%20iraquianos. Só no Afeganistão foram cerca de US$ 2,5
trilhões, para nada, já que as últimas tropas americanas deverão sair do país
até 11/09/2021, com o Talibã já tendo recuperado 50% do país [dados de maio de
2021; no dia 15/08/2021, o Talibã tomou a capital, Cabul]. Veja Operação Lança
de Netuno, Talibã e Terrorismo.
Al-Quds al-Arabi -
Jornal publicado em Londres (editor: Abdul-Bari Atwan, ligado à Al-Qaeda). Em
editorial na véspera do atentado ao voo 800 da TWA, o jornal afirmou que “existe
uma onda de ódio contra os americanos no cenário árabe” e que “foi
Washington, suas políticas e seus aliados na região que criaram esse fenômeno e
o alimentaram”, concluindo: “o que aconteceu no Cairo, em Riad e em
Khobar é apenas o começo” (Cfr. BODANSKY, 2002: 238).
Ansar Allah -
“Seguidores de Alá”: organização islâmica que se responsabilizou pela derrubada
de um avião entre Cólon e Cidade do Panamá, matando todas as 21 pessoas a
bordo, em 19/07/1994.
Assassinos, Seita dos - A Seita ou Ordem dos Assassinos foi um movimento terrorista
islâmico, da ordem mística ismaelita (ramo xiíta), fundado no século XI por
Hassan ibn Sabbah. “Na Idade Média, uma seita de fanáticos assassinos
surgiu no Irã e se espalhou pelas montanhas sírias e libanesas. Seu líder,
conhecido como o Velho da Montanha, possuía cerca de 60 mil seguidores” (Rodrigo
Constantino, in “A Seita dos Assassinos - A origem medieval do
terrorismo islâmico”, Gazeta do Povo, 17/11/2015, acesso em
05/11/2020). O Velho da Montanha distribuía haxixe a seus seguidores,
provavelmente para torná-los mais audazes em seus ferozes ataques
suicidas. Hashish (haxixe, em árabe), deu origem à palavra hashishin,
“comedor de hashish”, que, por sua vez, deu origem à palavra
“assassino”. Bernard Lewis é autor de “Os Assassinos - Os primórdios do
terrorismo no Islã”. A intolerância islâmica também se verificou no
assassinato do cineasta Theo van Gogh, de 47 anos, feito por um “militante” muçulmano.
Theo denunciava em seus filmes abusos contra mulheres em países islâmicos, como
no filme “Submissão”.
Batalha do Camelo - A viúva de Maomé, Aisha Bint Abu Báker, filha do futuro 1º.
Califa, “assumiu o comando dos combatentes contra o califa Ali, em 636
na denominada ‘Batalha do Camelo’, em lembrança do animal montado por ela” (BALTA,
2010: 59). No início de 2011, houve uma “carga de camelaria” no Cairo, contra
manifestantes que pediam a saída do presidente Hosni Mubarak.
BCCI - Bank
of Credit and Commerce International (Banco de Crédito e Comércio
Internacional), tinha sede em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Famosa por prestar “serviços especiais”: “lavagem de dinheiro” para
terroristas, serviços muçulmanos de Inteligência e mujadins,
financiamento clandestino de armas convencionais, armas de destruição em massa
e de outras tecnologias estratégicas, envio e “lavagem de dinheiro” desviado de
líderes corruptos de países em desenvolvimento. Nos anos de 1980, o BCCI havia
sido a principal via de transferência e “lavagem” de fundos secretos da CIA
para os mujadins afegãos (contra a URSS). Essa central
criminosa foi atingida por crise financeira em 1991, faliu em 1992 e foi
desmontada em 1996, depois de causar um prejuízo de US$ 500 milhões a países da
União Europeia; no mundo, o prejuízo foi de trilhões de dólares. Como ocorre em
situações semelhantes, muitos islâmicos afirmaram que a falência do BCCI foi
culpa do Ocidente - vale dizer, dos EUA.
Belgistão -
Bélgica + bantustão: processo de islamização da Bélgica, por meio do partido
4ShariahBelgium, que ocupa assentos no parlamento. Entre suas reivindicações,
constam: que os restaurantes sirvam alimentos preparados conforme o costume
islâmico (halal), o reconhecimento dos feriados islâmicos, o casamento
com meninas, a imposição da Sharia como parte da legislação.
BH -
Bósnia-Herzegóvina: capital Sarajevo, cidade em que terroristas assassinaram o
arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, em 1914, ato que ocasionou o
início da I Guerra Mundial. Em 1994, forças islamitas foram instaladas na
Bósnia por Bin Laden e Zawahiri, para combater os americanos do IFOR. O Acordo
de Dayton, EUA, em 1995, estabeleceu divisão do território em Federação Croata
Muçulmana (FCM) e República Srpska (RS), após a Guerra dos Bálcãs.
Big stick -
Política do “porrete”, com a qual os EUA tratam os países sem grande expressão
político-militar, como o ocorrido nas invasões ao Panamá e Granada, e nas
“missões da ONU” no Haiti e na Somália. Após o fim da Guerra Fria, a política
do “big stick” passou a utilizar a “diplomacia de cruzeiro” (cruise
diplomacy) em ataques de Tomahawk (míssil de cruzeiro) contra o Iraque
(1991 e 2003), a Iugoslávia (1999), o Afeganistão (2001), a Líbia (2011),
destruindo completamente a infraestrutura desses países. Não se esqueça: ontem
foi a vez da Líbia sofrer ataque, amanhã poderá ser a Amazônia das jaguatiricas
ianomâmis e das raposas da Serra do Sol. O movimento ambientalista mundial em
defesa da “preservação da Amazônia” pode destroçar a soberania brasileira na
área. Veja Diplomacia de Cruzeiro e Doutrina Lake.
Black Moslem - “Muçulmano
Negro”: membro de uma seita de negros norte-americanos, que prega a separação
entre negros e brancos, professa o islamismo e visa à fundação de uma nação
negra.
BLU-118B -
Bomba de alto poder de destruição, equipada com sensor e teleguiada a laser,
utilizada pelos EUA contra a Al-Qaeda, no Afeganistão. “A BLU-118B é
uma bomba termobárica detonada em três estágios. O projétil perfura o bunker e
mata seus ocupantes, mas a estrutura é preservada. Ao se aproximarem do alvo,
sensores instalados na bomba acionam o detonador. A carga liberada, que parece
um cogumelo de fogo, perfura concreto ou pedra. No interior do prédio ocorrem
duas explosões. A primeira para liberar uma mistura gasosa e a segunda, com
efeito retardado, para inflamá-la. A sequência de explosões causa ondas de
choque que elevam a temperatura e sugam o oxigênio do bunker. Os ocupantes
morrem incinerados ou por asfixia” (Revista Veja,
13/03/2002, pg. 88 e 89).
Boko Haram -
Grupo extremista islâmico que promove assassinatos de cristãos na Nigéria, onde
muitos cristãos são queimados vivos. O nome significa “educação ocidental é
pecado”. No dia 14/04/2014, o grupo sequestrou 276 meninas de um colégio de
Chibok, a maioria cristãs, das quais 112 ainda continuavam cativas em 2019. O
líder do grupo, Abubakar Shekau, ameaçou vendê-las como escravas. “Elas passaram por períodos
de fome, escravidão, abuso sexual, traumatismos e ferimentos de batalha, como
estilhaços sob a pele, e até mesmo parte da perna de uma delas foi amputada.
Elas viram pessoas, inclusive crianças, morrerem” – cfr. https://www.portasabertas.org.br/noticias/cristaos-perseguidos/apos-5-anos-do-sequestro-em-chibok-112-meninas-continuam-cativas. Em 5 anos, mais de 1.000 crianças foram
sequestradas pelo Boko Haram.
Bombardeiros - O
avião-bombardeiro mais antigo em operação, desde a II Guerra Mundial, é o B-52,
armado com bombas convencionais e nucleares, com autonomia de 14.000
km, podendo carregar até 50
bombas de 241 kg. O
B-52 é também conhecido como buff (big, ugly, fat, fucker -
grande, feio, gordo, escroto). O bombardeiro mais moderno é o B-2, avião de 2
bilhões de dólares, que voou direto dos EUA para bombardear o Afeganistão em
outubro de 2001, contra o governo Talibã e a Al-Qaeda de Osama bin Laden. O B-1
é um supersônico armado com bombas que são guiadas por satélites. O F/A-18
Hornet é um caça-bombardeiro, normalmente baseado em bases aéreas ou
porta-aviões.
Burka -
Vestimenta islâmica, que cobre a mulher da cabeça aos pés, deixando apenas uma
pequena grade retangular à altura dos olhos, por onde as mulheres enxergam com
dificuldade, ocasionando, muitas vezes, problemas sérios de visão. No
Afeganistão, a burka tornou-se obrigatória durante o regime dos Talibãs.
Burquini -
Mistura de burca com biquini, é a peça de banho-de-mar que cobre todo o corpo
humano (inclusive uma touca), usada por muçulmanas da Indonésia.
Caso Lockerbie -
Ataque terrorista contra um avião da Pan Am (Boeing 747), ocorrido nos céus da
Escócia (Lockerbie), em 21/12/1988, quando morreram 259 pessoas a bordo e 11 em
terra. A suspeita recaiu logo de início sobre a Líbia, de Muammar al-Gaddafi, o
que ocasionou de imediato um embargo econômico contra aquele país. O agente
secreto líbio, Abdel Basset al-Megrahi, foi condenado à prisão perpétua doze
anos depois do atentado.
Choque de Civilizações - Ensaio do escritor Samuel P. Huntington, publicado em 1993
(transformado em livro, em 1996 – “O Choque de Civilizações e a Recomposição da
Ordem Mundial”), em que aborda conflitos entre civilizações, especialmente o
atual conflito “Islã x Ocidente”, depois da derrocada do comunismo na União
Soviética, com a expansão do Islã na ex-Iugoslávia (Bósnia-Herzegóvina e
Kosovo) e nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, além de conflitos
islâmicos na Caxemira (Índia), na Chechênia (Rússia), na questão
palestino-israelense, na China, na Indonésia, nas Filipinas, no Sudão, no
Egito, no Afeganistão, na Argélia e em praticamente todos os lugares do mundo
onde há comunidades islâmicas. Segundo Huntington, são 8 as civilizações
atuais: civilização ocidental (Europa, Canadá, EUA e países afins), civilização
eslava-ortodoxa (Rússia e países-afins), civilização islâmica, civilização
confuciana (China e países-afins), civilização hindu, civilização japonesa,
civilização sul-americana e civilização africana. Na América Latina, em 1960
havia 7 milhões de protestantes; em 1990 esse número subiu para 50 milhões; no
início da década de 1990, 20% da população latino-americana se identificava
como protestante e 73% como católicos; no entanto, aos domingos, 20 milhões de
pessoas estavam em templos protestantes enquanto apenas 14 milhões de católicos
iam às igrejas. Leia o livro de Huntington em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/o-choque-de-civilizacoes-e-recomposicao.html. Veja Fim da História.
Conare -
Comitê Nacional para Refugiados: vinculado ao Ministério da Justiça, foi criado
em 1998. Nesse ano, o escritor cubano Ricardo Alberto Pérez, perseguido pelo
regime comunista de Fidel Castro, recebeu proteção na “cidade-refúgio” de Passo
Fundo, RS. Em 2002, refugiados do Afeganistão se estabeleceram em Porto Alegre.
O Conare negou asilo ao terrorista Cesare Battisti, porém o ministro de
Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao companheiro de ideologia.
Conflitos de linha de fratura - Civilizações distintas que dividem um país, são especialmente
frequentes entre muçulmanos e não-muçulmanos (Cachemira, Kosovo, Chechenia,
Nigéria, Sudão etc.). Atualmente, a Ucrânia vive esse conflito, dividido entre
simpatizantes da Rússia e da União Europeia, que já redundou na anexação russa
da Crimeia, em 2014.
Criminoso de guerra - Expressão de pau muito ouvida, sempre se trata de chefe
militar que combate na fronteira adversária. Os nossos chefes e os chefes das
tropas amigas são sempre seres angelicais. Criminoso de guerra é também aquele
que perde a guerra. Expressão aplicada a todos os chefes nazistas processados
em Nüremberg, ficaram de fora os criminosos que lançaram as bombas atômicas
sobre Hiroshima e Nagasaki, e as bombas incendiárias sobre Tóquio, Berlim e
Dresden, incinerando centenas de milhares de civis durante a II Guerra Mundial. “Pouco
antes do fim do conflito, aviões americanos e britânicos lançaram 3.500
toneladas de bombas sobre a cidade [Dresden]. Quase nada ficou
de pé” (revista Veja no. 1796, pg. 60). Atacada por
800 aviões, morreram cerca de 35.000 civis. As bombas produziram ventos
superiores a 160 km/h, elevando a temperatura do ar centenas de graus. “O
fósforo das bombas transformou os corpos numa massa amarelada liquefeita, que
se fundia no asfalto das ruas. Muitos sobreviventes ardiam em chamas” (Idem,
pg. 61). Ficaram de fora do julgamento, também, aqueles que cometeram “crimes
contra a humanidade”, como os líderes comunistas Lênin, Stálin, Mao Tse-tung,
Pol Pot, Fidel Castro, responsáveis por mais de 100 milhões de mortes.
Recentemente, esse epíteto de pau, “criminoso de guerra”, foi colado em
Slobodan Milosevic, ex-presidente da antiga Iugoslávia, preso e processado por
um Tribunal Internacional, em Haia, acusado de ter fomentado a “limpeza étnica”
na Bósnia e no Kosovo, ao mesmo tempo em que criminosos da OTAN, que bombardearam
a Sérvia, na questão do Kosovo, destruíram toda a infraestrutura da nação,
mataram mais de 5.000 civis inocentes, não sofreram nenhum tipo de condenação.
No dia 11/03/2006, Milosevic morreu na prisão, de causas naturais. No dia
25/05/2011, foi preso o general sérvio Ratko Mladic, acusado de matar 8.000
muçulmanos. E não se fala nada sobre a “Síndrome dos Bálcãs”, doença que afetou
extensa população iugoslava, incluindo alguns militares americanos, motivada
por mísseis da OTAN que continham urânio depletado (empobrecido) em suas
ogivas. Utilizadas pelos EUA, Rússia, França e Inglaterra, essas ogivas se
destinam para penetração em blindados e não necessitam de explosivos porque
geram no choque um calor de 1.800 graus Celcius, suficiente para derreter o aço
e pulverizar a tripulação. “As tropas da OTAN lançaram 10.000 projéteis
de urânio empobrecido na Bósnia, no início dos anos 90, e mais 31.000 em
Kosovo, em 1999. Na Guerra do Golfo, as forças aliadas comandadas pelos Estados
Unidos dispararam mais de 90.000 projéteis do tipo” (“Arma
envenenada”, revista Veja no. 1683, de 17/01/2001, pg. 53).
Casos de leucemia em crianças do Iraque, provocados por projéteis de urânio
depletado, podem ser vistos no link http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/as-vitimas-das-armas-de-destruicao-em.html. Veja Síndrome da Guerra do Golfo.
Cristofobia -
Palavra proferida pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro, durante a Assembleia-Geral
da ONU, em 2020. Trata-se da perseguição a cristãos, principalmente por parte
de regimes comunistas e islâmicos, com cerca de 100 mil mortes de cristãos por
ano - cfr. texto de Reinaldo Azevedo em https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/cristofobia-que-mata-100-mil-cristaos-por-ano-ataca-quatro-igrejas-e-uma-escola-brasileiras-no-niger-e-o-que-dizem-os-tais-intelectuais-ora-nada/. Em Moscou, a Catedral de Cristo, o
Salvador, foi dinamitada em 1931 e reconstruída após o fim da URSS; a Catedral
de Nossa Senhora foi transformada em banheiro público. Hoje, muitas igrejas e
catedrais da Europa são transformadas em museus e outras destinações, por falta
de fiéis. No Egito, cristãos coptas são crucificados e têm lojas incendiadas;
na Nigéria, cristãos são queimados vivos por muçulmanos do Boko Haram e a
imprensa não noticia nada (cfr. http://www.infocontinental.com/2011/04/27/cristianos-quemados-vivos-en-nigeria-por-musulmanes/). “Está acontecendo em países
islâmicos e comunistas um morticínio organizado de cristãos, sem outro motivo
que não o de serem cristãos, alcançando já um total de mais de dois milhões de
vítimas desde a última década. Um diferente de perseguição se observa no outro
lado do mundo: o genocídio cultural anticristo nos EUA. Sob pressão do lobby
politicamente correto que domina as classes superiores e a mídia, os cristãos
americanos vêm sendo expulsos, deliberada e sistematicamente, das instituições
de ensino e cultura, proibidos de rezar em voz alta nas escolas, nos quartéis,
nas repartições públicas e em muitas empresas privadas. Estudantes são punidos
porque entraram em classe com um crucifixo ou uma Bíblia. Alguns estados
tornaram obrigatório o ensino do islamismo e das religiões dos índios
americanos nas escolas, punindo qualquer preferência cristã ostensiva com
estágios obrigatórios de ‘reeducação de sensibilidade’ que incluem horas de
recitações corânicas ou prática de ritos indígenas” (CARVALHO, 2013:
411). “Na BBC, nós já vimos, é permitido insultar cristãos e fazer
pilhéria de Jesus Cristo, mas é proibido tornar pública qualquer referência
crítica ao profeta Maomé. Chegou a vez de o New York Times evidenciar a sua
dupla moral. O cristianismo é hoje a religião mais perseguida no mundo -
INCLUSIVE NOS PAÍSES CRISTÃOS, O QUE É ESPANTOSO! Qual é o ponto? No dia 9 de
março [2012], o jornal publicou um anúncio que convida os
católicos a abandonar a Igreja. Indagava por que enviam seus filhos para a
doutrinação e classifica de equivocada a lealdade a uma fé marcada por ‘duas
décadas de escândalos sexuais envolvendo padres, cumplicidade da Igreja,
conluio e acobertamento, da base ao topo da hierarquia’. (...) Ocorre que a
blogueira Pamela Geller, que comanda a página ‘Stop Islamization of America’,
tentou pagar os mesmos US$ 39 mil para publicar no mesmo New York Times um
anúncio convidando os muçulmanos a abandonar a sua religião. E O NEW YORK TIMES
SE NEGOU!” (AZEVEDO, 2012: 58-59). “O Chefe da BBC, Mark
Thompson, admitiu que a BBC jamais zombaria de Maomé como zomba de Jesus. Ele
justificou a espantosa confissão de preconceito religioso dando a entender que
zombar de Maomé teria o mesmo peso emocional da pornografia infantil. Mas tudo
bem zombar de Jesus porque o cristianismo suporta tudo e tem pouca relação com
questões étnicas” (The Christian Institute, 29/02/2012 - apud AZEVEDO,
2012: 52). “O Islã não pode ser atacado sob nenhuma hipótese, mas os
cristãos, sim, porque eles não reagem quando são atacados” (Peter
Sissons, ex-âncora da BBC - apud AZEVEDO, 2012: 53). “Se Jesus voltasse, teria
voltado gay, travesti, mulher”, disse Fabio Porchat, que, junto com Gregório Duvivier, gravou o
“Especial de Natal” da Porta dos Fundos, em 2019, “A Primeira Tentação de
Cristo”, apresentando Jesus como gay. Em 18/10/2020, a Igreja de São
Francisco de Borja e a Igreja de Assunção foram incendiadas em Santiago, Chile,
com pichação de “Muerte al Nazareno” (Morte ao Nazareno) - cfr. em https://revistacatolica.com.br/morte-ao-nazareno/. “O relatório anual da ONG Open Doors afirma
que mais de trezentos e quarenta milhões de cristãos no mundo sofrem
perseguição por causa de sua religião, em nível alto, muito alto ou extremo.
Isso equivale a dizer que uma a cada oito pessoas que professam a fé cristã
encontra-se nessa terrível situação. (...) O documento aponta ainda que o
número de cristãos mortos no ano de 2020 aumentou 60% em relação a 2019. Os
países que atingiram o nível extremo em matéria de perseguição foram: Coreia do
Norte, Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Iêmen, Irã, Nigéria,
Índia, Iraque e Síria” (“Aconteceu
na Igreja e no mundo”, revista Arautos do Evangelho, no. 231, Março
2021, pg. 44). A ONU não reconhece que haja genocídio de cristãos. Quanto mais
crimes são cometidos contra cristãos por terroristas islâmicos, mais a imprensa
fala em “islamofobia”. Veja Holocausto cristão.
Curdistão - Região ocupada por cerca de 25 a 35 milhões de curdos, espalhados em 6 países: Turquia (mais da metade da população), Síria, Iraque, Irã, Armênia e Azerbaijão. Quarto maior grupo étnico do Oriente Médio, a exemplo dos palestinos, é um povo que não tem sua pátria.
Daawa - (Árabe) “Pregação”: islamitas moderados optam pela daawa,
em vez da jihad, em suas pregações. Com certeza, uma trégua, mas o
objetivo final é o mesmo dos radicais: submeter a população mundial a Alá.
Dar
Al-Harb - (Árabe) “Território de guerra”, “que
deveria ser progressivamente conquistado para o Islã pela pregação ou, se
necessário, pela força das armas” (BALTA, 2010: 5). Segundo a teologia
islâmica, território não-islâmico é um território de guerra, que deve ser
conquistado para Alá. Ou seja: o mundo inteiro.
Dar
Al-Islam - (Árabe) “Morada ou território do Islã”.
Junto com o Dar Al-Salam (território da paz), forma as terras
da ummá, a comunidade dos muçulmanos. Veja Ummá.
Democracia no Iraque - Locução de pau criada pelo presidente George W. Bush, depois
de iniciar a guerra no Iraque que depôs o ditador Saddam Hussein, em 2003.
Promover a democracia num país islâmico, nos moldes ocidentais, é tão natural e
tão fácil como vender geladeira a esquimó. Por que Bush não tentou promover a
democracia também no Tibete, expulsando os malditos comunistas chineses que
trucidaram aquele povo sereno, destruindo quase todos os templos budistas? Por
que não promoveu a democracia na própria China, que se torna cada dia mais
capitalista? Por que também não no Irã? Na Coreia do Norte? Em Cuba?
Democracia pela força - “É uma arrogância perigosa supor que podemos construir
outras nações. Porém, onde nossos interesses estiverem em jogo, podemos ajudar
outras nações a se autoconstruírem - e dar-lhes tempo para começar a fazê-lo” (Anthony
Lake, ex-assessor de Segurança Nacional dos EUA durante o Governo Bill Clinton
- apud HIPPEL, 2003: 11). Dentro da concepção nation
building (construção de nação), evocado pelas missões de paz da ONU,
os EUA, nas últimas décadas, promoveram intervenções no Panamá, na Somália, no
Haiti e nas ex-repúblicas da antiga Iugoslávia. Veja Big stick, Diplomacia de
cruzeiro e Doutrina Lake.
Desinformatsya -
(Russo) “Desinformação”. “Sabe-se que a informação é, por natureza, uma
mercadoria adulterada. Não faltarão tentações para a adulterar ainda mais” (VOLKOF,
2004: 10). A Desinformatsya foi concebida pelo Komintern para
designar o uso sistemático de informações falsas como instrumento de
desestabilização de regimes políticos. "A desinformação leva as instituições
ao completo descrédito, induzindo a opinião pública a transferir aos agentes da
desinformação a confiança que depositamos no Estado, nas leis e nos costumes
tradicionais" (Olavo de Carvalho). O secretário de Estado do
governo Barack Obama, John Kerry, em 22/04/1971, recém-chegado do Vietnã, “testemunhou
perante o Comitê de Relações Públicas do Senado que soldados americanos
haviam ‘estuprado mulheres, cortado orelhas e cabeças, amarrado genitais
humanos com fios elétricos e ligado a corrente, amputado braços e pernas,
explodido corpos, atirado a esmo em civis e arrasado vilas de uma maneira que
lembrava Gengis Khan’. (...) O mais alto oficial da inteligência soviética que
já desertou para o Ocidente, o general romeno Ion Mihai Pacepa, publicou um
livro (‘Disinformation’, WND Books, 2013) em que conta várias operações de
desinformação antiamericana, montadas pela KGB, das quais havia sido
participante ou testemunha direta. Uma delas consistiu precisamente em espalhar
em todos os meios esquerdistas da Europa e das Américas o rol de acusações,
totalmente inventado, que o depoimento de Kerry repetiu no Senado ‘quase
palavra por palavra’ (sic). Desinformação, stricto sensu, só existe quando a
mentira comprometedora não é ouvida da boca do inimigo, mas de alguém de
confiança da vítima. Estampadas no Pravda ou vociferadas pela Rádio
Moscou, aquelas acusações seriam apenas notícias falsas vindas de uma potência
hostil. Repetidas com ares de seriedade por um ex-tenente condecorado da
Marinha americana e reproduzidas no New York Times, no Washington Post e por
toda parte na mídia ‘respeitável’, tornavam-se desinformação de primeira ordem,
uma contribuição essencial à transmutação da vitória militar americana no
Vietnã em humilhante derrota política e diplomática” (Olavo de Carvalho,
“Em quem acreditar?” - Diário do Comércio, 02/09/2013 - https://olavodecarvalho.org/em-quem-acreditar/). Um antecedente milenar foi Sun-Tsu, que
afirmou: “Todo esforço de guerra baseia-se no engodo”. Se a
espionagem é a 2ª mais antiga profissão do mundo, a desinformação é a 3ª. Nos
EUA, o Governo George W. Bush criou o Departamento de Influência Estrangeira,
subordinado ao Pentágono, logo após os atentados terroristas de 11/09/2001,
para difusão de informações no Oriente Médio, Ásia e até Europa Ocidental,
inclusive falsas. Uma das unidades encarregada do programa do novo Departamento
é o Comando de Operações Psicológicas (PsyOp), do Exército. Na década de 1980,
o PsyOp transmitiu programas de rádio e TV para a Nicarágua, para minar o
Governo sandinista de Daniel Ortega. Nos anos 1990, o PsyOp estimulou o apoio
aos americanos nos Bálcãs. “A forma mais simples de expor uma operação
de desinformação é compará-la a uma forma de publicidade, apesar da seguinte
diferença: a publicidade obedece à ‘predestinação simples’ (certos homens são
predestinados à salvação: este determinismo lava mais branco), enquanto as
operações de desinformação obedecem ao princípio da ‘predestinação dupla’
(certos homens são predestinados à salvação, outros à danação: o comunismo é
bom, o capitalismo é mau)” (VOLKOFF, 2004: 101). Segundo Volkoff, a
desinformação tem os seguintes ingredientes: o cliente, o dinheiro, o estudo de
mercado, os suportes (caráter anedótico, mais apto a chocar, seduzir, do que
persuadir) os retransmissores (vários, procurando cúmplices), o tema, o
tratamento do tema (não difundir uma informação verdadeira, mas uma falsa,
sobreinformação para fazer perder o sentido, slogans como “socialismo ou
morte”, “lava mais branco”), as caixas de ressonância (mídia - “falar do que se
fala”, o agente influenciador, o “bom” jornal e a “boa” emissora), o alvo (o
público - aumentar a animosidade contra o “inimigo”), a diabolização ou
satanização (dizer o pior possível do “inimigo”), o maniqueísmo (os “bons” e os
“maus”) e a psicose (criação da “unanimidade” nas pessoas). E como ocorrem os
truques da desinformação? Pela negação dos fatos, inversão dos fatos, mistura
verdadeiro-falso com diferentes graduações, modificação do motivo, modificação
das circunstâncias, encobrimento, camuflagem, interpretação, generalização,
ilustração, partes desiguais, partes iguais, variação sobre o mesmo tema (Cfr.
pg. 101 a 114). “A
desinformação é uma manipulação da opinião pública para fins políticos através
de informação trabalhada por processos ocultos” (idem, pg. 123). Um
exemplo de desinformação foi a “guerra bacteriológica” americana na
Coreia, “forjada por um agente soviético, o jornalista australiano
Wilfred Burchett. Pierre Daix, então redator-chefe do jornal comunista ‘Ce
Soir’, revelou mais tarde, em 1976, em suas memórias, ‘J’ai cru au matin’, como
foi montada essa farsa jornalística” (REVEL, 2003: 26). Por sua obra,
Burchett recebeu o Prêmio Stálin 1951. Um exemplo clássico da desinformação foi
“O homem que nunca existiu”: “Fazer com que uma pasta contendo
documentos chegue até a praia, o mais próximo possível de Huelva, na Espanha,
de forma que se pense ser o fato resultado da perda de um avião no mar, quando
a pasta estava sendo levada por um oficial inglês para o quartel-general das
forças aliadas na África do Norte” (MONTAGU, 1978: 35). O cadáver do
“major Martin”, dos “Reais Fuzileiros Navais”, e os “documentos” que carregava,
iludiram os nazistas e contribuíram com o êxito da invasão aliada na Sicília -
e depois, o sul da Europa -, durante a II Guerra Mundial. Leia “Censura e
desinformação”, de Olavo de Carvalho, em https://olavodecarvalho.org/censura-e-desinformacao/.
Deus é fiel! -
Frase impressa na camisa de um jogador de futebol brasileiro, ao comemorar o
título de campeão do futebol italiano. Frase de pau, porque não se imagina que
Deus possa ser “infiel” com o adversário daquele jogador somente por ele não
ser evangélico. Deus não é exclusividade de ninguém, nem jurou fidelidade a
essa ou àquela criatura humana, pois Ele é Pai de todos e está acima de todos
os adjetivos que nós, simples mortais, lhe impingimos. Nós é que devemos ser
fiéis a Ele. Além do mais, não se deve usar Seu Santo Nome em vão. Estão
certíssimos os islâmicos quando dizem Allah-o-Akhbar (Deus é
Grande).
Dhima ou Dimá –
(Árabe) “Proteção”. Estatuto islâmico hoje em desuso. Os judeus e
cristãos “deveriam pagar dois impostos, a djiziá e o kharaj, de que
ficavam isentos os convertidos” (BALTA, 2010: 23). Isso explica, em
parte, a rápida “conversão” ao islamismo durante o período das primeiras
conquistas árabes. O Estado Islâmico retomou essa prática, para os infiéis que
não tiveram as cabeças decepadas.
Diáspora
judaica - Processo de dispersão dos judeus
pelo mundo. A 1ª dispersão (êxodo ou exílio) ocorreu em 586 a.C., quando o
imperador Nabucodonosor II invadiu Jerusalém e deportou os judeus para a
Babilônia (586-538 a.C.). A 2ª dispersão ocorreu em 135 d.C., com a destruição
romana de Jerusalém. A diáspora judia continuou em 1948, com a criação do
Estado de Israel, quando se inicia também a diáspora do povo palestino. Entre
1948 e 1968, cerca de 850.000 judeus foram forçados a abandonar os países
árabes, depois do confisco de todos os seus bens. No Egito, em 1948 havia cerca
de 75.000 judeus; em 2001 eram apenas 100 (durante a Campanha do Sinai, em
1956, 25.000 judeus foram expulsos do Egito). Na Líbia, havia 38.000; em 2001,
0. Na Argélia havia 140.000; em 2001, 0. No Marrocos, eram 265.000. Em 2001,
havia apenas 5.700. “Dos 848.000 mil judeus que moravam nos países árabes em 1948, restavam
apenas 7.800 em 2001” (Cfr. em http://sinagogashaarei.org/historia-das-comunidades-judeus-dos-paises-arabes/, transcrito em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/historia-das-comunidades-judeus-dos.html). “A Irlanda é o único país que nunca perseguiu os
judeus. Sabe por quê? Porque nunca os deixou entrar” (JOYCE, 1966:
41).
Diáspora
palestina - Tem início com a criação do Estado
de Israel, em 1948. Dados de fevereiro de 2001 indicavam os seguintes números
de refugiados palestinos em diversos países: Líbano: 376.472; Síria: 383.199;
Jordânia: 1.570.192; Cisjordânia: 583.009; Faixa de Gaza: 824.622.
Diplomacia de Cruzeiro - Política do Big Stick (porrete)
norte-americano, autoproclamado “polícia do mundo”, como nos ataques da “ONU”
contra o Iraque (1991), da OTAN contra a Iugoslávia (1999), dos EUA contra o
Afeganistão (2001) e o Iraque (2003), e da OTAN contra a Líbia (2011),
utilizando mísseis de cruzeiro (cruise missile) Tomahawk e
destruindo toda a infraestrutura desses países. Veja Big Stick e Doutrina Lake.
Divisão Hanzar -
O nome Hanzar deriva de um tipo de adaga, a cimitarra, utilizada pelo exército
do Império Otomano. Em 25/04/1941, Hitler enviou o grão mufti de Jerusalém,
Amin al-Husseini, à Bósnia, onde recebeu o título de “Protetor do Islã”. No dia
10/02/1943, Hitler criou a Divisão Hanzar (ou Handschar), na Bósnia, subordinada
às SS, com efetivo de 100.000 voluntários bósnios muçulmanos, sendo o mufti o
administrador-chefe. O mufti propôs implementar o “Plano Pejani”, para
extermínio dos sérvios cristãos, mas Hitler desistiu. Os Hanzars cooperaram com
os nazistas para o extermínio de 200.000 cristãos sérvios, 40.000 ciganos e
22.000 judeus. Em março de 1944, de Berlim, em discurso para as tropas Hanzar,
o mufti bradou: “Matem os judeus onde quer que vocês os encontrem. Isso
agrada a Alá, à História e à religião. Isso salvará a sua honra. Alá está com
vocês” (“As origens nazistas do terrorismo árabe moderno”, de Chuck
Morse - Cfr. em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/as-origens-nazistas-do-terrorismo-arabe.html). Veja Genocídio.
Doutrina Lake -
Doutrina propagada por Anthony Lake, Assessor de Segurança Nacional do
Presidente Bill Clinton, em 1996. Segundo a Doutrina, as Forças Armadas
americanas devem ser utilizadas em 7 circunstâncias: 1) defender o país contra
ataques diretos; 2) para conter agressões; 3) para garantir os interesses
econômicos do país; 4) para preservar e promover a democracia; 5) para prevenir
a propagação de armas de destruição em massa, terrorismo, crime internacional e
tráfico de drogas; 6) com fins humanitários para combater a fome, desastres
naturais e grandes abusos de direitos humanos; e 7) em defesa da ecologia e do
meio ambiente. Leia meu texto “Doutrina Lake - o Big Stick Atualizado”,
em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/10/doutrina-lake-o-big-stick-atualizado.html.
EIS -
Exército Islâmico de Salvação: grupo extremista que, junto com o Grupo Islâmico
Armado (GIA), atuou na guerra civil da Argélia, iniciada em 1992, quando foram
anuladas as eleições (2º turno) que dariam a vitória à Frente Islâmica de
Salvação (FIS), que desejava implantar um estado islâmico naquele país. Veja
FIS e GIA.
El-Gamaa el-Islamyia - (Árabe) “Assembleia Islâmica”: grupo fundamentalista
terrorista do Egito.
ELK -
Exército de Libertação do Kosovo: movimento separatista em luta contra o
governo da Sérvia, quer a independência da Província do Kosovo (que tem maioria
albanesa, de religião muçulmana) ou anexação à Albânia. O mesmo que UÇK.
Epístola de Qadir - Risala
AL-Qadiriya, em Árabe: em 1019, Al-Qadir, califa de Bagdá, emitiu uma
epístola político-religiosa, “na qual condenava a doutrina da ‘Criação
do Alcorão’, proibia novas exegeses (interpretações do Livro) e fixava o credo
oficial. Desse modo, ele ‘fechou a porta da ijtihad’ (esforço de pesquisa
pessoal), segundo uma expressão em uso entre os muçulmanos. Também matou o
espírito crítico e encorajou a taqlid ou ‘imitação servil’, em detrimento da
inovação” (BALTA, 2010: 36-37). O impasse permanece até hoje para os
muçulmanos: modernizar o Islã ou islamizar a modernidade?
Escolas corânicas -
Escolas confessionais islâmicas, as madrassas. No Paquistão, existem
cerca de 70.000 escolas corânicas, financiadas pelos países petroleiros do
Golfo Pérsico, “onde 6 milhões de crianças são instruídas na versão
mais militante do islamismo e preparadas para dedicar a vida à guerra santa” (Amir
Taheri, in “O ódio dos muçulmanos ao Ocidente é cultivado por
Governos e imprensa”, revista Veja, 26/12/2001). Os talibãs, que
chegaram a tomar o Afeganistão, foram formados nessas escolas. Veja Talibã.
Escravidão do povo de olho azul - Desde a antiguidade, o comércio de escravos foi comum no continente
africano. Muitos príncipes negros viviam no luxo vendendo seu próprio povo. No
Mediterrâneo, os islâmicos sequestravam milhares de europeus, fazendo escravos
os homens e concubinas (escravas sexuais) as mulheres; era “quando os escravos
tinham olhos azuis”. Os EUA acabaram com essa farra, que consta no Hino dos
Marines: From the Halls of Montezuma to the Shores of Tripoli -
cfr. “EUA e Islã - Pequena aula de História” em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/os-eua-e-o-isla.html.
ESL - 1.
Exército do Sul do Líbano: milícia libanesa, aliada de Israel durante a
ocupação do Sul do Líbano (1978-2000). Com a retirada de Israel da região, em
2000, o ESL foi deixado à própria sorte, com a chegada do Hezbollah. 2.
Exército Simbionês de Libertação (EUA): era formado por estudantes
radicais da Universidade da Califórnia em Berkeley, a maioria mulheres. Embora
tenham recrutado 4 condenados (2 negros e 2 brancos), os intelectuais sempre
foram a maioria e sempre dirigiram o movimento; seu nome indicava a simbiose ou
fusão entre os intelectuais e os necessitados. Típico produto das escolas de
subversão e espionagem, da URSS.
Eurábia -
Combinação das palavras “Europa” e “Arábia”. Trata-se da islamização da Europa
moderna, motivada, principalmente, pelo “suicídio” daquele continente, onde as
pessoas não querem mais ter filhos e abandonaram a religião cristã. “Estudo
de uma equipe de sociólogos do EVS mostra que, em 1999, havia 62,1% de
católicos e 25,8% de protestantes no continente. Em 2008, data do último
relatório, registrou-se queda vertical nas proporções, para 36,7% e 14,5%,
respectivamente. (...) Do lado muçulmano, ocorre o contrário. Eles são
atualmente 44 milhões (6% da população europeia), depois de um aumento de 14,5
milhões de 1990 a 2010” (in “Europa: queda
vertical de católicos e protestantes! Crescem os sem igreja e os muçulmanos!”
- Ex-Blog do Cesar Maia, 28/10/2011). Os muçulmanos agradecem esse
precioso presente, chucrán! Apesar dos magrebianos terem casa,
comida e escola de graça, como é o caso da França, eles não se aculturam e
exibem faixas em protestos: “O Islã é a solução”, “O Islã é minha pátria”, “O
Islã irá dominar o mundo”. Já existe uma espécie de intifada na
França, na Alemanha e na Inglaterra, com incêndios de carros e prédios
públicos, e depredações em geral, a qualquer pretexto - com o apoio direto ou
indireto dos sheiks nas mesquitas, que vociferam contra os
“infiéis”. Deveriam ser deportados, já que cospem no prato em que comem. Veja
Jihad.
Exército de Mohammad - Exército de Maomé: grupo terrorista que se responsabilizou
pelos atentados no Iêmen contra a Embaixada Britânica, e contra o Contratorpedeiro
Cole, da Marinha dos EUA, em 12/10/2000, matando 17 pessoas, em ataque
promovido por 2 terroristas suicidas numa lancha de borracha com 220
kg de explosivos.
Fanatismo religioso - Existente, hoje em dia, entre muçulmanos radicais mundo a fora
e entre evangélicos que no Brasil - imitando os talibãs - se especializaram em
quebrar estátuas de Nossa Senhora ou de santos, ou dando “chute na Santa”,
Padroeira do Brasil, no dia 12/10/1995, em programa ao vivo da TV
Record, da Igreja Universal do Reino de Deus - caso do bispo Sérgio von
Helder. Leia, de minha autoria, “Nossa Senhora Aparecida e a Intolerância dos
Talibãs Evangélicos” em http://www.sacralidade.com/igreja2008/0259.universal.html. Infelizmente, o Geledés comete o mesmo erro
dos protestantes, quando diz, em comentário a um texto de minha autoria (https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/06/Mapa_da_intolerancia_religiosa.pdf), que “não há dúvidas que o uso de
imagens e a adoração aos santos são um dos grandes elementos
divisores entre a prática católica e a prática protestante/evangélica em nosso
país”. Uma deslavada mentira, de que os católicos “adoram os santos”.
Eles apenas os “veneram”.
Fatwa -
(Árabe) “Decreto religioso islâmico”. Veredito islâmico, como o decretado
contra Salman Rushdie, autor do livro “Versos Satânicos”, pelo qual foi
condenado à morte pelo Ayatolá Khomeini.
Fim da História, O -
(The End of History) “O fim da História e o Último Homem” é um
ensaio escrito em 1989 pelo doutor em ciência política pela Universidade de
Harvard, Yoshihiro Francis Fukuyama, após a queda do Muro de Berlim, cuja tese
consiste no fim da evolução histórica devido à implantação da democracia
liberal a grandes setores da humanidade, em seu caráter de ideologia
definitiva, e último e melhor sistema de governo, que produziria a máxima
satisfação aos seres humanos - antevendo aí a dissolução da União Soviética e
demais regimes totalitários, comunistas ou não. Segundo Samuel Huntington
(autor de “O Choque de Civilizações”), “O Fim da História” padece da “falácia
da alternativa única”. Mesmo assim, ele diz qual alternativa seria a
melhor: “A ideia de que existe um ‘fim da história’ era compartilhada
pelos marxistas, que acreditavam, como eu, em evolução a longo prazo, da
sociedade humana. A diferença é que eles achavam que o fim da história seria a
vitória da utopia comunista. Depois da queda do Muro de Berlim quase ninguém
ainda acredita nisso. Minha tese é que, diferentemente do que pensavam os
marxistas, o ponto final da história é a democracia liberal. Não considero
plausível imaginar que estávamos no rumo de uma forma mais elevada de
civilização. Podemos retroceder ao fascismo, à monarquia ou ao caos puro e
simples. Nunca vamos ter, contudo, um modelo de sociedade melhor do que a
democracia orientada pela economia de mercado. Essa é a ideia básica de ‘O Fim
da História’. Nada do que ocorreu desde então, nem mesmo os atentados de 11 de
setembro de 2001, mudou isso” (Francis Fukuyama, in “A
história acabou”, texto de Diogo Schelp, revista Veja no.
1880, de 17/11/2004, pg. 11). A rigor, o “Fim da História” já era concebido
antigamente pela Igreja Católica, quando pretendia impor a religião cristã a
todo o mundo, assim como a Internacional Comunista, que tentou comunizar todo o
planeta. O fundamentalismo islâmico tem o mesmo objetivo: islamizar o planeta,
ou seja, programar o “Fim da História” sob o governo de Alá. Veja Choque de
Civilizações.
FIS - Front
Islamique du Salut (Frente Islâmica de Salvação): fundada em
10/03/1989, foi proibida em 04/03/1992, quando foram anuladas as eleições (2º
turno) que o FIS venceria na Argélia; com isso, teve início a guerra civil. Às
vésperas das eleições, ricos xeques do Golfo Pérsico depositaram 12 milhões de
dólares na filial Cartum do Banco Islâmico Faiçal, de onde foi transferida para
a FIS. No início de 1992, mais 20 milhões de dólares foram transferidos de
Cartum para a FIS. A FIS luta pela implantação de uma república islâmica na Argélia;
líder: Abassi Maddani. O GIA é seu braço armado mais belicoso. O Exército
Islâmico de Salvação (EIS) é outro grupo extremista operando na Argélia. Veja
EIS e GIA.
Fundamentalismo -
Conceito protestante que surgiu no século XX, para defender e conservar os
elementos “fundamentais” da fé cristã, através da interpretação literal da
Bíblia. Atualmente refere-se ao conjunto de ideologias que veem, exclusivamente
nos fundamentos da religião, a base para a organização da vida social e
política. Principais movimentos fundamentalistas no mundo: 1) Fundamentalismo
islâmico: teve origem no Wahabismo, uma teoideologia radical formulada na
versão radical do Islamismo, no século XVIII; exemplos de fundamentalismo
islâmico: xiitas no Irã, após a Revolução Iraniana de 1979, conduzida por
Ruhollah Khomeini; a Gammaat-i-Islamia no Egito; a FIS na Argélia; o Hezbollah
no Líbano; o Hamás em Gaza; a milícia Talibã no Afeganistão; 2) Fundamentalismo
hindu: como exemplo temos: a organização Shiv Sena e o Partido Bharatiya Janata
(BJP), os quais destilam seu ódio contra os demais segmentos religiosos da
Índia, especialmente muçulmanos; e os Sikhs, membros de uma seita hindu
monoteísta fundada no século XVI, que desejam fundar o Khalistão (“Terra dos
Puros”) em território indiano; 3) Fundamentalismo judaico: o Eyal (Força
Judaica Combatente) e o Kahane Vive. O fundamentalismo islâmico é o mais forte
e mais atuante no mundo. Muçulmanos perfazem mais de 85% da população dos
seguintes países: Afeganistão, Argélia, Autoridade Palestina, Bangladesh,
Egito, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Paquistão, Arábia Saudita, Senegal,
Tunísia, Turquia, os países do Golfo Pérsico e a maior parte das novas
repúblicas da Ásia Central e do Cáucaso, surgidas após o colapso da União
Soviética. Nos países de Albânia, Tchad, Etiópia e Nigéria os muçulmanos
são 25 a 85%
da população. A Índia, Myanmar (ex-Burna), Camboja e as Filipinas têm
significativas populações muçulmanas. Bernard Lewis, historiador judeu, autor
de “O que deu de errado no Oriente Médio?”, “aponta para a incapacidade
do mundo muçulmano de separar religião e Estado. Faltou-lhes algo como a
Reforma Protestante ou a Revolução Francesa. A promiscuidade entre religião e Estado
gerou um sistema monolítico, avesso às contraposições, que os impediu de
desenvolver conceitos como democracia, emancipação feminina, liberdade de
imprensa. (...) A frustração e o ressentimento causados pelos fracassos das
ideias ocidentais insuflou o fundamentalismo religioso, com sua falsa promessa
de um retorno a um passado glorioso em que os muçulmanos dominavam o mundo” (in “Pobres,
fracos e ignorantes”, resenha de Diogo Mainardi, revista Veja no.
1762, de 31/7/2002, pg. 109).
Genocídio - A
palavra “genocídio” foi cunhada pelo jurista polonês Raphael Lemkin, em 1944,
para descrever as atrocidades dos nazistas contra os judeus durante a II Guerra
Mundial. “Geno” é palavra grega que significa “raça” ou “tribo”; “cídio” vem do
Latim e significa “massacre”. Assim, genocídio é o extermínio sistemático de
uma etnia ou de um povo, a chamada “limpeza étnica”. Os ingleses, espanhóis e
portugueses promoveram o genocídio de indígenas nas Américas (os mesmos
indígenas que haviam promovido genocídio contra seus antecessores). O comunismo
exterminou aproximadamente 110 milhões de pessoas em todo o mundo. O nazismo
aniquilou aproximadamente 6 milhões de judeus, além de ter provocado a morte de
dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, ao desencadear a II Guerra
Mundial. Os ingleses exterminaram em torno de 4 milhões de irlandeses,
utilizando a “Arma da fome” (1845-1849). Os turcos otomanos promoveram a
matança de 1,5 milhão de cristãos armênios durante a I Guerra Mundial. O
general Suharto, ditador da Indonésia (1965-1998), eliminou entre 700.000 e
1.000.000 de cidadãos, grande parte de origem chinesa e ligados ao Partido
Comunista; em 1975, a Indonésia anexou o Timor-Leste, então colônia portuguesa;
durante 24 anos, a repressão causou a morte de cerca de 200.000 pessoas do
país, de maioria cristã. Pol Pot, ditador comunista que tomou o poder do
Camboja em 1975, exterminou cerca de 2 milhões de cambojanos (20% da
população), a maioria de fome, devido ao retorno forçado ao meio rural. Juntas
de comandantes da ditadura militar argentina (1976-1983) fizeram “desaparecer”
5.916 pessoas (os comunistas insistem em mentir que foram 30 mil). O regime de
Saddam Hussein, do Iraque, mandou bombardear cidades curdas, ao norte do país,
em 1988, com armas químicas, matando 8.000 civis e forçando 100.000
a fugir para a Turquia; o
ataque foi para eliminar a guerrilha curda, que apoiou o Irã durante a Guerra
Irã-Iraque (1980-1988). A Sérvia promoveu limpeza étnica na Bósnia-Herzegovina
e na Província do Kosovo, que por sua vez promoveram perseguições contra os
sérvios. O ex-Presidente Milosevic foi entregue ao Tribunal Penal Internacional
- TPI, em Haia, em 2001, para julgamento de “crimes de guerra”, e um de seus
generais, Radislav Krstic, foi condenado, pelo TPI, em 2001, a 46 anos de prisão pela morte de
8.000 muçulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995. As guerras da antiga
Iugoslávia contra a Croácia, Bósnia e Kosovo ocasionaram mais de 200.000
mortos; 700.000 sérvios, por sua vez, foram expulsos das regiões controladas
por bósnios muçulmanos e croatas. Em 1994, o avião do Presidente da Ruanda foi
atingido por um foguete; o Presidente morreu e os hutus culparam os tutsis
(etnia rival), que passaram a ser perseguidos e mortos, resultando na morte de
800 mil tutsis. O governo muçulmano do Sudão promoveu extermínio de cristãos e
animistas no Sul do país (a Guerra Civil fez mais de 2 milhões de vítimas); em
2011, em plebiscito, a população do Sul do país votou pela separação do Norte
muçulmano. Na África do Sul, durante o Governo Mandela, foram assassinados em
torno de 2.000 fazendeiros brancos. Michal Horowitz, erudito judeu ortodoxo,
calcula que cerca de 150.000 cristãos - o total dos mártires dos primeiros
séculos - morrem anualmente assassinados pelas ditaduras da China, Vietnã, Coreia
do Norte, Irã e Sudão. A esses países, deve-se acrescentar a Indonésia, o
Paquistão, o Egito, a Nigéria e outros, de maioria muçulmana, que também
promovem perseguições a não-muçulmanos. Veja Cristofobia.
Gharbzadegi -
“Ocidentoxicação”: os muçulmanos veem a cultura ocidental como materialista,
corrupta, decadente e imoral. Por isso, com o ressurgimento islâmico na
atualidade, está aumentando o sentimento antiocidental, especialmente contra os
EUA.
GIA - Groupe
Islamique Armée (Grupo Islâmico Armado): braço armado mais belicoso da
Frente Islâmica de Salvação (FIS), luta pela implantação de uma república
islâmica na Argélia. O GIA massacrou 150.000 pessoas e assassinou, em 1996, 7
monges de Tibberine e depois o Monsenhor Pierre Claverie, bispo de Oran.
Atuante até 2006, o GIA tinha como objetivo exterminar os judeus e cristãos na
Argélia e formar um califado. Veja FIS.
Guerra
assimétrica - É
quando um dos beligerantes é muito mais poderoso do que o outro, a exemplo dos
EUA em guerra contra o Iraque. Esse é o significado na oldspeak.
Na newspek, ou seja, na língua de pau atual, porém, tem significado
diferente: “Inspirada na Arte da Guerra de Sun-Tzu, consiste em dar
tacitamente a um dos lados beligerantes o direito absoluto de usar de todos os
meios de ação, por mais vis e criminosos, explorando ao mesmo tempo como ardil
estratégico os compromissos morais e legais que amarram as mãos do adversário” (Olavo de Carvalho, in “Diferenças
gritantes”, jornal O Globo, 15/05/2004). Um exemplo simples é o
caso Israel-Hamás: basta revidar aos ataques de foguetes do grupo terrorista,
em legítima autodefesa, para que Israel seja considerado um país genocida e
condenado pela ONU, pelos petistas e seus genéricos, e por toda a esquerda
mundial. Em outubro de 2011, Israel libertou 1027 prisioneiros palestinos e
estrangeiros, a maioria terroristas, em troca do soldado Gilad Shalit, que
havia sido sequestrado pelo Hamás. Embora tenha sido um grande ato humanitário,
mantendo a vida de um simples soldado, foi um erro do governo Benjamin
Netanyahu, pois “a libertação de prisioneiros só encoraja os
terroristas, dando-lhes a sensação de que, mesmo que sejam apanhados, a punição
será de curta duração” - como afirmou o próprio Netaniahu em seu livro
“Combatendo o Terrorismo” (apud revista Veja, in “Um
preço alto demais”, 26/10/2011, pg. 104). A moral esquerdista da guerra
assimétrica é isso: um judeu só tem o direito de continuar vivo se mais de
1.000 terroristas palestinos forem soltos, para voltar a praticar assassinatos de
judeus. A mesma patifaria foi realizada por terroristas brasileiros, em 1969 e
1970, que sequestraram diplomatas estrangeiros para a libertação de dezenas de
“militantes políticos”. “De vez em quando, a Assembleia Geral [da
ONU] se convertia num fórum de exibicionismo, hipocrisia e condenações
unilaterais de Israel; mais de uma agência da ONU veio a se envolver em
escândalos de corrupção, enquanto autocracias brutais como o Irã de Khamenei ou
a Síria de Assad manobravam para obter assento no Conselho de Direitos Humanos
da organização” (OBAMA, 2020: 483).
Guerra da Saia da Mônica - “Quando o presidente Clinton viu-se diante do
escândalo de sua relação com Monica Lewinsky, bombardeou o Afeganistão e o
Sudão. Agora que se via diante da acusação de ter cometido delitos no
desempenho de suas funções pelo mesmo assunto, bombardeava o Iraque. Era uma
mera coincidência? Não é estranho que alguns inspetores das Nações Unidas
batizassem o ataque de ‘guerra da saia de Monica’” (FISK, 2007: 987).
Um criminoso de guerra, com certeza, esse Bill Clinton, assim como Bush pai e
filho, que dizimaram o Iraque.
Guerra dos Drones -
Os EUA e Israel utilizam veículos aéreos não tripulados (VANT), equipados com
mísseis e bombas, para assassinato seletivo de terroristas. Em 8 anos (durante
o segundo mandato de George W. Bush e o primeiro mandato de Barack Obama), os
EUA mataram aproximadamente 3.000 pessoas, principalmente no Paquistão, Iêmen e
Somália. Com Bush, os ataques eram direcionados contra os chefes da Al-Qaeda e
outros grupos terroristas; com Obama - Nobel da Paz, que ironia! - os ataques
passaram a ser contra terroristas em geral, provocando maior número de vítimas.
Guerras Americanas, Século XX - 1894/1902: Campanha contra rebeldes nas Filipinas; 1900:
intervenção na China; 1903: intervenção no Panamá; 1908/1912: intervenção na
Nicarágua; 1915/1916: intervenção no Haiti; 1915/1916: intervenção na República
Dominicana; 1917/1918: Primeira Guerra Mundial; 1917/1919: intervenção em Cuba;
1918/1924: intervenção no Haiti; 1926/1933: intervenção na Nicarágua;
1941/1945: Segunda Guerra Mundial; 1950/1953: Guerra da Coréia; 1965:
intervenção na República Dominicana (o Brasil participou; veja FAIBRÁS);
1965/1975: Guerra do Vietnã; 1982/1983: intervenção no Líbano; 1989/1990: intervenção
em Granada (contra um governo pró-cubano); 1989/1990: intervenção no Panamá
(para remover do poder o general Manuel Noriega, levado preso para os EUA,
acusado de contrabando de drogas); 1990/1991: Guerra do Golfo (liderança da
coalizão internacional contra o Iraque, para libertar o Kuwait); 1992/1995:
intervenção na Somália; 1994: intervenção no Haiti (para reconduzir o
Presidente Jean-Bertrand Aristide ao poder); 1999: guerra contra a Iugoslávia
(liderou a OTAN para bombardear todo o país, devido à luta iugoslava contra os
separatistas muçulmanos da Província de Kosovo; motivo: a Iugoslávia estaria
promovendo “limpeza étnica”). De 1806 até a Guerra do Iraque, iniciado em 2003,
os EUA promoveram 79 intervenções - 69 vezes em países da América Latina e 10
vezes em países do Golfo Pérsico, África e Ásia, variando desde o “Tomei o
Panamá” de Theodore Roosevelt, à “política de boa vizinhança” (good neighbor
policy) de Franklin Delano Roosevelt. Nesse tempo, os EUA atuaram ou
estiveram para atuar 10 vezes no México, 9 vezes na Colômbia, Cuba e Nicarágua,
5 vezes no Panamá, Honduras e Argentina, 4 vezes na República Dominicana, 3
vezes no Haiti e Uruguai, 2 vezes no Brasil e Guatemala e 1 vez no Chile, Peru
e Granada. Os EUA iniciaram o Século XXI (2001) com uma guerra contra o regime
Talibã, do Afeganistão, por abrigar terroristas do Al-Qaeda, responsáveis pelos
atentados contra os EUA no dia 11/09/2001. No ano 2001, os EUA iniciaram o
apoio à Colômbia, com material e pessoal militar, para combate ao narcotráfico
e às FARC. Em 2003, os EUA, junto com os britânicos, atacaram o Iraque e
depuseram o ditador Saddam Hussein, alegando que seu governo alimentava o
terrorismo internacional e escondia armas de destruição em massa (QBN), que até
hoje não foram encontradas. Em 2011, os EUA, junto com países da OTAN, atacaram
a Líbia, para derrubar o regime de Muammar Gadhafi depois da sublevação da
Primavera Árabe no país. “Dado que o governo americano é
intervencionista no exterior, mas não em casa, a guerra cria uma certa
perversidade. Insistir em travar guerras e ao mesmo tempo se recusar a aumentar
os impostos para pagar por elas foi simplesmente uma forma indireta de convidar
o governo chinês a entrar em nossa vida. Se não estamos dispostos a pagar por
nossas guerras, isso significa que vamos nos endividar com a China, com todos
os riscos para o poder e a liberdade futuros que isso acarreta” (JUDT,
2014: 394).
Hamas - (Árabe) “Entusiasmo”.
Movimento de Resistência Islâmico-Palestino, criado pelo xeque Ahmed Yassin.
Grupo radical antissionista, formado em 1978, em Gaza, a partir da Mujam’a (Irmandade
Muçulmana), tornou-se o principal rival da Al-Fatah na Faixa de Gaza, onde tem concentrada
sua força. Reivindica que todo o solo da Palestina é wakf (propriedade
sagrada muçulmana) e que pertence para sempre aos islâmicos. Por isso, prega a
libertação de toda a Palestina, do Mediterrâneo ao Rio Jordão. Promove
atentados suicidas e lança foguetes contra os israelenses, principalmente a
partir da 2ª Intifada. “Durante anos, os israelenses haviam alimentado
o Hamas na construção de mesquitas e serviços sociais para enfrentar seu rival
da OLP ‘terrorista’ e a liderança do ‘superterrorista’ exilado Arafat. Do mesmo
modo que os Estados Unidos ajudaram a criar Osama Bin Laden e Saddam Hussein,
Israel alimentou o Hamas e sua classe dirigente formada por imames e guerreiros
que se consideravam virtuosos, os quais agora exigiam a Palestina - toda a
Palestina - para os palestinos” (FISK, 2007: 540). Vale lembrar que
Arafat usava na cabeça o keffiyeh, lenço palestino, num arranjo que
lembrava o mapa da Palestina.
Hanbalita - “Uma
das quatro escolas jurídicas do islã sunita, presente sobretudo na Arábia
Saudita; caracteriza-se por seu extremo rigor e pela interpretação literal das
Escrituras. Teve grande influência sobre o Movimento Islâmico” (KEPEL,
2003: 562). “Hoje, a divisão mais visível, no mundo islâmico, é entre
os sunitas [90%] e os xiitas [10%]. Porém, a situação não se restringe a esta
divisão geral. Dentro dos sunitas se desenvolveram diversas escolas jurídicas
das quais pelo menos quatro [escola hanbalita, escola malekita, escola
hanafita e escola shafi´ita] existem até hoje e sobre às quais se
impuseram, em regiões diferentes, interpretações ou mais progressistas ou mais
conservadoras da religião. Por exemplo, os hanbalitas que, através dos
wahabitas, exercem autoridade na Arábia Saudita, são até hoje consideravelmente
conservadores, enquanto os shafi’itas que são fortes no Egito, representam uma
das linhas mais liberais do Islã. Nos grupos xiitas, também houve divisões.
Para mencionar somente as correntes mais importantes, encontram-se zaiditas,
ismailitas e imamitas” (Cfr. “A imagem pública dos primeiros
anos do Islã”, em https://www.pucsp.br/rever/rv4_2001/i_antes.htm, acesso em 18/01/2021).
Harb -
(Árabe) Dar el Harb significa “Território de Guerra”. Na doutrina
islâmica, é a “terra da heresia” (Kufur), não-islâmica, dos infiéis, onde é
lícito fazer a Jihad. Veja Ummá.
Hizbollah -
(Árabe) “Partido de Deus”. Grupo xiita radical formado no Líbano, dedica-se a
criar um Estado islâmico nos moldes do Irã. É antiocidental e anti-israelense e
se responsabilizou pelo atentado do carro-bomba contra a embaixada israelense
em Buenos Aires, em março de 1992. É suspeito de ter atacado a embaixada
americana em Beirute, em 18/04/1983, matando mais de 60 pessoas, e o acampamento
dos marines em Beirute, em 23/10/1983, matando 220 fuzileiros,
18 marinheiros e 3 soldados. Opera no Vale do Bekaa e sul do Líbano. Tem
filiais em 17 países muçulmanos e agentes “dormentes” na Europa, sobretudo
Alemanha, nos EUA e na América do Sul (especialmente Venezuela e Brasil).
Criado pelo Serviço Secreto do Irã, recebe desse país ajuda financeira,
treinamento, armas, explosivos e facilidades diplomáticas. Treina seus
militantes no Campo de Nahavand, em Hamadan, a sudoeste de Teerã. Também conhecido
como Jihad Islâmica, Organização da Justiça Revolucionária, Organização dos
Oprimidos sobre a Terra e Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina. Além
de promover a luta armada, presta serviços sociais, o que ajuda a angariar mais
militantes. Veja OLP.
Hizbollah Internacional - “Em 7 de junho de 1996, em seu sermão de sexta-feira, o
líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que o Hizbollah deveria
alcançar ‘todos os continentes e todos os países’” (BODANSKY, 2002:
213). Instalado durante a reunião realizada entre 21 e 23/06/1996, em
Teerã, quando foram convidados delegados de todo o Oriente Médio, África,
Europa e América do Norte, a organização operaria sob jurisdição do IRGC
(Pasdaran) e do escritório de Inteligência Externa de Chamran. Entre os
comandantes que compareceram e concordaram se unir ao Hizbollah
Internacional “estavam Ramadan Shallah (o cérebro da Jihad Islâmica
Palestina), Ahmad Salah, também conhecido como Salim (da Jihad Islâmica Egípcia),
Imad Mughaniyah (do Comando de Operações Especiais do Hizbollah Libanês),
Muhammad Ali Ahmad (representante de Osama bin Laden), Ahmad Jibril (cérebro da
PFLP-GC), ou Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral),
Imad al-Alami e Mustafá al-Liddawi (do Hamás), Abdallah Ocalan (cérebro do
Partido do Povo do Curdistão, a organização terrorista que lutava contra a
Turquia), um enviado do Partido Islâmico da Turquia, o Refah, e um
representante de George Habbash (da Frente Popular para a Libertação da
Palestina)” (idem, 213-214). Foi instalado o “Comitê dos Três”,
diretamente subordinado a Mahdi Chamran, para “coordenação, planejamento e
ataques”. Os membros eram Imad Mughaniyah, Ahmad Salah (Salim) e Osama bin
Laden. Dois deles - bin Laden e Salah - eram sunitas, prova do apreço de Teerã
(xiita) pelos islamitas sunitas. A ênfase foi dada a “operações
destinadas a desestabilizar a área do Golfo Pérsico e a enfraquecer os países
da região”. As primeiras operações do “Comitê dos Três” foram: explosão de
al-Khobar (Laden); apunhalamento de uma diplomata americana (Salim); a queda do
TWA 800 (Imad). Todos os comunicados relacionados a esses ataques continham
razões locais, para encobrir as ações da Internacional do Terror. “Praticamente
todos os maiores ataques terroristas são patrocinados por um Estado e não são
empreendimentos feitos às pressas. Os que executam tais atos são agentes
dedicados e disciplinados agindo sob total comando dos serviços de inteligência
dos países que os patrocinam” (idem, pg. 215). Em 03/01/2020, o
general iraniano Qasem Soleimani foi morto por ataque de drone americano perto
do aeroporto de Bagdá, por ordem do presidente Donald Trump. Soleimani
comandava as Forças Qods no Oriente Médio e era acusado de matar muitos
americanos.
Holocausto cristão -
Massacre promovido pelos turcos contra cristãos armênios durante a I Guerra
Mundial, que configura verdadeiro genocídio. “O paralelismo com
Auschwitz não é frívolo. O reinado do terror na Turquia contra o povo armênio
foi uma tentativa de destruir a raça armênia. Os mortos chegaram a quase 1,5
milhão. Enquanto os turcos falavam publicamente de ‘reassentar’ sua população
armênia - como diriam depois os alemães dos judeus na Europa -, as verdadeiras
intenções do governo turco eram muito específicas. Em 15 de setembro de 1915,
por exemplo - e existe uma cópia desse documento -, o ministro do Interior
turco Talaat Pasha telegrafou uma ordem a seu prefeito de Aleppo. ‘Já foi
informado de que o governo [...] decidiu destruir completamente todas as
pessoas indicadas que vivem na Turquia [...] Deve-se pôr fim a sua existência,
por mais trágicas que as medidas possam ser e sem consideração alguma quanto a
idade nem sexo, nem quanto a qualquer escrúpulo de consciência’. Não foi exatamente
isso que Himmler disse aos assassinos da SS em 1941?” (FISK, 2007:
446). Conta E. Boghos Dakessian o que ocorreu em Margada, no deserto
sírio: “Os turcos trouxeram famílias inteiras até aqui para matá-las.
Fizeram isso durante dias e dias. Amarravam-nos em filas, homens, crianças,
mulheres, a maioria faminta e doente, muitos nus. Depois, empurravam-nos pela
encosta até o rio e matavam um com um tiro. Então, o morto afundava, arrastava
os outros e os afogava. Era mais barato assim. Custava só uma bala” (idem,
pg. 447). O testemunho de Zakar Berberian, que morava em Balajik, no Eufrates,
é consternador: “Mandaram os homens abandonar o povoado; levaram-nos e
nunca os tornamos a ver. Mandaram as mulheres e crianças ao velho mercado.
Chegaram os soldados e, diante das mães, foram pegando cada criança, crianças
de seis, sete, oito anos, e a jogavam no ar e deixavam-na cair nas pedras. Se
sobrevivessem, os soldados turcos pegavam-nas outra vez pelos pés e
arrebentavam suas cabeças nas pedras” (idem, pg. 447). A respeito
deste genocídio que os turcos até hoje negam ter ocorrido, veja o filme
“Ararat” (2002), dirigido pelo egípcio descendente de armênios, Atom Egoyan.
Leia “O Genocídio Armênio Está Tomando Forma”, de Raymond Ibrahim, em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/o-genocidio-armenio-esta-tomando-forma.html. Veja Cristofobia.
HUA - Harat-ul-ansar:
grupo militante islâmico que pretende a anexação do Estado de Kashmir (Índia)
ao Paquistão. Formado em outubro de 1993, ligado a Osama bin Laden, foi acusado
pelos atentados a bomba contra as embaixadas americanas em Nairóbi (Quênia) e
em Dar as-Salaam (Tanzânia), ocorridos em 07/08/1998, e de ter participado dos
atentados contra os EUA, em Nova York e Washington, em 11/09/2001.
IMB - International
Moslem Brotherhood (Irmandade Muçulmana Internacional): controlada
pelo Irã e administrada via Sudão, sob a liderança do xeque Turabi, a
Internacional Islamita pretende concretizar a visão original do aiatolá
Khomeini e sua Revolução para união de todos os islamitas sob um novo califado.
A IMB tem controle ou influência sobre instituições financeiras que operam no
Ocidente, como a Islamic Holding Company, o Banco Islâmico
Jordaniano, o Banco Islâmico de Dubai e o Banco Islâmico Faiçal. A criação do
Banco Taqwa da Argélia foi vista pela IMB como a “fundação de um banco
mundial para o fundamentalismo” (BODANSKY, 2002: 85).
Imperialismo britânico - “Disraeli construía um império que duraria até 1914, e
em alguns casos até o fim da Segunda Guerra Mundial. O sol nunca se punha... (...)
Os militares eram o braço da política governamental, e, embora sofressem
enormes baixas, nas guerras contra os afegãos, zulus e em outras guerras
africanas, estavam longe de casa. Os escritores não se manifestavam sobre quase
nada disso, a não ser extremistas como Tennyson, e mais tarde Kipling. (...) Os
pós-darwinianos, Huxley e Spencer (que viveram respectivamente até 1895 e
1903), eram importantes, mas estavam preocupados com os meios pelos quais
evolução e progresso podiam se misturar” (KARL, 1995: 739).
Internacional Islamita - Congrega movimentos islâmicos armados em todas as partes do
mundo, destacando-se: o al-Qaeda, criado por Osama bin Laden; o al-Qods
iraniano; o Hezbollah Internacional (iraniano, criado em 1996); o ISI
paquistanês; a PIO (Organização Popular Internacional), criada em Cartum,
Sudão, em 1991 e liderada pelo xeque Turabi; a Jihad Islâmica do Egito (ligada
a Osama bin Laden, participou do assassinato do presidente do Egito, Anwar
al-Sadat, em 06/10/1981); Abu Sayyaf (organização terrorista das Filipinas); o
Comitê de Defesa dos Direitos Legítimos (com sede em Londres); o al-Jamaah
al-Islamiyah (do xeque Omar Abdul Rahman - preso nos EUA, acusado do primeiro
atentado contra o WTC, em Nova York, em 1993); a VEVAK (inteligência iraniana); o Grupo de
Justiça Internacional (nome de cobertura adotado por agentes de segurança e
inteligência treinados pelos iranianos e liderados por Ayman al-Zawahiri, no
atentado contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak, na Etiópia, em
27/06/1995); o Exército de Maomé; o Exército Islâmico para a Libertação de
Lugares Sagrados (IALHP) - Muqamat-i-Muqadassa (lugares sagrados); a Frente
Mundial Islâmica para a Jihad contra Judeus e Cruzados; o Cisma Vermelho. Leia
“Internacional Islamita do Terror”, de Félix Maier, em https://felixmaier1950.blogspot.com/2021/08/internacional-islamita-do-terror-por.html.
Interrogatório aprimorado - Na linguagem de pau americana, significa tortura. “Outra
medida nesse sentido foi minha ordem executiva dando um fim à tortura; embora
durante o período de transição eu tenha recebido garantias de que as
extradições forçadas e os ‘interrogatórios aprimorados’ haviam cessando durante
o segundo mandato do presidente Bush, o modo insincero, arrogante e às vezes
absurdo como alguns altos funcionários remanescentes do governo anterior
descreveram tais práticas para mim (‘Sempre havia um médico presente para
garantir que o suspeito não sofresse danos permanentes ou morresse’)” (OBAMA,
2020: 370-371).
Intifada -
(Árabe) “Revolta das Pedras”: Rebelião Palestina, iniciada em 1987 nos
territórios ocupados por Israel (Faixa de Gaza e Cisjordânia). A Primeira
Intifada ocorreu de 1987 a 1993. No ano 2000, iniciou-se nova rebelião dos palestinos
contra Israel (Segunda Intifada), depois que Ariel Sharon visitou a Esplanada
das Mesquitas, em Jerusalém-Oriental. Em 2002, a violência atingiu seu auge, com Israel bombardeando e invadindo
cidades da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, em resposta aos atentados
palestinos. A Segunda Intifada, que perdurou até o ano de 2003, deixou mais de
3.000 mortos, principalmente palestinos. A primeira rebelião armada palestina,
contra o incremento de assentamentos sionistas na Palestina, especialmente
depois da ascensão do nazismo, iniciou-se em 1936 e prosseguiu até 1939, com
2.000 mortos - período em que havia 8.000 soldados britânicos no então
Protetorado da Palestina. O “Quarteto” foi um grupo criado em 2002, por EUA,
Rússia, União Europeia e ONU, sob liderança norte-americana, que propôs o “Mapa
do Caminho”, também chamado de “Mapa da Paz”, que previa a criação de um Estado
palestino com fronteiras definidas, em 2005. Infelizmente, o “Mapa da Paz”
ficou só no papel.
ISI - Interservices
Intelligency: serviço de espionagem paquistanês. Os chefes guerrilheiros
afegãos, que haviam derrotado os russos em 1989, agiam como senhores feudais e
suas tropas estupravam, saqueavam e matavam livremente. Para acabar com isso, a
ISI financiou uma pequena milícia afegã, formada por estudantes de escolas
islâmicas, conhecidos como “talib” (estudante), e liderada por um mulá
fundamentalista, Mohamed Omar. O grupo cresceu rapidamente e ocupou 90% do
território do Afeganistão, impondo um sistema social radical sobre sua
população, com base em fundamentos corânicos medievais, desde 1996. Em outubro
de 2001, os EUA entraram em guerra contra o regime dos talibãs, acusado de
abrigar o terrorista Osama bin Laden, principal suspeito dos atentados contra
os EUA no dia 11/09/2001.
Islã -
Significa, em árabe, “submissão a Alá”. É a terceira religião monoteísta,
revelada após o judaísmo e o cristianismo. Segundo a tradição islâmica, a
palavra foi transmitida no idioma árabe pelo Arcanjo Gabriel ao profeta Maomé e
constitui o Corão (Al-Qur’an), composto por 114 suratas (capítulos) e
6.226 ayat (versículos). Os muçulmanos dividiram-se em 3 grupos a partir dos
cismas ocorridos no ano 37 da Hégira (657 d.C.): xiitas (cerca de 10% da
população), kharijitas (menos de 1%) e sunitas (quase 90%). Os sunitas, por sua
vez, dividem-se em hanafitas (mundo turcófono, Índia, Paquistão e China),
malequitas ou amalecitas (Alto Egito, Magrebe e parte da África negra),
chafeítas ou xafitas (Baixo Egito, África negra oriental, Índia, Malásia,
Filipinas, Tailândia e Indonésia) e os hanbalitas (Arábia Saudita e Qatar).
Sunita é “o povo da comunidade e da tradição” (Ahl al-jama’a wal sunna);
kharijitas são “os que saíram”, que abandonaram Ali, sogro de Maomé; xiitas (chi’at
Ali), o partido de Ali, são “os que permaneceram fiéis”. Em entrevista à
revista Veja, a muçulmana Irshad Manji, âncora do programa Big
Ideas (Grandes Ideias), da TV Ontário, Canadá, diz que em sua briga
com o Islã, ela “é contra a maneira como a religião é praticada
atualmente, com base na interpretação literal do Corão. Isso faz com que os
muçulmanos vivem sob uma lei marcial, sem liberdade para pensar ou discordar.
(...) Nos primórdios da religião, o Islã adotou a tradição do pensamento
crítico, chamado ijtihad. O espírito do ijtihad estimulou um clima de
criatividade e de curiosidade que permitia à civilização muçulmana liderar o
mundo no aspecto da inovação. Na Espanha islâmica, acadêmicos instigavam os
estudantes a ler o Corão com olhar crítico, mesmo que isso contrariasse a
opinião do clero. Veja - Quando os muçulmanos passaram a interpretar o
Corão de forma literal? Irshad - No fim do século XI, os portões do
ijtihad foram fechados em decorrência de disputas internas no império
muçulmano. As 135 escolas de pensamento independente que existiam ficaram
reduzidas a quatro, todas conservadoras. Isso levou à leitura inflexível do
Corão. Os acadêmicos foram proibidos de rejeitar ou contestar as opiniões
legais, as chamadas fatwas. O castigo para quem o fizesse era a morte. No
milênio seguinte, os acadêmicos islâmicos passaram apenas a imitar uns aos
outros, incluindo seus preconceitos. (...) Com a queda do Muro de Berlim e o
fim da Guerra Fria, o mundo tornou-se unipolar, dominado por uma superpotência,
os Estados Unidos. Os radicais islâmicos se autoproclamaram os únicos capazes
de desafiar os valores de pluralismo, consumismo e materialismo que a cultura
americana representa” (entrevista nas páginas amarelas de Veja no.
1882, de 01/12/2004, pg. 11). Por seu polêmico livro The Trouble with
Islam, Irshad Manji foi ameaçada de morte. Outros dados sobre o Islã podem
ser vistos em “A Religião Muçulmana” - http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/a-religiao-muculmana-por-felix-maier.html.
Islamofobia -
Aversão aos islâmicos, especialmente na Europa, que está se transformando em
uma autêntica Eurábia. Séculos atrás, a intolerância era mútua entre islâmicos
e cristãos. Na atualidade, a fobia religiosa é vista principalmente entre
islâmicos e comunistas, que são os que mais perseguem e matam cristãos no
mundo. Veja Cristofobia.
Jahiliyyah -
(Árabe) “A barbárie”: é a definição que os fundamentalistas islâmicos dão aos
Estados laicos modernos, sejam islâmicos ou não. Também aplicada aos Estados
modernos onde grandes comunidades muçulmanas vivem sob regime não muçulmano
(Caxemira, Israel, China, Filipinas, Kosovo, Chechênia etc.). “O Islã
não pode aceitar qualquer convivência com a jahiliyyah. Ou permanece o Islã ou
a jahiliyyah; nenhuma situação intermediária é possível” (Sayyid
Muhammad Qutb, pensador islamita egípcio, autor de uma “fatwa” de agosto de 1995,
em que conclama os muçulmanos às armas e à luta contra a jahiliyyah).
Jamaat ul-Fuqra -
(Árabe) Seita islâmica que pretende purificar o islamismo através da violência.
Liderada pelo xeque paquistanês Mubarik Ali Gilani, que criou a organização no
início da década de 1980. Há células da Fuqra nos EUA, com membros vivendo em
comunidades rurais isoladas.
Janízaros -
Jovens recrutados à força entre as famílias cristãs dos Bálcãs, a exemplo dos
sérvios, “convertidos” à fé muçulmana e alistados na infantaria otomana.
Durante a I Guerra Mundial, 1,5 milhão de armênios cristãos foram exterminados
pelos turcos. Veja Cristofobia e Holocausto cristão.
Jihad -
(Árabe) Traduzido comumente por “guerra santa”, significa a batalha através da
qual se atinge um dos objetivos do islamismo que é “reformar o mundo”. Por
vezes, o jihad é considerado o 6º pilar do Islã, mas sem
qualquer base ou reconhecimento oficial. Mujahid é aquele que
leva a cabo uma guerra santa. Pelo menos 164 versos do Alcorão tratam da Jihad.
“Jihad, na língua árabe, significa a luta entre o bem e o mal, travada para
a purificação espiritual - a chamada ‘guerra santa’, imposta aos muçulmanos
pelo Alcorão em defesa do Islã (submissão voluntária à vontade de Deus).
Doutrinariamente, há quatro modalidades de empreendê-la: resguardando-se dos
maus sentimentos; praticando boas ações; propagando por todos os meios a fé
islâmica; e combatendo os infiéis. Assim, foi utilizada para justificar as
guerras de expansão do Islamismo, deflagradas a partir do século VI” (KEPEL,
2003: 5). “Havia igrejas na Etiópia no tempo em que os ingleses eram
bárbaros pagãos. Mais de mil anos antes das grandes navegações, era na África
que estavam os reinos cristãos mais antigos do mundo, alguns bastante cultos e
prósperos. Foram os árabes que os destruíram, na sanha de tudo islamizar à
força. Boa parte da região que vai deste o Marrocos, a Líbia, a Argélia e o
Egito até o Sudão e a Etiópia era cristã até que os muçulmanos chegaram,
queimaram as igrejas e venderam os cristãos escravos” (CARVALHO, 2013:
347). “Kalim Siddiqui levou ao extremo a lógica do isolamento comunitário,
criando um parlamento muçulmano paralelo ao de Westminster, cujos membros
‘eleitos’ pretendiam legislar em nome dos fiéis ao islã no Reino Unido” (idem,
pg. 300). Veja Diáspora judaica e Eurábia.
Kemalismo -
Modernização do mundo islâmico, com tinturas ocidentais, como o iniciado na
Turquia por Mustafá Kemal Attatürk, após o fim do Império Otomano (final da I
Guerra Mundial). O Kemalismo levou a Turquia a se tornar um “país dividido”,
pois tem uma sociedade muçulmana na religião, na cultura e nas instituições,
porém uma elite decidida a modernizá-la em sintonia com a Europa. A Turquia é o
único país muçulmano que integra a OTAN e almeja fazer parte da União Europeia.
Com a tomada do governo pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), em 2002,
os radicais islâmicos estão destruindo a democracia turca. Recep Tayyp Erdogan,
no cargo de primeiro-ministro desde 2003, persegue jornalistas, aplica pesadas
multas contra empresas “menos amigáveis” e desafia o judiciário - além de se
afastar cada vez mais do Ocidente. A Era Attatürk não existe mais.
Kharijismo -
Seita islâmica que prega o banimento de todos os pecadores.
Khilafah -
Estado pan-islâmico, pelo qual luta a Internacional Islamita.
Khitan -
Mutilação do órgão sexual feminino (clitóris): circuncisão aplicada a mulheres
muçulmanas e a mulheres de algumas outras religiões da África, incluindo
cristãs. Veja Mutilação feminina.
Khomeinismo -
Relativo ao pensamento do aiatolá Khomeini: refere-se ao ataque maciço contra o
mundo moderno e seu secularismo. Veja Revolução Islâmica.
Kuffar - Apostasia,
para os muçulmanos.
Lashkar Taibah -
“Exército dos Puros”: grupo salafista, tem base no Paquistão, contam com 50.000
homens que atacam xiitas paquistaneses e fazem incursões na Caxemira sob
domínio da Índia. Alguns de seus integrantes já combateram na Chechênia,
Daguestão, Bósnia, Kosovo e Macedônia.
Lei Patriótica –
Lei antiterrorista assinada em 26/10/2001 pelo presidente dos EUA George W.
Bush, depois dos ataques de 11/09/2001 contra as Torres Gêmeas (Nova York) e o
Pentágono (Washington). A Lei restringiu liberdades civis e foi denunciada por
legalizar a tortura.
Mártires de Al-Aqsa - Grupo terrorista palestino, promovia atentados suicidas
(homens e carros-bomba) contra israelenses, especialmente durante a II
Intifada.
Massacre de Beslan -
Separatistas chechenos, junto com fundamentalistas da Al-Qaeda, tomaram de
assalto, em 01 a 03/09/2004, uma escola de Beslan, na Ossétia do Norte, Rússia,
fazendo reféns 1.128 pessoas, sendo 777 crianças. Depois de três dias, com
violação de mulheres e adolescentes, o assalto terminou com 334 mortes, sendo
186 crianças, e 783 feridos. Entre os soldados que invadiram a escola, 12 foram
mortos pelos terroristas. Dos 32 terroristas, só 1 foi levado vivo (e condenado
à prisão perpétua), os outros foram mortos no local. A ação terrorista teria
sido organizada por Shamil Basayev, principal comandante militar da guerrilha
separatista chechena, perpetrada por Magomed Ievloiev, ou Magas, militante islâmico
originário da vizinha Inguchétia e braço direito de Basayev, e bancada pelo
árabe Abu Omar as-Seyf, ideólogo do wahabismo (versão rigorosa do islamismo
saudita) e uma espécie de embaixador de bin Laden na Chechênia. Vale lembrar
que em 1991 teve início o conflito entre a Rússia e a Chechênia, quando os
chechenos declaram a independência de seu país. Em 1994, a Rússia tentou
esmagar a rebelião, mas seu exército foi derrotado depois de 2 anos de combate.
Em 1999, Putin retomou a guerra, que arrasou a capital da Chechênia, Grozni.
Durante o conflito, ficaram famosas as “viúvas negras”, mulheres chechenas
suicidas que haviam perdido seus maridos.
MEK - Mujahedin-e-Khalq:
também conhecido como Mujahedin-e-Khalq Organization (MKO) e
Exército de Libertação Nacional do Irã (National Liberation Army of Iran -
NLA). Formado na década de 1960, o MEK se opunha à excessiva influência do
Ocidente no regime do Xá. Misto de marxismo e islamismo, desenvolveu-se no
maior e mais ativo movimento armado do Irã, com atividades anti-Ocidente e,
depois, contra os interesses do regime clerical, no Irã e no exterior.
Movimento Aceh Livre - Formado por muçulmanos que lutam pelo separatismo da Província de
Aceh, na Indonésia.
Movimento Islâmico Armado - Implantado pela Irmandade Muçulmana Internacional (IMB), o MIA
(ou AIM), popularmente conhecido como Legião (ou Brigada) Internacional do
Islã, é a ponta de lança do terrorismo islâmico internacional. Os inimigos
jurados de morte do Movimento são os cidadãos dos EUA, da Europa Ocidental e de
Israel. Os terroristas de maior destaque são conhecidos como “afegãos”, pois
muitos deles foram treinados com os mujadins no Paquistão e
lutaram no Afeganistão contra os soviéticos (depois, contra os EUA). As bases
de apoio ficam no Sudão, Irã, Afeganistão e Paquistão, e há organizações ativas
em todos os cantos do mundo onde haja muçulmanos, incluindo a Tríplice
Fronteira (Brasil-Argentina-Paraguai), onde há recrutamento de pessoal. Veja
Internacional Islamita.
Muçulmanos ismaili -
Refere-se a um “setor liberal do islamismo, composto de pessoas com
educação de alto nível, empreendedoras e ligadas à filantropia. Por essas
qualidades, esse grupo é chamado de ‘judeus do mundo muçulmano’” (in “A
reinvenção do Islã”, revista Veja no. 1882, de 01/12/2004, pg.
14). Vale lembrar que Ismael (Ismail, em árabe) foi filho de Abraão com a
escrava egípcia Agar e deu origem ao povo árabe.
Mujahedin - 1. Grupo
dissidente do Irã, perseguido pelas Forças governamentais revolucionárias
instaladas por Khomeini. 2. Guerrilheiros muçulmanos afegãos:
organização criada para combater o Governo pró-soviético instalado em Cabul
após a invasão da URSS (1979), apoiada pelos EUA. Com a expulsão dos
soviéticos, em 1989, os grupos rebeldes passaram a aterrorizar o país, com
roubos, estupros e assassinatos, até o surgimento do governo dos talibãs, que
impuseram costumes islâmicos medievais. Veja ISI e Talibã.
Mujahedin do Povo -
Organização clandestina iraniana, fundada em 1965 para lutar pela democracia
contra a ditadura corrupta do Xá da Pérsia. No início de junho de 1981,
milhares de prisioneiros políticos foram torturados e perto de 100
simpatizantes do Mojahedin do Povo foram mortos pelo regime do Ayatollah
Khomeini. No mesmo mês, o Pasdaran (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica)
abriu fogo contra uma manifestação pacífica de meio milhão de pessoas, em
Teerã, que protestavam contra o retorno do despotismo. As execuções em massa,
incluindo mulheres grávidas, eram sancionadas através de decreto religioso (fatwa),
baixado por Khomeini e pelos juízes religiosos, o que levou o Mojahedin do Povo
a pegar em armas contra o novo regime teocrático.
Mutilação feminina - Khitan,
em árabe, trata-se da mutilação do órgão sexual feminino (clitóris). Aplicada,
principalmente, a mulheres muçulmanas, a mutilação pode ser: 1)
clitoridectomia: extirpação total ou parcial do clitóris; 2) excisão:
extirpam-se o clitóris e os lábios menores, total ou parcialmente; 3)
infibulação: extirpam-se todos os genitais externos e se costura quase todo o
orifício vaginal. A ferramenta para a mutilação pode ser um pedaço de vidro, a
tampa de uma lata, conchas, pedras, gilete, uma tesoura ou uma navalha; quase
não se usa anestesia, apenas água fria para intumescer o local. A mutilação é
prática comum na África e Oriente Médio (incluindo cristãos e animistas), e em
comunidades de imigrantes em países latino-americanos, asiáticos, europeus, no
Canadá e nos EUA. Praticada por mais ou menos 80% da população do Egito,
Somália, Mali, Etiópia, Eritreia, Guiné, Sudão, Gâmbia, Serra Leoa e Djibuti.
Cresce o número de mulheres com excisão do clitóris em Londres, Paris, Quebec e
Los Angeles, devido à emigração muçulmana para essas localidades. A mutilação é
associada à castidade e à crença de que diminui o desejo sexual feminino,
reduzindo o risco de infidelidade (na infibulação, a mulher “costurada” só é
“aberta” para o marido). A prática da mutilação feminina é anterior ao
cristianismo e ao islamismo, era praticada pelos falashas (judeus
etíopes) e não é preceito de nenhuma das chamadas “grandes religiões”
(judaísmo, cristianismo e islamismo). A mutilação feminina é combatida no mundo
todo por movimentos de direitos das mulheres.
Nação do Islã -
Grupo negro extremista islâmico e racista dos EUA, é a “Klu-Klux-Klan dos
negros”. Fundada pelo antigo pastor batista Elijah Poole após a II Guerra
Mundial, o qual se converteu ao islamismo como o nome de Elijah Muhammad.
Seguidores famosos: o boxeador Cassius Klay (Muhammad Ali) e Malcolm Little
(Malcolm X). Elijah aconselhava seus seguidores de substituir os nomes
anglo-saxônicos por nomes muçulmanos ou pela letra X. O líder Louis Farrakhan
reuniu, em 16/10/1995, aproximadamente 800 mil negros, na “Marcha de um milhão
de negros em Washington”.
Nakdoulou eslah -
(Árabe) “Tratamento de convidado”. Tortura aplicada pela polícia argelina
contra “terroristas” islâmicos e cidadãos em geral. As atrocidades incluíam:
perfuração de pernas e abdômen com brocas, ingestão forçada de água salgada,
colocação de panos com produtos corrosivos na boca, mangueira com água enfiada
na boca, na orelha ou no ânus, esmagamento dos testículos, pessoas queimadas
vivas, arrancamento dos dentes com chutes, além de estupros e decapitações
(Cfr. FISK, 2007: 788-800). Atrocidades semelhantes ocorreram, de lado a lado,
durante a Guerra de independência da Argélia, contra a França, quando a tortura
era tacitamente aceita pelo governo francês. “Em 2000, o presidente
Jacques Chirac negou-se a publicar uma desculpa formal pelas torturas que os
soldados franceses cometeram durante a guerra. Quando o general Paul
Aussaresses, já reformado fazia tempo, coordenador do serviço secreto francês
em Argel em 1957, publicou suas memórias em 2001 e se vangloriou de ter executado
argelinos pessoalmente, a Anistia Internacional exigiu do governo francês uma
investigação. Aussaresses declarou que François Mitterrand, que era ministro
socialista do Interior na época, estava completamente a par das torturas e
execuções perpetradas pelos soldados franceses na Argélia. Porém, o governo
argelino da época manteve o que um jornalista argelino chamou de ‘um covarde
silêncio’ diante das revelações de Aussaresses, principalmente porque, já fazia
tempo, seu próprio serviço de segurança praticava com seu povo as mesmas
torturas que Aussaresses e seus esbirros haviam aplicado nos argelinos. Mesmo
em Paris, morreram centenas de argelinos quando se manifestaram, em outubro de
1961, contra um toque de recolher noturno que a polícia havia imposto a eles. A
polícia francesa atacou os manifestantes com brutalidade e podem ter morrido
assassinadas nada mais nada menos que trezentas pessoas. No dia seguinte, os
corpos foram jogados no rio Sena. Até hoje, as autoridades não abriram todos os
arquivos sobre essa matança, mas o chefe de polícia que ordenou a repressão foi
Maurice Papon, condenado em abril de 1998 por rimes contra a humanidade durante
a ocupação alemã” (FISK, 2007: 716-717). Em 2001, foi lançado em Paris
o livro “La Sale Guerre” (A Guerra Suja), de autoria de um antigo tenente das
Forças Especiais Argelinas, Habib Souaïdia, no qual descreve as atrocidades promovidas
pelas Forças de Segurança da Argélia. Veja Tortura.
NMD - National
Missile Defense (Defesa Nacional de Mísseis): também conhecido como
“Filho da Guerra nas Estrelas”, o “Escudo Antimísseis”, ainda apenas um projeto
dos EUA, foi criticado por Moscou por levar a uma corrida armamentista e ser
contra o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM), de 1972. Os EUA alegaram que
era uma defesa contra os ataques de governos “renegados”, como Irã, Coreia do
Norte, Líbia, Iraque e o Afeganistão do governo dos Talibãs.
OCI -
Organização da Conferência Islâmica: inaugurada em 1971, com sede em Jeddah, Arábia
Saudita, reúne 56 Estados islâmicos. Além de abordar aspectos econômicos,
sociais e políticos, é informalmente considerado o “novo califado",
extinto em 1924 por Mustafá Kemal Attatürk, após a queda do Império Otomano.
Além da OCI, têm importância política e religiosa a Liga Árabe, que congrega 22
países, e a Universidade Al-Azhar, do Cairo.
OLP -
Organização para a Libertação da Palestina: criada no Cairo em 1964, com a
finalidade de expulsar os israelenses da antiga Palestina e formar um Estado
Palestino. Em 09/11/1993, em cartas ao Primeiro-Ministro israelense Yitzhak
Rabin e ao Ministro de Relações Exteriores da Noruega, Johan Joergen Holst, o
Chefe da OLP, Yasser Arafat, garantiu que a OLP renunciava a todas as formas de
violência e terrorismo. Em 13/09/1993, foi assinada a Declaração de Princípios
entre israelenses e palestinos, em Washington, EUA. O lema era “paz em troca de
terra”. A partir do Acordo, Israel cedeu a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó à
Autoridade Palestina, comprometendo-se a entregar aos poucos outras cidades da
Cisjordânia. Entre 1994 e 2003, 900 milhões de dólares doados aos palestinos
sumiram. Só em 1997, 323 milhões de dólares desapareceram do caixa da
Autoridade Palestina. Entre 2002 e 2003, 11,5 milhões de dólares foram
depositados em contas de Suha Arafat, viúva de Yasser Arafat, com quem teve uma
filha; o dinheiro saiu de contas secretas da Suíça. “As estimativas da
fortuna pessoal do líder palestino variam de 300 milhões a 5 bilhões de
dólares, mas é provável que o valor exato jamais seja conhecido” (in “Onde
está o dinheiro?”, revista Veja no. 1881, de 24/11/2004, pg.
110).
Operação Bota - Conhecida também como Operação Ajax: em 1953, agentes secretos
britânicos e da CIA derrubaram o “único primeiro-ministro democrático
do Irã, Mohamed Mossadeq” (FISK, 2007: 144) e ajudaram no regresso de
Mohamed Reza, o xá Pahlavi. “Custou alguns milhões de libras, um avião
carregado de armas e talvez cinco mil vidas. E 25 anos depois, tudo se
transformou em pó” (idem, pg. 147) - com a Revolução Iraniana, em
1979. O motivo da Operação foi o petróleo: Mossadeq havia nacionalizado a Anglo-Iranian
Oil Company (AIOC). Veja Revolução Iraniana.
Operação Lança de Netuno - Operação militar dos EUA que eliminaram Osama bin Laden em
02/05/2011, e que foi acompanhada em tempo real pelo presidente Barack
Obama. “Às duas horas da tarde, dois helicópteros Black Hawk,
modificados para não serem detectados com facilidade, levantaram voo do
aeroporto de Jalalabad [Afeganistão] levando 23 membros da
equipe dos Seals, juntamente com um tradutor americano da CIA de origem paquistanesa,
além de um cão militar Cairo - o início do que oficialmente se chamou Operação
Lança de Netuno” (OBAMA, 2020: 704). A Operação, realizada com sucesso
na cidade paquistanesa de Abbottabad, terminou com a mensagem: “Geronimo
identificado... Geronimo EKIA” (idem, pg. 705). EKIA significa Enemy
Killed in Action (Inimigo Morto em Combate). Enquanto isso, a equipe
dos Seals terminava sua missão: “Pôr o corpo de Bin Laden num saco; prender
as três mulheres e nove crianças presentes e interrogá-las num canto da
propriedade; recolher computadores, arquivos e outros materiais que poderiam
ter informações; e colocar explosivos no Black Hawk avariado, que seria
destruído e substituído por um Chinook de resgate que sobrevoava as
redondezas” (idem, pg. 706). Fotos, sistema de reconhecimento facial e
testes de DNA comprovaram a identificação de Bin Laden, que foi enterrado no
mar, de acordo com a tradição funerária islâmica, em local desconhecido, para
não servir de centro de peregrinação de muçulmanos. Em 2012, foi lançado o
livro “Não
há dia fácil - um líder da tropa de elite americana conta como mataram Osama
bin Laden”, escrito por um ex-Seal que participou da Operação, sob o pseudônimo
de Mark Owen. No mesmo ano, foi
lançado o filme “A hora mais escura”, da cineasta Kathryn Bigelow, que trata do
episódio com alguma liberdade de criação. A cineasta é também autora do filme
“Guerra ao Terror”, lançado em 2008, que trata de ações militares dos EUA no
Iraque e que venceu 6 prêmios Oscar, inclusive o de melhor filme.
Operação Liberdade Duradoura - Guerra iniciada no dia 07/10/2001, dos EUA contra o
Afeganistão, controlado pelo governo dos talibãs, por abrigar em seu território
Osama bin Laden, principal suspeito de ter promovido os atentados contra os EUA
no dia 11/09/2001, ocasião em que morreram em torno de 3.000 pessoas. Veja
Talibã.
País dividido -
País que sofre conflito étnico ou religioso, conhecido como “Choque de
civilizações”. Esses conflitos de “linha de fratura” ocorrem entre civilizações
distintas, dividem um país e são especialmente frequentes entre muçulmanos e
não muçulmanos. Como exemplo, podemos citar a Turquia, que tentou se modernizar
e se “europeizar” com o Kemalismo, porém hoje caminha rapidamente para uma
teocracia; a Bósnia-Herzegovina (conflito entre muçulmanos, ortodoxos sérvios e
católicos croatas); o Kosovo (muçulmanos albaneses contra ortodoxos sérvios); a
Irlanda do Norte (protestantes contra católicos); a Caxemira, na Índia
(muçulmanos contra hindus). No Brasilistão, está em marcha acelerada a criação
dos bantustões indígenas, quilombolas e sem-terra, configurando autêntico Apartheid.
Essa “linha de fratura” também se observa nas redes sociais, em todo o
Ocidente, em que milícias virtuais à esquerda e à direita digladiam-se em lutas
ideológicas sem fim. O auge dessa fake fight virtual se deu
depois que direitistas outsiders foram eleitos presidentes dos
EUA (Donald Trump) e do Brasil (Jair Messias Bolsonaro).
Papéis do Pentágono - Milhares de telegramas diplomáticos e arquivos do Exército
americano sobre o Afeganistão e o Iraque foram vazados para o site WikiLeaks, e
publicadas pelo Guardian, de Londres, em 2010, por Chelsea Manning,
ex-soldado transexual dos EUA, que ficou presa por 7 anos e foi libertada por
um indulto do presidente Barack Obama. Manning baixou no pendrive e “enviou
para o WikiLeaks 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos em um CD
escrito ‘Lady Gaga’” (HARDING, 2014: 52). O fundador do WikiLeaks é o
hacker australiano Julian Assange, que se encontra sob custódia da polícia de
Londres e enfrenta processo de extradição para os EUA - cfr. https://pt.wikipedia.org/wiki/Julian_Assange.
Pasdaran -
Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC): força de elite, também
conhecida como Pasdaran (Guardiães) da Revolução Islâmica”.
O Pasdaran foi criado como uma Força paramilitar nos primeiros
meses após a queda do Xá, em 1979. Formado sob a ordem de Ruhollah Khomeini e
composto principalmente por zelotes que apoiavam o novo Estado Teocrático, a
missão original do Corpo da Guarda era manter a segurança interna. Desde o
início, desencadeou violenta perseguição a forças políticas que não se moldavam
no novo regime. Após o Corpo da Guarda ter transformado uma pacífica
demonstração de meio milhão de residentes em Teerã em um banho de sangue, a
20/06/1981, a Guarda prendeu dezenas de milhares de pessoas. Nos anos
seguintes, eles executaram 100.000 dissidentes. O Pasdaran teve
importante papel na Guerra de oito anos com o Iraque, usando ondas humanas de
ataque que tiraram a vida de um milhão de iranianos. Ao mesmo tempo, o Corpo da
Guarda expandiu suas atividades extraterritoriais, planejando e executando
ataques terroristas, pirataria aérea, sequestros e assassinatos de nacionais
iranianos (onde quer que estejam) e estrangeiros. Não houve sucesso na exportação
da revolução islâmica para o Iraque e países do Golfo Pérsico, pretendida pelo
Corpo da Guarda, em conjunto com três ministérios: Relações Exteriores, Cultura
Islâmica e Inteligência. Religiosos xiitas foram expulsos do Bahrain e do
Kuwait, acusados de assassinatos e tentativas de golpe de estado. Em fevereiro
de 1992, o Pasdaran transformou a prisão Kabar, em Cartum, em
seu quartel central no Sudão, para preparativos militares sudaneses e iranianos
na ofensiva no sul do país (guerra civil contra cristãos e animistas). O Corpo
da Guarda possui a mais secreta organização militar do regime iraniano: a Força
Especial Qods, criada no início de 1990. A missão da nova Força, conhecida
como a “semente do Exército Islâmico Internacional”, tem como missão “comandar,
planejar e executar operações extraterritoriais do Corpo da Guarda
Revolucionária Islâmica”.
Pax Islamica -
(Latim) “Paz Islâmica”: os muçulmanos acreditam que o terceiro milênio
pertencerá aos fiéis, ou seja, aos adoradores de Alá. Com a Eurábia em formação,
não duvide que isso possa ocorrer. Veja Eurábia.
PIO - Popular
International Organization (Organização Popular Internacional): a
primeira Internacional revolucionária islamita-sunita, criada pela Conferência
dos Povos Árabes-Islâmicos (IAPC), realizada em Cartum de 25 a 28 de abril de 1991, liderado
pelo xeque Turabi, que, em discurso, afirmou que o objetivo da PIO “é
desenvolver um plano de ação global para desafiar o Ocidente tirânico, pois Alá
não pode mais permanecer em nosso mundo em face de um poder materialista
absoluto” (BODANSKY, 2002: 79). “A PIO criou em Cartum um
conselho permanente de cinquenta membros, cada um representando um dos
cinquenta países onde aconteciam lutas de libertação islâmica” (idem,
pg. 79). Membros da PIO: Jamaat-i-Islami (Paquistão), Hizb-i-Islami e
Jamiat-i-Islami (Afeganistão), Hizb-i-Islami (Caxemira), que dão assistência
aos islamitas do Egito, ao Hezbollah do Líbano, à FIS da Argélia e à NIF do
Sudão.
Primavera Árabe -
Rebeliões árabes, ocorridas em 2011, na Argélia, no Marrocos, na Mauritânia, em
Bahrein, na Jordânia, no Sudão, no Egito, na Líbia, na Síria, no Iêmen, contra
os ditadores desses países. Em 2011, caíram os governos da Argélia, Egito e
Iêmen. Porém, o da Síria, Bashar Al-Assad, mantém-se
ainda firme no governo, com pelo menos 380.000 pessoas mortas em guerra civil
(dados de 2020), depois de metade do país ser tomado pelo Estado Islâmico e
outros grupos radicais. O receio é que, com a ascensão dos clérigos radicais na
política, a Primavera Árabe se torne um longo e tenebroso inverno totalitário -
como ocorreu no Egito, com a ascensão da Irmandade Muçulmana, já debelada por
golpe militar. A revolta da rua árabe teve ressonância na Europa - futura
Eurábia? -, especialmente na França, na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Grécia,
na Itália e na Espanha. Leia, de minha autoria, “O Facebook derrubou o faraó” - http://resistenciamilitar.blogspot.com/2011/02/o-facebook-derrubou-o-farao.html.
Princípio de reciprocidade - No Direito Internacional, a reciprocidade implica o direito
mútuo de igualdade e respeito entre Estados Nacionais. Países cristãos não
deveriam permitir que se construíssem mesquitas, já que templos religiosos que
não sejam islâmicos não podem ser construídos em países islâmicos,
especialmente na Arábia Saudita.
Raid de Nakha - “As
dificuldades em obter provisões levaram-no [Maomé] a lançar o
raid de Nakhla. Foi uma expedição de saque a que uma revelação divina atribuiu
uma dimensão religiosa, a origem da jihad, cujo significado primitivo era
‘combate na senda de Deus contra si mesmo a fim de se aperfeiçoar’. Por
extensão, passou a ser a ‘guerra santa contra os infiéis’” (BALTA,
2010: 20)
Revolução Iraniana -
A República Islâmica do Irã foi implantada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, em
11/02/1979. Antes da queda do Xá Reza Pahlavi, Khomeini havia prometido, em
Paris, que a futura Constituição do Irã seria determinada por uma Assembleia
Constituinte eleita pelo povo. Como tal Assembleia nunca iria apoiar suas
doutrinas absolutistas, Khomeini tratou de substituir a Assembleia Constituinte
por uma Assembleia de Notáveis, composta por mulás que seguiam sua linha de
pensamento. Na Constituição, Khomeini incorporou o princípio de velayat-e-faqih (guardiania
do jurista religioso), em que um homem com vasto conhecimento da lei islâmica (vali-e-faqih)
- um aiatolá - tem absoluta autoridade sobre todos os assuntos da nação islâmica.
O postulado de nº 57 da Constituição iraniana estabelece que os três Poderes do
país devem ficar sob o controle do vali: “Os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário na República Islâmica do Irã estão sob a supervisão do
‘vali-e-faqih’ e ímã da ‘ummah’ (nação) islâmica”. Documentos
diplomáticos dos EUA, de 1972 a 1979, que foram rasgados ou triturados antes da
invasão da embaixada americana em Teerã, foram transformados em livros pelos
islâmicos: “Os estudantes de ensino médio e os veteranos de guerra
incapacitados foram recrutados para tecer esse tapete de papéis. Levaram seis
anos para acabar, três mil páginas que continham 2300 documentos, que acabaram
reunidos em 85 volumes” (FISK, 2007: 191).
Salafismo -
Teoideologia formulada na versão radical do islamismo no século XVIII, baseada
no Wahabismo (fundamentalismo islâmico).
Santuário -
Antigamente, a palavra “santuário” era ligada à coisa sagrada. Hoje, denomina
refúgio de terrorista e traficante de droga. Os principais “santuários” e patrocinadores
de terroristas são os seguintes países: Afeganistão (Talibã), Coreia do Norte,
Cuba, Irã, Iraque, Líbia, Síria e Sudão. Os países suspeitos são: Arábia
Saudita, Argélia, Autoridade Palestina, Bahrain, Bósnia-Herzegovina, Catar,
Chipre, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano,
Malta, Marrocos, Omã, Paquistão e Tunísia. O Brasil dos tempos do “fascismo
alegre” petista também era santuário de terroristas das FARC, do Hezbollah e do
kamarada Cesare Battisti.
Satanização -
Satanização, também denominada de demonização ou diabolização, é uma das etapas
que compõem o processo da desinformação, ou seja: o cliente, o dinheiro, o
estudo de mercado, os suportes, os retransmissores, o tema, o tratamento do
tema, as caixas de ressonância, o alvo, a diabolização, o maniqueísmo e a
psicose. Por exemplo, para atacar a ex-Iugoslávia, no caso da Bósnia e, depois,
do Kosovo, quando a infraestrutura do país foi totalmente destruída, foi
preciso “satanizar” Slobodan Milosevic, compará-lo a Hitler devido aos aludidos
crimes de “limpeza étnica”, para que a OTAN (leia-se Estados Unidos) ficasse
bem junto à “opinião pública” mundial antes dos ataques criminosos. A
satanização é muito utilizada pela língua de pau maniqueísta, que escolhe os bons
para serem defendidos e os maus para serem destruídos. Para a imprensa em
geral, Arafat, com todos os terroristas suicidas dos homens-bombas, era do bem;
Ariel Sharon, que se defendia dos ataques obedecendo à máxima oriental do “olho
por olho”, era do mal. Até Obama ocupar a Casa Branca, o homem mais satanizado
do planeta, até mais do que Osama bin Laden, foi George W. Bush, por ter
promovido as guerras contra o Afeganistão e o Iraque, depois dos ataques
terroristas contra Nova York e Washington, em 11/09/2001. “’Dialética’ é
aquele mecanismo por meio do qual você prova que Bush é pior do que Bin Laden
ou que Israel é tão terrorista quanto o Hezbollah” (AZEVEDO, 2008:
114). A mídia se esbaldou em mostrar as cenas grotescas de tortura e humilhação
de presos iraquianos na prisão de Abu Grabi, realizadas por forças americanas,
mas omite sistematicamente as torturas sofridas por católicos em países
islâmicos, como o Sudão e o Paquistão. No Sudão, onde o norte muçulmano
escravizou cristãos e animistas residentes no sul do país, somente no período
de 9
a 19/03/2000, a ONG Christian
Solidarity International (CSI), com sede em Zurique, Suíça, libertou
4.968 pessoas, pagando em média US$ 35.00 (trinta e cinco dólares) por cabeça. De 1995
a 2000, a CSI libertou mais de 30.000
escravos, que eram submetidos a trabalho forçado, abuso sexual – incluindo
extração das genitálias -, islamização forçada, além de maus tratos, pouca
comida e insultos racistas. No início de 2000, mais de 100.000 cristãos e
animistas continuavam escravizados no Sudão. Para os esquerdistas, os EUA,
hoje, são o “Satã” por excelência, mesmo para norte-americanos como Michael
Moore. Para muitos países, patriota é quem tem espírito antiamericano. De um
lado, temos as viúvas de Stálin e os lambe-botas de Fidel Castro, como o
sucessor de FHC e Hugo Chávez, que não conseguiram digerir (nem arrotar... hic!
hic!) o fim do Império Soviético e a consolidação dos Estados Unidos como
hiperpotência. De outro lado, temos os invejosos, países que não conseguem resolver
seus problemas estruturais e culpam os yankees por todas as
agruras existentes no planeta. Você, nacionalista convicto, de boas intenções,
porém tolo, grita forte 10 vezes comigo, enquanto paga 50 “pulinhos-do-galo” ou
“cangurus”: “A Amazônia é nossa!” “Alcântara é nossa!” “Fora ALCA!” “Fora FMI!”
“Yankees, go home!” “Lula Livre!” “Viva Chávez!” “Viva Bin Laden!” (ainda que
comida de peixe)
SEALs - Seal
Team Six: Sea, Air, Land (Mar, Ar e Terra): força antiterrorista da
Marinha dos EUA (USN SOF). Um dos integrantes do SEALs que participou da
operação que resultou na morte de Osama bin Laden no Paquistão, em 2011,
publicou o livro “No easy day”, em 2012. O Pentágono ameaçou
processar o autor do livro; a Al-Qaeda, matá-lo. Veja Operação Lança de Netuno.
Shahada -
Martírio islâmico.
Shehadin -
“Mártires” (em árabe): grupo musical fundamentalista, atuante na Faixa de Gaza,
que canta as glórias da morte suicida de islâmicos, em atentados contra
israelenses. O grupo propaga as ideias do Movimento de Resistência Islâmica
Hamás, que prega uma “guerra santa” (jihad) e sangrenta, sem tréguas,
até a total destruição do Estado de Israel.
Síndrome da Guerra do Golfo - Inicialmente, acreditava-se que a causa eram problemas
psiquiátricos e não definidos; atingiu 36% dos veteranos americanos que
participaram da guerra de libertação do Kuwait, os quais foram observados por
dois anos; estudiosos acreditam que possa ter sido a conjugação de pesticidas
utilizados na guerra e de pílulas de proteção a eventuais ataques químicos;
mais de 1.250 pessoas que serviram na Guerra do Golfo foram avaliados por
médicos especialistas do MOD. Atualmente, acredita-se que mísseis construídos com
urânio depletado (empobrecido) tenham causado os problemas, com uma grande
incidência de leucemia em crianças iraquianas (50 a 75% dos casos ocorreram com
crianças - dados do Ministério da Saúde do Iraque, confirmados pela ONU).
“Esse tipo de projétil era fabricado a partir de dejetos da indústria nuclear;
são de uma liga mais resistente que o tungstênio, que se inflama e forma uma
‘nuvem’ incandescente de urânio depois que o projétil perfura a blindagem dos
tanques e veículos” (FISK, 2007: 995). “Era cada vez mais evidente
que uma praga química desconhecida estava se difundindo pelo sul da
Mesopotâmia, uma trilha angustiante de leucemias e cânceres de estômago que
ceifava a vida de milhares de crianças e adultos iraquianos que viviam perto
das áreas de guerra do conflito de 1991” (Idem, pg. 996). Leia “O fim
da inocência da ONU” em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/08/o-fim-da-inocencia-da-onu-por-felix.html. Veja Criminoso de guerra.
Síndrome de Mogadíscio - Depois da morte de 18 soldados americanos na Somália, em 1993,
em Missão de Paz, os EUA sofrem do que se chama no Pentágono de “Síndrome de
Mogadíscio”. A partir dessa Síndrome, o Presidente Bill Clinton emitiu a Presidential
Decision Directive nº 25, de 1994, que restringe a participação das Forças
americanas em Missões da ONU. Depois do Vietnã, da Somália e do Kosovo - além
do futuro Tribunal Penal Internacional, que poderá mover processos contra
países -, os EUA só tomariam parte em intervenções humanitárias e de proteção
dos direitos humanos se o risco para seus soldados for mínimo. Bem, essa
parecia ser a política externa americana até ocorrer o fatídico ataque
terrorista de islâmicos contra as torres gêmeas, em
Nova York, e contra o Pentágono,
em Washington, no dia 11/09/2001.
Síndrome de Nova York - Pânico generalizado do povo norte-americano, de ordem
psicológica, ocorrido após os atentados suicidas, promovidos por muçulmanos radicais,
com aviões domésticos de passageiros, que destruíram as torres gêmeas do World
Trade Center (WTC), de 110 andares cada, em
Nova York, e que danificaram uma
ala do Pentágono, no dia 11/09/2001. Às 08h48min, um avião Boeing 767 da American
Airlines, com 92 passageiros, atinge o prédio 1WTC (417 m), entre o 96º e o 103º andar; às
09h03min, outro Boeing 767, da United Airlines, com 65 passageiros,
atinge o 2WTC (415 m),
entre o 87º e 93º andar; às 09h43min, um avião Boeing 757 da American
Airlines, com 64 passageiros, atinge a ala Sudoeste do Pentágono,
atravessando os anéis “E”, “D” e “C”, matando mais de 100 funcionários; um 4º
avião sequestrado pelos terroristas caiu nos campos da Pensilvânia, quando se
dirigia para Washington, provavelmente para atingir a Casa Branca ou o
Capitólio. Esses atentados (que mataram quase 3.000 pessoas), atribuídos a
Osama bin Laden, líder do grupo terrorista Al-Qaeda, levaram os EUA e a
Inglaterra a bombardear bases militares e de guerrilheiros no Afeganistão, onde
se esconderia bin Laden e seu grupo, protegidos pelo regime dos Talibãs. A
paranoia americana aumentou depois que cidadãos norte-americanos foram afetados
pelo vírus do antraz, remetidos por carta a várias instituições americanas de
renome, como o jornal New York Times e o Congresso - temendo
toda a população dos EUA um futuro ataque químico, biológico, ou até nuclear. O
terrorista egípcio Mohamed Atta, que pilotou um dos aviões lançados contra o
WTC, tentou, junto com outros 3 dos 19 terroristas mortos nos atentados, obter
junto ao Departamento de Agricultura dos EUA aviões bimotores, para
pulverização de lavouras, para transformá-los em bombas voadoras. Como não
conseguiram o empréstimo, optaram pelo sequestro de aviões de passageiros,
transformando-os em mísseis. No dia 05/01/2002, um jovem de 15 anos, Charles
Bishop, aluno de uma escola de pilotagem de avião, lançou um monomotor Cessna
172 contra um prédio do Bank of America, em Tampa, Flórida, sendo a
única vítima no atentado. Inspirou-se nos atentados contra o WTC e deixou um
bilhete em que expressava sua simpatia por bin Laden. Houve indícios de que
poderia haver ataques contra alvos americanos envolvendo aeronaves, ainda em
1993, mas, por que não foi evitado? “Quando foi desmontada, a célula de
Ramzi Youssuf estava em um estágio avançado de planejamento e preparação de uma
série de operações espetaculares contra alvos americanos. Uma das mais
ambiciosas era atacar o quartel-general da CIA em Langley, no estado da
Virgínia, lançando contra o prédio um avião leve carregado com explosivos
potentes. Said Akhman era um dos candidatos a piloto suicida nessa operação.
Outro plano em que a rede vinha trabalhando pretendia explodir,
simultaneamente, onze aviões de companhias aéreas americanas ao se aproximarem
de aeroportos nos Estados Unidos” (BODANSKY, 2002: 165). Um fato que
deveria ter alertado os órgãos de Inteligência dos EUA foi o sequestro de um
avião de passageiros feito por argelinos, que pretendiam explodi-lo sobre os
céus de Paris na véspera do Natal de 1995; a operação, entretanto, foi abortada
a tempo. “A desinformação aberrante é o condimento instrumental da
gororoba utilizada pelos rancorosos ressentidos - exemplificados por um certo
Thierry Meyssan, que insiste ser a CIA responsável pela destruição das torres
gêmeas de Nova York; e por nosso bofe, ex-teólogo, hoje ecologista esquerdoide,
que lamenta terem sido só dois e não duas dúzias os aviões que as atingiram” (Meira
Penna - in REVEL, 2003: 13). O ex-padre Leonardo Boff, hoje, é
um onagreen convicto. No WTC morreram 4 brasileiros: Sandra
Fajardo-Smith, Ivan Kyrillos Barbosa, Anne Marie Ferreira e Nilton Fernão
Cunha. O terrorismo islâmico já matou outros brasileiros: em outubro de 2002,
morreram o paulista Alexandre Watake e o gaúcho Marco Antônio Farias, sargento
do Exército Brasileiro, que servia na Força de Paz da ONU em Timor Leste, em
ataques contra bares do balneário de Báli, Indonésia (total de 200 mortos e
cerca de 300 feridos); em agosto de 2003, morreu em Bagdá o diplomata Sérgio
Vieira de Mello, em ataque contra missão diplomática da ONU (total de 23
mortos); em março de 2004, morreu Sérgio dos Santos Silva, nos ataques
terroristas contra trens, em Madri, quando morreram quase 200 pessoas.
Síndrome de país-afim – Identificada pela atração que um país tem pelo
outro, devido à sua cultura e, especialmente, pela religião. Os países mais
suscetíveis dessa síndrome são os muçulmanos. Expressão utilizada por H.D.S.
Greenways.
Síndrome do Vietnã -
As imagens dos sacos de plástico preto com os mortos da Guerra do Vietnã,
repetidas na mídia, colocaram a opinião pública contra a Guerra, manifestada
por passeatas pacifistas que reuniam milhões de pessoas nas ruas dos EUA. O
Afeganistão e o Iraque repetiram a Síndrome, com a atenuante de que, agora, as
tropas são formadas por voluntários, não compulsados, como no caso do Vietnã.
Síndrome dos Bálcãs - A utilização de mísseis com urânio depletado (empobrecido),
feita pela OTAN contra a Bósnia e o Kosovo, teria provocado o aparecimento de
leucemia em muitos soldados da Aliança e de cidadãos da antiga Iugoslávia - a
exemplo do que ocorreu durante a Guerra do Golfo, em 1991. Mais de 300
refugiados de um bairro de Sarajevo atacado por aviões da OTAN em 1995 com
munição de urânio empobrecido já morreram de câncer. Segundo a revista
alemã Der Spiegel, também foi usado urânio empobrecido pelos EUA em
sua intervenção na Somália, em 1993, sob o comando da ONU. Veja Síndrome da
Guerra do Golfo.
Sultanismo -
Assassinato de oponentes políticos, já comum no tempo dos césares e do
Imperador Constantino.
Talibã -
“Estudante de religião”: a milícia Talibã, formada principalmente por
fundamentalistas islâmicos da etnia Patane, nasceu nos seminários islâmicos (madrassas)
do Paquistão. No vácuo político que se seguiu após a retirada soviética (1989),
o Talibã apoderou-se de Cabul, capital do Afeganistão, em setembro de 1996,
chegando a ocupar 90% do território afegão. Implantou costumes muçulmanos
radicais (Sharia) no país: os homens foram obrigados a ter barbas
longas, as mulheres obrigadas a vestir o chaderi (túnica longa
que encobre, inclusive, o rosto) e proibidas de trabalhar e estudar, devendo
permanecer em suas residências, de onde somente podiam sair acompanhadas de um
parente próximo. O Talibã criou o “Ministério da Propagação da Virtude e de
Combate ao Vício” e, a partir de 21/07/1998, ordenou que toda a população
destruísse antenas, aparelhos de TV e videocassetes. Em março de 2001, os
Talibãs destruíram estátuas nos museus do país, incluindo duas estátuas
gigantescas de Buda, localizadas em Bamiyan, que haviam sido esculpidas há mais
de 1.500 anos; uma dessas estátuas era a maior estátua de Buda do mundo. Para o
regime Talibã, era impuro: carne e banha de porco, antena parabólica,
filmadora, mesa de sinuca, jogo de xadrez, fita cassete, álcool, cinema,
computador, aparelho de videocassete, TV, música, instrumentos musicais,
esmalte de unha, lagosta, estátuas, quadros, cartões de Natal, catálogo de
moda. No dia 08/10/2001, começou o ataque americano contra a milícia Talibã e
centros de treinamento de guerrilheiros, por abrigar Osama bin Laden, líder da
Al-Qaeda, suspeito de promover, no dia 11/09/2001, os atentados contra os EUA
(torres gêmeas do World Trade Center, de Nova York, e Pentágono, em
Washington). No final de 2001, os Talibãs foram substituídos por um Governo de
coalizão nacional. O americano John Walker Lindh, de 20 anos, lutou contra os
EUA ao lado dos Talibãs, foi a julgamento na cidade de Alexandria, Virgínia
(EUA), acusado de conspirar para matar cidadãos americanos e de apoiar a rede
terrorista Al-Qaeda. Os EUA prometeram retirar suas tropas do Afeganistão até o
simbólico dia 11/09/2021 - aniversário dos 20 anos da derrubada das Torres
Gêmeas e de uma ala do Pentágono. Com um governo afegão corrupto, que é tanto
odiado pela população, quanto pelo Talibã, que voltou a ocupar cerca de 50% do
país, pode-se imaginar o que vai ocorrer com a retirada dos soldados ianques.
Veja Operação Lança de Netuno.
Tapete de bombas -
Emprego massivo de bombas, seja com a utilização de MLRS, como o ASTROS II,
seja com o uso de bombardeiros, como o B-52, que carrega até 50 bombas de 241
kg. O primeiro emprego massivo
de bombas foi feito pelos nazistas, em 1937, contra um alvo não militar, a
cidade de Guernica, a histórica capital dos Bascos, na Espanha, durante a
Guerra Civil Espanhola, ocasião em que morreram mais de 6.000 pessoas. A
tragédia serviu de “inspiração” para Pablo Picasso pintar uma obra-prima já
concluída, que retratava apenas cenas de touradas, mas que se tornou - bingo! -
a tela “Guernica”. O cinema também imortalizou cenas de destruição massiva de
alvos civis, como a formação de centenas de aviões bombardeiros em formação
cerrada largando milhares de bombas sobre cidades inimigas, durante a fase final
da II Guerra Mundial, como Berlim e Dresden, na Alemanha. A cidade de Dresden
foi inteiramente pulverizada, e Londres, anos antes, havia sido também
castigada por bombardeios constantes dos nazistas. Durante a Guerra do Golfo,
em 1991, o ASTROS II, fabricado pela Avibrás, foi utilizado com sucesso para
destruição das tropas de Saddam Hussein. No Afeganistão, após os primeiros
ataques de armas “inteligentes”, os EUA também utilizaram o bombardeio massivo
contra posições talibãs.
Teologia Negra da Libertação - Surgiu dos movimentos Black Power e Direitos
Civis. “O marxismo - como movimento revolucionário - procura conquistar
o poder fomentando conflitos sociais. Nos Estados Unidos, a boa situação
financeira dos trabalhadores industriais os imuniza contra o vírus da luta de
classe. Não podendo fomentar o ódio social da luta de classe, o marxismo
pretende, atualmente, nos Estados Unidos, fomentar a luta racial. A este
diabólico fim serve a ‘Teologia Negra’. O principal (porém não o único)
representante da teologia negra é James Cone. Nascido em 1938, no seio da comunidade
negra norte-americana, é licenciado em teologia pelo Seminário protestante de
Evanston (Illinois) e doutorado pela Northwestern University. Seu primeiro e
mais importante livro, Teologia Negra e Poder Negro, foi editado em 1969; e em
1970, publicou Teologia Negra da Libertação” (Miguel Paradowski, in “A
Teologia Negra”, Verbo, Espanha, maio/julho/75, pg. 10.517). Para
Cone, a teologia é uma obra coletiva, comunitária, mas somente quando surgida
na “comunidade dos oprimidos”; para o teólogo racista (se racismo houvesse, já
que não há raças humanas), “somente uma comunidade dos oprimidos é uma
comunidade cristã”. Por isso, para Cone, a “teologia branca” é a “teologia
do Anticristo” e, para ser cristã, a “teologia branca deve
transformar-se em teologia negra, renegando a brancura como forma adequada do
existir humano e afirmando a negritude como a intenção de Deus para a
humanidade”. A Teologia Negra tem a mesma tendência que qualquer grupo de
contestação política radical: “transformar a comunidade tradicional em
grupos de ação, isto é, transformar a instituição em energia social - postulado
do marxismo revolucionário” (Sig. Altmann, redator dos temas
religiosos do Der Spiegel, in “Adeus,
Igreja”, Una Voce, jan/março/75). O texto de Paradowski pode ser
lido em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/a-teologia-negra-por-miguel-paradowski.html. O reverendo negro Jeremiah A. Wright Jr.,
líder da Trinity United Church of Christ, em Chicago, é adepto
dessa teologia. Amigo de Barack Obama, este se afastou do líder religioso
quando, em discurso violento, Jeremiah proferiu críticas duras contra seu país,
dizendo que os negros não deveriam cantar “God bless America!” (Deus
abençoe a América), mas “God damn America!” (Maldita
América!), e que os ataques de 11/09/2001 foram resultado do próprio terrorismo
dos EUA no exterior, ocasionando problemas à campanha presidencial de Obama. De
fato, as guerras contra o Iraque, ocasionando a destruição de toda a
infraestrutura do país, levantando o brado de ódio do mundo islâmico, foram um
crime bárbaro dos EUA contra a humanidade. Esse hediondo crime foi tratado
eufemisticamente por Obama como a “bagunça que fizemos” (OBAMA,
2020:172). Se o Estado Islâmico tem um pai, esse pai é os EUA, por ter
destruído o Iraque, que foi transformado em terra de ninguém.
Teoria da conspiração - No imaginário brasileiro, adestrado pelas esquerdas há
décadas, trata-se sempre de trama norte-americana. Mais recentemente, de trama
chinesa, também. “A população brasileira está maciçamente persuadida de
que a CIA matou Kennedy, de que o Pentágono montou o golpe militar de 1964 no
Brasil e o de 1973 no Chile, e de que um grupo de astutos capitalistas do
petróleo planejou a invasão do Iraque. Se, porém, desafiando as coerências
estereotipadas, você informa que Jimmy Carter usou o FMI para estrangular o
governo Somoza e entregar o poder aos sandinistas, que Bill Clinton cedeu à
China segredos nucleares vitais depois de eleito com verbas de propaganda
chinesas, e que Al Gore é acionista de uma empresa que fez lavagem de dinheiro
para o Comintern, você é carimbado automaticamente de ‘teórico da conspiração’,
embora nem de longe esteja falando de conspiração e sim de dados oficiais,
públicos e amplamente documentados” (CARVALHO, 2013: 337). “Foi
em 1973 que o ex-chefe da inteligência soviética no Rio de Janeiro, Ladislav
Bittman, confessou ter sido, em 1964, o inventor e disseminador da lenda de que
o golpe militar fora tramado e subsidiado pelo governo americano” (idem,
pg. 342). A invasão do Iraque em 2003 e sua completa devastação feita pelos EUA
configura-se crime contra a humanidade. Isso não é teoria da conspiração. O
fato é que não havia armas de destruição de massa no país, como asseguravam os
assessores militares do Presidente George W. Bush; mesmo se houvesse tais
armas, não seriam letais aos EUA. Os únicos beneficiados pelo crime hediondo
foram os senhores das armas. O resultado desse monstruoso atentado, seja em
1991 (1ª Guerra do Golfo), seja em 2003 (2ª. Guerra do Golfo), foi o custo de
mais de US$ 3 trilhões para os cofres dos EUA, deixando o Iraque uma terra
arrasada, que possibilitou o surgimento do Estado Islâmico. Veja Diplomacia de
cruzeiro e Doutrina Lake
Terrorismo - As
palavras “terror”, “aterrorizar”, “terrível” e “terrorismo”, assim como “deterrent”
na língua inglesa, derivam dos verbos latinos “terrere” (tremer ou
causar tremor) e “deterrere” (amedrontar). Essas palavras entram em uso
depois que as palavras francesas “terrorisme” e “terroriste”
surgiram no período revolucionário entre 1793 e 1798. Na era contemporânea,
além dos grupos terroristas isolados, convém ressaltar o terrorismo praticado
pelos países comunistas, para disseminação do marxismo-leninismo no mundo, como
a União Soviética, a China, a Coreia do Norte e Cuba, assim como o terrorismo
apoiado por países islâmicos, como a Líbia, a Síria, o Irã, o Iraque, o Sudão,
o Afeganistão (durante o governo dos Talibãs), normalmente relacionado com o
conflito árabe-israelense e, mais recentemente, com o sentimento antiamericano.
O terrorismo árabe moderno tem origem no nazismo, com a aproximação do grão
mufti de Jerusalém, Amin AL-Husseini, com Adolf Hitler, Adolf Eichmann e
Heinrich Himmler. O mufti chegou a elaborar um projeto de campo de concentração
para os judeus em Nablus, Palestina, nos moldes de Auschwitz, mas não foi
implantado. A respeito do assunto, leia “As origens nazistas do terrorismo
árabe moderno”, de Chuck Morse, em https://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/as-origens-nazistas-do-terrorismo-arabe.html. Segundo fontes norte-americanas, países que
patrocinariam o terrorismo seriam: Afeganistão (Talibãs), Arábia Saudita,
Catar, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Iraque, Líbia, Síria e Sudão; países
suspeitos seriam: Argélia, Autoridade Palestina, Bahrein, Bósnia-Herzegovina,
Chipre, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano,
Malta, Marrocos, Omã, Paquistão e Tunísia. Na história recente do Brasil,
tivemos o terrorismo de grupos radicais de esquerda, que queriam fazer de nosso
País uma Cuba continental. “Quando um guerrilheiro ataca, ele é um
combatente que julga ter o direito de fazer justiça com as próprias mãos.
Quando ele é atacado, exige que seja tratado como um cidadão comum” (USTRA,
1987: 158). “Segundo a vil campanha que fazem contra nós, os únicos que
não usam a violência nem praticam o terrorismo são, precisamente, os
terroristas. Chamam-se terroristas, não se sabe por quê. Mas são ótimos
assassinos, excelentes sequestradores, assaltantes da melhor qualidade” (Emílio
Garrastazu Médici - apud FIGUEIREDO, 2005: 191). Nossos “honoráveis
terroristas”, muitos deles alçados ao poder, como Dilma “VAR-Palmares”
Rousseff, repetem a mentira de que lutaram pela democracia e tentam reescrever
a história a seu modo, com o projeto Memórias Reveladas e a Comissão Nacional
da Verdade, levantando apenas os atos dos agentes de Segurança que combateram o
comunismo e deixando de lado os atos dos terroristas. Como se vê, os atos
terroristas continuam ocorrendo contra os militares que combateram a subversão.
Terrorista uma vez, terrorista sempre! Veja as ações terroristas no Brasil,
especialmente de 1965 a 1974, em http://museuvitimasdoscomunistas.com.br/saloes/ver/sargento-carlos-argemiro-camargo. Leia “A prevenção e o combate ao terrorismo
no século XXI”, de autoria do General Álvaro de Souza Pinheiro, em http://www.ebrevistas.eb.mil.br/index.php/RMM/article/download/21/pdf/.
Terrorista -
Terroristas são sempre os outros. Nós nunca praticamos terrorismo. As
atrocidades cometidas por nossos governos sempre são acompanhadas de
justificativas do tipo “guerra justa”, “luta contra o genocídio”, “luta contra
o racismo” etc. Terrorista é Bin Laden quando derruba as torres gêmeas em
Nova York. Porém, quando a OTAN
(com os EUA à frente), em 1999, com a desculpa de proteger a província do
Kosovo contra a “limpeza étnica”, bombardeia toda a Sérvia, destruindo a
infraestrutura do país, afundando pontes sobre o Danúbio, matando 5000 civis,
isso não configuraria também ato terrorista? Claro que sim! Veja Terrorismo.
Tríplice Fronteira -
Região de fronteira do Brasil (Foz do Iguaçu), Paraguai (Ciudad de Leste) e
Argentina (Puerto Iguazú), local de intenso contrabando, tráfico de drogas e
armas, e presença de grupos fundamentalistas islâmicos.
Turcos, Os -
Organização criminosa da Turquia conhecida como “Os Turcos” é formada por uma
dezena de clãs curdos. Originou-se como bando de contrabandistas que operavam
no Cáucaso e na fronteira persa-otomana, há séculos. Estão ligados à guerra
pela independência curda (Curdistão) na Turquia, no Irã e no Iraque. Parte dos
lucros oriundos da heroína vinda da Ásia Central, Afeganistão e Paquistão são
destinados aos curdos rebeldes. Os Turcos obtêm lucros, ainda, com pirataria de
produtos eletrônicos e vídeo, falsificação de passaportes e cédulas de
identidade, prostituição, negócios escravos, jogo ilegal, extorsão, fraude e
operações de peculato.
Ummá - “Desde
as primeiras conquistas elaborou-se a teoria do Dar el Islam, o ‘território do
Islã’ ou ‘território da paz’, que é formado pelas terras da ummá, a comunidade
dos muçulmanos, em oposição ao ‘território da guerra’, Dar el Harb, que deve
ser conquistado para a charia, a lei islâmica, seja pela pregação da palavra,
seja pela força das armas. (...) Agindo com maior realismo, os juristas
muçulmanos definiram igualmente a existência do Dar el Solh, ou ‘território da
trégua’, que pode conservar-se em paz mediante o pagamento de tributos. Eles
também determinaram que as relações entre o ‘território do Islã’ e o
‘território da impiedade’ poderiam ser regidas pela daruriyya ou ‘estado de
necessidade’, em condições ditadas pela superioridade dos infiéis ou por imperativos
econômicos, técnicos e sociais” (BALTA, 2010: 27).
Xiita - Uma
das principais correntes islâmicas, ao lado da Sunita. Caracteriza-se por uma
visão radical do islamismo, baseada no Wahabismo (fundamentalismo islâmico)
originado no século XVIII. Compreende cerca de 10% da população islâmica no
mundo. Hoje, xiita, na língua de pau, significa “radical”. “Para
muçulmanos xiitas o drama do cosmos atingiu seu momento de clímax no dia de
Ashura, que foi o décimo dia do mês de muarrã, 61 anos após a hégira (10 de
outubro de 680, segundo o calendário cristão). Nesse dia, em Karbala, no
Iraque, soldados do vil usurpador Yazid massacraram Hussein ibn Ali, neto do
profeta Maomé, juntamente com um pequeno número de seguidores. Para os xiitas,
o martírio de Hussein veio simbolizar a eterna luta do bem contra o mal e a dos
oprimidos contra a injustiça” (HARARI, 2018: 353 - “21 lições para o
século 21”). Veja Al-Azma e Al-Naqba.
Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, Reinaldo. O País dos Petralhas II - O inimigo agora é
o mesmo. Record, São Paulo e Rio, 2012.
BALTA, Paul. Islã. L&PM Editores, Porto Alegre, 2010
BODANSKY, Yossef. Bin Laden - O Homem que Declarou Guerra à
América. Ediouro, São Paulo, 2002.
CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não
ser um idiota. Record, Rio, 2013.
FIGUEIREDO, Lucas. Ministério do Silêncio - A história do
serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula - 1927-2005. Editora
Record, Rio de Janeiro e São Paulo, 2005.
FISK, Robert. A Grande Guerra pela Civilização - A Conquista
do Oriente Médio. Planeta, São Paulo, 2007 (Tradução de Sandra Martha
Dolinsky).
HARDING, Luke. Os Arquivos Snowden - A história secreta do
homem mais procurado do mundo. Leya, São Paulo, 2014 (Tradução de Bruno
Correia e Alice Klesck).
JUDT, Tony, com
Timothy Snyder. Pensando o
Século XX. Objetiva, Rio de
Janeiro, 2014 (Tradução de Otacílio Nunes).
KARL, Frederick R. George Eliot - A voz de um século.
Record, Rio e São Paulo, 1995 (Tradução de Laís Lira).
MONTAGU, Ewen. O homem que nunca existiu. Bibliex, Rio,
1978 (Tradução do Cel Álvaro Galvão).
OBAMA, Barack. Uma terra prometida. Companhia das Letras,
São Paulo, 2020 (Tradução de Berilo Vargas, Cássio de Arantes Leite, Denise
Bottmann e Jorio Dauster).
REVEL, Jean-François. A Obsessão Antiamericana - causas e
inconsequências. UniverCidade, Rio de Janeiro, 2003 (Tradução de Dorival
Ari Bogoni).
VOLKOFF, Vladimir. Pequena História da Desinformação - do
Cavalo de Troia à Internet. Editora Vila do Príncipe Ltda., Curitiba,
2004.
Fonte:
A LÍNGUA DE PAU – Uma história da intolerância e da
desinformação – de Félix
Maier
https://drive.google.com/file/d/1jfaOpIMbwzhlaQxspnA9hBnyHX8KX4_E/view?usp=sharing
http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/a-lingua-de-pau-uma-historia-da_10.html
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