MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A volta dos Talibãs no Afeganistão: Filhos da Rússia e enteados dos EUA - Por Félix Maier

 


A volta dos Talibãs no Afeganistão: Filhos da Rússia e enteados dos EUA

 

Por Félix Maier

 

O Afeganistão tem uma área equivalente à metade do Estado do Pará e se encontra em uma região estratégica, que foi no passado cobiçado por muitos Impérios, como o Russo e o Britânico. 

Desde o fim da II Guerra Mundial, a União Soviética passou a ter forte influência sobre o país, oferecendo assistência humanitária, econômica e militar. Em 27 de dezembro de 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão, matou o presidente Hafizullah Amin, colocando Babrak Karmal em seu lugar, títere dos russos. 

Com a invasão soviética, começaram a se formar brigadas islamitas internacionais para guerrear contra os invasores, que passaram a ser chamados de afegães, os quais receberam farto armamento e munição, especialmente dos Estados Unidos, assim como de outros governos – britânico, belga, chinês. 

Com a retirada da URSS, em 1989, o Afeganistão passou a ser terra de ninguém, com os líderes de clãs cometendo toda ordem de barbaridades, como assassinatos e estupros na terra arrasada deixada pelos russos. Para colocar ordem na bagunça, o Talibã assumiu o governo do país, de 1996 a 2001, quando foi derrubado pelas forças armadas dos EUA, junto com aliados. 

“Talibã” significa “estudante de religião”, e a milícia Talibã que conquistou o Afeganistão era formada principalmente por fundamentalistas islâmicos da etnia Patane e nasceu nos seminários islâmicos (madrassas) do Paquistão. No vácuo político que se seguiu após a retirada soviética (1989), o Talibã apoderou-se de Cabul, capital do Afeganistão, em setembro de 1996, chegando a ocupar 90% do território afegão. Implantou costumes muçulmanos radicais (Sharia) no país: os homens foram obrigados a ter barbas longas, as mulheres obrigadas a vestir o chaderi (túnica longa que encobre, inclusive, o rosto) e proibidas de trabalhar e estudar, devendo permanecer em suas residências, de onde somente podiam sair acompanhadas de um parente próximo, como marido, pai, irmão etc.

O Talibã criou o “Ministério da Propagação da Virtude e de Combate ao Vício” e, a partir de 21/07/1998, ordenou que toda a população destruísse antenas, aparelhos de TV e videocassetes. Em março de 2001, os Talibãs destruíram estátuas nos museus do país, incluindo duas estátuas gigantescas de Buda, localizadas em Bamiyan, que haviam sido esculpidas há mais de 1.500 anos; uma dessas estátuas era a maior estátua de Buda do mundo.

Para o regime Talibã, era impuro: carne e banha de porco, antena parabólica, filmadora, mesa de sinuca, jogo de xadrez, fita cassete, álcool, cinema, computador, aparelho de videocassete, TV, música, instrumentos musicais, esmalte de unha, lagosta, estátuas, quadros, cartões de Natal, catálogo de moda. 

No início dos anos de 1990, a Internacional Islamita aumentou seu poder de fogo, seja em auxílio à Bósnia-Herzegovina, para lutar contra os sérvios durante a dissolução da Iugoslávia, seja em retaliação à ocupação da Arábia Saudita, feita por tropas americanas, para expulsar Saddam Hussein do Kuwait, um crime hediondo devido a “infiéis” estarem ocupando o solo sagrado do Islã, que levou Osama bin Laden a decretar uma fatwa (decreto islâmico) contra todos os cidadãos americanos, que deveriam ser peseguidos e mortos em todos os cantos do planeta. Nesse período, ao longo dos anos de 1990, já estavam formados dezenas de grupos terroristas islâmicos ao redor do mundo, que promoveram inúmeros ataques, como os dos metrôs e ônibus em Londres e Madri, cujos países haviam participado da coalização americana contra o Iraque, ataques de carros-bombas contra embaixadas americanas na África, ataques contra navios americanos no Mar Vermelho, também contra o balneário de Sharm El-Sheikh, no Sinai, Egito, e contra ponto turístico de Mali, Indonésia. No WTC morreram 4 brasileiros: Sandra Fajardo-Smith, Ivan Kyrillos Barbosa, Anne Marie Ferreira e Nilton Fernão Cunha. O terrorismo islâmico já matou outros brasileiros: em outubro de 2002, morreram o paulista Alexandre Watake e o gaúcho Marco Antônio Farias, sargento do Exército Brasileiro, que servia na Força de Paz da ONU em Timor Leste, em ataques contra bares do balneário de Báli, Indonésia (total de 200 mortos e cerca de 300 feridos); em agosto de 2003, morreu em Bagdá o diplomata Sérgio Vieira de Mello, em ataque contra missão diplomática da ONU (total de 23 mortos); em março de 2004, morreu Sérgio dos Santos Silva, nos ataques terroristas contra trens, em Madri, quando morreram quase 200 pessoas.

No dia 08/10/2001, começou o ataque americano contra a milícia Talibã e centros de treinamento de guerrilheiros, por abrigar Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, suspeito de promover, no dia 11/09/2001, os atentados contra os EUA (torres gêmeas do World Trade Center, de Nova York, e Pentágono, em Washington), que ocasionaram a morte de 2996 pessoas, incluindo 19 terroristas

No final de 2001, os Talibãs foram substituídos por um Governo de coalizão nacional. O americano John Walker Lindh, de 20 anos, lutou contra os EUA ao lado dos Talibãs, foi a julgamento na cidade de Alexandria, Virgínia (EUA), acusado de conspirar para matar cidadãos americanos e de apoiar a rede terrorista Al-Qaeda.

Em 2003, os EUA promoveram novo ataque contra o Iraque, com a desculpa de Saddam Hussein possuir armas de destruição em massa, o que nunca ficou comprovado. Mesmo que o Iraque tivesse tais armas, que perigo causariam de fato aos EUA? Essa operação só atendeu aos interesses dos senhores da guerra, alguns ligados ao Pentágono. Basta lembrar que essas operações militares no Oriente Médio e Afeganistão chegou a astronômicos 6 trilhões de dólares, mais de trinta trilhões de reais (quase 5 vezes o PIB do Brasil em 2020), uma dívida perigosa, por não ser oriundo de impostos diretos dos americanos, mas de papéis em mãos dos chineses, como diz Tony Judt no livro. Pensando o Século XX. Objetiva, Rio de Janeiro, 2014, pg. 394 (Tradução de Otacílio Nunes): “Dado que o governo americano é intervencionista no exterior, mas não em casa, a guerra cria uma certa perversidade. Insistir em travar guerras e ao mesmo tempo se recusar a aumentar os impostos para pagar por elas foi simplesmente uma forma indireta de convidar o governo chinês a entrar em nossa vida. Se não estamos dispostos a pagar por nossas guerras, isso significa que vamos nos endividar com a China, com todos os riscos para o poder e a liberdade futuros que isso acarreta”.

Depois de dispensar os soldados de Saddam, e criar um novo exército iraquiano, aqueles foram aliciados por grupos terroristas, sendo que o mais vistoso foi o Estado Islâmico, que chegou a tomar quase todo o Iraque e parte da Síria em guerra contra extremistas. A partir de 2017, o Estado Islâmico começou seu declínio no Iraque e na Síria, após derrotas sofridas em operações conjuntas dos EUA e da Rússia. Se a Rússia é o pai dos Talibãs, podemos afirmar sem erro que os EUA são o pai do Estado Islâmico, que aproveitou a terra arrasada pelos yankees para implantar o terror e ainda continua vivo por aí, assim como a Al-Qaeda.

Com a retomada de quase todas as províncias, e da capital Cabul em 15 de agosto de 2021, realizada pelos Talibãs, os EUA prometeram retirar suas tropas e cidadãos até o dia 31 de agosto. Hoje, pode-se afirmar, com certeza, que será também impuro para os talibãs a internet, o Google e as redes sociais, que serão severamente censuradas. 

Impactante foi ver o número “1109” inscrito no primeiro avião militar que retirou às pressas pessoas do Aeroporto de Kabul, quando muitas delas, desesperadas, se agarraram ao avião e ao trem de aterrissagem e despencaram do alto quando o avião havia decolado. Ainda que os americanos escrevam o mês antes do dia, o “1109” lembrou a data dos atentados contra os EUA. 

Com a volta dos filhos da Rússia e dos enteados dos EUA ao governo do Afeganistão, o Islã preconizado pelos Talibãs passou novamente a ter muitas notícias e análises na mídia, em todo o mundo. A Operação Liberdade Duradoura, de 2001, durou 20 anos, consumiu mais de 2 trilhões de dólares e não serviu para nada, a não ser para devolver um Afeganistão ainda mais armado aos Talibãs, com desdobramentos futuros imprevisíveis.

Assim, reuni verbetes sobre o Islã e grupos terroristas gerados pela Rússia e pelos EUA, que constam de meu e-book A LÍNGUA DE PAU – Uma história da intolerância e da desinformação - https://drive.google.com/file/d/1jfaOpIMbwzhlaQxspnA9hBnyHX8KX4_E/view?usp=sharing ou http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/a-lingua-de-pau-uma-historia-da_10.html.

Boa leitura! 

 

Abu Nidal Organization (ANO) - Organização terrorista liderada por Abu Nidal, cujo nome original era Sabri al-Banna, responsável por mais de 900 mortes em 100 atentados. Segundo fontes iraquianas, Abu Nidal teria se suicidado em Bagdá, no dia 16/08/2002. Abu Nidal nasceu em Jaffa, subúrbio de Tel-Aviv, e foi um dos fundadores da Fatah, rompendo com a organização de Yasser Arafat em 1974. A ANO promoveu vários ataques em aeroportos. Em 1973, transformou um Boeing 707 em bola de fogo no Aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma, quando 32 pessoas morreram queimadas e 40 ficaram feridas. Em 1974, a ANO explodiu no ar um avião da TWA, que ia de Tel-Aviv a Atenas, matando seus 88 ocupantes. Abu Nidal foi pistoleiro de aluguel de Saddam Hussein, do Iraque, e de Hafez Assad, da Síria. Os governos do Kuwait e da Arábia Saudita pagavam a Nidal para poupar esses países de atentados – assim como mais tarde a Arábia Saudita passou a pagar a Al-Qaeda para praticar atentados terroristas longe da Casa Real. Em 27/12/1985, a ANO promoveu ataques simultâneos em aeroportos de Roma e Viena. Em Roma, morreram 10 passageiros e 3 dos 5 terroristas, e 71 ficaram feridas. Em Viena, morreram 3 pessoas, incluindo 1 dos 3 terroristas, e 47 ficaram feridas. A ANO ficou enfraquecida devido à perda do apoio financeiro da Síria, Iraque e Líbia, além de brigas internas. Em outubro de 1988, Abu Nidal, prevendo um golpe interno, mandou executar 156 militantes. Em janeiro se 1991, Abu Nidal comandou o ataque que matou Salah Khalaf (Abu Iyad), o sucessor de Arafat na OLP. 

Abu Sayyaf - Grupo terrorista separatista muçulmano mais antigo das Filipinas, tem seu nome derivado do líder terrorista Abdul Rasul Sayyaf e luta pela emancipação das ilhas do sul, predominantemente muçulmanas, contras as do norte, de maioria cristã. Tinha apoio de Bin Laden, que viajou às Filipinas em 1993 para adquirir propriedades e abrir contas bancárias para a Internacional Islamita do terror. A partir de 1994, terroristas experientes, principalmente “afegãos” árabes, chegaram às Filipinas e instalaram células de operação em todo o país, especialmente nas grandes cidades. Entre os combatentes superiores estava Ramzi Ahmad Youssuf, que no início de 1993 supervisionou a explosão no WTC, em Nova York. Youssuf esteve envolvido na tentativa de assassinato de Bill Clinton (duas tentativas em 1994) e do Papa João Paulo II, em 1995, em viagens às Filipinas. O plano, frustrado, foi assumido por Abu Sayyaf, para encobertar a Internacional Islamita. Youssuf plantou pessoalmente uma bomba no Boeing 747 das Linhas Aéreas Filipinas (PAL), em 11/12/1994, que ia de Cebu para Narita, Tóquio. A bomba explodiu sobre Okinawa, mas o avião não foi destruído. Abu Sayyaf também assumiu a responsabilidade da bomba. 

Afegãos - Islamitas estrangeiros (especialmente egípcios, paquistaneses, sudaneses, argelinos, saudistas) e, naturalmente, afegãos, que participaram de treinamento em campos do Afeganistão, para lutar contra a invasão soviética, em 1979-1989 (depois contra os EUA, a partir de 2001). “Ao longo de oito anos, os soviéticos perderiam 14.263 combatentes, mortos ou desaparecidos, e mandariam para casa 49.985 feridos” (FISK, 2007: 88). “A guerra lhes custaria, pelo que foi estimado, cerca de 35 bilhões de dólares - em apenas um ano, seriam perdidos aviões no valor de 2,5 bilhões de dólares” (idem, pg. 141). Os afegãos participaram também das guerras na Croácia, Bósnia e Kosovo - além do Iraque. São os responsáveis pela escalada do islamismo no Egito, onde participaram de muitas operações e assassinatos, e na Argélia, onde quase conquistaram o poder nas eleições gerais de 1992. Hoje, os veteranos “afegãos” são a ponta de lança e o coração da Internacional Islamita, que atua em todo o mundo muçulmano para apoiar lutas islamitas de libertação; são os “brigadistas” da IMB. Se a Rússia é o pai dos “afegãos” e dos Talibãs, os EUA são o pai do Estado Islâmico, por ter destruído o Iraque, transformado em terra de ninguém.

Al-Fatah - (Árabe) “A Conquista”: organização guerrilheira fundada por Yasser Arafat, em 1959. Em 1967, o Emir do Kuwait doou um cheque de US$ 50 mil à organização, que se juntou à OLP em 1968 e obteve a liderança dela em 1969. Expulsa da Jordânia após o “Setembro Negro” (1970), a Al-Fatah estabeleceu-se no Líbano. A invasão israelense no Líbano, em 1982, dispersou a organização para vários países, como Tunísia, Iêmen, Argélia, Iraque e outros. A Al-Fatah desencadeou ataques terroristas contra israelenses, na 2ª. Intifada (a partir do ano 2000), principalmente através da Force 17 (Força 17) e Western Sector (Setor da Cisjordânia). É também conhecida por “Al-Asifa”. A 1ª Intifada ou “Guerra das Pedras” ocorreu a partir de 1987, e só terminou em 1993, após a assinatura dos Acordos de Oslo.

Ali Químico - Ali Hassan al-Majid, primo de Saddam Hussein, ordenou o uso de armas químicas contra os curdos, no Norte do Iraque, em 1988. Comandou a invasão do Kuwait em 1990 e autorizou o assassinato e a tortura de civis. Também coordenou a execução de milhares de xiitas no Sul do Iraque, no levante em Basra, em 1991. Hani al-Latif Tulfah, dirigente da Organização de Segurança Especial, órgão de repressão do regime de Saddam, foi o militar responsável pelo desenvolvimento de armas químicas e biológicas. Hamza al-Zubaidi, ex-primeiro-ministro do Iraque, participou da tortura e execução de opositores políticos; supervisionou a limpeza étnica na região curda, em 1991, e o extermínio dos chamados “árabes dos alagados”, no Sul do Iraque, um dos maiores crimes ecológicos de que se tem notícia. Veja Genocídio.

Al-Jihad - Grupo Jihad: conhecido também como “Jihad Islâmica Egípcia”, “Grupo Novo Jihad”, “Vanguarda da Conquista” e “Talla’a al-Fateh”. É um grupo extremista islâmico, formado por estudantes palestinos no Egito, que se infiltraram na polícia na década de 1970 e, em 06/10/1981, assassinaram o presidente egípcio Anwar El Sadat, por este ter assinado um acordo de paz com Israel, por ter-se aliado aos EUA, por ter viajado a Jerusalém e ter dado asilo ao Xá Reza Pavlevi, deposto pela Revolução Iraniana em 1979. Com o esgotamento da luta no Afeganistão (expulsão dos soviéticos), o Al-Jihad participou de operações na Eritréia, Ogaden, Burma, Caxemira, Tadjiquistão, Chechênia, Bósnia, Líbia e Mogadíscio (Operação Restore Hope, da ONU, na Somália). O Al-Jihad tem o Xeque Omar Abdel-Rahman como seu líder espiritual. O objetivo do grupo também era derrubar o governo Mubarak e criar um Estado islâmico no Egito. Em 1995, o Al-Jihad matou 18 soldados judeus em um ponto de ônibus em Beit Lid.

Al-Azma - “A Crise”: calamidade para o Islã, com a unidade islâmica abalada quando Estados árabe-muçulmanos se aliaram ao Ocidente para combater outro Estado árabe-muçulmano, o Iraque (1991).

Al-Naqba - “O Holocausto”: calamidade para o Islã, comparada a Al-Azma, devido à perda da Andaluzia (Espanha) e da Palestina (Israel), e ao fim do Califado otomano.

Al-Qaeda - “A Base”, em árabe. Grupo terrorista islâmico fundado por Osama bin Laden, bilionário saudita, possivelmente refugiado no Afeganistão durante os ataques americanos contra aquele país (2001). Inicialmente, o grupo se chamava Salvação Islâmica (Fundação al-Qaeda), era uma instituição de caridade criada por bin Laden para remeter fundos de apoio à jihad no Afeganistão, depois da invasão soviética (1979), e no Paquistão; depois, estendeu-se a centros islâmicos e obras de caridade em todo o mundo islâmico, especialmente na Bósnia-Herzegovina, Albânia e Kosovo, durante a Guerra dos Bálcãs (1991-2001). Estudos comprovam que na Croácia e, principalmente, na Bósnia-Herzegovina grande parte da estrutura terrorista islâmica patrocinada pelo Irã escondia-se nesses “centros de caridade”, com base em Zagreb, Croácia, em cooperação e coordenação com os representantes locais da Inteligência iraniana e do Hezbollah (via embaixada do Irã em Zagreb - alto diplomata Mohammad Javad Asayesh). Quatro a seis mil terroristas islâmicos em atividade na Bósnia, na época, abrigavam-se em pouco mais de 20 “obras de caridade” ou “projetos humanitários”. A maioria desses fundos era coordenada pela Fundação Mostazafin, fachada da Inteligência iraniana. A Al-Qaeda possui células terroristas no Oriente Médio e Norte da África, e provavelmente no leste asiático, na Europa e na América do Norte, num total de mais de 40 países. Em 1991, bin Laden foi forçado a sair da Arábia Saudita e fundou a organização terrorista Al-Qaeda, em 1992, no Sudão, então governado pelo ditador fundamentalista Hassan al-Turabi. Bin Laden teve o passaporte saudita cassado em 1994 e passou, a partir de então, a utilizar passaporte diplomático sudanês com nome falso. Os principais dirigentes da organização, além de bin Laden, eram o chefe de planejamento, Ayman al-Zawahiri, e o chefe de operações militares, Mohamed Atif. O grupo tem ainda um conselho consultivo e quatro comitês: o religioso, o financeiro, o militar e o de mídia; a base da organização é composta por células terroristas próprias e organizações associadas. No Afeganistão, o grupo era sustentado pelo tráfico de drogas (em sociedade com o então governo Talibã) e por doações de instituições e pessoas físicas do mundo islâmico, especialmente da Arábia Saudita. A primeira ação do grupo ocorreu em fevereiro de 1993, contra o World Trade Center (WTC), em Nova Iorque, realizado pelo kuwaitiano Ramzi Youssef, quando um carro-bomba na garagem de uma das torres gêmeas deixou saldo de 6 mortos e mais de 1.000 feridos; preso, Youssef foi condenado a 240 anos de prisão. Em outubro de 1993, militantes treinados por Mohamed Atif mataram 18 soldados dos EUA na Somália (Operação Restore Hope”, da ONU). Em agosto de 1996, bin Laden escreveu seu primeiro manifesto contra os EUA, a declaração de sua Jihad (Guerra Santa), pois tropas americanas ainda ocupavam o solo sagrado do Islã - a Arábia Saudita. Em 1998, bin Laden decretou um outro manifesto, mais radical, a fatwa (sentença de morte) contra todos os cidadãos americanos, dentro ou fora das terras islâmicas, que seria desempenhada pelo “exército islâmico internacional para a guerra santa contra judeus e cruzados”. Desde 1996, com a ascensão dos talibãs no Afeganistão, o grupo teria construído no país 12 campos de treinamento de terroristas. O grupo é também acusado de ter ocasionado explosões em embaixadas americanas na África (Quênia e Tanzânia), em 1998, do ataque suicida contra o destróier americano USS Cole, no dia 12/10/2000, que deixou 17 marinheiros mortos, no Porto de Áden, Iêmen, e, principalmente, dos atentados contra as torres gêmeas do WTC, em Nova York, e contra o Pentágono, no dia 11/09/2001, ocasionando a morte de 2.996 pessoas (2.977 vítimas e 19 sequestradores, sendo: 2.606 em Nova York, 125 no Pentágono e 246 nos 4 aviões). Os atentados contra os EUA levaram este país a declarar guerra contra o governo Talibã do Afeganistão (por dar cobertura ao Al-Qaeda), em outubro de 2001, o qual foi deposto para dar lugar a um governo de coalizão nacional, no final de 2001. A Al-Qaeda tem ligações com a Jihad Islâmica egípcia e a Al-Ittihad. Em setembro de 2002, um jornal da Itália confirmou que a Al-Qaeda havia elaborado um plano para um grande ataque ao Vaticano. Na mesma época, veio a informação de que grupos islâmicos da Tunísia e do Marrocos pensavam em destruir a Basílica de San Petronio, em Bolonha, Itália, que tem um afresco mostrando Maomé sendo arrastado por demônios nas profundezas do inferno. No dia 19/09/2002, 5 homens - 4 marroquinos e 1 historiador italiano - foram presos na Basílica por estarem filmando o afresco pintado no século XV por Giovanni da Modena, sob inspiração de uma passagem da “Divina Comédia”, de Dante Alighieri. “No vídeo que os homens gravaram, estava registrada a seguinte frase: ‘O que Bin Laden fez com as torres é o que precisa ser feito aqui’” (in “Tensão na Itália”, revista Veja no. 1766, pg. 111); no dia 21 de agosto, os suspeitos foram libertados por um juiz, por “falta de provas”. O livro “Seeds of Fire” (Sementes de Fogo), do repórter inglês Gordon Thomas, apresenta provas da colaboração chinesa com a Al-Qaeda - tropas da Aliança do Norte encontraram enorme quantidade de armas chinesas em poder dos Talibãs. Antes dos ataques americanos, a Al-Qaeda tinha cerca de 50 acampamentos para treinamento de terroristas no Afeganistão, alguns dos quais, como Badr I, Badr II e Abu Khabab, podiam receber milhares de “soldados” a qualquer momento. A Al-Qaeda, apesar da derrota no Afeganistão, mantém ainda uma rede de “células dormentes” em diversos países islâmicos e ocidentais. Em 2011, Osama bin Laden foi morto pelos americanos no Paquistão. Em 20 anos, os EUA gastaram cerca de US$ 6 trilhões de dólares nos conflitos do Oriente Médio e no Golfo Pérsico - cfr. https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/em-20-anos-guerras-custaram-us-6-tri-aos-eua-quantia-poderia-eliminar-fome-ou-reverter-aquecimento/#:~:text=Em%20quase%2020%20anos%20de,Bagd%C3%A1%2C%20como%20querem%20os%20iraquianos. Só no Afeganistão foram cerca de US$ 2,5 trilhões, para nada, já que as últimas tropas americanas deverão sair do país até 11/09/2021, com o Talibã já tendo recuperado 50% do país [dados de maio de 2021; no dia 15/08/2021, o Talibã tomou a capital, Cabul]. Veja Operação Lança de Netuno, Talibã e Terrorismo.

Al-Quds al-Arabi - Jornal publicado em Londres (editor: Abdul-Bari Atwan, ligado à Al-Qaeda). Em editorial na véspera do atentado ao voo 800 da TWA, o jornal afirmou que “existe uma onda de ódio contra os americanos no cenário árabe” e que “foi Washington, suas políticas e seus aliados na região que criaram esse fenômeno e o alimentaram”, concluindo: “o que aconteceu no Cairo, em Riad e em Khobar é apenas o começo” (Cfr. BODANSKY, 2002: 238).

Ansar Allah - “Seguidores de Alá”: organização islâmica que se responsabilizou pela derrubada de um avião entre Cólon e Cidade do Panamá, matando todas as 21 pessoas a bordo, em 19/07/1994.

Assassinos, Seita dos - A Seita ou Ordem dos Assassinos foi um movimento terrorista islâmico, da ordem mística ismaelita (ramo xiíta), fundado no século XI por Hassan ibn Sabbah. “Na Idade Média, uma seita de fanáticos assassinos surgiu no Irã e se espalhou pelas montanhas sírias e libanesas. Seu líder, conhecido como o Velho da Montanha, possuía cerca de 60 mil seguidores” (Rodrigo Constantino, in “A Seita dos Assassinos - A origem medieval do terrorismo islâmico”, Gazeta do Povo, 17/11/2015, acesso em 05/11/2020). O Velho da Montanha distribuía haxixe a seus seguidores, provavelmente para torná-los mais audazes em seus ferozes ataques suicidas. Hashish (haxixe, em árabe), deu origem à palavra hashishin, “comedor de hashish”, que, por sua vez, deu origem à palavra “assassino”. Bernard Lewis é autor de “Os Assassinos - Os primórdios do terrorismo no Islã”. A intolerância islâmica também se verificou no assassinato do cineasta Theo van Gogh, de 47 anos, feito por um “militante” muçulmano. Theo denunciava em seus filmes abusos contra mulheres em países islâmicos, como no filme “Submissão”.

Batalha do Camelo - A viúva de Maomé, Aisha Bint Abu Báker, filha do futuro 1º. Califa, “assumiu o comando dos combatentes contra o califa Ali, em 636 na denominada ‘Batalha do Camelo’, em lembrança do animal montado por ela” (BALTA, 2010: 59). No início de 2011, houve uma “carga de camelaria” no Cairo, contra manifestantes que pediam a saída do presidente Hosni Mubarak.

BCCI - Bank of Credit and Commerce International (Banco de Crédito e Comércio Internacional), tinha sede em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Famosa por prestar “serviços especiais”: “lavagem de dinheiro” para terroristas, serviços muçulmanos de Inteligência e mujadins, financiamento clandestino de armas convencionais, armas de destruição em massa e de outras tecnologias estratégicas, envio e “lavagem de dinheiro” desviado de líderes corruptos de países em desenvolvimento. Nos anos de 1980, o BCCI havia sido a principal via de transferência e “lavagem” de fundos secretos da CIA para os mujadins afegãos (contra a URSS). Essa central criminosa foi atingida por crise financeira em 1991, faliu em 1992 e foi desmontada em 1996, depois de causar um prejuízo de US$ 500 milhões a países da União Europeia; no mundo, o prejuízo foi de trilhões de dólares. Como ocorre em situações semelhantes, muitos islâmicos afirmaram que a falência do BCCI foi culpa do Ocidente - vale dizer, dos EUA.

Belgistão - Bélgica + bantustão: processo de islamização da Bélgica, por meio do partido 4ShariahBelgium, que ocupa assentos no parlamento. Entre suas reivindicações, constam: que os restaurantes sirvam alimentos preparados conforme o costume islâmico (halal), o reconhecimento dos feriados islâmicos, o casamento com meninas, a imposição da Sharia como parte da legislação.

BH - Bósnia-Herzegóvina: capital Sarajevo, cidade em que terroristas assassinaram o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, em 1914, ato que ocasionou o início da I Guerra Mundial. Em 1994, forças islamitas foram instaladas na Bósnia por Bin Laden e Zawahiri, para combater os americanos do IFOR. O Acordo de Dayton, EUA, em 1995, estabeleceu divisão do território em Federação Croata Muçulmana (FCM) e República Srpska (RS), após a Guerra dos Bálcãs.

Big stick - Política do “porrete”, com a qual os EUA tratam os países sem grande expressão político-militar, como o ocorrido nas invasões ao Panamá e Granada, e nas “missões da ONU” no Haiti e na Somália. Após o fim da Guerra Fria, a política do “big stick” passou a utilizar a “diplomacia de cruzeiro” (cruise diplomacy) em ataques de Tomahawk (míssil de cruzeiro) contra o Iraque (1991 e 2003), a Iugoslávia (1999), o Afeganistão (2001), a Líbia (2011), destruindo completamente a infraestrutura desses países. Não se esqueça: ontem foi a vez da Líbia sofrer ataque, amanhã poderá ser a Amazônia das jaguatiricas ianomâmis e das raposas da Serra do Sol. O movimento ambientalista mundial em defesa da “preservação da Amazônia” pode destroçar a soberania brasileira na área. Veja Diplomacia de Cruzeiro e Doutrina Lake.

Black Moslem - “Muçulmano Negro”: membro de uma seita de negros norte-americanos, que prega a separação entre negros e brancos, professa o islamismo e visa à fundação de uma nação negra.

BLU-118B - Bomba de alto poder de destruição, equipada com sensor e teleguiada a laser, utilizada pelos EUA contra a Al-Qaeda, no Afeganistão. “A BLU-118B é uma bomba termobárica detonada em três estágios. O projétil perfura o bunker e mata seus ocupantes, mas a estrutura é preservada. Ao se aproximarem do alvo, sensores instalados na bomba acionam o detonador. A carga liberada, que parece um cogumelo de fogo, perfura concreto ou pedra. No interior do prédio ocorrem duas explosões. A primeira para liberar uma mistura gasosa e a segunda, com efeito retardado, para inflamá-la. A sequência de explosões causa ondas de choque que elevam a temperatura e sugam o oxigênio do bunker. Os ocupantes morrem incinerados ou por asfixia” (Revista Veja, 13/03/2002, pg. 88 e 89).

Boko Haram - Grupo extremista islâmico que promove assassinatos de cristãos na Nigéria, onde muitos cristãos são queimados vivos. O nome significa “educação ocidental é pecado”. No dia 14/04/2014, o grupo sequestrou 276 meninas de um colégio de Chibok, a maioria cristãs, das quais 112 ainda continuavam cativas em 2019. O líder do grupo, Abubakar Shekau, ameaçou vendê-las como escravas. “Elas passaram por períodos de fome, escravidão, abuso sexual, traumatismos e ferimentos de batalha, como estilhaços sob a pele, e até mesmo parte da perna de uma delas foi amputada. Elas viram pessoas, inclusive crianças, morrerem” – cfr. https://www.portasabertas.org.br/noticias/cristaos-perseguidos/apos-5-anos-do-sequestro-em-chibok-112-meninas-continuam-cativas. Em 5 anos, mais de 1.000 crianças foram sequestradas pelo Boko Haram.

Bombardeiros - O avião-bombardeiro mais antigo em operação, desde a II Guerra Mundial, é o B-52, armado com bombas convencionais e nucleares, com autonomia de 14.000 km, podendo carregar até 50 bombas de 241 kg. O B-52 é também conhecido como buff (big, ugly, fat, fucker - grande, feio, gordo, escroto). O bombardeiro mais moderno é o B-2, avião de 2 bilhões de dólares, que voou direto dos EUA para bombardear o Afeganistão em outubro de 2001, contra o governo Talibã e a Al-Qaeda de Osama bin Laden. O B-1 é um supersônico armado com bombas que são guiadas por satélites. O F/A-18 Hornet é um caça-bombardeiro, normalmente baseado em bases aéreas ou porta-aviões.

Burka - Vestimenta islâmica, que cobre a mulher da cabeça aos pés, deixando apenas uma pequena grade retangular à altura dos olhos, por onde as mulheres enxergam com dificuldade, ocasionando, muitas vezes, problemas sérios de visão. No Afeganistão, a burka tornou-se obrigatória durante o regime dos Talibãs.

Burquini - Mistura de burca com biquini, é a peça de banho-de-mar que cobre todo o corpo humano (inclusive uma touca), usada por muçulmanas da Indonésia.

Caso Lockerbie - Ataque terrorista contra um avião da Pan Am (Boeing 747), ocorrido nos céus da Escócia (Lockerbie), em 21/12/1988, quando morreram 259 pessoas a bordo e 11 em terra. A suspeita recaiu logo de início sobre a Líbia, de Muammar al-Gaddafi, o que ocasionou de imediato um embargo econômico contra aquele país. O agente secreto líbio, Abdel Basset al-Megrahi, foi condenado à prisão perpétua doze anos depois do atentado.

Choque de Civilizações - Ensaio do escritor Samuel P. Huntington, publicado em 1993 (transformado em livro, em 1996 – “O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial”), em que aborda conflitos entre civilizações, especialmente o atual conflito “Islã x Ocidente”, depois da derrocada do comunismo na União Soviética, com a expansão do Islã na ex-Iugoslávia (Bósnia-Herzegóvina e Kosovo) e nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, além de conflitos islâmicos na Caxemira (Índia), na Chechênia (Rússia), na questão palestino-israelense, na China, na Indonésia, nas Filipinas, no Sudão, no Egito, no Afeganistão, na Argélia e em praticamente todos os lugares do mundo onde há comunidades islâmicas. Segundo Huntington, são 8 as civilizações atuais: civilização ocidental (Europa, Canadá, EUA e países afins), civilização eslava-ortodoxa (Rússia e países-afins), civilização islâmica, civilização confuciana (China e países-afins), civilização hindu, civilização japonesa, civilização sul-americana e civilização africana. Na América Latina, em 1960 havia 7 milhões de protestantes; em 1990 esse número subiu para 50 milhões; no início da década de 1990, 20% da população latino-americana se identificava como protestante e 73% como católicos; no entanto, aos domingos, 20 milhões de pessoas estavam em templos protestantes enquanto apenas 14 milhões de católicos iam às igrejas. Leia o livro de Huntington em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/o-choque-de-civilizacoes-e-recomposicao.html. Veja Fim da História.

Conare - Comitê Nacional para Refugiados: vinculado ao Ministério da Justiça, foi criado em 1998. Nesse ano, o escritor cubano Ricardo Alberto Pérez, perseguido pelo regime comunista de Fidel Castro, recebeu proteção na “cidade-refúgio” de Passo Fundo, RS. Em 2002, refugiados do Afeganistão se estabeleceram em Porto Alegre. O Conare negou asilo ao terrorista Cesare Battisti, porém o ministro de Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao companheiro de ideologia. 

Conflitos de linha de fratura - Civilizações distintas que dividem um país, são especialmente frequentes entre muçulmanos e não-muçulmanos (Cachemira, Kosovo, Chechenia, Nigéria, Sudão etc.). Atualmente, a Ucrânia vive esse conflito, dividido entre simpatizantes da Rússia e da União Europeia, que já redundou na anexação russa da Crimeia, em 2014.

Criminoso de guerra - Expressão de pau muito ouvida, sempre se trata de chefe militar que combate na fronteira adversária. Os nossos chefes e os chefes das tropas amigas são sempre seres angelicais. Criminoso de guerra é também aquele que perde a guerra. Expressão aplicada a todos os chefes nazistas processados em Nüremberg, ficaram de fora os criminosos que lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e as bombas incendiárias sobre Tóquio, Berlim e Dresden, incinerando centenas de milhares de civis durante a II Guerra Mundial. “Pouco antes do fim do conflito, aviões americanos e britânicos lançaram 3.500 toneladas de bombas sobre a cidade [Dresden]. Quase nada ficou de pé” (revista Veja no. 1796, pg. 60). Atacada por 800 aviões, morreram cerca de 35.000 civis. As bombas produziram ventos superiores a 160 km/h, elevando a temperatura do ar centenas de graus. “O fósforo das bombas transformou os corpos numa massa amarelada liquefeita, que se fundia no asfalto das ruas. Muitos sobreviventes ardiam em chamas” (Idem, pg. 61). Ficaram de fora do julgamento, também, aqueles que cometeram “crimes contra a humanidade”, como os líderes comunistas Lênin, Stálin, Mao Tse-tung, Pol Pot, Fidel Castro, responsáveis por mais de 100 milhões de mortes. Recentemente, esse epíteto de pau, “criminoso de guerra”, foi colado em Slobodan Milosevic, ex-presidente da antiga Iugoslávia, preso e processado por um Tribunal Internacional, em Haia, acusado de ter fomentado a “limpeza étnica” na Bósnia e no Kosovo, ao mesmo tempo em que criminosos da OTAN, que bombardearam a Sérvia, na questão do Kosovo, destruíram toda a infraestrutura da nação, mataram mais de 5.000 civis inocentes, não sofreram nenhum tipo de condenação. No dia 11/03/2006, Milosevic morreu na prisão, de causas naturais. No dia 25/05/2011, foi preso o general sérvio Ratko Mladic, acusado de matar 8.000 muçulmanos. E não se fala nada sobre a “Síndrome dos Bálcãs”, doença que afetou extensa população iugoslava, incluindo alguns militares americanos, motivada por mísseis da OTAN que continham urânio depletado (empobrecido) em suas ogivas. Utilizadas pelos EUA, Rússia, França e Inglaterra, essas ogivas se destinam para penetração em blindados e não necessitam de explosivos porque geram no choque um calor de 1.800 graus Celcius, suficiente para derreter o aço e pulverizar a tripulação. “As tropas da OTAN lançaram 10.000 projéteis de urânio empobrecido na Bósnia, no início dos anos 90, e mais 31.000 em Kosovo, em 1999. Na Guerra do Golfo, as forças aliadas comandadas pelos Estados Unidos dispararam mais de 90.000 projéteis do tipo” (“Arma envenenada”, revista Veja no. 1683, de 17/01/2001, pg. 53). Casos de leucemia em crianças do Iraque, provocados por projéteis de urânio depletado, podem ser vistos no link http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/as-vitimas-das-armas-de-destruicao-em.html. Veja Síndrome da Guerra do Golfo.

Cristofobia - Palavra proferida pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro, durante a Assembleia-Geral da ONU, em 2020. Trata-se da perseguição a cristãos, principalmente por parte de regimes comunistas e islâmicos, com cerca de 100 mil mortes de cristãos por ano - cfr. texto de Reinaldo Azevedo em https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/cristofobia-que-mata-100-mil-cristaos-por-ano-ataca-quatro-igrejas-e-uma-escola-brasileiras-no-niger-e-o-que-dizem-os-tais-intelectuais-ora-nada/.  Em Moscou, a Catedral de Cristo, o Salvador, foi dinamitada em 1931 e reconstruída após o fim da URSS; a Catedral de Nossa Senhora foi transformada em banheiro público. Hoje, muitas igrejas e catedrais da Europa são transformadas em museus e outras destinações, por falta de fiéis. No Egito, cristãos coptas são crucificados e têm lojas incendiadas; na Nigéria, cristãos são queimados vivos por muçulmanos do Boko Haram e a imprensa não noticia nada (cfr. http://www.infocontinental.com/2011/04/27/cristianos-quemados-vivos-en-nigeria-por-musulmanes/). “Está acontecendo em países islâmicos e comunistas um morticínio organizado de cristãos, sem outro motivo que não o de serem cristãos, alcançando já um total de mais de dois milhões de vítimas desde a última década. Um diferente de perseguição se observa no outro lado do mundo: o genocídio cultural anticristo nos EUA. Sob pressão do lobby politicamente correto que domina as classes superiores e a mídia, os cristãos americanos vêm sendo expulsos, deliberada e sistematicamente, das instituições de ensino e cultura, proibidos de rezar em voz alta nas escolas, nos quartéis, nas repartições públicas e em muitas empresas privadas. Estudantes são punidos porque entraram em classe com um crucifixo ou uma Bíblia. Alguns estados tornaram obrigatório o ensino do islamismo e das religiões dos índios americanos nas escolas, punindo qualquer preferência cristã ostensiva com estágios obrigatórios de ‘reeducação de sensibilidade’ que incluem horas de recitações corânicas ou prática de ritos indígenas” (CARVALHO, 2013: 411). “Na BBC, nós já vimos, é permitido insultar cristãos e fazer pilhéria de Jesus Cristo, mas é proibido tornar pública qualquer referência crítica ao profeta Maomé. Chegou a vez de o New York Times evidenciar a sua dupla moral. O cristianismo é hoje a religião mais perseguida no mundo - INCLUSIVE NOS PAÍSES CRISTÃOS, O QUE É ESPANTOSO! Qual é o ponto? No dia 9 de março [2012], o jornal publicou um anúncio que convida os católicos a abandonar a Igreja. Indagava por que enviam seus filhos para a doutrinação e classifica de equivocada a lealdade a uma fé marcada por ‘duas décadas de escândalos sexuais envolvendo padres, cumplicidade da Igreja, conluio e acobertamento, da base ao topo da hierarquia’. (...) Ocorre que a blogueira Pamela Geller, que comanda a página ‘Stop Islamization of America’, tentou pagar os mesmos US$ 39 mil para publicar no mesmo New York Times um anúncio convidando os muçulmanos a abandonar a sua religião. E O NEW YORK TIMES SE NEGOU!” (AZEVEDO, 2012: 58-59). “O Chefe da BBC, Mark Thompson, admitiu que a BBC jamais zombaria de Maomé como zomba de Jesus. Ele justificou a espantosa confissão de preconceito religioso dando a entender que zombar de Maomé teria o mesmo peso emocional da pornografia infantil. Mas tudo bem zombar de Jesus porque o cristianismo suporta tudo e tem pouca relação com questões étnicas” (The Christian Institute, 29/02/2012 - apud AZEVEDO, 2012: 52). “O Islã não pode ser atacado sob nenhuma hipótese, mas os cristãos, sim, porque eles não reagem quando são atacados” (Peter Sissons, ex-âncora da BBC - apud AZEVEDO, 2012: 53). “Se Jesus voltasse, teria voltado gay, travesti, mulher”, disse Fabio Porchat, que, junto com Gregório Duvivier, gravou o “Especial de Natal” da Porta dos Fundos, em 2019, “A Primeira Tentação de Cristo”, apresentando Jesus como gay. Em 18/10/2020, a Igreja de São Francisco de Borja e a Igreja de Assunção foram incendiadas em Santiago, Chile, com pichação de “Muerte al Nazareno” (Morte ao Nazareno) - cfr. em https://revistacatolica.com.br/morte-ao-nazareno/O relatório anual da ONG Open Doors afirma que mais de trezentos e quarenta milhões de cristãos no mundo sofrem perseguição por causa de sua religião, em nível alto, muito alto ou extremo. Isso equivale a dizer que uma a cada oito pessoas que professam a fé cristã encontra-se nessa terrível situação. (...) O documento aponta ainda que o número de cristãos mortos no ano de 2020 aumentou 60% em relação a 2019. Os países que atingiram o nível extremo em matéria de perseguição foram: Coreia do Norte, Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Iêmen, Irã, Nigéria, Índia, Iraque e Síria” (“Aconteceu na Igreja e no mundo”, revista Arautos do Evangelho, no. 231, Março 2021, pg. 44). A ONU não reconhece que haja genocídio de cristãos. Quanto mais crimes são cometidos contra cristãos por terroristas islâmicos, mais a imprensa fala em “islamofobia”. Veja Holocausto cristão.

Curdistão - Região ocupada por cerca de 25 a 35 milhões de curdos, espalhados em 6 países: Turquia (mais da metade da população), Síria, Iraque, Irã, Armênia e Azerbaijão. Quarto maior grupo étnico do Oriente Médio, a exemplo dos palestinos, é um povo que não tem sua pátria. 

Daawa - (Árabe) “Pregação”: islamitas moderados optam pela daawa, em vez da jihad, em suas pregações. Com certeza, uma trégua, mas o objetivo final é o mesmo dos radicais: submeter a população mundial a Alá.

Dar Al-Harb - (Árabe) “Território de guerra”, “que deveria ser progressivamente conquistado para o Islã pela pregação ou, se necessário, pela força das armas” (BALTA, 2010: 5). Segundo a teologia islâmica, território não-islâmico é um território de guerra, que deve ser conquistado para Alá. Ou seja: o mundo inteiro.

 

Dar Al-Islam - (Árabe) “Morada ou território do Islã”. Junto com o Dar Al-Salam (território da paz), forma as terras da ummá, a comunidade dos muçulmanos. Veja Ummá.

 

Democracia no Iraque - Locução de pau criada pelo presidente George W. Bush, depois de iniciar a guerra no Iraque que depôs o ditador Saddam Hussein, em 2003. Promover a democracia num país islâmico, nos moldes ocidentais, é tão natural e tão fácil como vender geladeira a esquimó. Por que Bush não tentou promover a democracia também no Tibete, expulsando os malditos comunistas chineses que trucidaram aquele povo sereno, destruindo quase todos os templos budistas? Por que não promoveu a democracia na própria China, que se torna cada dia mais capitalista? Por que também não no Irã? Na Coreia do Norte? Em Cuba?

Democracia pela força - “É uma arrogância perigosa supor que podemos construir outras nações. Porém, onde nossos interesses estiverem em jogo, podemos ajudar outras nações a se autoconstruírem - e dar-lhes tempo para começar a fazê-lo” (Anthony Lake, ex-assessor de Segurança Nacional dos EUA durante o Governo Bill Clinton - apud HIPPEL, 2003: 11). Dentro da concepção nation building (construção de nação), evocado pelas missões de paz da ONU, os EUA, nas últimas décadas, promoveram intervenções no Panamá, na Somália, no Haiti e nas ex-repúblicas da antiga Iugoslávia. Veja Big stick, Diplomacia de cruzeiro e Doutrina Lake.

Desinformatsya - (Russo) “Desinformação”. “Sabe-se que a informação é, por natureza, uma mercadoria adulterada. Não faltarão tentações para a adulterar ainda mais” (VOLKOF, 2004: 10). A Desinformatsya foi concebida pelo Komintern para designar o uso sistemático de informações falsas como instrumento de desestabilização de regimes políticos. "A desinformação leva as instituições ao completo descrédito, induzindo a opinião pública a transferir aos agentes da desinformação a confiança que depositamos no Estado, nas leis e nos costumes tradicionais" (Olavo de Carvalho). O secretário de Estado do governo Barack Obama, John Kerry, em 22/04/1971, recém-chegado do Vietnã, “testemunhou perante o Comitê de Relações Públicas do Senado que soldados americanos haviam ‘estuprado mulheres, cortado orelhas e cabeças, amarrado genitais humanos com fios elétricos e ligado a corrente, amputado braços e pernas, explodido corpos, atirado a esmo em civis e arrasado vilas de uma maneira que lembrava Gengis Khan’. (...) O mais alto oficial da inteligência soviética que já desertou para o Ocidente, o general romeno Ion Mihai Pacepa, publicou um livro (‘Disinformation’, WND Books, 2013) em que conta várias operações de desinformação antiamericana, montadas pela KGB, das quais havia sido participante ou testemunha direta. Uma delas consistiu precisamente em espalhar em todos os meios esquerdistas da Europa e das Américas o rol de acusações, totalmente inventado, que o depoimento de Kerry repetiu no Senado ‘quase palavra por palavra’ (sic). Desinformação, stricto sensu, só existe quando a mentira comprometedora não é ouvida da boca do inimigo, mas de alguém de confiança da vítima. Estampadas no Pravda ou vociferadas pela Rádio Moscou, aquelas acusações seriam apenas notícias falsas vindas de uma potência hostil. Repetidas com ares de seriedade por um ex-tenente condecorado da Marinha americana e reproduzidas no New York Times, no Washington Post e por toda parte na mídia ‘respeitável’, tornavam-se desinformação de primeira ordem, uma contribuição essencial à transmutação da vitória militar americana no Vietnã em humilhante derrota política e diplomática” (Olavo de Carvalho, “Em quem acreditar?” - Diário do Comércio, 02/09/2013 - https://olavodecarvalho.org/em-quem-acreditar/). Um antecedente milenar foi Sun-Tsu, que afirmou: “Todo esforço de guerra baseia-se no engodo”. Se a espionagem é a 2ª mais antiga profissão do mundo, a desinformação é a 3ª. Nos EUA, o Governo George W. Bush criou o Departamento de Influência Estrangeira, subordinado ao Pentágono, logo após os atentados terroristas de 11/09/2001, para difusão de informações no Oriente Médio, Ásia e até Europa Ocidental, inclusive falsas. Uma das unidades encarregada do programa do novo Departamento é o Comando de Operações Psicológicas (PsyOp), do Exército. Na década de 1980, o PsyOp transmitiu programas de rádio e TV para a Nicarágua, para minar o Governo sandinista de Daniel Ortega. Nos anos 1990, o PsyOp estimulou o apoio aos americanos nos Bálcãs. “A forma mais simples de expor uma operação de desinformação é compará-la a uma forma de publicidade, apesar da seguinte diferença: a publicidade obedece à ‘predestinação simples’ (certos homens são predestinados à salvação: este determinismo lava mais branco), enquanto as operações de desinformação obedecem ao princípio da ‘predestinação dupla’ (certos homens são predestinados à salvação, outros à danação: o comunismo é bom, o capitalismo é mau)” (VOLKOFF, 2004: 101). Segundo Volkoff, a desinformação tem os seguintes ingredientes: o cliente, o dinheiro, o estudo de mercado, os suportes (caráter anedótico, mais apto a chocar, seduzir, do que persuadir) os retransmissores (vários, procurando cúmplices), o tema, o tratamento do tema (não difundir uma informação verdadeira, mas uma falsa, sobreinformação para fazer perder o sentido, slogans como “socialismo ou morte”, “lava mais branco”), as caixas de ressonância (mídia - “falar do que se fala”, o agente influenciador, o “bom” jornal e a “boa” emissora), o alvo (o público - aumentar a animosidade contra o “inimigo”), a diabolização ou satanização (dizer o pior possível do “inimigo”), o maniqueísmo (os “bons” e os “maus”) e a psicose (criação da “unanimidade” nas pessoas). E como ocorrem os truques da desinformação? Pela negação dos fatos, inversão dos fatos, mistura verdadeiro-falso com diferentes graduações, modificação do motivo, modificação das circunstâncias, encobrimento, camuflagem, interpretação, generalização, ilustração, partes desiguais, partes iguais, variação sobre o mesmo tema (Cfr. pg. 101 a 114). “A desinformação é uma manipulação da opinião pública para fins políticos através de informação trabalhada por processos ocultos” (idem, pg. 123). Um exemplo de desinformação foi a “guerra bacteriológica” americana na Coreia, “forjada por um agente soviético, o jornalista australiano Wilfred Burchett. Pierre Daix, então redator-chefe do jornal comunista ‘Ce Soir’, revelou mais tarde, em 1976, em suas memórias, ‘J’ai cru au matin’, como foi montada essa farsa jornalística” (REVEL, 2003: 26). Por sua obra, Burchett recebeu o Prêmio Stálin 1951. Um exemplo clássico da desinformação foi “O homem que nunca existiu”: “Fazer com que uma pasta contendo documentos chegue até a praia, o mais próximo possível de Huelva, na Espanha, de forma que se pense ser o fato resultado da perda de um avião no mar, quando a pasta estava sendo levada por um oficial inglês para o quartel-general das forças aliadas na África do Norte” (MONTAGU, 1978: 35). O cadáver do “major Martin”, dos “Reais Fuzileiros Navais”, e os “documentos” que carregava, iludiram os nazistas e contribuíram com o êxito da invasão aliada na Sicília - e depois, o sul da Europa -, durante a II Guerra Mundial. Leia “Censura e desinformação”, de Olavo de Carvalho, em https://olavodecarvalho.org/censura-e-desinformacao/.

Deus é fiel! - Frase impressa na camisa de um jogador de futebol brasileiro, ao comemorar o título de campeão do futebol italiano. Frase de pau, porque não se imagina que Deus possa ser “infiel” com o adversário daquele jogador somente por ele não ser evangélico. Deus não é exclusividade de ninguém, nem jurou fidelidade a essa ou àquela criatura humana, pois Ele é Pai de todos e está acima de todos os adjetivos que nós, simples mortais, lhe impingimos. Nós é que devemos ser fiéis a Ele. Além do mais, não se deve usar Seu Santo Nome em vão. Estão certíssimos os islâmicos quando dizem Allah-o-Akhbar (Deus é Grande).

Dhima ou Dimá – (Árabe) “Proteção”. Estatuto islâmico hoje em desuso. Os judeus e cristãos “deveriam pagar dois impostos, a djiziá e o kharaj, de que ficavam isentos os convertidos” (BALTA, 2010: 23). Isso explica, em parte, a rápida “conversão” ao islamismo durante o período das primeiras conquistas árabes. O Estado Islâmico retomou essa prática, para os infiéis que não tiveram as cabeças decepadas.

Diáspora judaica - Processo de dispersão dos judeus pelo mundo. A 1ª dispersão (êxodo ou exílio) ocorreu em 586 a.C., quando o imperador Nabucodonosor II invadiu Jerusalém e deportou os judeus para a Babilônia (586-538 a.C.). A 2ª dispersão ocorreu em 135 d.C., com a destruição romana de Jerusalém. A diáspora judia continuou em 1948, com a criação do Estado de Israel, quando se inicia também a diáspora do povo palestino. Entre 1948 e 1968, cerca de 850.000 judeus foram forçados a abandonar os países árabes, depois do confisco de todos os seus bens. No Egito, em 1948 havia cerca de 75.000 judeus; em 2001 eram apenas 100 (durante a Campanha do Sinai, em 1956, 25.000 judeus foram expulsos do Egito). Na Líbia, havia 38.000; em 2001, 0. Na Argélia havia 140.000; em 2001, 0. No Marrocos, eram 265.000. Em 2001, havia apenas 5.700. Dos 848.000 mil judeus que moravam nos países árabes em 1948, restavam apenas 7.800 em 2001” (Cfr. em http://sinagogashaarei.org/historia-das-comunidades-judeus-dos-paises-arabes/, transcrito em  http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/historia-das-comunidades-judeus-dos.html).  “A Irlanda é o único país que nunca perseguiu os judeus. Sabe por quê? Porque nunca os deixou entrar” (JOYCE, 1966: 41).

Diáspora palestina - Tem início com a criação do Estado de Israel, em 1948. Dados de fevereiro de 2001 indicavam os seguintes números de refugiados palestinos em diversos países: Líbano: 376.472; Síria: 383.199; Jordânia: 1.570.192; Cisjordânia: 583.009; Faixa de Gaza: 824.622.

Diplomacia de Cruzeiro - Política do Big Stick (porrete) norte-americano, autoproclamado “polícia do mundo”, como nos ataques da “ONU” contra o Iraque (1991), da OTAN contra a Iugoslávia (1999), dos EUA contra o Afeganistão (2001) e o Iraque (2003), e da OTAN contra a Líbia (2011), utilizando mísseis de cruzeiro (cruise missileTomahawk e destruindo toda a infraestrutura desses países. Veja Big Stick e Doutrina Lake.

Divisão Hanzar - O nome Hanzar deriva de um tipo de adaga, a cimitarra, utilizada pelo exército do Império Otomano. Em 25/04/1941, Hitler enviou o grão mufti de Jerusalém, Amin al-Husseini, à Bósnia, onde recebeu o título de “Protetor do Islã”. No dia 10/02/1943, Hitler criou a Divisão Hanzar (ou Handschar), na Bósnia, subordinada às SS, com efetivo de 100.000 voluntários bósnios muçulmanos, sendo o mufti o administrador-chefe. O mufti propôs implementar o “Plano Pejani”, para extermínio dos sérvios cristãos, mas Hitler desistiu. Os Hanzars cooperaram com os nazistas para o extermínio de 200.000 cristãos sérvios, 40.000 ciganos e 22.000 judeus. Em março de 1944, de Berlim, em discurso para as tropas Hanzar, o mufti bradou: “Matem os judeus onde quer que vocês os encontrem. Isso agrada a Alá, à História e à religião. Isso salvará a sua honra. Alá está com vocês” (“As origens nazistas do terrorismo árabe moderno”, de Chuck Morse - Cfr. em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/as-origens-nazistas-do-terrorismo-arabe.html). Veja Genocídio.

Doutrina Lake - Doutrina propagada por Anthony Lake, Assessor de Segurança Nacional do Presidente Bill Clinton, em 1996. Segundo a Doutrina, as Forças Armadas americanas devem ser utilizadas em 7 circunstâncias: 1) defender o país contra ataques diretos; 2) para conter agressões; 3) para garantir os interesses econômicos do país; 4) para preservar e promover a democracia; 5) para prevenir a propagação de armas de destruição em massa, terrorismo, crime internacional e tráfico de drogas; 6) com fins humanitários para combater a fome, desastres naturais e grandes abusos de direitos humanos; e 7) em defesa da ecologia e do meio ambiente. Leia meu texto “Doutrina Lake - o Big Stick Atualizado”, em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/10/doutrina-lake-o-big-stick-atualizado.html.

EIS - Exército Islâmico de Salvação: grupo extremista que, junto com o Grupo Islâmico Armado (GIA), atuou na guerra civil da Argélia, iniciada em 1992, quando foram anuladas as eleições (2º turno) que dariam a vitória à Frente Islâmica de Salvação (FIS), que desejava implantar um estado islâmico naquele país. Veja FIS e GIA.

El-Gamaa el-Islamyia - (Árabe) “Assembleia Islâmica”: grupo fundamentalista terrorista do Egito.

ELK - Exército de Libertação do Kosovo: movimento separatista em luta contra o governo da Sérvia, quer a independência da Província do Kosovo (que tem maioria albanesa, de religião muçulmana) ou anexação à Albânia. O mesmo que UÇK.

Epístola de Qadir - Risala AL-Qadiriya, em Árabe: em 1019, Al-Qadir, califa de Bagdá, emitiu uma epístola político-religiosa, “na qual condenava a doutrina da ‘Criação do Alcorão’, proibia novas exegeses (interpretações do Livro) e fixava o credo oficial. Desse modo, ele ‘fechou a porta da ijtihad’ (esforço de pesquisa pessoal), segundo uma expressão em uso entre os muçulmanos. Também matou o espírito crítico e encorajou a taqlid ou ‘imitação servil’, em detrimento da inovação” (BALTA, 2010: 36-37). O impasse permanece até hoje para os muçulmanos: modernizar o Islã ou islamizar a modernidade?

Escolas corânicas - Escolas confessionais islâmicas, as madrassas. No Paquistão, existem cerca de 70.000 escolas corânicas, financiadas pelos países petroleiros do Golfo Pérsico, “onde 6 milhões de crianças são instruídas na versão mais militante do islamismo e preparadas para dedicar a vida à guerra santa” (Amir Taheri, in “O ódio dos muçulmanos ao Ocidente é cultivado por Governos e imprensa”, revista Veja, 26/12/2001). Os talibãs, que chegaram a tomar o Afeganistão, foram formados nessas escolas. Veja Talibã.

Escravidão do povo de olho azul - Desde a antiguidade, o comércio de escravos foi comum no continente africano. Muitos príncipes negros viviam no luxo vendendo seu próprio povo. No Mediterrâneo, os islâmicos sequestravam milhares de europeus, fazendo escravos os homens e concubinas (escravas sexuais) as mulheres; era “quando os escravos tinham olhos azuis”. Os EUA acabaram com essa farra, que consta no Hino dos Marines: From the Halls of Montezuma to the Shores of Tripoli - cfr. “EUA e Islã - Pequena aula de História” em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/os-eua-e-o-isla.html.

ESL - 1. Exército do Sul do Líbano: milícia libanesa, aliada de Israel durante a ocupação do Sul do Líbano (1978-2000). Com a retirada de Israel da região, em 2000, o ESL foi deixado à própria sorte, com a chegada do Hezbollah. 2. Exército Simbionês de Libertação (EUA): era formado por estudantes radicais da Universidade da Califórnia em Berkeley, a maioria mulheres. Embora tenham recrutado 4 condenados (2 negros e 2 brancos), os intelectuais sempre foram a maioria e sempre dirigiram o movimento; seu nome indicava a simbiose ou fusão entre os intelectuais e os necessitados. Típico produto das escolas de subversão e espionagem, da URSS.

Eurábia - Combinação das palavras “Europa” e “Arábia”. Trata-se da islamização da Europa moderna, motivada, principalmente, pelo “suicídio” daquele continente, onde as pessoas não querem mais ter filhos e abandonaram a religião cristã. “Estudo de uma equipe de sociólogos do EVS mostra que, em 1999, havia 62,1% de católicos e 25,8% de protestantes no continente. Em 2008, data do último relatório, registrou-se queda vertical nas proporções, para 36,7% e 14,5%, respectivamente. (...) Do lado muçulmano, ocorre o contrário. Eles são atualmente 44 milhões (6% da população europeia), depois de um aumento de 14,5 milhões de 1990 a 2010” (in “Europa: queda vertical de católicos e protestantes! Crescem os sem igreja e os muçulmanos!” - Ex-Blog do Cesar Maia, 28/10/2011). Os muçulmanos agradecem esse precioso presente, chucrán! Apesar dos magrebianos terem casa, comida e escola de graça, como é o caso da França, eles não se aculturam e exibem faixas em protestos: “O Islã é a solução”, “O Islã é minha pátria”, “O Islã irá dominar o mundo”. Já existe uma espécie de intifada na França, na Alemanha e na Inglaterra, com incêndios de carros e prédios públicos, e depredações em geral, a qualquer pretexto - com o apoio direto ou indireto dos sheiks nas mesquitas, que vociferam contra os “infiéis”. Deveriam ser deportados, já que cospem no prato em que comem. Veja Jihad.

Exército de Mohammad - Exército de Maomé: grupo terrorista que se responsabilizou pelos atentados no Iêmen contra a Embaixada Britânica, e contra o Contratorpedeiro Cole, da Marinha dos EUA, em 12/10/2000, matando 17 pessoas, em ataque promovido por 2 terroristas suicidas numa lancha de borracha com 220 kg de explosivos.

Fanatismo religioso - Existente, hoje em dia, entre muçulmanos radicais mundo a fora e entre evangélicos que no Brasil - imitando os talibãs - se especializaram em quebrar estátuas de Nossa Senhora ou de santos, ou dando “chute na Santa”, Padroeira do Brasil, no dia 12/10/1995, em programa ao vivo da TV Record, da Igreja Universal do Reino de Deus - caso do bispo Sérgio von Helder. Leia, de minha autoria, “Nossa Senhora Aparecida e a Intolerância dos Talibãs Evangélicos” em http://www.sacralidade.com/igreja2008/0259.universal.html. Infelizmente, o Geledés comete o mesmo erro dos protestantes, quando diz, em comentário a um texto de minha autoria (https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/06/Mapa_da_intolerancia_religiosa.pdf), que “não há dúvidas que o uso de imagens e a adoração aos santos são um dos grandes elementos divisores entre a prática católica e a prática protestante/evangélica em nosso país”. Uma deslavada mentira, de que os católicos “adoram os santos”. Eles apenas os “veneram”.

Fatwa - (Árabe) “Decreto religioso islâmico”. Veredito islâmico, como o decretado contra Salman Rushdie, autor do livro “Versos Satânicos”, pelo qual foi condenado à morte pelo Ayatolá Khomeini.

Fim da História, O - (The End of History) “O fim da História e o Último Homem” é um ensaio escrito em 1989 pelo doutor em ciência política pela Universidade de Harvard, Yoshihiro Francis Fukuyama, após a queda do Muro de Berlim, cuja tese consiste no fim da evolução histórica devido à implantação da democracia liberal a grandes setores da humanidade, em seu caráter de ideologia definitiva, e último e melhor sistema de governo, que produziria a máxima satisfação aos seres humanos - antevendo aí a dissolução da União Soviética e demais regimes totalitários, comunistas ou não. Segundo Samuel Huntington (autor de “O Choque de Civilizações”), “O Fim da História” padece da “falácia da alternativa única”. Mesmo assim, ele diz qual alternativa seria a melhor: “A ideia de que existe um ‘fim da história’ era compartilhada pelos marxistas, que acreditavam, como eu, em evolução a longo prazo, da sociedade humana. A diferença é que eles achavam que o fim da história seria a vitória da utopia comunista. Depois da queda do Muro de Berlim quase ninguém ainda acredita nisso. Minha tese é que, diferentemente do que pensavam os marxistas, o ponto final da história é a democracia liberal. Não considero plausível imaginar que estávamos no rumo de uma forma mais elevada de civilização. Podemos retroceder ao fascismo, à monarquia ou ao caos puro e simples. Nunca vamos ter, contudo, um modelo de sociedade melhor do que a democracia orientada pela economia de mercado. Essa é a ideia básica de ‘O Fim da História’. Nada do que ocorreu desde então, nem mesmo os atentados de 11 de setembro de 2001, mudou isso” (Francis Fukuyama, in “A história acabou”, texto de Diogo Schelp, revista Veja no. 1880, de 17/11/2004, pg. 11). A rigor, o “Fim da História” já era concebido antigamente pela Igreja Católica, quando pretendia impor a religião cristã a todo o mundo, assim como a Internacional Comunista, que tentou comunizar todo o planeta. O fundamentalismo islâmico tem o mesmo objetivo: islamizar o planeta, ou seja, programar o “Fim da História” sob o governo de Alá. Veja Choque de Civilizações.

FIS - Front Islamique du Salut (Frente Islâmica de Salvação): fundada em 10/03/1989, foi proibida em 04/03/1992, quando foram anuladas as eleições (2º turno) que o FIS venceria na Argélia; com isso, teve início a guerra civil. Às vésperas das eleições, ricos xeques do Golfo Pérsico depositaram 12 milhões de dólares na filial Cartum do Banco Islâmico Faiçal, de onde foi transferida para a FIS. No início de 1992, mais 20 milhões de dólares foram transferidos de Cartum para a FIS. A FIS luta pela implantação de uma república islâmica na Argélia; líder: Abassi Maddani. O GIA é seu braço armado mais belicoso. O Exército Islâmico de Salvação (EIS) é outro grupo extremista operando na Argélia. Veja EIS e GIA.

Fundamentalismo - Conceito protestante que surgiu no século XX, para defender e conservar os elementos “fundamentais” da fé cristã, através da interpretação literal da Bíblia. Atualmente refere-se ao conjunto de ideologias que veem, exclusivamente nos fundamentos da religião, a base para a organização da vida social e política. Principais movimentos fundamentalistas no mundo: 1) Fundamentalismo islâmico: teve origem no Wahabismo, uma teoideologia radical formulada na versão radical do Islamismo, no século XVIII; exemplos de fundamentalismo islâmico: xiitas no Irã, após a Revolução Iraniana de 1979, conduzida por Ruhollah Khomeini; a Gammaat-i-Islamia no Egito; a FIS na Argélia; o Hezbollah no Líbano; o Hamás em Gaza; a milícia Talibã no Afeganistão; 2) Fundamentalismo hindu: como exemplo temos: a organização Shiv Sena e o Partido Bharatiya Janata (BJP), os quais destilam seu ódio contra os demais segmentos religiosos da Índia, especialmente muçulmanos; e os Sikhs, membros de uma seita hindu monoteísta fundada no século XVI, que desejam fundar o Khalistão (“Terra dos Puros”) em território indiano; 3) Fundamentalismo judaico: o Eyal (Força Judaica Combatente) e o Kahane Vive. O fundamentalismo islâmico é o mais forte e mais atuante no mundo. Muçulmanos perfazem mais de 85% da população dos seguintes países: Afeganistão, Argélia, Autoridade Palestina, Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Paquistão, Arábia Saudita, Senegal, Tunísia, Turquia, os países do Golfo Pérsico e a maior parte das novas repúblicas da Ásia Central e do Cáucaso, surgidas após o colapso da União Soviética. Nos países de Albânia, Tchad, Etiópia e Nigéria os muçulmanos são 25 a 85% da população. A Índia, Myanmar (ex-Burna), Camboja e as Filipinas têm significativas populações muçulmanas. Bernard Lewis, historiador judeu, autor de “O que deu de errado no Oriente Médio?”, “aponta para a incapacidade do mundo muçulmano de separar religião e Estado. Faltou-lhes algo como a Reforma Protestante ou a Revolução Francesa. A promiscuidade entre religião e Estado gerou um sistema monolítico, avesso às contraposições, que os impediu de desenvolver conceitos como democracia, emancipação feminina, liberdade de imprensa. (...) A frustração e o ressentimento causados pelos fracassos das ideias ocidentais insuflou o fundamentalismo religioso, com sua falsa promessa de um retorno a um passado glorioso em que os muçulmanos dominavam o mundo” (in “Pobres, fracos e ignorantes”, resenha de Diogo Mainardi, revista Veja no. 1762, de 31/7/2002, pg. 109).

Genocídio - A palavra “genocídio” foi cunhada pelo jurista polonês Raphael Lemkin, em 1944, para descrever as atrocidades dos nazistas contra os judeus durante a II Guerra Mundial. “Geno” é palavra grega que significa “raça” ou “tribo”; “cídio” vem do Latim e significa “massacre”. Assim, genocídio é o extermínio sistemático de uma etnia ou de um povo, a chamada “limpeza étnica”. Os ingleses, espanhóis e portugueses promoveram o genocídio de indígenas nas Américas (os mesmos indígenas que haviam promovido genocídio contra seus antecessores). O comunismo exterminou aproximadamente 110 milhões de pessoas em todo o mundo. O nazismo aniquilou aproximadamente 6 milhões de judeus, além de ter provocado a morte de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, ao desencadear a II Guerra Mundial. Os ingleses exterminaram em torno de 4 milhões de irlandeses, utilizando a “Arma da fome” (1845-1849). Os turcos otomanos promoveram a matança de 1,5 milhão de cristãos armênios durante a I Guerra Mundial. O general Suharto, ditador da Indonésia (1965-1998), eliminou entre 700.000 e 1.000.000 de cidadãos, grande parte de origem chinesa e ligados ao Partido Comunista; em 1975, a Indonésia anexou o Timor-Leste, então colônia portuguesa; durante 24 anos, a repressão causou a morte de cerca de 200.000 pessoas do país, de maioria cristã. Pol Pot, ditador comunista que tomou o poder do Camboja em 1975, exterminou cerca de 2 milhões de cambojanos (20% da população), a maioria de fome, devido ao retorno forçado ao meio rural. Juntas de comandantes da ditadura militar argentina (1976-1983) fizeram “desaparecer” 5.916 pessoas (os comunistas insistem em mentir que foram 30 mil). O regime de Saddam Hussein, do Iraque, mandou bombardear cidades curdas, ao norte do país, em 1988, com armas químicas, matando 8.000 civis e forçando 100.000 a fugir para a Turquia; o ataque foi para eliminar a guerrilha curda, que apoiou o Irã durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988). A Sérvia promoveu limpeza étnica na Bósnia-Herzegovina e na Província do Kosovo, que por sua vez promoveram perseguições contra os sérvios. O ex-Presidente Milosevic foi entregue ao Tribunal Penal Internacional - TPI, em Haia, em 2001, para julgamento de “crimes de guerra”, e um de seus generais, Radislav Krstic, foi condenado, pelo TPI, em 2001, a 46 anos de prisão pela morte de 8.000 muçulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995. As guerras da antiga Iugoslávia contra a Croácia, Bósnia e Kosovo ocasionaram mais de 200.000 mortos; 700.000 sérvios, por sua vez, foram expulsos das regiões controladas por bósnios muçulmanos e croatas. Em 1994, o avião do Presidente da Ruanda foi atingido por um foguete; o Presidente morreu e os hutus culparam os tutsis (etnia rival), que passaram a ser perseguidos e mortos, resultando na morte de 800 mil tutsis. O governo muçulmano do Sudão promoveu extermínio de cristãos e animistas no Sul do país (a Guerra Civil fez mais de 2 milhões de vítimas); em 2011, em plebiscito, a população do Sul do país votou pela separação do Norte muçulmano. Na África do Sul, durante o Governo Mandela, foram assassinados em torno de 2.000 fazendeiros brancos. Michal Horowitz, erudito judeu ortodoxo, calcula que cerca de 150.000 cristãos - o total dos mártires dos primeiros séculos - morrem anualmente assassinados pelas ditaduras da China, Vietnã, Coreia do Norte, Irã e Sudão. A esses países, deve-se acrescentar a Indonésia, o Paquistão, o Egito, a Nigéria e outros, de maioria muçulmana, que também promovem perseguições a não-muçulmanos. Veja Cristofobia.

Gharbzadegi - “Ocidentoxicação”: os muçulmanos veem a cultura ocidental como materialista, corrupta, decadente e imoral. Por isso, com o ressurgimento islâmico na atualidade, está aumentando o sentimento antiocidental, especialmente contra os EUA.

GIA - Groupe Islamique Armée (Grupo Islâmico Armado): braço armado mais belicoso da Frente Islâmica de Salvação (FIS), luta pela implantação de uma república islâmica na Argélia. O GIA massacrou 150.000 pessoas e assassinou, em 1996, 7 monges de Tibberine e depois o Monsenhor Pierre Claverie, bispo de Oran. Atuante até 2006, o GIA tinha como objetivo exterminar os judeus e cristãos na Argélia e formar um califado. Veja FIS.

Guerra assimétrica - É quando um dos beligerantes é muito mais poderoso do que o outro, a exemplo dos EUA em guerra contra o Iraque. Esse é o significado na oldspeak. Na newspek, ou seja, na língua de pau atual, porém, tem significado diferente: “Inspirada na Arte da Guerra de Sun-Tzu, consiste em dar tacitamente a um dos lados beligerantes o direito absoluto de usar de todos os meios de ação, por mais vis e criminosos, explorando ao mesmo tempo como ardil estratégico os compromissos morais e legais que amarram as mãos do adversário” (Olavo de Carvalho, in “Diferenças gritantes”, jornal O Globo, 15/05/2004). Um exemplo simples é o caso Israel-Hamás: basta revidar aos ataques de foguetes do grupo terrorista, em legítima autodefesa, para que Israel seja considerado um país genocida e condenado pela ONU, pelos petistas e seus genéricos, e por toda a esquerda mundial. Em outubro de 2011, Israel libertou 1027 prisioneiros palestinos e estrangeiros, a maioria terroristas, em troca do soldado Gilad Shalit, que havia sido sequestrado pelo Hamás. Embora tenha sido um grande ato humanitário, mantendo a vida de um simples soldado, foi um erro do governo Benjamin Netanyahu, pois “a libertação de prisioneiros só encoraja os terroristas, dando-lhes a sensação de que, mesmo que sejam apanhados, a punição será de curta duração” - como afirmou o próprio Netaniahu em seu livro “Combatendo o Terrorismo” (apud revista Vejain “Um preço alto demais”, 26/10/2011, pg. 104). A moral esquerdista da guerra assimétrica é isso: um judeu só tem o direito de continuar vivo se mais de 1.000 terroristas palestinos forem soltos, para voltar a praticar assassinatos de judeus. A mesma patifaria foi realizada por terroristas brasileiros, em 1969 e 1970, que sequestraram diplomatas estrangeiros para a libertação de dezenas de “militantes políticos”. “De vez em quando, a Assembleia Geral [da ONU] se convertia num fórum de exibicionismo, hipocrisia e condenações unilaterais de Israel; mais de uma agência da ONU veio a se envolver em escândalos de corrupção, enquanto autocracias brutais como o Irã de Khamenei ou a Síria de Assad manobravam para obter assento no Conselho de Direitos Humanos da organização” (OBAMA, 2020: 483).

Guerra da Saia da Mônica - “Quando o presidente Clinton viu-se diante do escândalo de sua relação com Monica Lewinsky, bombardeou o Afeganistão e o Sudão. Agora que se via diante da acusação de ter cometido delitos no desempenho de suas funções pelo mesmo assunto, bombardeava o Iraque. Era uma mera coincidência? Não é estranho que alguns inspetores das Nações Unidas batizassem o ataque de ‘guerra da saia de Monica’” (FISK, 2007: 987). Um criminoso de guerra, com certeza, esse Bill Clinton, assim como Bush pai e filho, que dizimaram o Iraque.

Guerra dos Drones - Os EUA e Israel utilizam veículos aéreos não tripulados (VANT), equipados com mísseis e bombas, para assassinato seletivo de terroristas. Em 8 anos (durante o segundo mandato de George W. Bush e o primeiro mandato de Barack Obama), os EUA mataram aproximadamente 3.000 pessoas, principalmente no Paquistão, Iêmen e Somália. Com Bush, os ataques eram direcionados contra os chefes da Al-Qaeda e outros grupos terroristas; com Obama - Nobel da Paz, que ironia! - os ataques passaram a ser contra terroristas em geral, provocando maior número de vítimas.

Guerras Americanas, Século XX - 1894/1902: Campanha contra rebeldes nas Filipinas; 1900: intervenção na China; 1903: intervenção no Panamá; 1908/1912: intervenção na Nicarágua; 1915/1916: intervenção no Haiti; 1915/1916: intervenção na República Dominicana; 1917/1918: Primeira Guerra Mundial; 1917/1919: intervenção em Cuba; 1918/1924: intervenção no Haiti; 1926/1933: intervenção na Nicarágua; 1941/1945: Segunda Guerra Mundial; 1950/1953: Guerra da Coréia; 1965: intervenção na República Dominicana (o Brasil participou; veja FAIBRÁS); 1965/1975: Guerra do Vietnã; 1982/1983: intervenção no Líbano; 1989/1990: intervenção em Granada (contra um governo pró-cubano); 1989/1990: intervenção no Panamá (para remover do poder o general Manuel Noriega, levado preso para os EUA, acusado de contrabando de drogas); 1990/1991: Guerra do Golfo (liderança da coalizão internacional contra o Iraque, para libertar o Kuwait); 1992/1995: intervenção na Somália; 1994: intervenção no Haiti (para reconduzir o Presidente Jean-Bertrand Aristide ao poder); 1999: guerra contra a Iugoslávia (liderou a OTAN para bombardear todo o país, devido à luta iugoslava contra os separatistas muçulmanos da Província de Kosovo; motivo: a Iugoslávia estaria promovendo “limpeza étnica”). De 1806 até a Guerra do Iraque, iniciado em 2003, os EUA promoveram 79 intervenções - 69 vezes em países da América Latina e 10 vezes em países do Golfo Pérsico, África e Ásia, variando desde o “Tomei o Panamá” de Theodore Roosevelt, à “política de boa vizinhança” (good neighbor policy) de Franklin Delano Roosevelt. Nesse tempo, os EUA atuaram ou estiveram para atuar 10 vezes no México, 9 vezes na Colômbia, Cuba e Nicarágua, 5 vezes no Panamá, Honduras e Argentina, 4 vezes na República Dominicana, 3 vezes no Haiti e Uruguai, 2 vezes no Brasil e Guatemala e 1 vez no Chile, Peru e Granada. Os EUA iniciaram o Século XXI (2001) com uma guerra contra o regime Talibã, do Afeganistão, por abrigar terroristas do Al-Qaeda, responsáveis pelos atentados contra os EUA no dia 11/09/2001. No ano 2001, os EUA iniciaram o apoio à Colômbia, com material e pessoal militar, para combate ao narcotráfico e às FARC. Em 2003, os EUA, junto com os britânicos, atacaram o Iraque e depuseram o ditador Saddam Hussein, alegando que seu governo alimentava o terrorismo internacional e escondia armas de destruição em massa (QBN), que até hoje não foram encontradas. Em 2011, os EUA, junto com países da OTAN, atacaram a Líbia, para derrubar o regime de Muammar Gadhafi depois da sublevação da Primavera Árabe no país. “Dado que o governo americano é intervencionista no exterior, mas não em casa, a guerra cria uma certa perversidade. Insistir em travar guerras e ao mesmo tempo se recusar a aumentar os impostos para pagar por elas foi simplesmente uma forma indireta de convidar o governo chinês a entrar em nossa vida. Se não estamos dispostos a pagar por nossas guerras, isso significa que vamos nos endividar com a China, com todos os riscos para o poder e a liberdade futuros que isso acarreta” (JUDT, 2014: 394).

Hamas - (Árabe) “Entusiasmo”. Movimento de Resistência Islâmico-Palestino, criado pelo xeque Ahmed Yassin. Grupo radical antissionista, formado em 1978, em Gaza, a partir da Mujam’a (Irmandade Muçulmana), tornou-se o principal rival da Al-Fatah na Faixa de Gaza, onde tem concentrada sua força. Reivindica que todo o solo da Palestina é wakf (propriedade sagrada muçulmana) e que pertence para sempre aos islâmicos. Por isso, prega a libertação de toda a Palestina, do Mediterrâneo ao Rio Jordão. Promove atentados suicidas e lança foguetes contra os israelenses, principalmente a partir da 2ª Intifada. “Durante anos, os israelenses haviam alimentado o Hamas na construção de mesquitas e serviços sociais para enfrentar seu rival da OLP ‘terrorista’ e a liderança do ‘superterrorista’ exilado Arafat. Do mesmo modo que os Estados Unidos ajudaram a criar Osama Bin Laden e Saddam Hussein, Israel alimentou o Hamas e sua classe dirigente formada por imames e guerreiros que se consideravam virtuosos, os quais agora exigiam a Palestina - toda a Palestina - para os palestinos” (FISK, 2007: 540). Vale lembrar que Arafat usava na cabeça o keffiyeh, lenço palestino, num arranjo que lembrava o mapa da Palestina.

Hanbalita - “Uma das quatro escolas jurídicas do islã sunita, presente sobretudo na Arábia Saudita; caracteriza-se por seu extremo rigor e pela interpretação literal das Escrituras. Teve grande influência sobre o Movimento Islâmico” (KEPEL, 2003: 562). “Hoje, a divisão mais visível, no mundo islâmico, é entre os sunitas [90%] e os xiitas [10%]. Porém, a situação não se restringe a esta divisão geral. Dentro dos sunitas se desenvolveram diversas escolas jurídicas das quais pelo menos quatro [escola hanbalita, escola malekita, escola hanafita e escola shafi´ita] existem até hoje e sobre às quais se impuseram, em regiões diferentes, interpretações ou mais progressistas ou mais conservadoras da religião. Por exemplo, os hanbalitas que, através dos wahabitas, exercem autoridade na Arábia Saudita, são até hoje consideravelmente conservadores, enquanto os shafi’itas que são fortes no Egito, representam uma das linhas mais liberais do Islã. Nos grupos xiitas, também houve divisões. Para mencionar somente as correntes mais importantes, encontram-se zaiditas, ismailitas e imamitas” (Cfr. “A  imagem pública dos primeiros anos do Islã”, em https://www.pucsp.br/rever/rv4_2001/i_antes.htm, acesso em 18/01/2021).

Harb - (Árabe) Dar el Harb significa “Território de Guerra”. Na doutrina islâmica, é a “terra da heresia” (Kufur), não-islâmica, dos infiéis, onde é lícito fazer a Jihad. Veja Ummá.

Hizbollah - (Árabe) “Partido de Deus”. Grupo xiita radical formado no Líbano, dedica-se a criar um Estado islâmico nos moldes do Irã. É antiocidental e anti-israelense e se responsabilizou pelo atentado do carro-bomba contra a embaixada israelense em Buenos Aires, em março de 1992. É suspeito de ter atacado a embaixada americana em Beirute, em 18/04/1983, matando mais de 60 pessoas, e o acampamento dos marines em Beirute, em 23/10/1983, matando 220 fuzileiros, 18 marinheiros e 3 soldados. Opera no Vale do Bekaa e sul do Líbano. Tem filiais em 17 países muçulmanos e agentes “dormentes” na Europa, sobretudo Alemanha, nos EUA e na América do Sul (especialmente Venezuela e Brasil). Criado pelo Serviço Secreto do Irã, recebe desse país ajuda financeira, treinamento, armas, explosivos e facilidades diplomáticas. Treina seus militantes no Campo de Nahavand, em Hamadan, a sudoeste de Teerã. Também conhecido como Jihad Islâmica, Organização da Justiça Revolucionária, Organização dos Oprimidos sobre a Terra e Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina. Além de promover a luta armada, presta serviços sociais, o que ajuda a angariar mais militantes. Veja OLP.

Hizbollah Internacional - “Em 7 de junho de 1996, em seu sermão de sexta-feira, o líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que o Hizbollah deveria alcançar ‘todos os continentes e todos os países’” (BODANSKY, 2002: 213).  Instalado durante a reunião realizada entre 21 e 23/06/1996, em Teerã, quando foram convidados delegados de todo o Oriente Médio, África, Europa e América do Norte, a organização operaria sob jurisdição do IRGC (Pasdaran) e do escritório de Inteligência Externa de Chamran. Entre os comandantes que compareceram e concordaram se unir ao Hizbollah Internacional “estavam Ramadan Shallah (o cérebro da Jihad Islâmica Palestina), Ahmad Salah, também conhecido como Salim (da Jihad Islâmica Egípcia), Imad Mughaniyah (do Comando de Operações Especiais do Hizbollah Libanês), Muhammad Ali Ahmad (representante de Osama bin Laden), Ahmad Jibril (cérebro da PFLP-GC), ou Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral), Imad al-Alami e Mustafá al-Liddawi (do Hamás), Abdallah Ocalan (cérebro do Partido do Povo do Curdistão, a organização terrorista que lutava contra a Turquia), um enviado do Partido Islâmico da Turquia, o Refah, e um representante de George Habbash (da Frente Popular para a Libertação da Palestina)” (idem, 213-214). Foi instalado o “Comitê dos Três”, diretamente subordinado a Mahdi Chamran, para “coordenação, planejamento e ataques”. Os membros eram Imad Mughaniyah, Ahmad Salah (Salim) e Osama bin Laden. Dois deles - bin Laden e Salah - eram sunitas, prova do apreço de Teerã (xiita) pelos islamitas sunitas. A ênfase foi dada a “operações destinadas a desestabilizar a área do Golfo Pérsico e a enfraquecer os países da região”. As primeiras operações do “Comitê dos Três” foram: explosão de al-Khobar (Laden); apunhalamento de uma diplomata americana (Salim); a queda do TWA 800 (Imad). Todos os comunicados relacionados a esses ataques continham razões locais, para encobrir as ações da Internacional do Terror. “Praticamente todos os maiores ataques terroristas são patrocinados por um Estado e não são empreendimentos feitos às pressas. Os que executam tais atos são agentes dedicados e disciplinados agindo sob total comando dos serviços de inteligência dos países que os patrocinam” (idem, pg. 215). Em 03/01/2020, o general iraniano Qasem Soleimani foi morto por ataque de drone americano perto do aeroporto de Bagdá, por ordem do presidente Donald Trump. Soleimani comandava as Forças Qods no Oriente Médio e era acusado de matar muitos americanos.

Holocausto cristão - Massacre promovido pelos turcos contra cristãos armênios durante a I Guerra Mundial, que configura verdadeiro genocídio. “O paralelismo com Auschwitz não é frívolo. O reinado do terror na Turquia contra o povo armênio foi uma tentativa de destruir a raça armênia. Os mortos chegaram a quase 1,5 milhão. Enquanto os turcos falavam publicamente de ‘reassentar’ sua população armênia - como diriam depois os alemães dos judeus na Europa -, as verdadeiras intenções do governo turco eram muito específicas. Em 15 de setembro de 1915, por exemplo - e existe uma cópia desse documento -, o ministro do Interior turco Talaat Pasha telegrafou uma ordem a seu prefeito de Aleppo. ‘Já foi informado de que o governo [...] decidiu destruir completamente todas as pessoas indicadas que vivem na Turquia [...] Deve-se pôr fim a sua existência, por mais trágicas que as medidas possam ser e sem consideração alguma quanto a idade nem sexo, nem quanto a qualquer escrúpulo de consciência’. Não foi exatamente isso que Himmler disse aos assassinos da SS em 1941?” (FISK, 2007: 446). Conta E. Boghos Dakessian o que ocorreu em Margada, no deserto sírio: “Os turcos trouxeram famílias inteiras até aqui para matá-las. Fizeram isso durante dias e dias. Amarravam-nos em filas, homens, crianças, mulheres, a maioria faminta e doente, muitos nus. Depois, empurravam-nos pela encosta até o rio e matavam um com um tiro. Então, o morto afundava, arrastava os outros e os afogava. Era mais barato assim. Custava só uma bala” (idem, pg. 447). O testemunho de Zakar Berberian, que morava em Balajik, no Eufrates, é consternador: “Mandaram os homens abandonar o povoado; levaram-nos e nunca os tornamos a ver. Mandaram as mulheres e crianças ao velho mercado. Chegaram os soldados e, diante das mães, foram pegando cada criança, crianças de seis, sete, oito anos, e a jogavam no ar e deixavam-na cair nas pedras. Se sobrevivessem, os soldados turcos pegavam-nas outra vez pelos pés e arrebentavam suas cabeças nas pedras” (idem, pg. 447). A respeito deste genocídio que os turcos até hoje negam ter ocorrido, veja o filme “Ararat” (2002), dirigido pelo egípcio descendente de armênios, Atom Egoyan. Leia “O Genocídio Armênio Está Tomando Forma”, de Raymond Ibrahim, em http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/o-genocidio-armenio-esta-tomando-forma.html. Veja Cristofobia.

HUA - Harat-ul-ansar: grupo militante islâmico que pretende a anexação do Estado de Kashmir (Índia) ao Paquistão. Formado em outubro de 1993, ligado a Osama bin Laden, foi acusado pelos atentados a bomba contra as embaixadas americanas em Nairóbi (Quênia) e em Dar as-Salaam (Tanzânia), ocorridos em 07/08/1998, e de ter participado dos atentados contra os EUA, em Nova York e Washington, em 11/09/2001.

IMB International Moslem Brotherhood (Irmandade Muçulmana Internacional): controlada pelo Irã e administrada via Sudão, sob a liderança do xeque Turabi, a Internacional Islamita pretende concretizar a visão original do aiatolá Khomeini e sua Revolução para união de todos os islamitas sob um novo califado. A IMB tem controle ou influência sobre instituições financeiras que operam no Ocidente, como a Islamic Holding Company, o Banco Islâmico Jordaniano, o Banco Islâmico de Dubai e o Banco Islâmico Faiçal. A criação do Banco Taqwa da Argélia foi vista pela IMB como a “fundação de um banco mundial para o fundamentalismo” (BODANSKY, 2002: 85).

Imperialismo britânico - “Disraeli construía um império que duraria até 1914, e em alguns casos até o fim da Segunda Guerra Mundial. O sol nunca se punha... (...) Os militares eram o braço da política governamental, e, embora sofressem enormes baixas, nas guerras contra os afegãos, zulus e em outras guerras africanas, estavam longe de casa. Os escritores não se manifestavam sobre quase nada disso, a não ser extremistas como Tennyson, e mais tarde Kipling. (...) Os pós-darwinianos, Huxley e Spencer (que viveram respectivamente até 1895 e 1903), eram importantes, mas estavam preocupados com os meios pelos quais evolução e progresso podiam se misturar” (KARL, 1995: 739).

Internacional Islamita - Congrega movimentos islâmicos armados em todas as partes do mundo, destacando-se: o al-Qaeda, criado por Osama bin Laden; o al-Qods iraniano; o Hezbollah Internacional (iraniano, criado em 1996); o ISI paquistanês; a PIO (Organização Popular Internacional), criada em Cartum, Sudão, em 1991 e liderada pelo xeque Turabi; a Jihad Islâmica do Egito (ligada a Osama bin Laden, participou do assassinato do presidente do Egito, Anwar al-Sadat, em 06/10/1981); Abu Sayyaf (organização terrorista das Filipinas); o Comitê de Defesa dos Direitos Legítimos (com sede em Londres); o al-Jamaah al-Islamiyah (do xeque Omar Abdul Rahman - preso nos EUA, acusado do primeiro atentado contra o WTC, em Nova York, em 1993); a VEVAK (inteligência iraniana); o Grupo de Justiça Internacional (nome de cobertura adotado por agentes de segurança e inteligência treinados pelos iranianos e liderados por Ayman al-Zawahiri, no atentado contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak, na Etiópia, em 27/06/1995); o Exército de Maomé; o Exército Islâmico para a Libertação de Lugares Sagrados (IALHP) - Muqamat-i-Muqadassa (lugares sagrados); a Frente Mundial Islâmica para a Jihad contra Judeus e Cruzados; o Cisma Vermelho. Leia “Internacional Islamita do Terror”, de Félix Maier, em https://felixmaier1950.blogspot.com/2021/08/internacional-islamita-do-terror-por.html.

Interrogatório aprimorado - Na linguagem de pau americana, significa tortura. “Outra medida nesse sentido foi minha ordem executiva dando um fim à tortura; embora durante o período de transição eu tenha recebido garantias de que as extradições forçadas e os ‘interrogatórios aprimorados’ haviam cessando durante o segundo mandato do presidente Bush, o modo insincero, arrogante e às vezes absurdo como alguns altos funcionários remanescentes do governo anterior descreveram tais práticas para mim (‘Sempre havia um médico presente para garantir que o suspeito não sofresse danos permanentes ou morresse’)” (OBAMA, 2020: 370-371).

Intifada - (Árabe) “Revolta das Pedras”: Rebelião Palestina, iniciada em 1987 nos territórios ocupados por Israel (Faixa de Gaza e Cisjordânia). A Primeira Intifada ocorreu de 1987 a 1993. No ano 2000, iniciou-se nova rebelião dos palestinos contra Israel (Segunda Intifada), depois que Ariel Sharon visitou a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém-Oriental. Em 2002, a violência atingiu seu auge, com Israel bombardeando e invadindo cidades da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, em resposta aos atentados palestinos. A Segunda Intifada, que perdurou até o ano de 2003, deixou mais de 3.000 mortos, principalmente palestinos. A primeira rebelião armada palestina, contra o incremento de assentamentos sionistas na Palestina, especialmente depois da ascensão do nazismo, iniciou-se em 1936 e prosseguiu até 1939, com 2.000 mortos - período em que havia 8.000 soldados britânicos no então Protetorado da Palestina. O “Quarteto” foi um grupo criado em 2002, por EUA, Rússia, União Europeia e ONU, sob liderança norte-americana, que propôs o “Mapa do Caminho”, também chamado de “Mapa da Paz”, que previa a criação de um Estado palestino com fronteiras definidas, em 2005. Infelizmente, o “Mapa da Paz” ficou só no papel.

ISI - Interservices Intelligency: serviço de espionagem paquistanês. Os chefes guerrilheiros afegãos, que haviam derrotado os russos em 1989, agiam como senhores feudais e suas tropas estupravam, saqueavam e matavam livremente. Para acabar com isso, a ISI financiou uma pequena milícia afegã, formada por estudantes de escolas islâmicas, conhecidos como “talib” (estudante), e liderada por um mulá fundamentalista, Mohamed Omar. O grupo cresceu rapidamente e ocupou 90% do território do Afeganistão, impondo um sistema social radical sobre sua população, com base em fundamentos corânicos medievais, desde 1996. Em outubro de 2001, os EUA entraram em guerra contra o regime dos talibãs, acusado de abrigar o terrorista Osama bin Laden, principal suspeito dos atentados contra os EUA no dia 11/09/2001.

Islã - Significa, em árabe, “submissão a Alá”. É a terceira religião monoteísta, revelada após o judaísmo e o cristianismo. Segundo a tradição islâmica, a palavra foi transmitida no idioma árabe pelo Arcanjo Gabriel ao profeta Maomé e constitui o Corão (Al-Qur’an), composto por 114 suratas (capítulos) e 6.226 ayat (versículos). Os muçulmanos dividiram-se em 3 grupos a partir dos cismas ocorridos no ano 37 da Hégira (657 d.C.): xiitas (cerca de 10% da população), kharijitas (menos de 1%) e sunitas (quase 90%). Os sunitas, por sua vez, dividem-se em hanafitas (mundo turcófono, Índia, Paquistão e China), malequitas ou amalecitas (Alto Egito, Magrebe e parte da África negra), chafeítas ou xafitas (Baixo Egito, África negra oriental, Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Indonésia) e os hanbalitas (Arábia Saudita e Qatar). Sunita é “o povo da comunidade e da tradição” (Ahl al-jama’a wal sunna); kharijitas são “os que saíram”, que abandonaram Ali, sogro de Maomé; xiitas (chi’at Ali), o partido de Ali, são “os que permaneceram fiéis”. Em entrevista à revista Veja, a muçulmana Irshad Manji, âncora do programa Big Ideas (Grandes Ideias), da TV Ontário, Canadá, diz que em sua briga com o Islã, ela “é contra a maneira como a religião é praticada atualmente, com base na interpretação literal do Corão. Isso faz com que os muçulmanos vivem sob uma lei marcial, sem liberdade para pensar ou discordar. (...) Nos primórdios da religião, o Islã adotou a tradição do pensamento crítico, chamado ijtihad. O espírito do ijtihad estimulou um clima de criatividade e de curiosidade que permitia à civilização muçulmana liderar o mundo no aspecto da inovação. Na Espanha islâmica, acadêmicos instigavam os estudantes a ler o Corão com olhar crítico, mesmo que isso contrariasse a opinião do clero. Veja - Quando os muçulmanos passaram a interpretar o Corão de forma literal? Irshad - No fim do século XI, os portões do ijtihad foram fechados em decorrência de disputas internas no império muçulmano. As 135 escolas de pensamento independente que existiam ficaram reduzidas a quatro, todas conservadoras. Isso levou à leitura inflexível do Corão. Os acadêmicos foram proibidos de rejeitar ou contestar as opiniões legais, as chamadas fatwas. O castigo para quem o fizesse era a morte. No milênio seguinte, os acadêmicos islâmicos passaram apenas a imitar uns aos outros, incluindo seus preconceitos. (...) Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, o mundo tornou-se unipolar, dominado por uma superpotência, os Estados Unidos. Os radicais islâmicos se autoproclamaram os únicos capazes de desafiar os valores de pluralismo, consumismo e materialismo que a cultura americana representa” (entrevista nas páginas amarelas de Veja no. 1882, de 01/12/2004, pg. 11). Por seu polêmico livro The Trouble with Islam, Irshad Manji foi ameaçada de morte. Outros dados sobre o Islã podem ser vistos em “A Religião Muçulmana” - http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/a-religiao-muculmana-por-felix-maier.html.

Islamofobia - Aversão aos islâmicos, especialmente na Europa, que está se transformando em uma autêntica Eurábia. Séculos atrás, a intolerância era mútua entre islâmicos e cristãos. Na atualidade, a fobia religiosa é vista principalmente entre islâmicos e comunistas, que são os que mais perseguem e matam cristãos no mundo. Veja Cristofobia.

Jahiliyyah - (Árabe) “A barbárie”: é a definição que os fundamentalistas islâmicos dão aos Estados laicos modernos, sejam islâmicos ou não. Também aplicada aos Estados modernos onde grandes comunidades muçulmanas vivem sob regime não muçulmano (Caxemira, Israel, China, Filipinas, Kosovo, Chechênia etc.). “O Islã não pode aceitar qualquer convivência com a jahiliyyah. Ou permanece o Islã ou a jahiliyyah; nenhuma situação intermediária é possível” (Sayyid Muhammad Qutb, pensador islamita egípcio, autor de uma “fatwa” de agosto de 1995, em que conclama os muçulmanos às armas e à luta contra a jahiliyyah).

Jamaat ul-Fuqra - (Árabe) Seita islâmica que pretende purificar o islamismo através da violência. Liderada pelo xeque paquistanês Mubarik Ali Gilani, que criou a organização no início da década de 1980. Há células da Fuqra nos EUA, com membros vivendo em comunidades rurais isoladas.

Janízaros - Jovens recrutados à força entre as famílias cristãs dos Bálcãs, a exemplo dos sérvios, “convertidos” à fé muçulmana e alistados na infantaria otomana. Durante a I Guerra Mundial, 1,5 milhão de armênios cristãos foram exterminados pelos turcos. Veja Cristofobia e Holocausto cristão.

Jihad - (Árabe) Traduzido comumente por “guerra santa”, significa a batalha através da qual se atinge um dos objetivos do islamismo que é “reformar o mundo”. Por vezes, o jihad é considerado o 6º pilar do Islã, mas sem qualquer base ou reconhecimento oficial. Mujahid é aquele que leva a cabo uma guerra santa. Pelo menos 164 versos do Alcorão tratam da Jihad. “Jihad, na língua árabe, significa a luta entre o bem e o mal, travada para a purificação espiritual - a chamada ‘guerra santa’, imposta aos muçulmanos pelo Alcorão em defesa do Islã (submissão voluntária à vontade de Deus). Doutrinariamente, há quatro modalidades de empreendê-la: resguardando-se dos maus sentimentos; praticando boas ações; propagando por todos os meios a fé islâmica; e combatendo os infiéis. Assim, foi utilizada para justificar as guerras de expansão do Islamismo, deflagradas a partir do século VI” (KEPEL, 2003: 5). “Havia igrejas na Etiópia no tempo em que os ingleses eram bárbaros pagãos. Mais de mil anos antes das grandes navegações, era na África que estavam os reinos cristãos mais antigos do mundo, alguns bastante cultos e prósperos. Foram os árabes que os destruíram, na sanha de tudo islamizar à força. Boa parte da região que vai deste o Marrocos, a Líbia, a Argélia e o Egito até o Sudão e a Etiópia era cristã até que os muçulmanos chegaram, queimaram as igrejas e venderam os cristãos escravos” (CARVALHO, 2013: 347). “Kalim Siddiqui levou ao extremo a lógica do isolamento comunitário, criando um parlamento muçulmano paralelo ao de Westminster, cujos membros ‘eleitos’ pretendiam legislar em nome dos fiéis ao islã no Reino Unido” (idem, pg. 300). Veja Diáspora judaica e Eurábia.

Kemalismo - Modernização do mundo islâmico, com tinturas ocidentais, como o iniciado na Turquia por Mustafá Kemal Attatürk, após o fim do Império Otomano (final da I Guerra Mundial). O Kemalismo levou a Turquia a se tornar um “país dividido”, pois tem uma sociedade muçulmana na religião, na cultura e nas instituições, porém uma elite decidida a modernizá-la em sintonia com a Europa. A Turquia é o único país muçulmano que integra a OTAN e almeja fazer parte da União Europeia. Com a tomada do governo pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), em 2002, os radicais islâmicos estão destruindo a democracia turca. Recep Tayyp Erdogan, no cargo de primeiro-ministro desde 2003, persegue jornalistas, aplica pesadas multas contra empresas “menos amigáveis” e desafia o judiciário - além de se afastar cada vez mais do Ocidente. A Era Attatürk não existe mais.

Kharijismo - Seita islâmica que prega o banimento de todos os pecadores.

Khilafah - Estado pan-islâmico, pelo qual luta a Internacional Islamita.

Khitan - Mutilação do órgão sexual feminino (clitóris): circuncisão aplicada a mulheres muçulmanas e a mulheres de algumas outras religiões da África, incluindo cristãs. Veja Mutilação feminina.

Khomeinismo - Relativo ao pensamento do aiatolá Khomeini: refere-se ao ataque maciço contra o mundo moderno e seu secularismo. Veja Revolução Islâmica.

Kuffar - Apostasia, para os muçulmanos.

Lashkar Taibah - “Exército dos Puros”: grupo salafista, tem base no Paquistão, contam com 50.000 homens que atacam xiitas paquistaneses e fazem incursões na Caxemira sob domínio da Índia. Alguns de seus integrantes já combateram na Chechênia, Daguestão, Bósnia, Kosovo e Macedônia.

Lei Patriótica – Lei antiterrorista assinada em 26/10/2001 pelo presidente dos EUA George W. Bush, depois dos ataques de 11/09/2001 contra as Torres Gêmeas (Nova York) e o Pentágono (Washington). A Lei restringiu liberdades civis e foi denunciada por legalizar a tortura.

Mártires de Al-Aqsa - Grupo terrorista palestino, promovia atentados suicidas (homens e carros-bomba) contra israelenses, especialmente durante a II Intifada.

Massacre de Beslan - Separatistas chechenos, junto com fundamentalistas da Al-Qaeda, tomaram de assalto, em 01 a 03/09/2004, uma escola de Beslan, na Ossétia do Norte, Rússia, fazendo reféns 1.128 pessoas, sendo 777 crianças. Depois de três dias, com violação de mulheres e adolescentes, o assalto terminou com 334 mortes, sendo 186 crianças, e 783 feridos. Entre os soldados que invadiram a escola, 12 foram mortos pelos terroristas. Dos 32 terroristas, só 1 foi levado vivo (e condenado à prisão perpétua), os outros foram mortos no local. A ação terrorista teria sido organizada por Shamil Basayev, principal comandante militar da guerrilha separatista chechena, perpetrada por Magomed Ievloiev, ou Magas, militante islâmico originário da vizinha Inguchétia e braço direito de Basayev, e bancada pelo árabe Abu Omar as-Seyf, ideólogo do wahabismo (versão rigorosa do islamismo saudita) e uma espécie de embaixador de bin Laden na Chechênia. Vale lembrar que em 1991 teve início o conflito entre a Rússia e a Chechênia, quando os chechenos declaram a independência de seu país. Em 1994, a Rússia tentou esmagar a rebelião, mas seu exército foi derrotado depois de 2 anos de combate. Em 1999, Putin retomou a guerra, que arrasou a capital da Chechênia, Grozni. Durante o conflito, ficaram famosas as “viúvas negras”, mulheres chechenas suicidas que haviam perdido seus maridos.

MEK - Mujahedin-e-Khalq: também conhecido como Mujahedin-e-Khalq Organization (MKO) e Exército de Libertação Nacional do Irã (National Liberation Army of Iran - NLA). Formado na década de 1960, o MEK se opunha à excessiva influência do Ocidente no regime do Xá. Misto de marxismo e islamismo, desenvolveu-se no maior e mais ativo movimento armado do Irã, com atividades anti-Ocidente e, depois, contra os interesses do regime clerical, no Irã e no exterior.

Movimento Aceh Livre - Formado por muçulmanos que lutam pelo separatismo da Província de Aceh, na Indonésia.

Movimento Islâmico Armado - Implantado pela Irmandade Muçulmana Internacional (IMB), o MIA (ou AIM), popularmente conhecido como Legião (ou Brigada) Internacional do Islã, é a ponta de lança do terrorismo islâmico internacional. Os inimigos jurados de morte do Movimento são os cidadãos dos EUA, da Europa Ocidental e de Israel. Os terroristas de maior destaque são conhecidos como “afegãos”, pois muitos deles foram treinados com os mujadins no Paquistão e lutaram no Afeganistão contra os soviéticos (depois, contra os EUA). As bases de apoio ficam no Sudão, Irã, Afeganistão e Paquistão, e há organizações ativas em todos os cantos do mundo onde haja muçulmanos, incluindo a Tríplice Fronteira (Brasil-Argentina-Paraguai), onde há recrutamento de pessoal. Veja Internacional Islamita.

Muçulmanos ismaili - Refere-se a um “setor liberal do islamismo, composto de pessoas com educação de alto nível, empreendedoras e ligadas à filantropia. Por essas qualidades, esse grupo é chamado de ‘judeus do mundo muçulmano’” (in “A reinvenção do Islã”, revista Veja no. 1882, de 01/12/2004, pg. 14). Vale lembrar que Ismael (Ismail, em árabe) foi filho de Abraão com a escrava egípcia Agar e deu origem ao povo árabe.

Mujahedin - 1. Grupo dissidente do Irã, perseguido pelas Forças governamentais revolucionárias instaladas por Khomeini. 2. Guerrilheiros muçulmanos afegãos: organização criada para combater o Governo pró-soviético instalado em Cabul após a invasão da URSS (1979), apoiada pelos EUA. Com a expulsão dos soviéticos, em 1989, os grupos rebeldes passaram a aterrorizar o país, com roubos, estupros e assassinatos, até o surgimento do governo dos talibãs, que impuseram costumes islâmicos medievais. Veja ISI e Talibã.

Mujahedin do Povo - Organização clandestina iraniana, fundada em 1965 para lutar pela democracia contra a ditadura corrupta do Xá da Pérsia. No início de junho de 1981, milhares de prisioneiros políticos foram torturados e perto de 100 simpatizantes do Mojahedin do Povo foram mortos pelo regime do Ayatollah Khomeini. No mesmo mês, o Pasdaran (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica) abriu fogo contra uma manifestação pacífica de meio milhão de pessoas, em Teerã, que protestavam contra o retorno do despotismo. As execuções em massa, incluindo mulheres grávidas, eram sancionadas através de decreto religioso (fatwa), baixado por Khomeini e pelos juízes religiosos, o que levou o Mojahedin do Povo a pegar em armas contra o novo regime teocrático.

Mutilação feminina - Khitan, em árabe, trata-se da mutilação do órgão sexual feminino (clitóris). Aplicada, principalmente, a mulheres muçulmanas, a mutilação pode ser: 1) clitoridectomia: extirpação total ou parcial do clitóris; 2) excisão: extirpam-se o clitóris e os lábios menores, total ou parcialmente; 3) infibulação: extirpam-se todos os genitais externos e se costura quase todo o orifício vaginal. A ferramenta para a mutilação pode ser um pedaço de vidro, a tampa de uma lata, conchas, pedras, gilete, uma tesoura ou uma navalha; quase não se usa anestesia, apenas água fria para intumescer o local. A mutilação é prática comum na África e Oriente Médio (incluindo cristãos e animistas), e em comunidades de imigrantes em países latino-americanos, asiáticos, europeus, no Canadá e nos EUA. Praticada por mais ou menos 80% da população do Egito, Somália, Mali, Etiópia, Eritreia, Guiné, Sudão, Gâmbia, Serra Leoa e Djibuti. Cresce o número de mulheres com excisão do clitóris em Londres, Paris, Quebec e Los Angeles, devido à emigração muçulmana para essas localidades. A mutilação é associada à castidade e à crença de que diminui o desejo sexual feminino, reduzindo o risco de infidelidade (na infibulação, a mulher “costurada” só é “aberta” para o marido). A prática da mutilação feminina é anterior ao cristianismo e ao islamismo, era praticada pelos falashas (judeus etíopes) e não é preceito de nenhuma das chamadas “grandes religiões” (judaísmo, cristianismo e islamismo). A mutilação feminina é combatida no mundo todo por movimentos de direitos das mulheres.

Nação do Islã - Grupo negro extremista islâmico e racista dos EUA, é a “Klu-Klux-Klan dos negros”. Fundada pelo antigo pastor batista Elijah Poole após a II Guerra Mundial, o qual se converteu ao islamismo como o nome de Elijah Muhammad. Seguidores famosos: o boxeador Cassius Klay (Muhammad Ali) e Malcolm Little (Malcolm X). Elijah aconselhava seus seguidores de substituir os nomes anglo-saxônicos por nomes muçulmanos ou pela letra X. O líder Louis Farrakhan reuniu, em 16/10/1995, aproximadamente 800 mil negros, na “Marcha de um milhão de negros em Washington”.

Nakdoulou eslah - (Árabe) “Tratamento de convidado”. Tortura aplicada pela polícia argelina contra “terroristas” islâmicos e cidadãos em geral. As atrocidades incluíam: perfuração de pernas e abdômen com brocas, ingestão forçada de água salgada, colocação de panos com produtos corrosivos na boca, mangueira com água enfiada na boca, na orelha ou no ânus, esmagamento dos testículos, pessoas queimadas vivas, arrancamento dos dentes com chutes, além de estupros e decapitações (Cfr. FISK, 2007: 788-800). Atrocidades semelhantes ocorreram, de lado a lado, durante a Guerra de independência da Argélia, contra a França, quando a tortura era tacitamente aceita pelo governo francês. “Em 2000, o presidente Jacques Chirac negou-se a publicar uma desculpa formal pelas torturas que os soldados franceses cometeram durante a guerra. Quando o general Paul Aussaresses, já reformado fazia tempo, coordenador do serviço secreto francês em Argel em 1957, publicou suas memórias em 2001 e se vangloriou de ter executado argelinos pessoalmente, a Anistia Internacional exigiu do governo francês uma investigação. Aussaresses declarou que François Mitterrand, que era ministro socialista do Interior na época, estava completamente a par das torturas e execuções perpetradas pelos soldados franceses na Argélia. Porém, o governo argelino da época manteve o que um jornalista argelino chamou de ‘um covarde silêncio’ diante das revelações de Aussaresses, principalmente porque, já fazia tempo, seu próprio serviço de segurança praticava com seu povo as mesmas torturas que Aussaresses e seus esbirros haviam aplicado nos argelinos. Mesmo em Paris, morreram centenas de argelinos quando se manifestaram, em outubro de 1961, contra um toque de recolher noturno que a polícia havia imposto a eles. A polícia francesa atacou os manifestantes com brutalidade e podem ter morrido assassinadas nada mais nada menos que trezentas pessoas. No dia seguinte, os corpos foram jogados no rio Sena. Até hoje, as autoridades não abriram todos os arquivos sobre essa matança, mas o chefe de polícia que ordenou a repressão foi Maurice Papon, condenado em abril de 1998 por rimes contra a humanidade durante a ocupação alemã” (FISK, 2007: 716-717). Em 2001, foi lançado em Paris o livro “La Sale Guerre” (A Guerra Suja), de autoria de um antigo tenente das Forças Especiais Argelinas, Habib Souaïdia, no qual descreve as atrocidades promovidas pelas Forças de Segurança da Argélia. Veja Tortura.

NMD - National Missile Defense (Defesa Nacional de Mísseis): também conhecido como “Filho da Guerra nas Estrelas”, o “Escudo Antimísseis”, ainda apenas um projeto dos EUA, foi criticado por Moscou por levar a uma corrida armamentista e ser contra o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM), de 1972. Os EUA alegaram que era uma defesa contra os ataques de governos “renegados”, como Irã, Coreia do Norte, Líbia, Iraque e o Afeganistão do governo dos Talibãs.

OCI - Organização da Conferência Islâmica: inaugurada em 1971, com sede em Jeddah, Arábia Saudita, reúne 56 Estados islâmicos. Além de abordar aspectos econômicos, sociais e políticos, é informalmente considerado o “novo califado", extinto em 1924 por Mustafá Kemal Attatürk, após a queda do Império Otomano. Além da OCI, têm importância política e religiosa a Liga Árabe, que congrega 22 países, e a Universidade Al-Azhar, do Cairo.

OLP - Organização para a Libertação da Palestina: criada no Cairo em 1964, com a finalidade de expulsar os israelenses da antiga Palestina e formar um Estado Palestino. Em 09/11/1993, em cartas ao Primeiro-Ministro israelense Yitzhak Rabin e ao Ministro de Relações Exteriores da Noruega, Johan Joergen Holst, o Chefe da OLP, Yasser Arafat, garantiu que a OLP renunciava a todas as formas de violência e terrorismo. Em 13/09/1993, foi assinada a Declaração de Princípios entre israelenses e palestinos, em Washington, EUA. O lema era “paz em troca de terra”. A partir do Acordo, Israel cedeu a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó à Autoridade Palestina, comprometendo-se a entregar aos poucos outras cidades da Cisjordânia. Entre 1994 e 2003, 900 milhões de dólares doados aos palestinos sumiram. Só em 1997, 323 milhões de dólares desapareceram do caixa da Autoridade Palestina. Entre 2002 e 2003, 11,5 milhões de dólares foram depositados em contas de Suha Arafat, viúva de Yasser Arafat, com quem teve uma filha; o dinheiro saiu de contas secretas da Suíça. “As estimativas da fortuna pessoal do líder palestino variam de 300 milhões a 5 bilhões de dólares, mas é provável que o valor exato jamais seja conhecido” (in “Onde está o dinheiro?”, revista Veja no. 1881, de 24/11/2004, pg. 110).

Operação Bota - Conhecida também como Operação Ajax: em 1953, agentes secretos britânicos e da CIA derrubaram o “único primeiro-ministro democrático do Irã, Mohamed Mossadeq” (FISK, 2007: 144) e ajudaram no regresso de Mohamed Reza, o xá Pahlavi. “Custou alguns milhões de libras, um avião carregado de armas e talvez cinco mil vidas. E 25 anos depois, tudo se transformou em pó” (idem, pg. 147) - com a Revolução Iraniana, em 1979. O motivo da Operação foi o petróleo: Mossadeq havia nacionalizado a Anglo-Iranian Oil Company (AIOC). Veja Revolução Iraniana.

Operação Lança de Netuno - Operação militar dos EUA que eliminaram Osama bin Laden em 02/05/2011, e que foi acompanhada em tempo real pelo presidente Barack Obama. “Às duas horas da tarde, dois helicópteros Black Hawk, modificados para não serem detectados com facilidade, levantaram voo do aeroporto de Jalalabad [Afeganistão] levando 23 membros da equipe dos Seals, juntamente com um tradutor americano da CIA de origem paquistanesa, além de um cão militar Cairo - o início do que oficialmente se chamou Operação Lança de Netuno” (OBAMA, 2020: 704). A Operação, realizada com sucesso na cidade paquistanesa de Abbottabad, terminou com a mensagem: “Geronimo identificado... Geronimo EKIA” (idem, pg. 705). EKIA significa Enemy Killed in Action (Inimigo Morto em Combate). Enquanto isso, a equipe dos Seals terminava sua missão: “Pôr o corpo de Bin Laden num saco; prender as três mulheres e nove crianças presentes e interrogá-las num canto da propriedade; recolher computadores, arquivos e outros materiais que poderiam ter informações; e colocar explosivos no Black Hawk avariado, que seria destruído e substituído por um Chinook de resgate que sobrevoava as redondezas” (idem, pg. 706). Fotos, sistema de reconhecimento facial e testes de DNA comprovaram a identificação de Bin Laden, que foi enterrado no mar, de acordo com a tradição funerária islâmica, em local desconhecido, para não servir de centro de peregrinação de muçulmanos. Em 2012, foi lançado o livro “Não há dia fácil - um líder da tropa de elite americana conta como mataram Osama bin Laden”, escrito por um ex-Seal que participou da Operação, sob o pseudônimo de Mark Owen. No mesmo ano, foi lançado o filme “A hora mais escura”, da cineasta Kathryn Bigelow, que trata do episódio com alguma liberdade de criação. A cineasta é também autora do filme “Guerra ao Terror”, lançado em 2008, que trata de ações militares dos EUA no Iraque e que venceu 6 prêmios Oscar, inclusive o de melhor filme.

Operação Liberdade Duradoura - Guerra iniciada no dia 07/10/2001, dos EUA contra o Afeganistão, controlado pelo governo dos talibãs, por abrigar em seu território Osama bin Laden, principal suspeito de ter promovido os atentados contra os EUA no dia 11/09/2001, ocasião em que morreram em torno de 3.000 pessoas. Veja Talibã.

País dividido - País que sofre conflito étnico ou religioso, conhecido como “Choque de civilizações”. Esses conflitos de “linha de fratura” ocorrem entre civilizações distintas, dividem um país e são especialmente frequentes entre muçulmanos e não muçulmanos. Como exemplo, podemos citar a Turquia, que tentou se modernizar e se “europeizar” com o Kemalismo, porém hoje caminha rapidamente para uma teocracia; a Bósnia-Herzegovina (conflito entre muçulmanos, ortodoxos sérvios e católicos croatas); o Kosovo (muçulmanos albaneses contra ortodoxos sérvios); a Irlanda do Norte (protestantes contra católicos); a Caxemira, na Índia (muçulmanos contra hindus). No Brasilistão, está em marcha acelerada a criação dos bantustões indígenas, quilombolas e sem-terra, configurando autêntico Apartheid. Essa “linha de fratura” também se observa nas redes sociais, em todo o Ocidente, em que milícias virtuais à esquerda e à direita digladiam-se em lutas ideológicas sem fim. O auge dessa fake fight virtual se deu depois que direitistas outsiders foram eleitos presidentes dos EUA (Donald Trump) e do Brasil (Jair Messias Bolsonaro).

Papéis do Pentágono - Milhares de telegramas diplomáticos e arquivos do Exército americano sobre o Afeganistão e o Iraque foram vazados para o site WikiLeaks, e publicadas pelo Guardian, de Londres, em 2010, por Chelsea Manning, ex-soldado transexual dos EUA, que ficou presa por 7 anos e foi libertada por um indulto do presidente Barack Obama. Manning baixou no pendrive e “enviou para o WikiLeaks 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos em um CD escrito ‘Lady Gaga’” (HARDING, 2014: 52). O fundador do WikiLeaks é o hacker australiano Julian Assange, que se encontra sob custódia da polícia de Londres e enfrenta processo de extradição para os EUA - cfr. https://pt.wikipedia.org/wiki/Julian_Assange.

Pasdaran - Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC): força de elite, também conhecida como Pasdaran (Guardiães) da Revolução Islâmica”. O Pasdaran foi criado como uma Força paramilitar nos primeiros meses após a queda do Xá, em 1979. Formado sob a ordem de Ruhollah Khomeini e composto principalmente por zelotes que apoiavam o novo Estado Teocrático, a missão original do Corpo da Guarda era manter a segurança interna. Desde o início, desencadeou violenta perseguição a forças políticas que não se moldavam no novo regime. Após o Corpo da Guarda ter transformado uma pacífica demonstração de meio milhão de residentes em Teerã em um banho de sangue, a 20/06/1981, a Guarda prendeu dezenas de milhares de pessoas. Nos anos seguintes, eles executaram 100.000 dissidentes. O Pasdaran teve importante papel na Guerra de oito anos com o Iraque, usando ondas humanas de ataque que tiraram a vida de um milhão de iranianos. Ao mesmo tempo, o Corpo da Guarda expandiu suas atividades extraterritoriais, planejando e executando ataques terroristas, pirataria aérea, sequestros e assassinatos de nacionais iranianos (onde quer que estejam) e estrangeiros. Não houve sucesso na exportação da revolução islâmica para o Iraque e países do Golfo Pérsico, pretendida pelo Corpo da Guarda, em conjunto com três ministérios: Relações Exteriores, Cultura Islâmica e Inteligência. Religiosos xiitas foram expulsos do Bahrain e do Kuwait, acusados de assassinatos e tentativas de golpe de estado. Em fevereiro de 1992, o Pasdaran transformou a prisão Kabar, em Cartum, em seu quartel central no Sudão, para preparativos militares sudaneses e iranianos na ofensiva no sul do país (guerra civil contra cristãos e animistas). O Corpo da Guarda possui a mais secreta organização militar do regime iraniano: a Força Especial Qods, criada no início de 1990. A missão da nova Força, conhecida como a “semente do Exército Islâmico Internacional”, tem como missão “comandar, planejar e executar operações extraterritoriais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica”.

Pax Islamica - (Latim) “Paz Islâmica”: os muçulmanos acreditam que o terceiro milênio pertencerá aos fiéis, ou seja, aos adoradores de Alá. Com a Eurábia em formação, não duvide que isso possa ocorrer. Veja Eurábia.

PIO - Popular International Organization (Organização Popular Internacional): a primeira Internacional revolucionária islamita-sunita, criada pela Conferência dos Povos Árabes-Islâmicos (IAPC), realizada em Cartum de 25 a 28 de abril de 1991, liderado pelo xeque Turabi, que, em discurso, afirmou que o objetivo da PIO “é desenvolver um plano de ação global para desafiar o Ocidente tirânico, pois Alá não pode mais permanecer em nosso mundo em face de um poder materialista absoluto” (BODANSKY, 2002: 79). “A PIO criou em Cartum um conselho permanente de cinquenta membros, cada um representando um dos cinquenta países onde aconteciam lutas de libertação islâmica” (idem, pg. 79). Membros da PIO: Jamaat-i-Islami (Paquistão), Hizb-i-Islami e Jamiat-i-Islami (Afeganistão), Hizb-i-Islami (Caxemira), que dão assistência aos islamitas do Egito, ao Hezbollah do Líbano, à FIS da Argélia e à NIF do Sudão.

Primavera Árabe - Rebeliões árabes, ocorridas em 2011, na Argélia, no Marrocos, na Mauritânia, em Bahrein, na Jordânia, no Sudão, no Egito, na Líbia, na Síria, no Iêmen, contra os ditadores desses países. Em 2011, caíram os governos da Argélia, Egito e Iêmen. Porém, o da Síria, Bashar Al-Assad, mantém-se ainda firme no governo, com pelo menos 380.000 pessoas mortas em guerra civil (dados de 2020), depois de metade do país ser tomado pelo Estado Islâmico e outros grupos radicais. O receio é que, com a ascensão dos clérigos radicais na política, a Primavera Árabe se torne um longo e tenebroso inverno totalitário - como ocorreu no Egito, com a ascensão da Irmandade Muçulmana, já debelada por golpe militar. A revolta da rua árabe teve ressonância na Europa - futura Eurábia? -, especialmente na França, na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Grécia, na Itália e na Espanha. Leia, de minha autoria, “O Facebook derrubou o faraó” http://resistenciamilitar.blogspot.com/2011/02/o-facebook-derrubou-o-farao.html.

Princípio de reciprocidade - No Direito Internacional, a reciprocidade implica o direito mútuo de igualdade e respeito entre Estados Nacionais. Países cristãos não deveriam permitir que se construíssem mesquitas, já que templos religiosos que não sejam islâmicos não podem ser construídos em países islâmicos, especialmente na Arábia Saudita.

Raid de Nakha - “As dificuldades em obter provisões levaram-no [Maomé] a lançar o raid de Nakhla. Foi uma expedição de saque a que uma revelação divina atribuiu uma dimensão religiosa, a origem da jihad, cujo significado primitivo era ‘combate na senda de Deus contra si mesmo a fim de se aperfeiçoar’. Por extensão, passou a ser a ‘guerra santa contra os infiéis’” (BALTA, 2010: 20)

Revolução Iraniana - A República Islâmica do Irã foi implantada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, em 11/02/1979. Antes da queda do Xá Reza Pahlavi, Khomeini havia prometido, em Paris, que a futura Constituição do Irã seria determinada por uma Assembleia Constituinte eleita pelo povo. Como tal Assembleia nunca iria apoiar suas doutrinas absolutistas, Khomeini tratou de substituir a Assembleia Constituinte por uma Assembleia de Notáveis, composta por mulás que seguiam sua linha de pensamento. Na Constituição, Khomeini incorporou o princípio de velayat-e-faqih (guardiania do jurista religioso), em que um homem com vasto conhecimento da lei islâmica (vali-e-faqih) - um aiatolá - tem absoluta autoridade sobre todos os assuntos da nação islâmica. O postulado de nº 57 da Constituição iraniana estabelece que os três Poderes do país devem ficar sob o controle do vali: “Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário na República Islâmica do Irã estão sob a supervisão do ‘vali-e-faqih’ e ímã da ‘ummah’ (nação) islâmica”. Documentos diplomáticos dos EUA, de 1972 a 1979, que foram rasgados ou triturados antes da invasão da embaixada americana em Teerã, foram transformados em livros pelos islâmicos: “Os estudantes de ensino médio e os veteranos de guerra incapacitados foram recrutados para tecer esse tapete de papéis. Levaram seis anos para acabar, três mil páginas que continham 2300 documentos, que acabaram reunidos em 85 volumes” (FISK, 2007: 191).

Salafismo - Teoideologia formulada na versão radical do islamismo no século XVIII, baseada no Wahabismo (fundamentalismo islâmico).

Santuário - Antigamente, a palavra “santuário” era ligada à coisa sagrada. Hoje, denomina refúgio de terrorista e traficante de droga. Os principais “santuários” e patrocinadores de terroristas são os seguintes países: Afeganistão (Talibã), Coreia do Norte, Cuba, Irã, Iraque, Líbia, Síria e Sudão. Os países suspeitos são: Arábia Saudita, Argélia, Autoridade Palestina, Bahrain, Bósnia-Herzegovina, Catar, Chipre, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Malta, Marrocos, Omã, Paquistão e Tunísia. O Brasil dos tempos do “fascismo alegre” petista também era santuário de terroristas das FARC, do Hezbollah e do kamarada Cesare Battisti.

Satanização - Satanização, também denominada de demonização ou diabolização, é uma das etapas que compõem o processo da desinformação, ou seja: o cliente, o dinheiro, o estudo de mercado, os suportes, os retransmissores, o tema, o tratamento do tema, as caixas de ressonância, o alvo, a diabolização, o maniqueísmo e a psicose. Por exemplo, para atacar a ex-Iugoslávia, no caso da Bósnia e, depois, do Kosovo, quando a infraestrutura do país foi totalmente destruída, foi preciso “satanizar” Slobodan Milosevic, compará-lo a Hitler devido aos aludidos crimes de “limpeza étnica”, para que a OTAN (leia-se Estados Unidos) ficasse bem junto à “opinião pública” mundial antes dos ataques criminosos. A satanização é muito utilizada pela língua de pau maniqueísta, que escolhe os bons para serem defendidos e os maus para serem destruídos. Para a imprensa em geral, Arafat, com todos os terroristas suicidas dos homens-bombas, era do bem; Ariel Sharon, que se defendia dos ataques obedecendo à máxima oriental do “olho por olho”, era do mal. Até Obama ocupar a Casa Branca, o homem mais satanizado do planeta, até mais do que Osama bin Laden, foi George W. Bush, por ter promovido as guerras contra o Afeganistão e o Iraque, depois dos ataques terroristas contra Nova York e Washington, em 11/09/2001. “’Dialética’ é aquele mecanismo por meio do qual você prova que Bush é pior do que Bin Laden ou que Israel é tão terrorista quanto o Hezbollah” (AZEVEDO, 2008: 114). A mídia se esbaldou em mostrar as cenas grotescas de tortura e humilhação de presos iraquianos na prisão de Abu Grabi, realizadas por forças americanas, mas omite sistematicamente as torturas sofridas por católicos em países islâmicos, como o Sudão e o Paquistão. No Sudão, onde o norte muçulmano escravizou cristãos e animistas residentes no sul do país, somente no período de 9 a 19/03/2000, a ONG Christian Solidarity International (CSI), com sede em Zurique, Suíça, libertou 4.968 pessoas, pagando em média US$ 35.00 (trinta e cinco dólares) por cabeça. De 1995 a 2000, a CSI libertou mais de 30.000 escravos, que eram submetidos a trabalho forçado, abuso sexual – incluindo extração das genitálias -, islamização forçada, além de maus tratos, pouca comida e insultos racistas. No início de 2000, mais de 100.000 cristãos e animistas continuavam escravizados no Sudão. Para os esquerdistas, os EUA, hoje, são o “Satã” por excelência, mesmo para norte-americanos como Michael Moore. Para muitos países, patriota é quem tem espírito antiamericano. De um lado, temos as viúvas de Stálin e os lambe-botas de Fidel Castro, como o sucessor de FHC e Hugo Chávez, que não conseguiram digerir (nem arrotar... hic! hic!) o fim do Império Soviético e a consolidação dos Estados Unidos como hiperpotência. De outro lado, temos os invejosos, países que não conseguem resolver seus problemas estruturais e culpam os yankees por todas as agruras existentes no planeta. Você, nacionalista convicto, de boas intenções, porém tolo, grita forte 10 vezes comigo, enquanto paga 50 “pulinhos-do-galo” ou “cangurus”: “A Amazônia é nossa!” “Alcântara é nossa!” “Fora ALCA!” “Fora FMI!” “Yankees, go home!” “Lula Livre!” “Viva Chávez!” “Viva Bin Laden!” (ainda que comida de peixe)

SEALs - Seal Team Six: Sea, Air, Land (Mar, Ar e Terra): força antiterrorista da Marinha dos EUA (USN SOF). Um dos integrantes do SEALs que participou da operação que resultou na morte de Osama bin Laden no Paquistão, em 2011, publicou o livro “No easy day”, em 2012. O Pentágono ameaçou processar o autor do livro; a Al-Qaeda, matá-lo. Veja Operação Lança de Netuno.

Shahada - Martírio islâmico.

Shehadin - “Mártires” (em árabe): grupo musical fundamentalista, atuante na Faixa de Gaza, que canta as glórias da morte suicida de islâmicos, em atentados contra israelenses. O grupo propaga as ideias do Movimento de Resistência Islâmica Hamás, que prega uma “guerra santa” (jihad) e sangrenta, sem tréguas, até a total destruição do Estado de Israel.

Síndrome da Guerra do Golfo - Inicialmente, acreditava-se que a causa eram problemas psiquiátricos e não definidos; atingiu 36% dos veteranos americanos que participaram da guerra de libertação do Kuwait, os quais foram observados por dois anos; estudiosos acreditam que possa ter sido a conjugação de pesticidas utilizados na guerra e de pílulas de proteção a eventuais ataques químicos; mais de 1.250 pessoas que serviram na Guerra do Golfo foram avaliados por médicos especialistas do MOD. Atualmente, acredita-se que mísseis construídos com urânio depletado (empobrecido) tenham causado os problemas, com uma grande incidência de leucemia em crianças iraquianas (50 a 75% dos casos ocorreram com crianças - dados do Ministério da Saúde do Iraque, confirmados pela ONU). “Esse tipo de projétil era fabricado a partir de dejetos da indústria nuclear; são de uma liga mais resistente que o tungstênio, que se inflama e forma uma ‘nuvem’ incandescente de urânio depois que o projétil perfura a blindagem dos tanques e veículos” (FISK, 2007: 995). “Era cada vez mais evidente que uma praga química desconhecida estava se difundindo pelo sul da Mesopotâmia, uma trilha angustiante de leucemias e cânceres de estômago que ceifava a vida de milhares de crianças e adultos iraquianos que viviam perto das áreas de guerra do conflito de 1991” (Idem, pg. 996). Leia “O fim da inocência da ONU” em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/08/o-fim-da-inocencia-da-onu-por-felix.html. Veja Criminoso de guerra.

Síndrome de Mogadíscio - Depois da morte de 18 soldados americanos na Somália, em 1993, em Missão de Paz, os EUA sofrem do que se chama no Pentágono de “Síndrome de Mogadíscio”. A partir dessa Síndrome, o Presidente Bill Clinton emitiu a Presidential Decision Directive nº 25, de 1994, que restringe a participação das Forças americanas em Missões da ONU. Depois do Vietnã, da Somália e do Kosovo - além do futuro Tribunal Penal Internacional, que poderá mover processos contra países -, os EUA só tomariam parte em intervenções humanitárias e de proteção dos direitos humanos se o risco para seus soldados for mínimo. Bem, essa parecia ser a política externa americana até ocorrer o fatídico ataque terrorista de islâmicos contra as torres gêmeas, em Nova York, e contra o Pentágono, em Washington, no dia 11/09/2001.

Síndrome de Nova York - Pânico generalizado do povo norte-americano, de ordem psicológica, ocorrido após os atentados suicidas, promovidos por muçulmanos radicais, com aviões domésticos de passageiros, que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), de 110 andares cada, em Nova York, e que danificaram uma ala do Pentágono, no dia 11/09/2001. Às 08h48min, um avião Boeing 767 da American Airlines, com 92 passageiros, atinge o prédio 1WTC (417 m), entre o 96º e o 103º andar; às 09h03min, outro Boeing 767, da United Airlines, com 65 passageiros, atinge o 2WTC (415 m), entre o 87º e 93º andar; às 09h43min, um avião Boeing 757 da American Airlines, com 64 passageiros, atinge a ala Sudoeste do Pentágono, atravessando os anéis “E”, “D” e “C”, matando mais de 100 funcionários; um 4º avião sequestrado pelos terroristas caiu nos campos da Pensilvânia, quando se dirigia para Washington, provavelmente para atingir a Casa Branca ou o Capitólio. Esses atentados (que mataram quase 3.000 pessoas), atribuídos a Osama bin Laden, líder do grupo terrorista Al-Qaeda, levaram os EUA e a Inglaterra a bombardear bases militares e de guerrilheiros no Afeganistão, onde se esconderia bin Laden e seu grupo, protegidos pelo regime dos Talibãs. A paranoia americana aumentou depois que cidadãos norte-americanos foram afetados pelo vírus do antraz, remetidos por carta a várias instituições americanas de renome, como o jornal New York Times e o Congresso - temendo toda a população dos EUA um futuro ataque químico, biológico, ou até nuclear. O terrorista egípcio Mohamed Atta, que pilotou um dos aviões lançados contra o WTC, tentou, junto com outros 3 dos 19 terroristas mortos nos atentados, obter junto ao Departamento de Agricultura dos EUA aviões bimotores, para pulverização de lavouras, para transformá-los em bombas voadoras. Como não conseguiram o empréstimo, optaram pelo sequestro de aviões de passageiros, transformando-os em mísseis. No dia 05/01/2002, um jovem de 15 anos, Charles Bishop, aluno de uma escola de pilotagem de avião, lançou um monomotor Cessna 172 contra um prédio do Bank of America, em Tampa, Flórida, sendo a única vítima no atentado. Inspirou-se nos atentados contra o WTC e deixou um bilhete em que expressava sua simpatia por bin Laden. Houve indícios de que poderia haver ataques contra alvos americanos envolvendo aeronaves, ainda em 1993, mas, por que não foi evitado? “Quando foi desmontada, a célula de Ramzi Youssuf estava em um estágio avançado de planejamento e preparação de uma série de operações espetaculares contra alvos americanos. Uma das mais ambiciosas era atacar o quartel-general da CIA em Langley, no estado da Virgínia, lançando contra o prédio um avião leve carregado com explosivos potentes. Said Akhman era um dos candidatos a piloto suicida nessa operação. Outro plano em que a rede vinha trabalhando pretendia explodir, simultaneamente, onze aviões de companhias aéreas americanas ao se aproximarem de aeroportos nos Estados Unidos” (BODANSKY, 2002: 165). Um fato que deveria ter alertado os órgãos de Inteligência dos EUA foi o sequestro de um avião de passageiros feito por argelinos, que pretendiam explodi-lo sobre os céus de Paris na véspera do Natal de 1995; a operação, entretanto, foi abortada a tempo. “A desinformação aberrante é o condimento instrumental da gororoba utilizada pelos rancorosos ressentidos - exemplificados por um certo Thierry Meyssan, que insiste ser a CIA responsável pela destruição das torres gêmeas de Nova York; e por nosso bofe, ex-teólogo, hoje ecologista esquerdoide, que lamenta terem sido só dois e não duas dúzias os aviões que as atingiram” (Meira Penna - in REVEL, 2003: 13). O ex-padre Leonardo Boff, hoje, é um onagreen convicto. No WTC morreram 4 brasileiros: Sandra Fajardo-Smith, Ivan Kyrillos Barbosa, Anne Marie Ferreira e Nilton Fernão Cunha. O terrorismo islâmico já matou outros brasileiros: em outubro de 2002, morreram o paulista Alexandre Watake e o gaúcho Marco Antônio Farias, sargento do Exército Brasileiro, que servia na Força de Paz da ONU em Timor Leste, em ataques contra bares do balneário de Báli, Indonésia (total de 200 mortos e cerca de 300 feridos); em agosto de 2003, morreu em Bagdá o diplomata Sérgio Vieira de Mello, em ataque contra missão diplomática da ONU (total de 23 mortos); em março de 2004, morreu Sérgio dos Santos Silva, nos ataques terroristas contra trens, em Madri, quando morreram quase 200 pessoas.

Síndrome de país-afim – Identificada pela atração que um país tem pelo outro, devido à sua cultura e, especialmente, pela religião. Os países mais suscetíveis dessa síndrome são os muçulmanos. Expressão utilizada por H.D.S. Greenways.

Síndrome do Vietnã - As imagens dos sacos de plástico preto com os mortos da Guerra do Vietnã, repetidas na mídia, colocaram a opinião pública contra a Guerra, manifestada por passeatas pacifistas que reuniam milhões de pessoas nas ruas dos EUA. O Afeganistão e o Iraque repetiram a Síndrome, com a atenuante de que, agora, as tropas são formadas por voluntários, não compulsados, como no caso do Vietnã.

Síndrome dos Bálcãs - A utilização de mísseis com urânio depletado (empobrecido), feita pela OTAN contra a Bósnia e o Kosovo, teria provocado o aparecimento de leucemia em muitos soldados da Aliança e de cidadãos da antiga Iugoslávia - a exemplo do que ocorreu durante a Guerra do Golfo, em 1991. Mais de 300 refugiados de um bairro de Sarajevo atacado por aviões da OTAN em 1995 com munição de urânio empobrecido já morreram de câncer. Segundo a revista alemã Der Spiegel, também foi usado urânio empobrecido pelos EUA em sua intervenção na Somália, em 1993, sob o comando da ONU. Veja Síndrome da Guerra do Golfo.

Sultanismo - Assassinato de oponentes políticos, já comum no tempo dos césares e do Imperador Constantino. 

Talibã - “Estudante de religião”: a milícia Talibã, formada principalmente por fundamentalistas islâmicos da etnia Patane, nasceu nos seminários islâmicos (madrassas) do Paquistão. No vácuo político que se seguiu após a retirada soviética (1989), o Talibã apoderou-se de Cabul, capital do Afeganistão, em setembro de 1996, chegando a ocupar 90% do território afegão. Implantou costumes muçulmanos radicais (Sharia) no país: os homens foram obrigados a ter barbas longas, as mulheres obrigadas a vestir o chaderi (túnica longa que encobre, inclusive, o rosto) e proibidas de trabalhar e estudar, devendo permanecer em suas residências, de onde somente podiam sair acompanhadas de um parente próximo. O Talibã criou o “Ministério da Propagação da Virtude e de Combate ao Vício” e, a partir de 21/07/1998, ordenou que toda a população destruísse antenas, aparelhos de TV e videocassetes. Em março de 2001, os Talibãs destruíram estátuas nos museus do país, incluindo duas estátuas gigantescas de Buda, localizadas em Bamiyan, que haviam sido esculpidas há mais de 1.500 anos; uma dessas estátuas era a maior estátua de Buda do mundo. Para o regime Talibã, era impuro: carne e banha de porco, antena parabólica, filmadora, mesa de sinuca, jogo de xadrez, fita cassete, álcool, cinema, computador, aparelho de videocassete, TV, música, instrumentos musicais, esmalte de unha, lagosta, estátuas, quadros, cartões de Natal, catálogo de moda. No dia 08/10/2001, começou o ataque americano contra a milícia Talibã e centros de treinamento de guerrilheiros, por abrigar Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, suspeito de promover, no dia 11/09/2001, os atentados contra os EUA (torres gêmeas do World Trade Center, de Nova York, e Pentágono, em Washington). No final de 2001, os Talibãs foram substituídos por um Governo de coalizão nacional. O americano John Walker Lindh, de 20 anos, lutou contra os EUA ao lado dos Talibãs, foi a julgamento na cidade de Alexandria, Virgínia (EUA), acusado de conspirar para matar cidadãos americanos e de apoiar a rede terrorista Al-Qaeda. Os EUA prometeram retirar suas tropas do Afeganistão até o simbólico dia 11/09/2021 - aniversário dos 20 anos da derrubada das Torres Gêmeas e de uma ala do Pentágono. Com um governo afegão corrupto, que é tanto odiado pela população, quanto pelo Talibã, que voltou a ocupar cerca de 50% do país, pode-se imaginar o que vai ocorrer com a retirada dos soldados ianques. Veja Operação Lança de Netuno.

Tapete de bombas - Emprego massivo de bombas, seja com a utilização de MLRS, como o ASTROS II, seja com o uso de bombardeiros, como o B-52, que carrega até 50 bombas de 241 kg. O primeiro emprego massivo de bombas foi feito pelos nazistas, em 1937, contra um alvo não militar, a cidade de Guernica, a histórica capital dos Bascos, na Espanha, durante a Guerra Civil Espanhola, ocasião em que morreram mais de 6.000 pessoas. A tragédia serviu de “inspiração” para Pablo Picasso pintar uma obra-prima já concluída, que retratava apenas cenas de touradas, mas que se tornou - bingo! - a tela “Guernica”. O cinema também imortalizou cenas de destruição massiva de alvos civis, como a formação de centenas de aviões bombardeiros em formação cerrada largando milhares de bombas sobre cidades inimigas, durante a fase final da II Guerra Mundial, como Berlim e Dresden, na Alemanha. A cidade de Dresden foi inteiramente pulverizada, e Londres, anos antes, havia sido também castigada por bombardeios constantes dos nazistas. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, o ASTROS II, fabricado pela Avibrás, foi utilizado com sucesso para destruição das tropas de Saddam Hussein. No Afeganistão, após os primeiros ataques de armas “inteligentes”, os EUA também utilizaram o bombardeio massivo contra posições talibãs.

Teologia Negra da Libertação - Surgiu dos movimentos Black Power e Direitos Civis. “O marxismo - como movimento revolucionário - procura conquistar o poder fomentando conflitos sociais. Nos Estados Unidos, a boa situação financeira dos trabalhadores industriais os imuniza contra o vírus da luta de classe. Não podendo fomentar o ódio social da luta de classe, o marxismo pretende, atualmente, nos Estados Unidos, fomentar a luta racial. A este diabólico fim serve a ‘Teologia Negra’. O principal (porém não o único) representante da teologia negra é James Cone. Nascido em 1938, no seio da comunidade negra norte-americana, é licenciado em teologia pelo Seminário protestante de Evanston (Illinois) e doutorado pela Northwestern University. Seu primeiro e mais importante livro, Teologia Negra e Poder Negro, foi editado em 1969; e em 1970, publicou Teologia Negra da Libertação” (Miguel Paradowski, in “A Teologia Negra”, Verbo, Espanha, maio/julho/75, pg. 10.517). Para Cone, a teologia é uma obra coletiva, comunitária, mas somente quando surgida na “comunidade dos oprimidos”; para o teólogo racista (se racismo houvesse, já que não há raças humanas), “somente uma comunidade dos oprimidos é uma comunidade cristã”. Por isso, para Cone, a “teologia branca” é a “teologia do Anticristo” e, para ser cristã, a “teologia branca deve transformar-se em teologia negra, renegando a brancura como forma adequada do existir humano e afirmando a negritude como a intenção de Deus para a humanidade”. A Teologia Negra tem a mesma tendência que qualquer grupo de contestação política radical: “transformar a comunidade tradicional em grupos de ação, isto é, transformar a instituição em energia social - postulado do marxismo revolucionário” (Sig. Altmann, redator dos temas religiosos do Der Spiegelin “Adeus, Igreja”, Una Voce, jan/março/75). O texto de Paradowski pode ser lido em http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/12/a-teologia-negra-por-miguel-paradowski.html. O reverendo negro Jeremiah A. Wright Jr., líder da Trinity United Church of Christ, em Chicago, é adepto dessa teologia. Amigo de Barack Obama, este se afastou do líder religioso quando, em discurso violento, Jeremiah proferiu críticas duras contra seu país, dizendo que os negros não deveriam cantar “God bless America!” (Deus abençoe a América), mas “God damn America!” (Maldita América!), e que os ataques de 11/09/2001 foram resultado do próprio terrorismo dos EUA no exterior, ocasionando problemas à campanha presidencial de Obama. De fato, as guerras contra o Iraque, ocasionando a destruição de toda a infraestrutura do país, levantando o brado de ódio do mundo islâmico, foram um crime bárbaro dos EUA contra a humanidade. Esse hediondo crime foi tratado eufemisticamente por Obama como a “bagunça que fizemos” (OBAMA, 2020:172). Se o Estado Islâmico tem um pai, esse pai é os EUA, por ter destruído o Iraque, que foi transformado em terra de ninguém.

Teoria da conspiração - No imaginário brasileiro, adestrado pelas esquerdas há décadas, trata-se sempre de trama norte-americana. Mais recentemente, de trama chinesa, também. “A população brasileira está maciçamente persuadida de que a CIA matou Kennedy, de que o Pentágono montou o golpe militar de 1964 no Brasil e o de 1973 no Chile, e de que um grupo de astutos capitalistas do petróleo planejou a invasão do Iraque. Se, porém, desafiando as coerências estereotipadas, você informa que Jimmy Carter usou o FMI para estrangular o governo Somoza e entregar o poder aos sandinistas, que Bill Clinton cedeu à China segredos nucleares vitais depois de eleito com verbas de propaganda chinesas, e que Al Gore é acionista de uma empresa que fez lavagem de dinheiro para o Comintern, você é carimbado automaticamente de ‘teórico da conspiração’, embora nem de longe esteja falando de conspiração e sim de dados oficiais, públicos e amplamente documentados” (CARVALHO, 2013: 337). “Foi em 1973 que o ex-chefe da inteligência soviética no Rio de Janeiro, Ladislav Bittman, confessou ter sido, em 1964, o inventor e disseminador da lenda de que o golpe militar fora tramado e subsidiado pelo governo americano” (idem, pg. 342). A invasão do Iraque em 2003 e sua completa devastação feita pelos EUA configura-se crime contra a humanidade. Isso não é teoria da conspiração. O fato é que não havia armas de destruição de massa no país, como asseguravam os assessores militares do Presidente George W. Bush; mesmo se houvesse tais armas, não seriam letais aos EUA. Os únicos beneficiados pelo crime hediondo foram os senhores das armas. O resultado desse monstruoso atentado, seja em 1991 (1ª Guerra do Golfo), seja em 2003 (2ª. Guerra do Golfo), foi o custo de mais de US$ 3 trilhões para os cofres dos EUA, deixando o Iraque uma terra arrasada, que possibilitou o surgimento do Estado Islâmico. Veja Diplomacia de cruzeiro e Doutrina Lake

Terrorismo - As palavras “terror”, “aterrorizar”, “terrível” e “terrorismo”, assim como “deterrent” na língua inglesa, derivam dos verbos latinos “terrere” (tremer ou causar tremor) e “deterrere” (amedrontar). Essas palavras entram em uso depois que as palavras francesas “terrorisme” e “terroriste” surgiram no período revolucionário entre 1793 e 1798. Na era contemporânea, além dos grupos terroristas isolados, convém ressaltar o terrorismo praticado pelos países comunistas, para disseminação do marxismo-leninismo no mundo, como a União Soviética, a China, a Coreia do Norte e Cuba, assim como o terrorismo apoiado por países islâmicos, como a Líbia, a Síria, o Irã, o Iraque, o Sudão, o Afeganistão (durante o governo dos Talibãs), normalmente relacionado com o conflito árabe-israelense e, mais recentemente, com o sentimento antiamericano. O terrorismo árabe moderno tem origem no nazismo, com a aproximação do grão mufti de Jerusalém, Amin AL-Husseini, com Adolf Hitler, Adolf Eichmann e Heinrich Himmler. O mufti chegou a elaborar um projeto de campo de concentração para os judeus em Nablus, Palestina, nos moldes de Auschwitz, mas não foi implantado. A respeito do assunto, leia “As origens nazistas do terrorismo árabe moderno”, de Chuck Morse, em https://felixmaier1950.blogspot.com/2021/01/as-origens-nazistas-do-terrorismo-arabe.html. Segundo fontes norte-americanas, países que patrocinariam o terrorismo seriam: Afeganistão (Talibãs), Arábia Saudita, Catar, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Iraque, Líbia, Síria e Sudão; países suspeitos seriam: Argélia, Autoridade Palestina, Bahrein, Bósnia-Herzegovina, Chipre, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Malta, Marrocos, Omã, Paquistão e Tunísia. Na história recente do Brasil, tivemos o terrorismo de grupos radicais de esquerda, que queriam fazer de nosso País uma Cuba continental. “Quando um guerrilheiro ataca, ele é um combatente que julga ter o direito de fazer justiça com as próprias mãos. Quando ele é atacado, exige que seja tratado como um cidadão comum” (USTRA, 1987: 158). “Segundo a vil campanha que fazem contra nós, os únicos que não usam a violência nem praticam o terrorismo são, precisamente, os terroristas. Chamam-se terroristas, não se sabe por quê. Mas são ótimos assassinos, excelentes sequestradores, assaltantes da melhor qualidade” (Emílio Garrastazu Médici - apud FIGUEIREDO, 2005: 191). Nossos “honoráveis terroristas”, muitos deles alçados ao poder, como Dilma “VAR-Palmares” Rousseff, repetem a mentira de que lutaram pela democracia e tentam reescrever a história a seu modo, com o projeto Memórias Reveladas e a Comissão Nacional da Verdade, levantando apenas os atos dos agentes de Segurança que combateram o comunismo e deixando de lado os atos dos terroristas. Como se vê, os atos terroristas continuam ocorrendo contra os militares que combateram a subversão. Terrorista uma vez, terrorista sempre! Veja as ações terroristas no Brasil, especialmente de 1965 a 1974, em http://museuvitimasdoscomunistas.com.br/saloes/ver/sargento-carlos-argemiro-camargo. Leia “A prevenção e o combate ao terrorismo no século XXI”, de autoria do General Álvaro de Souza Pinheiro, em http://www.ebrevistas.eb.mil.br/index.php/RMM/article/download/21/pdf/.

Terrorista - Terroristas são sempre os outros. Nós nunca praticamos terrorismo. As atrocidades cometidas por nossos governos sempre são acompanhadas de justificativas do tipo “guerra justa”, “luta contra o genocídio”, “luta contra o racismo” etc. Terrorista é Bin Laden quando derruba as torres gêmeas em Nova York. Porém, quando a OTAN (com os EUA à frente), em 1999, com a desculpa de proteger a província do Kosovo contra a “limpeza étnica”, bombardeia toda a Sérvia, destruindo a infraestrutura do país, afundando pontes sobre o Danúbio, matando 5000 civis, isso não configuraria também ato terrorista? Claro que sim! Veja Terrorismo.

Tríplice Fronteira - Região de fronteira do Brasil (Foz do Iguaçu), Paraguai (Ciudad de Leste) e Argentina (Puerto Iguazú), local de intenso contrabando, tráfico de drogas e armas, e presença de grupos fundamentalistas islâmicos.

Turcos, Os - Organização criminosa da Turquia conhecida como “Os Turcos” é formada por uma dezena de clãs curdos. Originou-se como bando de contrabandistas que operavam no Cáucaso e na fronteira persa-otomana, há séculos. Estão ligados à guerra pela independência curda (Curdistão) na Turquia, no Irã e no Iraque. Parte dos lucros oriundos da heroína vinda da Ásia Central, Afeganistão e Paquistão são destinados aos curdos rebeldes. Os Turcos obtêm lucros, ainda, com pirataria de produtos eletrônicos e vídeo, falsificação de passaportes e cédulas de identidade, prostituição, negócios escravos, jogo ilegal, extorsão, fraude e operações de peculato.

Ummá - “Desde as primeiras conquistas elaborou-se a teoria do Dar el Islam, o ‘território do Islã’ ou ‘território da paz’, que é formado pelas terras da ummá, a comunidade dos muçulmanos, em oposição ao ‘território da guerra’, Dar el Harb, que deve ser conquistado para a charia, a lei islâmica, seja pela pregação da palavra, seja pela força das armas. (...) Agindo com maior realismo, os juristas muçulmanos definiram igualmente a existência do Dar el Solh, ou ‘território da trégua’, que pode conservar-se em paz mediante o pagamento de tributos. Eles também determinaram que as relações entre o ‘território do Islã’ e o ‘território da impiedade’ poderiam ser regidas pela daruriyya ou ‘estado de necessidade’, em condições ditadas pela superioridade dos infiéis ou por imperativos econômicos, técnicos e sociais” (BALTA, 2010: 27).

Xiita - Uma das principais correntes islâmicas, ao lado da Sunita. Caracteriza-se por uma visão radical do islamismo, baseada no Wahabismo (fundamentalismo islâmico) originado no século XVIII. Compreende cerca de 10% da população islâmica no mundo. Hoje, xiita, na língua de pau, significa “radical”. “Para muçulmanos xiitas o drama do cosmos atingiu seu momento de clímax no dia de Ashura, que foi o décimo dia do mês de muarrã, 61 anos após a hégira (10 de outubro de 680, segundo o calendário cristão). Nesse dia, em Karbala, no Iraque, soldados do vil usurpador Yazid massacraram Hussein ibn Ali, neto do profeta Maomé, juntamente com um pequeno número de seguidores. Para os xiitas, o martírio de Hussein veio simbolizar a eterna luta do bem contra o mal e a dos oprimidos contra a injustiça” (HARARI, 2018: 353 - “21 lições para o século 21”). Veja Al-Azma e Al-Naqba. 

 

Referências Bibliográficas:

 

AZEVEDO, Reinaldo. O País dos Petralhas II - O inimigo agora é o mesmo. Record, São Paulo e Rio, 2012.

BALTA, Paul. Islã. L&PM Editores, Porto Alegre, 2010

BODANSKY, Yossef. Bin Laden - O Homem que Declarou Guerra à América. Ediouro, São Paulo, 2002.

CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Record, Rio, 2013.

FIGUEIREDO, Lucas. Ministério do Silêncio - A história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula - 1927-2005. Editora Record, Rio de Janeiro e São Paulo, 2005.

FISK, Robert. A Grande Guerra pela Civilização - A Conquista do Oriente Médio. Planeta, São Paulo, 2007 (Tradução de Sandra Martha Dolinsky).

HARDING, Luke. Os Arquivos Snowden - A história secreta do homem mais procurado do mundo. Leya, São Paulo, 2014 (Tradução de Bruno Correia e Alice Klesck).

JUDT, Tony, com Timothy Snyder. Pensando o Século XX. Objetiva, Rio de Janeiro, 2014 (Tradução de Otacílio Nunes).

KARL, Frederick R. George Eliot - A voz de um século. Record, Rio e São Paulo, 1995 (Tradução de Laís Lira).

MONTAGU, Ewen. O homem que nunca existiu. Bibliex, Rio, 1978 (Tradução do Cel Álvaro Galvão).

OBAMA, Barack. Uma terra prometida. Companhia das Letras, São Paulo, 2020 (Tradução de Berilo Vargas, Cássio de Arantes Leite, Denise Bottmann e Jorio Dauster).

REVEL, Jean-François. A Obsessão Antiamericana - causas e inconsequências. UniverCidade, Rio de Janeiro, 2003 (Tradução de Dorival Ari Bogoni).

VOLKOFF, Vladimir. Pequena História da Desinformação - do Cavalo de Troia à Internet. Editora Vila do Príncipe Ltda., Curitiba, 2004.

 

Fonte:

 

A LÍNGUA DE PAU – Uma história da intolerância e da desinformação – de Félix Maier

https://drive.google.com/file/d/1jfaOpIMbwzhlaQxspnA9hBnyHX8KX4_E/view?usp=sharing

http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/05/a-lingua-de-pau-uma-historia-da_10.html

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