Ressuscitei!
Andei
às cegas por um vale escuro,
Onde assombrações dançavam em meus dias,
O mal no cérebro, um tormento impuro,
Roubava-me o saber, as alegrias.
Não sabia onde estava, nem por quê,
O mundo ao meu redor era miragem.
E até o pão, tão simples de viver,
Tornara-se em meus lábios uma aragem.
Mas eis que surge, em toque de esperança,
Uma neurologista, mãos de fada e luz,
Guiando-me de volta à confiança,
Onde a razão perdida se conduz.
Hoje, ao olhar a vida que abracei,
Declaro ao mundo: Ressuscitei!
Obs.: O soneto foi escrito depois que minha esposa Valdenice dos Santos Maier sofreu uma trombose cerebral e teve desorientação e dificuldade até para se alimentar. Com tratamento adequado no hospital, ela recobrou a lucidez e disse uma palavra que me tocou profundamente: RESSUSCITEI!
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