Prezado Coronel Roberto,
“Sem ódio e sem preconceito” era a máxima do historiador romano Tacitus. Sempre procuro seguir esse conselho quando escrevo alguma coisa, embora às vezes me sinta na obrigação de usar algumas palavras mais pesadas, ainda que não injuriosas, como “babacas” ou “asnos”. Não se trata de raiva, nem de ofensa, como o senhor disse. O que escrevi é fruto de uma simples constatação, que qualquer sujeito de inteligência mediana, como a minha, poderá facilmente comprovar. Apenas, o modo como me expressei está carregado um pouco “cum grano salis”, o que é ótimo, já que o humor tem a grande virtude de desmontar muitas idiotices, expondo o ridículo da situação.
Na AMAN não se ensina mais Gê Révo (Guerra Revolucionária). A ESG, considerada antigamente a “Sorbonne brasileira”, no dizer do embaixador José Osvaldo de Meira Penna, hoje transformou-se numa madrassa petista, polvilhada de comunistas cretinos e nacionalisteiros babacas, os quais, depois do desmonte da União Soviética, vêem nos EUA o inimigo comum a combater. Em resumo, foi isso o que eu afirmei em mensagem enviada ao senhor, Cel Roberto, a Miss Grace (Graça Salgueiro) e a mais alguns amigos. Por que tanto ranger de dentes? A carapuça lhe caiu tão bem assim?
Embora eu não tenha falado nenhuma besteira, o senhor sentiu-se tremendamente ultrajado, disse que simplesmente iria me ignorar. Mas, apesar desse desprezo todo, V. Sa. perdeu um tempo precioso com este “imbecil” que lhe treplica agora, eu acho que até demais para uma nulidade como a minha, digitando 659 caracteres (com espaços) para escrever 107 palavras em dois parágrafos:
“Responderei a todos, exceto ao Sr. Feliz Meier, pois neste não vejo nem a competência, nem a compostura mínima indispensável para uma discussão sensata. (Vejam o que esse imbecil me mandou :’Pior do que comunista, só mesmo esses nacionalisteiros babacas, que acreditam em tudo..... Depois do desmonte da União Soviética, nossos valentes oficiais aprendem nas academias militares e na ESG que o inimigo agora a combater é Tio Sam’.)
Porque essa raiva e essas ofensas? Nesse senhor há muito tempo que eu já identifiquei a sua falta de conhecimentos técnicos, falta de compostura e a sua ideologia (digamos, transversa...) eu não apenas o desprezo, eu o ignoro.”
O senhor se refere à minha falta de competência e a meu despreparo técnico. Seria a falta de um melhor estilo literário para eu me expressar? Ou seria o seu preconceito decorrente de eu ser apenas um “pica-fumo” da reserva, formado numa escola de sargentos (Escola de Comunicações), não um acadêmico das Agulhas Negras, como o senhor? Ideologia transversa, que diabo é isso?
Não são meia dúzia de parágrafos que eu tenha escrito a respeito da nova doutrina esguiana e agulho-negrana que vão dizer se eu sou um ignorante ou não. Para o senhor ter uma idéia melhor do que penso a respeito do assunto tratado, sugiro que leia, de minha autoria, o ensaio “Nacionalismo e esquerdismo nas Forças Armadas”, escrito a pedido de Mídia Sem Máscara, em 2003, e publicado em Usina de Letras e no site do Prof. de Economia Ricardo Bergamini (https://www.ricardobergamini.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=90:nacionalismo-e-esquerdismo-nas-forcas-armadas&catid=29:1964&Itemid=31). O texto não apresenta despreparo técnico, nem falta de competência, pois está amparado em extensa bibliografia, conseguida na Biblioteca do Ministério da Defesa e em livros gentilmente emprestados pelo coronel Sávio Costa, articulista de Mídia Sem Máscara, ao qual sou imensamente grato.
Lá, o Sr. verá – além das várias tentativas das esquerdas, de tomada do poder no Brasil - a diferença que há entre o verdadeiro nacionalista, que todos devemos ser, e o nacionalisteiro, aquele sujeito muitas vezes imbuído de boa-fé, outras vezes apenas um babaca, que pensa que está defendendo e ajudando o País, porém faz o contrário, promove o atraso da nação. JK foi nacionalista, fez o Brasil crescer “50 anos em 5”, trouxe a indústria automobilística estrangeira ao Brasil. Jango e Brizola eram nacionalisteiros, anti-americanos, ambos sistematicamente contra a entrada de capital estrangeiro. Nem por nada que Fidel Castro escolheu Brizola para ser o líder da contra-contra-revolução de 1964, quando o brancaleone dos pampas fez marchar, a partir de Montevidéu, seu “Incrível Exército de Brizoleone”, no dizer sagaz de F. Dumont (Cfr. em http://www.ternuma.com.br/brizola.htm - site inoperante, o texto pode ser lido em https://felixmaier1950.blogspot.com/2022/02/os-incriveis-exercitos-de-brizoleone.html). O pombo-correio pecuniário Havana-Montevidéu era Betinho, aquele mesmo, da ética e da fome, hoje considerado um santo (do-pau-oco). Como não soube explicar o sumiço de 200 mil dólares, Brizola foi apelidado por Fidel de el ratón. Castello Branco e Médici foram nacionalistas. Geisel foi nacionalisteiro. À semelhança da política externa terceiro-mundista de Lula, Geisel preferia ser o primeiro dos últimos a ser o último dos primeiros, o que seria mais útil ao País, torrando dólares em países comunistas como Angola e Polônia, ficando o Brasil com o “mico” que se tornou conhecido como “polonetas”.
Exemplos de burrices socialistas e nacionalisteiras temos às pencas. Alguns exemplos:
- Caso Farquhar: não fosse a burrice nacionalisteira, antes de 1920 já poderíamos ter no Brasil a primeira usina siderúrgica, que poderia ter sido construída pelo milionário americano Percival Farquhar, o qual construiu, entre outras obras, a estrada-de-ferro que uniu Porto União/PR a Marcelino Ramos/RS, à época concluída a toque de caixa, para melhor enfrentar os argentinos, caso entrassem em guerra contra o Brasil devido à perda do território oeste-catarinense (região do Contestado).
- Monopólio da Petrossauro: até hoje não somos auto-suficientes na produção e refino do petróleo e pagamos uma das gasolinas mais caras do mundo. Se é ruim o monopólio de empresa privada, muito pior é o monopólio de empresa pública, que ninguém fiscaliza, servindo para empregar a companheirada, em cargos inúteis e inócuos, e para realizar falcatruas diversas, como o “valerioduto” do governo Lula. (O mesmo caso se aplica ao Banco do Brasil, à CEF, aos Correios e demais autarquias, notórios antros da corrupção.) Foi a burrice histórica “o petróleo é nosso” e a conseqüente criação da Petrobrás que certamente acabaram com o “milagre” brasileiro, quando o óleo quadruplicou de preço da noite para o dia, em 1973, e não havia nenhuma outra companhia petrolífera, nacional ou estrangeira, para ajudar o Brasil a sair da armadilha que “patrioteiros” babacas criaram. A Argentina, que começou a produzir petróleo na mesma época que o Brasil, foi mais inteligente, abriu a prospecção, produção e refino de petróleo a companhias nacionais e estrangeiras e, em 5 anos, tornou-se auto-suficiente e exportador do produto.
- A famigerada reserva de informática: o Brasil, com essa política nacionalisteira babaca, da época do presidente Geisel, só conseguiu fabricar produtos caros e obsoletos, com peças pirateadas e contrabandeadas, atrasando nossa inserção digital no mundo em pelo menos 20 anos (fomos salvos por Collor).
- Caso ALCA: com um anti-americanismo primário e obsessivo, próprio de primatas, os nacionalisteiros caboclos, insuflados por esquerdizóides retrógrados, conseguiram adiar as discussões finais para a implantação da ALCA. Pode-se ser contra algum artigo do Acordo que porventura fira os interesses do Brasil, porém ser radicalmente contra o projeto, somente por ser norte-americano, é burrice pura. O México, ao entrar no NAFTA (acordo comercial feito com os EUA e Canadá), permitiu que inúmeras empresas americanas passassem a operar no país, onde a mão-de-obra é muito mais barata, garantindo emprego para milhões de pessoas, colocando o PIB mexicano acima do brasileiro em pouco tempo.
- Caso Alcântara: com a negativa de aluguel da Base de Lançamentos de Foguetes de Alcântara aos EUA, os esquerdosos irados e os nacionalisteiros babacas (desculpe o pleonasmo) apenas conseguiram que o Brasil deixasse de faturar, anualmente, alguns milhões de dólares. Sairiam ganhando o Brasil, com dinheiro no bolso, e os americanos, que economizariam cerca de 30% de combustível com a privilegiada posição de Alcântara, próxima à linha do Equador. A Ucrânia e a China passaram a ser bem-vindos na questão aeroespacial brasileira, os EUA não. Por quê? Questão de soberania nacional – repetem os comunas e os “patrioteiros”. Que soberania foi ferida? Os EUA exigirem segredo da parafernália que trariam para Alcântara é uma exigência do Parlamento americano, não da soberba de George W. Bush. Ninguém entrega segredos gratuitamente a países estrangeiros, a não ser os traidores. Aliás, não perdemos nossa soberania por deixar que embaixadas se estabeleçam em Brasília, portanto, em território nacional, onde somente podemos entrar como convidados. A propósito, convém lembrar que os símios esquerdosos e os asnos nacionalisteiros se uniram para acusar os EUA de serem os responsáveis pela explosão da Base de Alcântara, ocorrida em 2004, que deixou 21 mortos, quando se sabe que a tragédia foi apenas um acidente, devido à falta de segurança no local, não uma sabotagem dos “malditos ianques”. Ou seja, incompetência nossa, somente isso. Transferir responsabilidades a terceiros é próprio dos covardes. E dos incompetentes.
- Caso dos vistos para os EUA: o governo Lula passou a exigir vistos de entrada para americanos em visita ao Brasil, alegando o “princípio de reciprocidade”. Obviamente, é uma decisão caolha, que apenas dificulta o ingresso de ianques em nosso País, prejudicando o turismo. A absurda exigência lulana peca por tratar simetricamente uma questão assimétrica, pelo menos por dois motivos: 1) os EUA têm todo o direito de exigir o visto de entrada de cidadãos de países suspeitos com ligações com terroristas, como o Brasil que anda de braços dados com os narcoterroristas das FARC (sem falar da tríplice fronteira, onde há milhares de muçulmanos), principalmente depois dos ataques de 11/09/2001; 2) há milhares de brasileiros que anualmente entram clandestinamente nos EUA, como formigas atacando um ninho de abelhas, para tentar uma vida melhor, que lhes foi negada na República dos “Cumpanhêro”; é claro que os EUA têm todo o direito de evitar que uma enxurrada de estrangeiros, não só de brasileiros, entrem clandestinamente no país, que em pouco tempo se tornaria um imenso favelão. A recíproca não é verdadeira, pois os americanos que vêm ao Brasil são apenas alguns executivos, que chegam aqui para trabalhar em alguma multinacional, e os insistentes turistas que, apesar do entrave burocrático, ainda pretendem conhecer nossas belezas naturais, deixando aqui preciosos dólares. A decisão brasileira foi mais uma burrice nacionalisteira, pois trata igualmente os desiguais. Nem é preciso acrescentar a idiotice do Itamaraty, que excluiu a exigência da língua inglesa em concurso para diplomatas, por pura birra anti-americana. Por sorte, o governo Lula voltou atrás e a única língua realmente universal, o esperanto que deu certo, ou seja, a língua inglesa, voltou a ter sua devida importância no preparo de nossos futuros diplomatas.
Inveja socialista e burrice nacionalisteira, os grandes males do Brasil são.
Prezado coronel Roberto: depois desta minha exposição um tanto longa, tenho certeza de que nossas idéias são muito mais convergentes do que divergentes, pelo menos na questão do que é melhor para o Brasil.
Atenciosamente,
Félix Maier
Capitão QAO da Reserva, articulista de Mídia Sem Máscara.
***
Mensagem recebida do embaixador José Osvaldo de Meira Penna, quinta-feira, 6 de abril de 2006 19:50:03:
'Minha solidariedade com suas palavras, caro Felix, e obrigado por sua referência elogiosa à minha pessoa. Lamento profundamente o que está ocorrendo com minha querida ESG onde cursei em 1965 e posteriormente fiz várias conferências. A praga do esquerdismo jacobino virou nacionalismo tupiniquim anti-americano na mente da burritzia indígena...
Cordial Abraço
Meira Penna
www.meirapenna.org'
***
Mensagem recebida que resultou no texto acima:
De: Graça Salgueiro
Enviado: quarta-feira, 15 de março de 2006 17:32:40
Para: 'Olavo'
Cc: 'Roxane'
Assunto: Para conhecimento
Caixa de Entrada
Envio para conhecimento de vocês, porque penso que não receberam e o velho demente os cita nominalmente.
Abaixo a minha resposta, ainda sem réplica.
Abs, MG
Prezados colegas, Sr.ª Graça
'com a Verdade vós os vencereis'
A sr. ª Graça, responderei à parte, por respeitar seu trabalho e sua luta anti-comunista (imagino que tenha uma excelente equipe, pois sozinha não poderia dar conta de tudo o que comenta e traduz) e procederei assim porque já dei a ela várias explicações sobre a minha posição -- e ela sabe que sou RADICALMENTE contra os COMUNISTAS (de todos os matizes); mas SABE também que eu reconheço inimigos fora dessa maldita ideologia (ou, para ser mais exato, em 'ovos da mesma serpente', embora estes mereçam ser combatidos com igual energia, ou parecida). Mas sabendo que eles são tanto ou mais perigosos do que os seus irmãos (ou primos) comunistas.
Responderei a todos, exceto ao Sr. Feliz Meier, pois neste não vejo nem a competência, nem a compostura mínima indispensável para uma discussão sensata. (Vejam o que esse imbecil me mandou :'Pior do que comunista, só mesmo esses nacionalisteiros babacas, que acreditam em tudo..... Depois do desmonte da União Soviética, nossos valentes oficiais aprendem nas academias militares e na ESG que o inimigo agora a combater é Tio Sam'.
Porque essa raiva e essas ofensas ?? Nesse senhor há muito tempo que eu já identifiquei a sua falta de conhecimentos técnicos, falta de compostura e a sua ideologia (digamos, transversa...) eu não apenas o desprezo, eu o ignoro.
Primeira observação: devo dizer aos senhores que NÃO dou a mínima, se gostaram ou não do que eu escrevi à Sr.ª Graça (respeitosamente, é claro) e mandei a minha objeção à crônica 'A Armadilha' de Jeffrey Nyquist -14 de março de 2006 - em correspondência pessoal, com cópia apenas para o Cel CABU; a este, porque o conheço desde o tempo em que eu era chefe da Seção de Legislação do Estado Maior do Exército, e ele era, se não me engano, adjunto da Seção de Adidos Militares (depois parece que foi para o Gabinete do Chefe do EME).
Portanto, a primeira indelicadeza que lhes debito aos senhores, é essa a de se intrometerem em um comentário despretencioso que fiz em uma correspondência pessoal sobre uma crônica alheia, com a qual concordei em parte, exceto no que diz respeito ao 11/set.
Mas, vou responder aos senhores que me incresparam a TODOS - porque creio que são militares profissionais respeitáveis. O Sr. Azambuja, talvez não seja militar, mas é muito competente nas Análises típicas de Inteligência na sua especialidade (a subversão comunista, sua história, personagens, etc.) na qual ele é realmente muito bom e parece ter uma experiência importante. Mas o mundo NÃO É SOMENTE IDEOLOGIA....doutor ... (voltarei ao assunto)...
Vou explicar-me:
Eu concordei em parte com a análise que deu origem a essa reação, 'A Armadilha' (a outra, do Sr. Olavo, eu nem opinei ainda porque já me acostumei a ler das suas crônicas apenas a argumentação CONTRA os comunistas e simplesmente ignorar as ofensas que faz aos 'nacionalistas', quase sempre militares mais velhos como eu... e, com isso, ele nos prejudica e à nossa causa comum (em termos) ridicularizando-nos e injuriando, o que é uma atitude muito imprópria para um 'filósofo'... e estranha...
Como estou voltado para outro trabalho MUITO mais importante do que qualquer pendenga, vou levar algum tempo para responder a todos (foram três as reclamações)
Segunda observação: embora achando parte do artigo correto, opinei que na parte em que acusa -- sem as devidas e prudentes dúvidas -- o terrorista Bin Laden, de ter sido o chefe do ataque de 11/set., eu (e muita gente respeitável) tenho UMA MONTANHA de dúvidas, a começar pelo ataque ao Pentágono, fato do qual EU TENHO provas de que NÃO foi um avião.
E, somente isso, já deveria colocar sérias dúvidas sobre os outros 3 (?) ataques... e o material que eu consegui acumular (e apenas incubar, mas não processar devidamente) sobre os ataques, tem valor probatório variado (e ainda é F-6), mas que creio POUCOS dos senhores provavelmente sequer sabem que existem. E eu 'acho' que NÃO foi Bin Laden, o chefe dessa operação, porque NINGUÉM consegue coordenar - a começar pelo longo planejamento, aquisiçõeas de cartas, escolha dos alvos, longa preparação da execução (com apredizados de pilotagem, etc,.escoljha de rotas a segir, etc.); e muito menos comandar à 'conduta de combate' ao longo do próprio ataque, desde a escolha da data D e Hora H do ataque, a cronometragem do ataque, talvez até variar os alvos -- porque, a cada passo, existem decisões que DEVEM ser tomadas imediatamente -- e isso, NÃO pode ser feito entocado em um buraco no chão a mais de 15.000 kms, sem farto equipamento de telecomunicação e de cifragem das mensagens. (E sem que o Echelon dos EUA plotassem o enorme tráfego de comunicações..). Se os senhores são oficiais de Estado Maior e já comandaram pelo rádio (como eu) uma operação a cerca 1.200 kms (apenas) - Belem até Cachoeira Porteira, e depois até Entroncamento, e depois até Uai Uai na margem do rio Cafuini (um dos formadorse do rio Oriximiná/Trombetas ), com apoio aéreo de helicóptero de outra força, SABERIAM que o Chefe NÃO foi Bin Laden (talvez o mandante SOMENTE, ou o autor intelectual, talvez; mas NADA MAIS) NÃO O CHEFE da OPERAÇÃO. Saberiam que, DEVE ter existido um CENTRO DE COMANDO muito bem equipado e solidamente instalado em um ponto lógico, e com equipamento variado e adequado, bem próximo da Zona de Ação... e isso amigos, NUNCA
SEQUER foi investigado.....
A minha restrição à dita crônica, REPONSÁVEL por essa furiosa (e suspeita) reação -- contra a minha opinião, acabou sendo também à minha pessoa e as dúvidas são (em última análise) quanto à minha ideologia. E essa grave injustiça já tentei responder ao Cel Sávio (que eu havia confundido com o Gen Sávio). O primeiro comandou o 13º BIB de Ponta Grossa e eu conheço muito pouco de sua vida e méritos; quanto ao gen Sávio, sei que foi um excelente analista do CIEx , embora eu não tenha convivido com ele, porque trabalhamos no SISNI em épocas diferentes, mas tenho sobre ele ótima impressão (e conheço dele crônicas muito favoráveis). O outro Sávio, é apenas um colega a mais - e nem teve a delicadeza de acusar o recebimento de uma explicação parecida com esta que lhe enviei, embora mais imprecisa e menos extensa.
Não gosto de falar de mim - mas como levantaram dúvidas quanto à minha 'boa fama e o meu bom nome' -- e achar que eu simpatizo com os comunistas, ou que dou a eles qualquer benefício, só pode partir de uma avaliação MUITO incorreta dos companheiros, ou -- sinto muito -- de uma cavalar incompetência profissional, na especialidade que PENSAM que são os maiores analistas (inclusive o Dr. Olavo, que - salvo seu anti-comunismo, que beneficia nossa luta comum -- faz colocações que me fazem duvidar de sua 'filosofia', e eu o tenho poupado de réplicas para NÃO PERDER TEMPO, nem acabar beneficiando os nossos principais inimigos, embora existam outros MUITO PERIGOSOS que nem ele nem a Srª Graça conseguem ver.
Porque minha opinião pode ser acolhida - senão com concordância -- ao menos, sem qualquer restrição ideológica ?
- Primeiro, pelos meus dados biográficos: AMAN/Artilharia -1950; EsAO - 1960; ECEME- fev1963/dez 1965 (3 anos); casado há mais de 42 anos, 09 filhos, 12 netos. Comandei duas Unidades - uma em BSB, 1ª/4º GCanAuAAé-40 que eu transformei em Grupo (agora 32º GAC); e o 5º GACAP, em Curitiba/ PR (no Boqueirão). Fiquei no EB 38,2 anos, fev 46/abr 84;todas as promoções pelo critério de 'merecimento'.
- 8 condecorações nacionais sendo 3 Órdens do Mérito, duas no grau de oficial, e 2 estrangeiras (Comendador de la Orden de Los Servicios Distiguidos - do Governo do PERU - Pres Belaunde Terry - 1981) - e Comendador de la Orden de Bolognesi (o Caxias deles) do Ejercito del Peru (a primeira por ter participado como representante do Brasil e Coordenador das Operações de Paz na Cordilheira Del Condor, em 1981, no conflito entre o Peru e o Equador, arbitrada pelos Países Garantes do Protocolo do Rio de Janeiro (Brasil, EUA, Chile e Argentina); e a outra por ter sido Adido Militar do EB, (normalmente eles dão essa condecoração no grau de oficial; para mim deram no grau de Coendador, não sei exatamente porque, talvez por ter voado na Cordilheira del Condor impedindo o alastramento do conflito de 1981 - (anos mais tarde esse mesmo conflito foi pacificado usando um General brasileiro e um efetivo de 42 homens...)... (eu, nem consegui computar as inúmeras horas de vôo sobre a Cordilheira del Condor ...)
- Segundo, baseado em minha idade já provecta (vou fazer 80 anos em julho) portanto, não seria agora que iria tentar esconder meus pensamentos, menos ainda minha ideologia que a maioria dos meus pares, ESTES SIM, a conhecem de sobejo - (sou nacionalista radical e anticomunista mais RADICAL ainda) - quanto a ESTES, sim, eu dou a maior importância aos seus conceitos... a dos outros,.nem tanto.
-Terceiro - também, na minha MUITO longa experiência em Análise de Inteligência DE QUASE 25 ANOS (sendo cerca de 10 anos para o EB - assim cumpridos = como Fundador e 1º Chefe da AMA/SNI - (Zona de Ação - Amazônia Ocidental) 3,6 anos; como Chefe do EMR/8ª RM (Belém)(ZA, Amazônia Oriental) e, portanto, também Chefe do CODI/8 por pouco menos do que 3 anos; como E/2 da 5ªRM/DE mais 1,2 anos; e como Adido do EB em LIMA/ Peru mais 2,2 anos (nov79/dez81), missão em que escrevi muitas análises, além dos RPI e das INs do PNI, e de uma Apreciação Estratégica sobre o PERU (documento obrigatório a cada 2 anos) e tendo participado também de duas Conferências Bilaterais de Inteligência (uma na sua preparação e execução; e a outra apenas na preparação, pois minha missão terminou antes) - nelas fizemos estudos variados, trocando experiências e dando atenção especial ao Sendero Luminoso que nascera há pouco; e eu, em dez. 1981, quando minha missão de adido terminou, já havia informado ao Ch CIEx deles (Gen Olivera) que o Sr. Abimael Guzmann era o líder maior do Sendero - mas eles só acreditaram nisso 8 anos depois).
Além dessa experiência, trabalhei no meio civil (sempre convidado, nunca postulado) mais de 15 anos , fazendo Análises típicas de Inteligência para órgãos e entes civis, assim cumpridos = 1,2 anos como Chefe do SEREG/7da Petrobrás (RGS) (irrelevantes, pois a atividade do SEREG era muito restrita a LDBs, e pequenos Relatórios); em seguida, mais 7,5 anos para o 'Conselho Paranaense da Livre Inciativa' (primeiro como Assessor e, depois, como Chefe da Assessoria), fazendo análises durante a Constituinte Federal de 87/a 88 (para o 'Centrão' e para as Federações Patronais do PR); ainda no Conselho, durante a Constituinte Estadual de 1989/90, como Consultor Externo, fazendo análises sobre as propostas das esquerdas e sugerindo Emendas para o Relator da Comissão de Sistematização do PR (Dep Caito Quintana - hoje, chefe da Casa Civil do Gov Requião); a seguir, ainda no Conselho, durante a elaboração das Leis Orgânicas dos Municípios Paranaenses (a pedido do Instituto Liberal) - e, finalmente, na Preparação da Reforma Constitucional de 93 (que acabou não havendo), promovendo 'Colóquios Técnicos' sobre as PECs do interesse da inciativa privada e dos Presidentes das Federações Patronais. Após isso, até julho de 95 (quando tive um enfarte) o Conselho continuou fazendo Análises por meio de Relatórios Periódicos e por Documentos especiais tais como sobre o Mercosul, sobre a Abertura do Mercado Interno pelo Collor (início da fatídica 'globalização'); sobre a Política Macroeconômica suicida; sobre as Privatizações, etc,.. Da maioria desses documentos tenho cópias, algumas atualizadas, outras não.
Por que tudo isso ? Para poder com credibilidade mostrar aos senhores que NÃO SOU simpatizante dos 'esquerdistas' de qualquer matiz, e para provar que NÃO faço análises de uma folha apenas - mas sim
Estudos muito detalhados e que TENTAM provar de forma competente o que eu, depois de muito tempo de análises e integrações dos dados, conclui (quase sempre como Relator, ajudado por uma equipe, é claro). Por isso remeto em ANEXO um dos Estudos, com uma atualização mais recente ao final. E vou mandar mais dois, em E-mail simples, para que vejam o tipo de Estudos que faço, MUITO DIFERENTES
das breves análise (aliás, quase TODAS EXCELENTES) que os senhores fazem e que me beneficiam com informações em nichos de conhecimentos que NÃO DOMINO..
Saudações nacionalistas
Cel. Ref EB Roberto Monteiro de Oliveira
PS-1.: espero que os colegas tenham a honestidade intelectual suficiente e a paciência bastate para lerem INTEGRALMENTE os ANEXOs que lhes mandarei.
PS-2 - Querido irmão Rolins envio-lhe também esta catilinária - embora V nada tenha a ver com essa pendenga -- porque assim, lhe relato (como me pediu) a parte principal do meu roteiro na vida militar ...
E não sei como não nos 'pechamos' por aí, pois V também serviu bastante tempo na Amazônia....
'Prezados colegas, Sr.ª Graça
'com a Verdade vós os vencereis'
A sr. ª Graça, responderei à parte, por respeitar seu trabalho e sua luta anti-comunista (imagino que tenha uma excelente equipe, pois sozinha não poderia dar conta de tudo o que comenta e traduz)...'
***
Prezado Cel Roberto,
Quero somente responder a esta sua iluminada suposição: não; não tenho NENHUMA equipe me 'ajudando' a comentar ou traduzir o que quer que seja. Faço tudo sozinha e respondo as mensagens no momento em que as leio, sem necessidade de gastar tempo em pesquisas.
Tenho sim, uma EXCELENTE equipe de estudos e trabalho sério, cujos integrantes também fazem parte do Mídia Sem Máscara e o Olavo em particular, UM MESTRE, cujos saberes o sr. tanto desdenha.
Faço traduções e escrevo SOZINHA, pois não vejo necessidade de buscar apoios para fazer comentários óbvios que qualquer um de nós (destes estudiosos) que LEU de verdade vastíssima bibliografia, estudou com seriedade e afinco, não tenha aprendido de fato.
Não tenho, como o sr., qualquer necessidade de divulgar minha biografia, meus cursos feitos ou meus saberes; a quem interessa saber, estes já sabem.
Se para o sr. é difícil imaginar que uma mulher possa ter competência e seriedade suficiente para fazer o trabalho que eu faço SOZINHA, repito, e sem pedir socorro aos amigos a cada resposta de e-mail, nada posso fazer. Inteligência, caro Cel Roberto, é um privilégio, quando se sabe fazer bom uso dela.
Talvez, as ilustres damas do seu convívio necessitem desse apoio para sentirem-se 'inseridas no contexto'. Não tenho o espírito de manada, tão comum em adolescentes e em 'coletivistas'.
Atenciosamente, MG
Correio Braziliense - 20/9/2010
Acordo de cooperação militar com os EUA
PAULO RICARDO DA ROCHA PAIVA - Coronel de Infantaria e Estado-Maior
A exposição em televisão da Estratégia Nacional de Defesa (END) pelo ministro da pasta pertinente, contemplando plano para o reaparelhamento das Forças Armadas, chegou a produzir alento promissor para a auto estima dos brasileiros, acostumados a engolir sapos em decorrência do descompasso entre a projeção econômica alcançada pelo país, oscilante entre a 5ª e a 8ª posição no ranking mundial, e a ignominiosa fragilidade em termos de capacitação no campo militar, que o impede, mesmo, de garantir a posse dos seus invejáveis e cobiçados recursos naturais.
Eis que, novamente anestesiados por falta de compromisso anacrônica, repetindo os desatinos perpetrados no governo de FHC, acertamos de forma subserviente e, no mínimo, suspeita, uma cooperação militar justo com o “irmão Caim do Norte”, a maior potência militar do planeta, que nunca escondeu as suas expectativas para o futuro da nossa grande Região Norte. E isso de maneira intempestiva, posto que ainda não estão criadas condições para segura e confiante decolagem de uma indústria de material bélico que seja consentânea com o projeto defensivo estratégico visualizado para o país.
Em realidade, o ajustado representa retrocesso ao basta que se deu em 1977 a um processo humilhante de aquisição de material ultrapassado, agora transmudado para cooperação nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico, segurança tecnológica e aquisição de produtos e serviços de defesa. O fato é que, da noite para o dia, as medidas paliativas de compra de helicópteros, submarinos e de caças, uma forma de calar a boca das nossas indefesas legiões, passaram a representar ainda menos para o real, emergencial e urgente rearmamento de que a nação carece, não para hoje, mas para ontem.
Aliás, amadorismo, falta de visão prospectiva e miopia estratégica é o que tem sobrado nos acordos pertinentes à área da defesa, todos na contramão de ensinamentos comezinhos de Sun Tzu, o de abril deste ano evidenciando, deve ser dito, uma intenção velada de abortamento do embrião de posição político-estratégica de defesa nacional anunciada pelo Ministério da Defesa. Que não se duvide:, o que falta em nós sobra neles de esperteza, aplicados que são na observância pura e simples, mas, sobretudo, onipresente, dos princípios do grande mestre da guerra.
Alerta! A intenção de ingerência por parte das grandes potências militares em nosso gigantesco manancial hídrico sempre foi alardeada pelos seus líderes, sendo de todo interesse deles a manutenção de um Brasil fragilizado.
Se o senhor Jobim tivesse escutado as chacotas dirigidas aos cadetes de Agulhas Negras, chamados pelos seus colegas de West Point de “matadores de índios”, quando em visita àquela academia, por certo sua presença de espírito acurada não olvidaria o fato de que parte significativa da sociedade americana está sendo condicionada para um tipo de confrontação que tem tudo a ver conosco.
Mas quero acrescentar que nosso cadete, altivo, não baixou a crista e retrucou: “Na Amazônia podem até entrar, quero ver sair!” É lamentável. A fé dos jovens soldados não é respaldada por gestões tão promissoras, em termos de quebra de tabus, tão propelentes no sentido de posturas independentes de pressões alienígenas, mais preocupadas com os “problemas de enfrentamento” por que passarão nossos filhos e netos fardados. Enfim, o sonho acabou, ruiu a crença na recuperação do esmaecido orgulho nacional. Não seria hora do profissional das armas, aquele previdente com mais de 4O anos de serviço, bacharel, mestre e doutor em ciências militares, ser cumulado com a primazia em pasta tão peculiar?
Obs.:
O autor do texto acima não disfarça seu antiamericanismo. Faz parte do país da jabuticaba o fato de muitos militares serem nacionalistas, melhor dizendo, nacionalisteiros. Aliás, o maior problema brasileiro é a união de nacionalisteiros babacas com socialistas retrógrados - Cfr. sobre o assunto em https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=58583&cat=Artigos&vinda=S.
Félix Maier
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