MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

ASPECTOS HUMANOS DO DUQUE DE CAXIAS - Por Coronel Manoel Soriano Neto

    Caríssimos correspondentes!

    À aproximação do Dia do Soldado, remeto um singelo trabalho que visa a humanizar o Patrono do Exército Brasileiro. Pediria que o divulgassem.
   
O mais amigo dos abraços do

   Soriano 
 

 


 
ASPECTOS HUMANOS DO DUQUE DE CAXIAS

Manoel Soriano Neto (*)

    1. Considerações Iniciais


        Muito já se disse a respeito do Duque de Caxias. Entretanto, traços humanos personalíssimos e aspectos singulares da edificante existência do inigualável Soldado merecem ser rememorados. Assim, apresentaremos alguns registros, dignos de nota, relativos ao Homem-Caxias; à sua audácia nos campos de batalha; ao resgate de sua memória e às principais homenagens que lhe foram tributadas. Tal é o objetivo destas despretensiosas achegas, alinhavadas em apertada e incompleta síntese.


    2. O Homem-Caxias


        a. Luiz Alves de Lima e Silva pautou a sua vida pela inteireza de caráter, arrojo, acendrado patriotismo, fervorosa religiosidade e inexcedível exação no cumprimento do dever.


    Caxias possuía estatura acima da média para a sua época (quando trasladado, em 1949, para o Panteão em frente ao Ministério da Guerra - hoje Palácio Duque de Caxias -, no Rio de Janeiro, na Ata de Exumação constou que o esqueleto media 1,72m); de compleição atarracada, ombros largos, olhos castanhos, cabelos castanho-alourados, tez clara e rosada, voz suave, sisudo, garboso, austero, de hábitos morigerados, rigorosíssimo no cumprimento do dever, porém humano, saudável, apesar de padecer de uma malária contraída no Maranhão, que lhe causava a inchação do fígado; era orgulhoso de sua formação militar; corajoso; determinado; sedizente fatalista, o que também explica a sua invulgar temeridade; maçom dedicado; marido e pai extremoso e “cristão de fé robusta”.


       b. O Coronel José de Lima Carneiro da Silva, neto de Caxias, entrevistado, aos 83 anos, pela revista “Nação Armada” (n° 23, Out 1941), disse em certo trecho da entrevista: “O Duque, após o passamento da Duquesa, jamais tirou o luto, mesmo em casa. Era, entretanto, alegre e se alimentava bem, preferindo à mesa, pratos da culinária gaúcha. Apesar de fluminense, o Rio Grande do Sul era a sua menina dos olhos. A toda hora falava das suas coisas, dos seus homens e tinha mesmo um certo sotaque de riograndense do sul. A música encantava-o, como velhas mazurcas e valsas, tocadas ao piano por sua comadre Maria José, que ele ouvia em silêncio, fumando grandes e perfumados charutos. Era um inveterado fumante de charutos, consumindo vários por dia.”


      c. Caxias trouxe do Paraguai, três cavalos: “Moleque”, “Douradilho” e “Aedo”. Um de seus biógrafos, o Dr.Vilhena de Moraes, nos dá conta da seguinte reminiscência: “Ao fogoso “Douradilho”, da ponte de Itororó, Caxias, já velho e enfermo, costumava melhorar a ração na data do aniversário daquele combate (6 de dezembro de 1868)”.


      d. Quando da concessão da anistia aos vencidos, ao término da Revolução Farroupilha, aflorou, sobejamente, o sentimento de generosidade do “Pacificador”. Ele concedeu a liberdade aos cativos farroupilhas, incorporando os que assim desejassem ao Exército Imperial, e tratou com extrema bondade os derrotados, sendo escolhido, pelos próprios gaúchos, para Presidente da Província e por eles indicado para Senador pelo RS. Não apenas por isso, o saudoso jornalista e acadêmico Barbosa Lima Sobrinho, concedeu-lhe a invulgar honorificência de “Patrono da Anistia” e o eminente historiador militar, Coronel Cláudio Moreira Bento, o cognominou de “Pioneiro Abolicionista”.


      e. Ainda com referência à grandeza de espírito de Caxias, observe-se, em seu Testamento, como está expressa uma de suas vontades: “Declaro que deixo ao meu criado Luiz Alves, quatrocentos mil réis e toda a roupa de meu uso”. Diga-se que esse criado era um índio que ele trouxera, ainda jovem, do Maranhão, após a Balaiada, adotando-o e dando-lhe o próprio nome; ressalte-se que ele foi a primeira pessoa lembrada, no dito Testamento, no qual, somente ao depois, são mencionados familiares e amigos íntimos do venerando Marechal.


      f. Seria despiciendo falar-se do exacerbado patriotismo do Duque de Caxias. Mas gostaríamos de encerrar essas breves considerações atinentes à figura humana desse exponencial personagem de nossa História, relembrando um trecho de uma carta por ele escrita ao Visconde do Rio Branco, ao tempo da “Questão Christie”, de dolorosa memória, e que bem evidencia o seu acrisolado amor ao Brasil: “Não se pode ser súdito de nação fraca. Tenho vontade de quebrar a minha espada quando não me pode servir para desafrontar o meu País, de um insulto tão atroz”.


    3. A audácia e o destemor de Caxias 


       a. A intrepidez de Caxias revelou-se em inúmeros episódios, nos quais o intimorato Comandante não se furtou a correr o “risco calculado”. A sorte, entretanto, sempre o acompanhou nos momentos de alta periculosidade. É que ele “tinha estrela”, tanto que a “grande estrela de Caxias” apareceu com fulgurante brilho, nos céus do Rio Grande do Sul, quando de uma de suas ofensivas noturnas contra os farroupilhas (era, na realidade, o cometa “Brilhante”), a respeito da qual dizia Caxias, em tom zombeteiro, mas alimentando, com sagacidade, a crendice popular em torno de sua pessoa: “É, eu nasci na Vila de Estrela, no Rio de Janeiro”.


       b. Caxias era, de fato, extremamente arrojado, como se pode constatar em várias oportunidades de seu historial militar, desde Tenente a General. Extraordinária foi a sua valentia nos campos de batalha, na Guerra da Independência e na Campanha da Cisplatina, tendo o jovem Tenente e Capitão recebido encomiásticas referências por sua coragem, constância e desprendimento. Saliente-se, outrossim, a sua ousadia, quando do combate de Santa Luzia (MG); no reconhecimento, em 1852, do porto de Buenos Aires e, máxime, na Guerra do Paraguai. Quando do maior conflito bélico de que participamos, o Generalíssimo executou audaciosas manobras como a de envolvimento e cerco, em conjunto com a Marinha, e que redundou na queda da “inexpugnável”  Fortaleza de Humaitá, no rio Paraguai (chamada de "A Sebastopol da América"); como a “marcha de flanco” empreendida pelos nossos três Corpos de Exército através de uma estrada, de cerca de 11 km, construída sobre o Grão-Chaco e as operações da “Dezembrada”, no ano de 1868, no começo das quais se travou a memorável batalha de Itororó. No fragor desta refrega, o Marquês de Caxias, aos 65 anos de idade, parte em direção à ponte sobre o arroio Itororó, sabre em punho e a galope de carga, após bradar: “Sigam-me os que forem brasileiros!”. Dionísio Cerqueira, partícipe do cruento recontro, o descreve, magnificamente, in "Reminiscências da Campanha do Paraguai" (consigne-se que o marcial apelo do Comandante-em-Chefe era tão-somente anímico, ao sentimento de brasilidade, posto que apenas tropas brasileiras participaram da batalha).


    4. O memorável resgate da memória do Pacificador


       a. Quando da trasladação dos restos mortais de Caxias e de sua esposa, em 25 de agosto de 1949, para o “Pantheon Militar”, defronte ao hoje Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, ocorreu um fato histórico singular, muito pouco lembrado, infelizmente. É que, naquela data, se deu o definitivo resgate da memória do Duque de Caxias, que tantos e tamanhos serviços prestara à Pátria Brasileira, na paz e na guerra. Mas tal resgate foi apenas um belo epílogo de um justo desagravo e da recuperação da imagem do Duque, o que já vinha ocorrendo, especialmente a partir de 1923, como adiante faremos referência.


      b. Caxias morreu, no ano de 1880, triste e magoado. A tristeza se devia ao falecimento, em 1874, de sua amantíssima esposa, tendo ele usado luto completo, desde então até morrer, seis anos depois. Três pungentes mágoas o afligiram no final da vida e diziam respeito ao Imperador, à Maçonaria e à Igreja Católica.


    O Duque encontrava-se agastado com o Imperador, desde quando concedera, com a relutância de D. Pedro II, em 1875, a anistia aos Bispos de Pernambuco e do Pará, solucionando, de forma magnânima, a chamada “questão religiosa”. Após o retorno de uma longa viagem à Europa, o Monarca destituiu o Gabinete Conservador, presidido por Caxias, nomeando um outro, com membros do Partido Liberal. O velho Soldado, bastante desgostoso, recolheu-se  à Fazenda Santa Mônica, de propriedade de uma de suas filhas, onde viria a falecer, em 8 de maio de 1880, afastando-se, definitivamente, da vida pública.


    O Decreto de anistia aos Bispos, nunca foi aceito pela Maçonaria. O Visconde do Rio Branco, Grão-Mestre da Ordem, solicitou demissão do Conselho de Ministros, a fim de não assinar o citado Decreto, rompendo com o seu grande amigo Caxias, “Irmão que se tornou altamente impopular entre os da Arte Real”, pelo que o Marechal deixou de frequentá-la.


    Ademais, a Igreja Católica exigiu que o Duque, provecto e doente, cumprisse os ditames de uma bula papal e abjurasse a Maçonaria. Como ele não obedeceu àquela determinação religiosa, foi expulso, por ser “maçom pestilento”, da Irmandade da Cruz dos Militares, da qual fora Provedor.


    Acrescente-se que a figura de Caxias, desde os últimos anos da Monarquia, vinha sofrendo duras críticas, desferidas por profitentes do Positivismo. Os positivistas, que tiveram decisiva participação na proclamação da República, eram pacifistas, agnósticos e adeptos da "ditadura republicana", e, não apenas por isso, menosprezavam os gloriosos feitos marciais do Império, dos quais o nosso “Soldado-Maior” foi o expoente máximo.


      c. Porém, naquele agosto de 1949, toda a Nação Brasileira reparou as injustiças e ingratidões perpetradas contra o ínclito Soldado, quando do traslado de seus despojos e os da Duquesa. A histórica Solenidade cívico-militar, presidida pelo Presidente da República, Marechal Eurico Gaspar Dutra, revestiu-se de superlativo brilhantismo, sendo o presidente da Comissão de Trasladação, o Dr. Nereu Ramos, Vice-Presidente da República, que era um fiel maçom. Membros da Família Imperial Brasileira e o Marechal Rondon, tradicional positivista, estiveram presentes à cerimônia, que se encerrou com um monumental desfile militar. Aduza-se que a Igreja Católica velou os restos mortais de Caxias e os de dona Ana Luíza, na Igreja da Irmandade da Cruz dos Militares, que o havia expulso, em 1876, sendo concelebrada uma Missa por 18 Bispos e Arcebispos, de todos os rincões brasileiros, presenciada pelo Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara. E mais: houve um dobre de sinos, em todas as  igrejas católicas do Brasil, na hora da trasladação.


    Destarte, em 25 de agosto de 1949, ocorreu, de fato, uma memorável reparação histórica da altaneira imagem de um dos maiores filhos desta Pátria, o Duque de Caxias!


    5. Principais homenagens tributadas a Caxias


        a. Caxias, “Nume Tutelar da Nacionalidade”, foi tudo! Marechal do Exército, Conselheiro de Estado e da Guerra, Barão, Conde, Marquês, Duque, Presidente e Pacificador de Províncias, Senador (pelo RS), Deputado (pelo Maranhão, eleito, mas não empossado), três vezes Ministro da Guerra e três vezes Presidente do Conselho de Ministros! E o Brasil soube reconhecer os beneméritos serviços por ele prestados à Pátria – “nossa Mãe-Comum”. Por esses “brasis” existem incontáveis monumentos, logradouros públicos, escolas, etc, que ostentam o augusto nome do maior vulto militar da História do Brasil. Dentre essas honrarias, sobrelevam-se as denominações de duas importantes cidades: a de “Duque de Caxias”, no Rio de Janeiro, e “Caxias do Sul”, no Rio Grande do Sul (diga-se, por ilustrativo, que a cidade de Caxias, no Maranhão, onde o então Coronel Luiz Alves venceu o último foco dos rebeldes, quando da “Balaiada”, deu origem ao seu primeiro título nobiliárquico - por ele mesmo escolhido - o de Barão de Caxias).


      b. Caxias foi instituído, no ano das festividades do  bicentenário de seu nascimento, mediante a Lei n° 10.641, de 28 Jan 2003, “Herói da Pátria”. Por isso, o nome do Herói foi inscrito no “Livro dos Heróis da Pátria” (é um grande livro de aço que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília), por ocasião de bela cerimônia ocorrida em frente ao Quartel-General do Exército, na Capital Federal.


      c. No Exército Brasileiro, a impoluta memória de Caxias começou a ser reabilitada de um semianonimato (ao qual foi relegada pelo sectarismo positivista-republicano), em 1923, pelo Ministro da Guerra, General Setembrino de Carvalho. Ele instituiu, pelo Aviso n° 443, de 25 de agosto de 1923, a “Festa de Caxias”. Posteriormente, por meio do Aviso n° 366, de 11 de agosto de 1925, o mesmo Ministro criou o “Dia do Soldado”, também a ser comemorado na data natalícia do Duque. Naquele ano de 1925, sob o influxo das diretrizes do Ministro da Guerra, a Turma de Aspirantes-a-Oficial da Escola Militar do Realengo escolheu a denominação histórica de “Turma Duque de Caxias” (aliás, a Turma de 1962, da Academia Militar das Agulhas Negras, ano em que Caxias foi instituído Patrono do Exército, à qual pertence o ex-Comandante do Exército, General de Exército Enzo Martins Peri, também ostenta, com muita ufania, a denominação de “Turma Duque de Caxias”).


    Outro momento histórico de grande relevância no enaltecimento de Caxias, pela Força Terrestre, se deu por ocasião do comando do então Coronel José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, na Escola Militar do Realengo (1931/34). Este militar, de elevadíssimos méritos, implantou, naquela Escola, várias místicas alusivas a nosso glorioso passado castrense, sendo as maiores delas a instituição do título de “Cadete”, para os então alunos da Escola, e a criação do espadim, réplica do invencível sabre do “Condestável do Império" e “Unificador da Pátria”.


    O Duque de Caxias foi proclamado “Patrono do Exército”, consoante o Decreto n° 51.429, de 13 de março de 1962, por louvável iniciativa do Ministro da Guerra, herói da FEB, General de Exército João de Segadas Vianna (tal Decreto também instituiu os Patronos das Armas, Serviços e Magistério Militar).


    O glorioso, altaneiro e invicto Exército Brasileiro, do qual Caxias é o Patrono, possui as seguintes Organizações Militares que exibem, em suas denominações históricas, com indescritível orgulho, o seu venerável nome: “Forte Duque de Caxias”, no Rio de Janeiro (RJ); "Palácio Duque de Caxias", sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro (RJ); “Batalhão Barão de Caxias”, que é o 24° Batalhão de Caçadores, de São Luís (MA); “Grupo Conde de Caxias”, que é o 3° Grupo de Artilharia Antiaéreo, de Caxias do Sul (RS); “Companhia Praça Forte de Caxias”, que é a 13ª Companhia de Comunicações, de São Gabriel (RS) e o “Batalhão Duque de Caxias”, que é o Batalhão da Guarda Presidencial, de Brasília (DF). Recentemente (pela Portaria 296, de 31 de março de 2016), o majestático conjunto arquitetônico das portentosas instalações do Quartel-General do Exército, em Brasília (DF), denomina-se "Forte Caxias".


    6. À guisa de Conclusão


        Impende lembrar, por derradeiro, neste breve e inconcluso escorço referente a aspectos pouco lembrados da mui grandiosa gesta e da personalidade do Duque de Caxias, de que certa e recerta é a intemporalidade das inúmeras lições que ele nos legou!


        Finalmente, desejaríamos trazer à lembrança, como corolário de tudo o que até aqui foi expendido, uma expressão, - “caxias” -, cunhada pelo saudoso e emérito sociólogo Gilberto Freyre, que bem retrata o caráter adamantino e as peregrinas virtudes de nosso insigne  “Soldado e Pacificador”. Tal expressão, uma adjetivação metafórica caída na consagração popular, bem caracteriza aqueles que cumprem, integral e escrupulosamente, os seus deveres. Com esta conotação, assaz notável, urge assinalar-se que o vocábulo "caxias" já está dicionarizado nos léxicos de Aurélio Buarque e Antônio Houaiss! Disse Gilberto Freyre: “Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os 'caxias' devem ser tanto paisanos como militares. O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele”.

     (*) Manoel Soriano Neto, Coronel Veterano, de Infantaria e Estado-Maior, Historiador Militar.



terça-feira, 20 de agosto de 2024

Amor e Revolução - Textos diversos

 


A covardia teatralizada

Por: Lino Tavares


O Sistema Brasileiro de Televisão, comandado por Sílvio Santos, um dos mais bem sucedidos empresários da era do "Regime Militar", com o qual sempre manteve relacionalmento cordial e amistoso, abre sua central de produções para perpetrar um atentado contra a história republicana deste país, ao levar ao ar uma novela que se propõe a utilizar a dramaturgia como objeto de revanchismo, por parte de traídores pátrios derrotados, contra aqueles que, cumprindo o juramento de defender a pátria, ainda que com o sacrifício da própria vida, não permitiram que a bandeira do comunismo ateu, empunhada por maus brasileiros, fosse hasteada em nosso território, como o fora no de outros países que não ofereceram resistência às incursões expansionistas do Urso avassalador do Leste Europeu.

"Amor e Revolução", obra do autor Tiago Santigago, é antes de tudo expressão de covardia, porque se propõe a difundir a milhões de telespectadores uma versão distorcida e unilateral, acerca do que aconteceu naqueles anos difíceis, mas necessários, com a utilização de cenas dantescas de maus tratos e tortura, sempre atribuídas aos agentes do poder constituído, mantendo na obscuridade os atos frios e calculistas perpetradas por representante da guerrilha comunista, muitos deles configurados na eliminação sumária de companheiros "descartáveis", que nada mais tinham a oferecer de positivo na senda terrorista que trilhavam.

Meu velho e saudoso pai sempre dizia que "depois que o touro está no chão" todos os palhaços do circo entram na arena para pisotear sobre animal caído. É algo semelhante a isso que estão fazendo todos os que, movidos por esse vil espírito revanchista, tentam passar à opinião pública, como verdade absoluta, essa mentira teatralizada apelidada de "Amor e Revolução". Faz mais de 25 anos que vive-se neste país a plenitude democrática pela qual tantos propugnaram e da qual tão poucos têm se beneficiado, como os que gravitam nas esferas do poder corrupto. Mas só agora, muito tempo depois, é que aparecem os pseudo historiadores das décadas de 1960 e 1970, para contar às gerações de hoje a sua "verdade", que, de tão falsa e cretina, sequer admite a possibilidade do contraditório.

(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor. 

Fonte: https://gibanet.com/a-covardia-teatralizada/ e Usina de Letras - 11/04/2011 - 12:53 - https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=60448&cat=Artigos


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Aposta do SBT não vale como ficção nem como documento

Folha de S. Paulo - Sun, 10 Apr 2011


Enredo confunde dados históricos e direção remete a dramalhão mexicano

NA NOVELA COM INTENÇÕES EDIFICANTES, ADULAR A PRESIDENTE PARECE MAIS IMPORTANTE QUE ESCLARECER AS MASSAS

FERNANDO DE BARROS E SILVA

Líder estudantil delicada e idealista, filha de pais comunistas, Maria Paixão (Graziela Schmitt) é a heroína da trama. Seu par romântico é José Guerra (Claudio Lins), jovem major fiel aos ideais democráticos, filho do general Lobo Guerra, da linha dura do Exército. "Maria" e "José", "Paixão" e "Guerra" -isto é "Amor e Revolução", novela sobre a luta armada que estreou na terça, no SBT.

Mais do que maniqueísta, tudo é muito primário. O principal vilão, supostamente inspirado na figura de Sérgio Paranhos Fleury, o chefe torturador do Dops (a polícia política da ditadura), se chama Delegado Aranha (Jayme Periard). Seu assistente no porão da tortura é o inspetor Fritz (Enando Tiago).

O assunto é sério, o SBT criou enorme expectativa em torno da novela, mas o resultado é uma piada.

As novelas da Globo, que nos servem de referência, também são ruins. Em "Passione", para citar um exemplo recente, havia uma mixórdia de gêneros - o pastelão farsesco, a trama policialesca, o drama social, o folhetim romântico - convivendo num mesmo enredo, obviamente desprovido de qualquer unidade dramatúrgica.

Esse Frankenstein estilístico é uma aspiração deliberada da novela global, uma fórmula com que a emissora busca atender às demandas de um público heterogêneo, que ela trata de massificar diante da tela.

"Amor e Revolução" é ruim em outro sentido. O SBT quis fazer um banquete, mas não domina a receita do suflê. Tudo é tecnicamente precário, mas não exatamente "pobre". Temos uma superprodução "trash" - ou, talvez, uma "supertrash" produção.

A direção de atores nos remete àqueles dramalhões mexicanos. Os diálogos são postiços, ginasianos e involuntariamente cômicos - uma mistura de CPC (os centros culturais do catecismo socialista dos anos 60) com "A Praça É Nossa".

Eis um exemplo: um casal de guerrilheiros veteranos está num sítio idílico, à beira da cachoeira. Jandira (Lúcia Veríssimo) se vira para Batistelli (Licurgo Spinola) e pergunta: "Você me trouxe aqui para fazer amor ou fazer a revolução?". E ele: "Os dois. O amor cria tudo, a revolução muda tudo". Os dois então se amam nas águas, na mesma toada da novela "Pantanal".

Não é só. Falta a "Amor e Revolução" aquele mínimo de verossimilhança que a ficção com pretensões históricas deveria ter. A novela começa com uma chacina de estudantes que articulavam a guerrilha numa chácara. Os assassinos são Lobo, Aranha e sua turma. Mas tudo isso se passa antes do golpe de 31 de março de 1964.

Não havia, então, guerrilha no Brasil. A tortura contra adversários da ditadura só seria adotada pelo regime de modo sistemático depois do AI-5, em 1968. "Amor e Revolução" mistura tudo no liquidificador. Não presta como obra de ficção nem tem valia como documento histórico.

Restam, além das cenas abundantes de tortura, os depoimentos de personagens reais ao final de cada capítulo, como costuma fazer Manuel Carlos. É bom que o povo que gosta do programa do Ratinho conheça os horrores de que foi capaz a ditadura.

Na novela com intenções edificantes do SBT, porém, adular a atual presidente parece mais importante do que esclarecer as massas.




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A ARMADILHA DO SBT: MISTURA EXPLOSIVA!

HEITOR DE PAOLA

www.heitordepaola.com

07/04/2011

Minha Carta ao General Torres de Melo teve inúmeras repercussões, inclusive na equipe de produção da novela Amor e Revolução, produzida pelo SBT, escrita por Tiago Santiago que abordará ‘o movimento revolucionário que ocorreu nos anos de chumbo’. Bruna Mathias, a produtora responsável pelos depoimentos que estão sendo gravados, entrou em contato comigo e tomei conhecimento depois, com muitos outros, na sua maioria militares. Na carta que encaminhou aos mesmos – a mim foi um email sucinto – ela afirma ‘ter estado em Brasília semana passada, em reunião com alguns generales (sic) do exército para esclarecer algumas questões do projeto, e muito atenciosos se comprometeram a colaborar para que possamos contextualizar esse período’, e acrescenta: ‘ao contrário do que a mídia tem especulado a respeito da novela, a mesma não irá denegrir a imagem das Forças Armadas e dos militares. Pelo contrário, o nosso protagonista interpretado pelo Claudio Lins, será um militar, filho de um General linha dura, que luta contra a revolução de 64’.

Segundo ela, para dar credibilidade à história e acontecimentos narrados durante a novela, será exibido no final de cada capítulo um depoimento de 1 a 3 minutos de pessoas que tiveram grandes experiências nesse período tão importante para o Brasil, com ‘o intuito de mostrar a realidade da época, homenagear os depoentes e resgatar a memória das pessoas que foram assassinadas (De ambos os lados)’.

O texto está sendo escrito com base em acontecimentos reais, porém em um contexto ficcional por se tratar de uma novela.

Aí é que a porca torce o rabo, como diria minha mãe! Pelas razões que passo a explicar respondi a ela que numa obra de ficção não cabem depoimentos, só num documentário, e recusei o convite recomendando a ela o livro O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial. O busilis da questão é que esta é uma mistura explosiva! Já existem 70 depoimentos gravados por parte de integrantes e familiares que foram supostamente atingidos pelos grupos de militares da época, e `até o momento, nenhum depoimento por parte de militares ou familiares, para questionar algumas afirmações e acusações citadas em depoimento. Inclusive, atentados organizados pelos movimentos armados da época`. Por que será que colheram tantos depoimentos antes de lançar a novela, que já está no ar desde 05/04 às 22:15 – logo após a da Globo, óbvio! – e só agora pedem depoimentos do ‘outro lado’? Será mesmo pela ‘importante participação de ambos os lados para que o tele-espectador possa fazer um verdadeiro juízo de valor sobre a realidade dos fatos’?

Se assim for, por que o uso da expressão ‘anos de chumbo’, um óbvio e antigo partis pris já levado ao ar numa série pela concorrente anos atrás e expressão amplamente divulgada no Telecurso 2000 para se referir aos anos em que o Brasil estava sob a inspiração da linha dura, do Ato Institucional nº 5 e da ideologia da “segurança nacional”? Este conceito contém um ataque direto ao Governo Médici: ‘com Médici no poder, o país passou por uma das mais duras fases de restrição política da História da República. Médici foi o ápice dessa ideologia, que apesar de falar em paz social e democracia, levava o Estado ao aperfeiçoamento dos órgãos da repressão violenta para aniquilar os grupos armados, chamados de 'terroristas' e 'subversivos'. Seus militantes, quando presos, perdiam qualquer direito político ou humano. Em nome do desenvolvimento dizia-se ser necessária a segurança, e por segurança subentendia-se a eliminação de qualquer tipo de oposição’.

Embora a produção alegue que pesquisou inclusive em fontes do 'TERNUMA', tais como, ‘o atentado à Guararape (sic) e outros atentados que comprometeram a vida de militares e civis e seria de extrema importância, que nos indicassem pessoas vítimas da luta armada, assim como familiares e amigos que foram atingidos por esse movimento’, os capítulos iniciais já indicam o rumo do script: o tal filho de General (de Divisão) que mora numa mansão bilionária, é um Capitão cuja namorada metera-se inocentemente com grupos comunistas ligados a Cuba, China e URSS e fora executada na primeira cena por mascarados de coturno militar. Seu irmão, Major e seu pai são ligados à ‘linha dura’, numa nítida tentativa desde o início de satanizar a parte da oficialidade e da polícia que, com o apoio de todos os demais, meteram a mão na sujeira da luta armada. Já no segundo capítulo aparecem cenas de tortura ao vivo, o que jamais se teve notícias nos idos de 64, só depois do AI 5.

Noutra cena o Embaixador americano, ao visitar outro General, comunica que tem ordens de Washington para prestar todo apoio ao golpe (sic) militar. E la nave va....!

­É fato notório para qualquer um que conhece a história do comunismo que este convite não passa da velha tática comunista de ter sempre uma minoria contrária para mostrar como são democráticos, mas só depois de garantir a maioria, os 70 depoimentos. Assim os bolcheviques agiram em 1917: verificando que jamais obteriam maioria na Duma (parlamento russo) em eleições gerais, pois eram rejeitados pelo povo, Lenin e Trotsky abandonaram a luta parlamentar, fundaram os soviets (comitês) de operários e soldados (o dos camponeses foi deixado de lado porque a maioria não queria a estatização de suas terras e ficaram guardados para serem dizimados oportunamente) não antes de assegurarem folgada maioria absoluta e lançaram o slogan Todo Poder aos Soviets! Os idiotas úteis não bolcheviques que integravam os soviets serviam de massa de manobra para fingir uma livre discussão democrática na qual a vitória estava assegurada para os továrich!

Assim fomos instruídos para organizar assembléias, simpósios, encontros e o que mais fosse durante o período em que fiz parte da AP. Assim ocorre ainda em todos os sindicatos, associações, uniões de trabalhadores e também no MST, onde alguns entram com a legítima pretensão de arrumar uma terrinha para trabalhar sem a mínima idéia de que os objetivos são outros.

A segunda razão para a aceitação destas minorias é desmoralizá-las e eliminá-las assim que isto seja possível. Dmitri Manuilsky já ensinava isto em suas aulas na Escola Lenin de Guerra Política na década de 30.

O objetivo da novela é sim denegrir as FFAA brasileiras – senão de toda a América Latina, pois é possível que toquem da ‘Operação Condor’ – e se segue à proibição de comemorar o dia 31 de março nas unidades militares. A esperança é que a produção é de uma qualidade sofrível, a filmografia de péssima qualidade, os atores parecem robôs repetindo slogans de tal forma que quando duas pessoas conversam não há diálogo, mas dois monólogos repletos de chavões imbecís! Tudo dentro do tradicional padrão SBT!



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Contrapartida para a CEF comprar o Panamericano?

Por Jorge Serrão*

A ficção nem sempre imita bem a realidade. E quando a distorce, ainda ajuda a perpetuar inverdades sobre a História. O SBT vai estrear no dia 5 de abril, às 10h 30min, a novela “Amor e Revolução”. Pelo trailer divulgado até agora, tudo indica que a obra será mais uma eficiente peça de propaganda ideológica na crescente campanha de desmoralização das Forças Armadas no Brasil pós-1964.

O Alto Comando do Exército já está muito preocupado com os efeitos deste verdadeiro “golpe” psicossocial. Produto de consumo popular, a novela coincide com a intenção do governo de instituir a tal Comissão da Verdade - que visa a investigar exclusivamente os crimes (mortes, torturas, desaparecimentos, perseguições) atribuídos aos militares na repressão à luta armada que sonhava implantar o comunisno no Brasil, nas décadas de 60-70.

O Alerta Total já cansou de alertar aos membros do Exército, Marinha e Aeronáutica. Desde a década de 70, existe uma evidente intenção de desmoralizar as Forças Armadas no Brasil. O objetivo psicossocial é criar uma antipatia tão grande com as Legiões. Para que se chegue à “natural conclusão” de que o Brasil não precisa tanto de Forças Armadas.

Os inimigos das Legiões fazem o serviço para a Oligarquia Financeira Transnacional. O pequeno grupo que controla os negócios globalitários deseja manter o Brasil como uma simples plataforma subdesenvolvida para exploração de recursos naturais, financeiros e humanos. Eles querem desmoralizar o Exército, Marinha e Aeronáutica porque sabem muito bem que a destinação institucional das Forças Armadas é a Defesa Incondicional da Pátria. Com uma defesa débil, a Pátria fica na mão dos parias que nos exploram – porque deixamos.

O Exército suportará o “golpe” de anti-propaganda da novela? A tendência é de desgaste da imagem institucional. No imaginário popular, os militares voltam a ser relacionados com abuso de autoridade, ditadura, violência, e fanatismo ideológico. Enfim, os militares novamente serão ligados ao desrespeito aos direitos humanos, à liberdade e à democracia.

Tecnicamente, as Legiões serão vítimas da chamada Guerra Assimétrica ou de Quinta Geração. Trata-se da tentativa de origem externa, por quaisquer meios e agentes internos ou externos, para afetar a soberania de um País, minando os cenários político, econômico, tecnológico, psicossocial, ambiental e militar. Neste teatro de operações assimétrico, tudo parece muito difuso. Não é fácil perceber o verdadeiro inimigo.

O trailer da novela não deixa dúvidas. Ela será flagrantemente maniqueísta. A obra tem o foco de tratar os militares como assassinos, torturadores e ditadores, enquanto aqueles que lutaram para implantar o comunismo no Brasil seriam heróis revolucionários numa luta mortal contra uma ditadura, em nome da liberdade e da Justiça Social. Quem não vivenciou a história real – ou nem estudou diferentes versões dela – vai ser seduzido, facilmente, pelo enredo da novela.

O SBT propagandeia sua “trama ficcional” como a primeira na televisão brasileira a se passar inteiramente na época da Ditadura Militar, entre as décadas de 60 e 70. Antes de ir o ar, a novela já é um sucesso comercial. A Procter & Gamble já adquiriu uma das quatro cotas publicitárias, no valor de R$ 8,9 milhões/mês. As outras devem ser fechadas até a estreia pelo diretor comercial do SBT, Henrique Casciato.

“Amor e Revolução” foi escrita por Tiago Santiago - escritor premiado, romancista, dramaturgo, sociólogo, roteirista de novelas e diversos programas de sucesso na TV. A novela terá direção de Reynaldo Boury - um dos mais consagrados diretores da história da Rede Globo. Pela qualidade das cenas e interpretações exibidas até agora no trailer oficial do SBT, a novela tem tudo para ser um estrondoso sucesso. A novela tem blog oficial: http://amorerevolucao.webnode.com

Os atores fizeram um intenso laboratório de criação no início deste ano, no estúdio 7 do Complexo do SBT, na Anhanguera. Fotografias, vídeos, armas e aparelhos eletrodomésticos faziam parte da decoração que relembrava os anos 60 no Brasil. Neste cenário, eles interagiram com pessoas que viveram aquele período histórico – claro, compatíveis com a visão ideológica pró-esquerda que a novela deseja retratar.

Em seu elenco, atores de indiscutível qualidade. Graziela Schmitt, Claudio Lins, Cláudio Cavalcanti, Isadora Ribeiro, Lúcia Veríssimo, Patrícia de Sabrit, Luciana Vendramini e Licurgo Spínola formam o núcleo de “heróis revolucionários” que lutarão pela liberdade contra os “Gorilas Ditadores”. Só falta a novela terminar com uma das heroínas se elegendo Presidenta da República. Por que não?!

A defesa da Comunicação das Legiões será complicada. Os produtores tomaram até o cuidado com o figurino da novela. As fardas dos truculentos e repressores “ditadores” não é a tradicional verde-oliva. Talvez a intenção seja denotar a “ficção”. Mas a confusão entre urutu e urubu será facilitada pelo enredo maniqueísta do romance anti-ditadura da tevê de Sílvio Santos.

Assista ao trailer oficial da novela e tire suas conclusões.

E fica registrada, novamente, a pergunta que não quer calar: As Legiões suportarão mais um “golpe” em sua imagem institucional? Na definição doutrinária, General é o líder combatente que conhece e enfrenta, permanentemente, o inimigo real.

Se os nossos comandantes militares não tomarem cuidado, e cumprirem direitinho sua missão institucional de neutralizar o inimigo verdadeiro, acabarão estrelando o “Recruta Zero” – filme em 3D futuramente destinado ao treinamento da Guarda Nacional ou do Exército de Libertação Nacional.

A operação, no entanto, exige prudência. Os revanchistas esperam que algum militar perca a linha, e vire General Expiatório. Não vale a pena cair na armadilha deles. Mais que nunca, o momento histórico exige inteligência e compromisso com a Democracia que precisa ser, efetivamente, implantada no Brasil.

Os brasileiros não podem cair neste golpe militante da novela.


*Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: 
www.alertatotal.net

Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.


Comentário

Félix Maier

O blog Alerta Total (www.alertatotal.net), onde o jornalista Jorge Serrão também postava textos de Félix Maier, foi censurado pelo Google, sem maiores explicações, durante as eleições de 2022, que trouxeram "de volta à cena do crime" o Ogro de Nove Dedos. Por pura "coincidência", na época, políticos, empresários, influenciadores digitais e jornalistas conservadores também passaram a ser bloqueados nas redes sociais, blogs e YouTube, como Luciano Hang, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza e muitos outros, além de Jorge Serrão. Todos "de direita", nenhum "canhoto".

O título do texto de Serrão, acima transcrito, é bem significativo, ao relacionar a ajuda feita pela Caixa Econômica Federal (R$ 740 milhões) ao Banco PanAmericano, de Sílvio Santos, em extrema dificuldade financeira, ocasião em que o dono chegou a pensar em vender o SBT para honrar dívidas do Banco. 

A apresentação de uma novela insidiosa, como Amor e Revolução, bem ao gosto da extrema esquerda petista e seus genéricos, tendo como única finalidade massacrar o Exército Brasileiro, teria sido uma gentil retribuição do SBT ao governo do PT, por ter ajudado o empresário a sair de uma séria enrascada financeira.


***

Caixa Econômica compra 35,5% do Banco PanAmericano

por cerca de R$ 740 milhões


Brasília - A Caixa Econômica Federal (CEF) pagou R$ 739,2 milhões para adquirir parte do Banco PanAmericano. Segundo comunicado divulgado hoje (1º) à noite, o banco estatal, por meio da Caixa Participações S.A. (Caixapar), adquiriu pouco mais de um terço do capital total da instituição financeira, mas compartilhará, em condições de igualdade, o poder com os administradores privados.

De acordo com nota conjunta assinada pelas duas instituições, a divisão igualitária de poder foi possível porque a Caixa comprou 49% das ações preferenciais mais 20,69% das ações preferenciais do PanAmericano. Considerando os dois tipos de ações, a Caixapar passou a deter 35,54% do capital total do banco.

As ações ordinárias dão direito a voto no conselho de administração da isntituição. As ações preferenciais têm prioridade na distribuição de dividendos (quando a empresa resolve repartir parte dos lucros com os acionistas), mas não permitem aos investidores interferirem nas decisões da companhia.

Ao deter 49% do capital votante, a Caixa pode indicar igual número de membros para o conselho de administração do PanAmericano. Segundo o comunicado, o acordo prevê que, a cada ano, a presidência do conselho será alternada entre a Caixapar e o Grupo Silvio Santos, que originalmente controlava o banco privado.

A conclusão da operação depende da aprovação do Banco Central. De acordo com a nota conjunta, os dois bancos pretendem compartilhar produtos e serviços, como conta corrente, cheque especial, cartões de crédito e sistema de cobrança.

Segundo a Caixa, a compra de parte do PanAmericano ampliará a atuação do banco estatal no crédito para a população de baixa renda, principalmente no financiamento de veículos e operações de leasing (arrendamento). O banco estatal informou ainda que pretende ampliar a atuação no crédito imobiliário, ao oferecer financiamentos habitacionais à base de clientes do PanAmericano.


Fonte: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/caixa-economica-compra-35-5-do-banco-panamericano-por-cerca-de-r-740-milhoes/2024595.



quarta-feira, 14 de agosto de 2024

O canário-saci - Por Félix Maier

 


O canário-saci

 

Félix Maier

 

Em sua gaiola, um canto abençoado,
Canário belga, alegre a gorjear,
Sua voz divina, ao mundo ofertado,
Fazia o dia mais claro brilhar.

Mas veio o gato, sorrateiro, audaz,
E numa investida, cruel, fatal,
Rasgou sua perna, e o canto se desfaz,
Deixando a casa num silêncio brutal.

Por longo tempo, a ave em dor ficou,
Apenas num pé, sem mais canção,
Até que um dia, sua voz voltou.

Cantou ainda mais, com devoção.
Mas, numa queda, seu fim encontrou,
E o lar, sombrio, mergulhou em solidão.



***


O soneto acima foi baseado em uma história real.


Um pássaro "saci" flagrado na entrada do
Parque Ecológico Águas Claras, DF (12/08/2024).


Esse pássaro, na foto acima, se equilibrando em uma só perna, faz lembrar um canário belga cantador que a família Maier tinha em Águas Claras, DF, depois que o gato Willy lhe rasgou uma perna: passou a se equilibrar igual Saci. Por um tempo, parou de cantar, porém, quando voltou a gorjear, seus trinados eram ainda mais fortes. Um dia, Félix foi recolher lixo no chão e bateu sem querer com a cabeça na gaiola, que despencou ao chão e o canário teve o pescoço quebrado.


Félix Maier