Fidel, Collor, Brasília e o Foro
Ipojuca Pontes
02/08/2021 21:43 | Atualizado 02/08/2021 22:16
Pressenti que o governo Collor de Mello seria problemático no mesmo dia em que o presidente eleito, em solenidade no Congresso Nacional, jurou honrar a Constituição. Havia uma imensa expectativa e a mesa da Casa, presidida pelo senador Nelson Carneiro, aguardava a presença do candidato que derrotara por duas vezes o comunistóide Lula da Selva, no dizer de Brizola um “sapo barbudo”.
Enquanto ministros e secretários de Estado aguardavam no primeiro piso do senado a entrada de Collor, houve um súbito zum-zum-zum no recinto do plenário. Deputados cercavam um estranho no ninho. Surpreso, perguntei ao ministro da saúde Alceni Guerra, postado ao meu lado:
- Quem chegou por ai?...
O ministro foi direto:
- Fidel Castro.
Tomei um choque. Deus do Céu! O que fazia um ditador comunista na posse de um presidente eleito de forma democrática justamente contra um candidato das esquerdas que babava de ódio? Tinha caroço no angu.
Mas o fato é que ali estava Fidel Castro Ruiz, “El Caballo”, repressor fanático do povo cubano. Em uniforme militar e boné atolado na cabeça, transitava impávido no plenário da Câmara Federal espargindo pela platéia sua glória feita de sangue. Manipulador nato, o ditador caminhava cercado por seguranças e um séquito de áulicos e inocentes úteis.
Meses antes, nas páginas do Estado de São Paulo, eu havia feito uma série de artigos sobre a tirania do ditador que, cheio de promessas, enganara o povo cubano e, sob severa vigilância de um estado policial, instalara na ilha um regime de fome, opressão e terror.
Escrevi que em 1986, depois de protelar o pagamento de dívida externa calculada em US$ 26 bilhões, o governo ditatorial cubano aumentou em até 100% as tarifas de transportes, energia e água na ilha transformada
Em retrospecto, com a derrocada soviética e a queda do Muro de Berlim a situação de Cuba, no final dos anos 80, tornou-se dramática. De fato, com a perestroika de Gorbachov, que evidenciava ao mundo o colapso da farsa socialista, a URSS havia suspendido a mesada de US$ 6 bilhões anuais doados em comodato ao outrora Paraíso Caribenho, o que levou Fidel a apelidar de “período especial” o quadro de miséria (moral e física) que se abatia sobre o País e sua infeliz população.
De resto, convém lembrar que desde o episódio da Crise dos Mísseis - quando Castro fizera da ilha uma base militar para instalação de plataforma de mísseis russos apontando para os Estados Unidos - as relações entre a URSS e Cuba ficaram mais do que deterioradas. À época, Nikita Khruschev, depois de ouvir pedido de Fidel para que lançasse foguetes sobre os EUA, compreendeu que o déspota cubano se comportava como um megalomaníaco irresponsável, conforme assinala nas suas “Memórias” o premier soviético Nikita Khruschev (Editora Artenova – 1971).
No plano administrativo, o governo da ilha se viu enredado em uma série de denúncias de corrupção dentro da burocracia comunista e de escândalos envolvendo militares com o tráfico de drogas, entre eles o general Arnaldo Uchoa, esteio do 1º escalão do regime, levado ao paredón pelo Vampiro do Caribe - no fundo uma trama diabólica, pois Uchoa não era o responsável-mor pela exportação de toneladas de cocaína para EUA, papel consentido pelo próprio Fidel, principal beneficiário do tráfico. Prática usual no regime, o Vampiro mandou fuzilar o general como bode expiatório para se livrar do pretenso rival capaz, na crença de Fidel, de articular um “golpe de Estado”.
Aqui, peço vênia para relatar um episódio pessoal: depois de discursar no Congresso, Collor e o Ministério das Relações Exteriores receberam convidados e membros do novo governo para um almoço formal no Palácio do Itamaraty.
Servidos vinhos, água mineral, entradas, pratos diversos e sobremesa, surgiram os garçons oferecendo o cafezinho. Eu estava conversando com Alcenir Guerra e o ministro da Educação, Carlos Chiarelli, quando apareceu um xeleléu de Ítalo Zappa, embaixador do Brasil em Cuba, comunista de carteirinha que servira no Vietnã, Moçambique e na China. Zappa, que acompanhava Fidel como um cão de fila e se tornara famoso por preparar na embaixada do Brasil em Havana pratos de Spaghetti para o ditador, acreditava que Cuba e Brasil podiam avivar maior intercâmbio nas áreas da Saúde, Educação e da Cultura – e queria nos “apresentar ao Comandante”.
Não sei por qual razão o xeleléu dirigiu-se a mim para transmitir o convite de Zappa, visto que eu atacara duramente a “política cultural” da ditadura Castro, que consistia em censurar, prender, torturar e exigir confissões de culpa dos intelectuais e escritores tidos como dissidentes, casos de Cabrera Infante, Hebert Padilla e do poeta Armando Valladares – este, considerado pela Anistia Internacional um “prisioneiro de consciência”, preso durante 22 anos nas “tostadoras” de
- Não sei o caso dos ministros da Saúde e da Educação, mas diz ao teu chefe que na área oficial não há o menor interesse em se ativar qualquer intercambio cultural com Cuba – respondi ao xeleléu, dando-lhe as costas em seguida.
Muito bem. Um dia depois da posse de Collor, em 15 de março de 1990, o convidado Fidel rumou para São Paulo, não sem antes passar no Rio e almoçar com Roberto Marinho na cobertura da Vênus Platinada, na Pacheco Leão, arrodeado por 12 guarda-costas.
Reunido em 1º de Julho de 1990 no Hotel Danúbio, o Foro de São Paulo, mantido fora do noticiário da mídia amestrada, além de sabotar o governo Collor, passou a ativar, em reuniões deliberativas, a subversão comunista nos governos do PSDB e do PT.
Na Era Lula, com acesso aos cofres púbicos, o Foro intensificou seus encontros em vários países da América Latina. No Brasil, foi deliberado o aparelhamento do STF, com a nomeação de ministros indicados por Zé Dirceu, todos alinhados com a ortodoxia petista, tal qual foi feito na Venezuela de Chávez, levada ao comunismo repressor com a anuência da Suprema Corte corrompida.
Outra deliberação do Foro, impulsionada pelo dinheiro fraudado do BNDES e da Petrobras, foi a colossal doação de bilhões de dólares prodigalizados aos governos comunistas da Argentina, Nicarágua, Angola, Venezuela, Colômbia, Peru, Uruguai, Bolívia, Moçambique, Panamá, Equador e Cuba - recursos subtraídos do Brasil para a manutenção, na prática, da nomenclatura comunista aqui e no exterior, a partir do alegado pretexto de se fazer empréstimos para execução de obras de infra-estrutura, tais como, por exemplo, as obras do Metrô de Caracas, no valor de US$ 750 milhões, e as do Porto de Mariel, em Cuba, no valor de US$ 1 bi e 600 milhões, que ampliaram a fortuna e a boa vida dos sanguinários irmãos Castro – Raul e Fidel.
Hoje, com muito dinheiro em caixa, o aparato subversivo do Foro de São Paulo, com assento reservado dentro do PT, atua dia e noite para derrubar o presidente Bolsonaro. Dele, tudo provém: as mentiras levantadas pela mídia amestrada; os arreganhos da comunidade LGBT; a campanha contra o voto auditável; as pesquisas fajutas da Data Foice; as viagens de Lula (alcoolizado) pelo país e os gastos com pão-e-mortadela e os cachês para levar a “cumpanheirada” às manifestações de aluguel – tudo passa pelo crivo, financiamento e o serviço de inteligência do famigerado Foro de São Paulo, inclusive o ativismo que eclode de forma virulenta na Nicarágua, Argentina, Bolívia e Chile, para não falar da própria Cuba, centro estratégico da ação subversiva da entidade do mal responsável pela repressão que se abate sobre os insurgentes da ilha-cárcere.
Bolsonaro e seus eleitores terão de se manter atentos contra a peçonha comunista do Foro de São Paulo agindo, no dizer de Zé Dirceu, para tomar o poder e arrombar os cofres da Nação.
É preciso combater essa gente a ferro e fogo!
Fonte: https://diariodopoder.com.br/opiniao/fidel-collor-brasilia-e-o-for
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