MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Escola sem Partido: STF declara inconstitucional por 9 a 1

 

Escola sem Partido: STF declara inconstitucional por 9 a 1

Com voto no pleno, STF confirma liminar contra tentativa de Escola sem Partido em Alagoas e enterra pretensões do movimento

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O STF considerou inconstitucional uma lei estadual de Alagoas semelhante ao projeto Escola sem Partido. Foram nove votos contra a lei e somente um a favor. Batizada de “Escola Livre”, a legislação alagoana proíbe a “prática de doutrinação política e ideológica” em sala de aula e afirma ser um direito dos pais que seus filhos recebam uma “educação moral livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica.

 

Ministro Barroso: liminar confirmada

A lei estava suspensa desde março de 2017 por uma liminar do ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo. Após debates, a ação direta de inconstitucionalidade, movida pelo PDT e pela Contee – nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, passou a ser julgada nesta semana pelo plenário do STF.

Relator do processo, Barroso confirmou voto em definitivo pela inconstitucionalidade da lei estadual alagoana. Em seguida, oito ministros votaram pela invalidação da lei. O julgamento foi realizado no plenário virtual, sistema no qual os ministros postam os votos de forma remota e não há debate entre eles durante a votação. Ojulgamento virtual se encerrou às 23h59 dsa sexta-feira, 21/08

A decisão do caso terá validade apenas para o caso de Alagoas, mas a posição dos ministros indicará o entendimento do tribunal sobre esse tipo de legislação. O esperado é que sejam adotadas decisões semelhantes contra leis do tipo que vierem a ser questionadas no STF.

No âmbito federal, há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que tenta implantar o Escola sem Partido. A proposta tem a simpatia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O STF já impôs uma série de derrotas a leis municipais inspiradas no Escola sem Partido que tratavam da proibição de o ensino escolar abordar temas relacionados a gênero e sexualidade. Mas a lei em julgamento, além de estadual, possui abrangência mais ampla ao citar a possibilidade de “doutrinação” de forma genérica e sem estar limitada a um tema específico.

 

As justificativas do voto de Barroso no STF:

“A ideia de neutralidade política e ideológica da lei estadual é antagônica à de proteção ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e à promoção da tolerância, tal como previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação”, disse o ministro.

“A exigência de neutralidade política e ideológica implica, ademais, a não tolerância de diferentes visões de mundo, ideologias e perspectivas políticas em sala.”

“Quanto maior é o contato do aluno com visões de mundo diferentes, mais amplo tende a ser o universo de ideias a partir do qual pode desenvolver uma visão crítica, e mais confortável tende a ser o trânsito em ambientes diferentes dos seus.”,

“É por isso que o pluralismo ideológico e a promoção dos valores da liberdade são assegurados na Constituição e em todas as normas internacionais antes mencionadas, sem que haja menção, em qualquer uma delas, à neutralidade como princípio diretivo.”

 

Vitória sindical – Trata-se de uma grande vitória: da Contee, do Sinpro/AL (que desde o início do processo de votação do ainda projeto de lei na Assembleia Legislativa de Alagoas, articulou com parlamentares contrários à ideia de colocar uma mordaça nos professores e professoras), da educação, do magistério (perseguido e criminalizado pelos reacionários) e de toda a sociedade.

A decisão diz respeito à lei de Alagoas, mas define agora a jurisprudência para barrar todas as propostas similares que tramitam no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas e câmaras municipais de todo o Brasil.

A ADI 5537 — à qual foram apensadas duas outras ações de inconstitucionalidade e à qual diversas entidades que defendem a educação democrática se juntaram como amicus curiae (assista ao vídeo divulgado no início da semana pela articulação de entidades da sociedade civil) — foi impetrada pela Contee em 2016, logo após a sanção da lei alagoana. A Confederação também lançou, na época, uma campanha nacional contra a tentativa de amordaçar os professores e em defesa de uma educação crítica e democrática.

 

Miguel Nagib: abandona movimento

Após derrota no STF, fundador do Escola Sem Partido diz que deixa movimento – O advogado Miguel Nagib, fundador do Escola Sem Partido, anunciou já no sábado, 22/08, o fim de sua participação no movimento. Segundo Nagib, os canais administrados por ele também terão as atividades encerradas.

“Anuncio com tristeza o fim da minha participação no Movimento Escola sem Partido. Cessa, a partir de hoje, a atividade dos canais do ESP sob minha responsabilidade”, escreveu o advogado em um anúncio publicado nas redes sociais.



Fonte: 

http://fepesp.org.br/noticia/escola-sem-partido-stf-declara-inconstitucional-por-9-a-1/

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Internacional Islamita do Terror - Por Félix Maier

Internacional Islamita do Terror

Félix Maier (*)

(artigo publicado em 2003)

Congrega movimentos islâmicos armados em todas as partes do mundo, destacando-se: o al-Qaeda de Osama bin Laden; o al-Qods iraniano; o Hezbollah Internacional (iraniano, criado em 1996); o ISI paquistanês; a PIO (Organização Popular Internacional), criada em Cartum em 1991 e liderada pelo xeque Turabi; a Jihad Islâmica do Egito (ligada a Osama bin Laden, participou do assassinato do presidente do Egito, Anwar al-Sadat); Abu Sayyaf (organização terrorista das Filipinas); o Comitê de Defesa dos Direitos Legítimos (com sede em Londres); o al-Jamaah al-Islamiyah (do xeque Omar Abdul Rahman (preso nos EUA, acusado do primeiro atentado contra o WTC, em Nova York, em 1993); a VEVAK (inteligência iraniana); o Grupo de Justiça Internacional (nome de cobertura adotado por agentes de segurança e inteligência treinados pelos iranianos e liderados por Ayman al-Zawahiri, no atentado contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak, em 1995); o Exército de Maomé; o Exército Islâmico para a Libertação de Lugares Sagrados (IALHP) – Muqamat-i-Muqadassa (lugares sagrados); a Frente Mundial Islâmica para a Jihad contra Judeus e Cruzados; o Cisma Vermelho.

Em 1996, o príncipe Salman, da Arábia Saudita, mantinha contatos clandestinos com bin Laden em nome de Riad, para canalizar apoio saudita para as jihads islamitas em todo o mundo “A abordagem de Riad era cínica e pragmática – melhor manter os militantes islamitas sauditas e ‘afegãos’ envolvidos com jihads distantes, mesmo às expensas de Riad, que tê-los de volta agitando a população” (“Bin Laden”, pg. 220). A luta interna, pela sucessão ao trono do Rei Fahd, envolve os príncipes Abdullah, Sultan e Salman (da facção Salman-Nayif). Na explosão do caminhão-bomba em Dhahran, em 1996, houve envolvimento do príncipe Abdullah, junto com a Síria e o Irã, para mostrar quem é o mais forte. Na verdade, o exagero da explosão foi um recado do Irã a Riad, para mostrar que, “por direito”, o Irã era a maior força da região, podendo ocasionar grandes estragos caso seus interesses fossem contrariados. Na mesma época, uma rede xiita de base saudita, com apoio do Hizbollah e do VEVAK, contruiu pequena bomba no leste da Arábia Saudita e a levou a Manama, Bahrein, onde foi explodida perto do Hotel Vendôme. Na Grande Damasco há casas-fortes da Inteligência síria para cursos de espionagem de campo e segurança operacional.

Algumas ações da Internacional Islamita na última década. 

No dia 17 de março de 1992, um carro-bomba atingiu a Embaixada de Israel na Argentina, matando 28 pessoas e ferindo cerca de 100. O Hezbollah (“Partido de Deus”), com base no Sul do Líbano (Vale do Bekaa), responsabilizou-se pelo atentado. O Hezbollah é também suspeito de ter atacado a embaixada americana e o acampamento dos “marines” em Beirute, Líbano, em outubro de 1983, matando mais de duas centenas de americanos. O Hezbollah recebe ajuda financeira, treinamento, armas, explosivos e facilidades do Irã, onde treina seus militantes no Campo de Nahavand, em Hamadan, a Sudoeste de Teerã. Também é conhecido como Jihad Islâmica, Organização da Justiça Revolucionária, Organização dos Oprimidos Sobre a Terra e Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.

Em 26 de setembro e 3 de outubro de 1993, helicópteros UH-60 Blackhawk dos Estados Unidos que participavam da Operação “Restore Hope” (Restaurar a Esperança), da ONU, foram abatidos em Mogadíscio, Somália. Corpos de soldados americanos foram arrastados pelas ruas da capital. Só no 2º ataque, quando 2 UH-60 foram abatidos e um 3º chocou-se contra o solo no aeroporto, morreram 18 soldados americanos, 78 foram feridos e 1 helicóptero foi capturado (liberado 10 dias depois); 700 somális saíram feridos e cerca de 300 morreram. Esse choque causado aos americanos decidiu a rápida retirada de suas tropas do país; em março de 1994, grande parte das Forças americanas já haviam deixado a Somália. Análises comprovaram a melhoria do súbito “desempenho” somáli ao treinamento de somális e “afegãos” árabes treinados pelos iranianos e à participação direta do Comando Saiqah iraquiano nos combates. Típica ação da Internacional Islamita, que em junho de 1993 enviou terroristas de várias organizações para combater as forças americanas da ONU na Somália: iraquianos (Inteligência e F Especiais), Pasdaran iraniano, Hezbollah libanês, “afegão” árabes (principalmente egípcios) e islamitas locais, membros da Frente Islâmica Nacional do Sudão, do SIUP da Somália, da Organização da República Islâmica do Quênia, da Frente Islâmica para a Libertação da Etiópia e da Jihad Islâmica da Eritréia – num total de 3 mil terroristas e grande quantidade de armas foram secretamente destacados na Somália, com treinamento de Mohamed Atif (3º homem mais importante do al-Qaeda) e apoio financeiro de Bin Laden.

No dia 18 de julho de 1994, um carro-bomba matou 96 pessoas e feriu 156 na Asociación Mutual Israelita-Argentina (AMIA), em Buenos Aires. Os atentados foram atribuídos a grupos terroristas islâmicos orientados pelo Irã. 

Em fevereiro de 1993, houve um atentado contra o World Trade Center (WTC), em Nova York, realizado pelo kuwaitiano Ramzi Youssef (ligado a bin Laden), quando a explosão de um carro-bomba na garagem de uma das torres gêmeas deixou saldo de 6 mortos e mais de 1.000 feridos; preso, Youssef foi condenado a 240 anos de prisão.

A “Internacional Islamita”, com o apoio milionário da al-Qaeda, participou ainda de outras ações, principalmente contra objetivos americanos, tais como:

- atentados a bomba em embaixadas americanas na África (Nairobi, Quênia, e Dar as-Salaam, Tanzânia, ocorridos simultaneamente em 7 de agosto de 1998), ocasionando a morte de mais de 250 pessoas e mais de 5.500 feridos, na maioria africanos, esses ataques foram operações conduzidas pelo Hezbollah Internacional, comandado pelo Irã, com apoio do Sudão e do Paquistão; as ações de Osama bin Laden como líder político e Ayman al-Zawahiri como comandante militar foram decisivas para o sucesso dos ataques;

- ataque suicida contra o destróier americano “USS Cole”, no dia 12 de outubro de 2000, que deixou 17 marinheiros americanos mortos, no Porto de Áden, Iêmen; o atentado foi reivindicado pelo “Exército de Maomé”;

- atentado contra a vida do presidente do Egito, Hosni Mubarak, em 26 de junho de 1995, em Adis-Abeba, Etiópia, patrocinado pelo Irã e Sudão;

- em junho de 1995, houve explosões no metrô de Paris, promovidas por argelinos;

- atentado de 2 carros-bombas num centro de treinamento militar administrado pelos Estados Unidos, em Riad, Arábia Saudita, a 13 de novembro de 1995, quando houve 6 óbitos (sendo 5 americanos) e mais de 60 feridos; esta ação foi organizada por Teerã e Cartum, reunindo “afegãos” sauditas e partidários; a oposição islamita afirmou que sauditas espcialistas em bomas, “treinados pela CIA e pela Inteligência militar do Paquistão”, estavam fornecendo treinamento especializado a redes “afegãs” no Oriente Médio e na Bósnia;

- assassinato de Alaa al-Din Nazmi, o 2º diplomata egípcio mais importante na Suíça, no dia 15 de novembro de 1995;

- atentado com carro-bomba, com 400 kg de explosivos, na Embaixada egípcia em Islamabad, Paquistão, no dia 19 de novembro de 1995, matando 19 pessoas (incluindo o motorista suicida) e ferindo mais de 60 pessoas;

- explosão de um caminhão-bomba nas instalações americanas de al-Khobar, perto de Dahran, Arábia Saudita, em 25 de junho de 1996, matando dezenas de pessoas, entre as quais 19 militares americanos (em 7 de junho de 1996, em seu sermão de Sexta-feira, o líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que o Hezbollah deveria alcançar “todos os continentes e todos os países” – Cfr. “Bin Laden”, pg. 213); a explosão de Dahran mostrou ser uma “operação extremamente profissional e meticulosa. Uma longa fase de coleta de dados e de observação do local possibilitou selecionar os principais pontos para o posicionamento do caminhão-bomba tanto dentro como na retaguarda (no perímetro). A disponibilidade de um carrro para fuga e o imediato desaparecimento dos executores também comprovaram o profissionalismo da rede. A grande quantidade de explosivos para uso militar, o material incendiário de alta qualidade, a disponibilidade de fusíveis sofisticados e o próprio projeto e construção da bomba, tudo apontava para uma rede altamente sofisticada e profissional” (in “Bin Laden”, pg. 215). Para a fabricação da bomba, “os sofisticados equipamentos eletrônicos e fusíveis haviam sido contrabandeados da Europa Ocidental disfarçados como peças de computadores. Alguns dos principais carregamentos, inclusive de fusíveis, estavam endereçados à Guarda Real (Nacional) Saudita, onde islamitas simpatizantes os esconderam" (in “Bin Laden”, pg. 228);

- explosão do jumbo da TWA (vôo 800), em 17 de julho de 1996, sobre o Oceano Atlântico, perto da costa de Long Island; as evidências apontam para o terrorismo, pois houve um breve ruído, antes da explosão, idêntico ao ocorrido com o Boeing do vôo 103 da Pan Am, explodido sobre Lockerbie, na Escócia. A reconstituição dos últimos minutos do avião do TWA podem fornecer a chave de tudo, baseado em 3 componentes: 1) a caixa-preta, que grava vozes e as atividades eletrônicas da cabine; 2) o transponder, que transmite sua identificação quando ela é localizada por radar de solo; e 3) a detecção, pelo radar de solo, do eco ou do retorno causado por qualquer objeto grande. Como regra, deve existir perfeita relação temporal entre esses elementos; qualquer discrepância é indicador de que algo está errado. No vôo 800, todos os gravadores da caixa-preta emudeceram repentinamente, depois de breve ruído, idêntico ao ocorrido com o vôo 103 da Pan Am. “Os nitratos, principais componentes das bombas, são dissolvidos pelo fogo e pela água do mar – no caso do Vôo 800, ambos os elementos estiveram presentes. A possibilidade que qualquer resíduo seja encontrado é, portanto, mínima” (in “Bin Laden”, pg. 237);

- os atentados contra as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York, e contra o Pentágono, em Washington, no dia 11 de setembro de 2001, ocasionando a morte de quase 3.000 pessoas;

- atentado de terrorista suicida mata 21 pessoas em sinagoga na Tunísia no dia 11 de abril de 2002;

- carro-bomba mata 12 paquistaneses frente ao consulado americano em Karachi no dia 14 de junho de 2002;

- atentado contra uma discoteca de Báli, Indonésia, em 12 de outubro de 2002, matou 202 pessoas, incluindo um militar do Exército brasileiro que fazia parte da missão de paz da ONU no Timor Leste. Assumiu o atentado o grupo Jemaa Islâmica, fundado em 1993 por dois religiosos radicais, Abu Bakar Bachir e Abdullah Sungkar, que pretende fundar um Estado islâmico congregando os territórios da Malásia, Indonésia, Cingapura, o sultanato de Brunei, o sul das Filipinas e o sul da Tailândia;

- no dia 28 de outubro de 2002 foi assassinado um diplomata americano em Amã, Jordânia;

- em 28 de novembro de 2002 homens-bomba matam 16 pessoas num hotel de praia em Mombasa, Quênia;

- no período de 4 de março a 11 de maio de 2003, três ataques nas Filipinas – num aeroporto, num cais e num mercado – deixam cerca de 50 mortos;

- Terroristas suicidas atacam condomínio em Riad, Arábia Saudita, no dia 12 de maio de 2003, deixando 35 mortos;

- no dia 16 de maio de 2003, homens-bomba atacam alvos ocidentais no centro de Casablanca, Marrocos, deixando 44 mortos e 100 feridos;

- no dia 5 de agosto de 2003, um carro-bomba destruiu parte do hotel Marriot em Jacarta, capital da Indonésia, deixando 12 mortos. “Segundo o Ministério da Defesa indonésio, o atentado é obra do grupo radical Jemaa Islâmica, considerado o braço da rede terrorista Al-Qaeda no Sudeste da Ásia” (Correio Braziliense, 10/08/2003);

- o ataque contra a Embaixada da Jordânia no Iraque, no dia 7 de agosto de 2003, quando morreram 19 pessoas;

- o ataque contra o hotel que sediava uma representação da ONU em Bagdá, realizado no dia 19 de agosto de 2003, matou 24 pessoas (incluindo o chefe da missão, o brasileiro Sérgio Vieira de Melo) e deixou mais de 100 feridos, foi um típico ato da Internacional Islamita, reivindicado inicialmente pelas "Vanguardas Armadas do Segundo Exército de Maomé", depois pelas "Brigadas de Abi Hafs Al-Masri". Esta última organização, ligada à al-Qaida, afirmou que a ONU "trabalha contra os maometanos e representa a Secretaría de Estado norteamericana” – segundo afirmou o diário árabe internacional “Al Hayat”. O mesmo diário afirmou que "os EUA são o principal inimigo do islamismo já que o combate em todas as partes, assassina diretamente no Iraque e no Afeganistão, e indiretamente nas Filipinas, Cachemira e Palestina";

- o ataque, no dia 29 de agosto de 2003, contra a principal mesquita xiita da cidade santa de an-Najaf, onde se encontra a tuba do ímã Áli, ocasião em que morreram mais de 100 pessoas, incluindo o mais importante líder xiita iraquiano, o aiatolá Mohammed Baqer Al-Hakim, e mais de 200 ficaram feridas; foram utilizados mais de 700 kg de explosivos colocados em dois veículos; foram presos 2 iraquianos e 2 sauditas ligados à Al-Qaeda de bin Laden; eles pertenceriam ao grupo desconhecido Mohammed Atef, nome de um dos homens mais próximos de bin Laden. 

- no dia 30 de agosto, um oleoduto que liga os poços de petróleo de Kirkut à refinaria de Baiji, norte do Iraque, pegou fogo; acredita-se que tenha sido sabotagem (Correio Braziliense, 31/08/2003, pg. 22);

- no dia 15 de novembro de 2003, carros-bombas atingem duas sinagogas de Istambul, Turquia, matando 25 pessoas;

- no dia 19 de novembro de 2003, a sede regional do HSBC e o consulado britânico em Istambul foram atacados por carros-bomba, deixando saldo de 30 mortos. “Desde 11 de setembro de 2001, terroristas ligados à Al Qaeda assumiram grandes atentados em uma dezena de países, com 500 mortos – sem contar os ocorridos no Iraque e no Afeganistão” (revista “Veja”, edição nº 1830, de 26/11/2003).

As ações da Internacional Islamita são sempre patrocinadas por Estados islâmicos. “Praticamente todos os maiores ataques terroristas são patrocinados por um Estado e não são empreendimentos feitos às pressas. Os que executam tais atos são agentes dedicados e disciplinados agindo sob total comando dos serviços de inteligência dos países que os patrocinam” (in “Bin Laden”, pg. 215).

“Acreditamos que Alá usou nossa guerra santa no Afeganistão para destruir o exército russo e a União Soviética. (...) ... e agora pedimos a Alá que nos use uma vez mais para fazer o mesmo com a América, transformando-a em uma sombra de si mesma” (Bin Laden, em depoimento a Robert Fisk, do “Independent”, março de 1997 – cit. em “Bin Laden”, pg. 138).

“Osama”, em árabe, significa “leão”. Muitos oradores, em manifestações de massa, declaram que “Osama, o Leão, tinha saído de sua jaula para devorar os inimigos do Islã” (“Bin Laden”, pg. 364).

A Internacional Islamita trabalha para estabelecer o Khilafah (Estado global, pan-islâmico). Seus seguidores pretendem proteger os muçulmanos da Kuffar (apostasia), não se deixam seduzir pela Dunya (sedução do Ocidente), nem temem a morte, ao contrário, procuram a Shahada (martírio).

Segundo o general-de-divisão Asad Durrani, que trabalhou no ISI do Paquistão, “ ‘o termo fundamentalismo (islâmico) foi livremente confundido com radicalismo ou extremismo’ na cultura política ocidental, tão logo não haverá possibilidade de reconciliação e entendimento entre o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, e o Eixo do Islã. Pelo contrário, a única forma de governo viável no Eixo do Islã ‘aprofundará a divisão, endurecerá as posições e ampliará a base do conflito’. Durrani afirma que, salvo uma ampla guerra entre o Eixo do Islã e o Ocidente liderado pelos Estados Unidos, não há como escapar de um confronto persistente e cada vez mais indireto através do uso do terrorismo internacional, pois não há outra forma de desgastar e punir o Ocidente. Durrani conclui que ‘se o passado puder servir de guia, a correção de curso somente ocorrerá se um dos lados não mais estiver disposto a suportar os custos’ ” (“Bin Laden”, pg. 409).

Em outubro de 1998, Qusay Hussein, filho de Saddam Hussein, enviou pessoa de confiança, junto com um emissário do Sheik Turabi (Sudão) a Peshawar, onde se encontraram com um funcionário do ISI e viajaram a Cabul, capital do Afeganistão, para uma conferência com Bin Laden em uma casa segura providenciada pelo mulá Omar, líder dos Talibãs. A reunião era para discutir uma maior coordenação e cooperação de atos contra os EUA-ONU, tendo em vista a crise iraquiana. “O uso de armas químicas e biológicas nos ataques terroristas previstos foi explicitamente mencionados. Bin Laden prometeu ativar todo o movimento islamita – no Oriente Médio, África, Leste da Ásia, Europa e Estados Unidos – como parte da campanha conjunta. Além disso, Bin Laden buscou a ajuda do Iraque para acelerar a construção de bombas especiais contendo agentes químicos e biológicos” (“Bin Laden”, pg. 421).

O ex-presidente sírio, Hafiz al-Assad, recebeu alguns bilhões de dólares, a partir de 1990, do príncipe Abdallah, da Arábia Saudita, para a construção de uma grande fábrica de armas químicas em Aleppo, norte da Síria, e aquisição de mísseis. Os sírios, por sua vez, junto com os iranianos, fazem operações em território saudita, desde a investigação e a seleção de alvos até o transporte de terroristas e explosivos. Está mais do que provado que as altas autoridades sauditas financiam bem mais do que a construção de milhares de mesquitas mundo a fora. Além do envolvimento de autoridades sauditas no terrorismo internacional, vale lembrar que dos 19 terroristas suicidas que promoveram os ataques contra os EUA em 11 de setembro de 2001, 15 eram sauditas.

Com a extensa folha corrida de atentados terroristas acima mencionados, é fácil identificar que países poderão ser os alvos das próximas operações americanas para a implantação de uma “democracia de cruzeiro” – ameaça feita regularmente pelos Estados Unidos, que afirmaram que a luta contra o terrorismo não acabou com os ataques ao Afeganistão e ao Iraque. Apostas já estão sendo feitas. Faça a sua.

Veja os verbetes “Afegãos”, Al-Qaeda, Hizbollah, IMB, Movimento Islâmico Armado, PIO e muitos outros em “Arquivos ‘I’ – uma história da intolerância”, de minha autoria, já disponível em Usina de Letras, link “Artigos”.


(*) O autor viveu 2 anos no Egito e escreveu “Egito – uma viagem ao berço de nossa civilização”, Thesaurus, Brasília, 1995.


Bibliografia consultada:

BODANSKY, Yossef. “BIN LADEN – O Homem que Declarou Guerra à América”. Prestígio Editorial (Ediouro), Rio de Janeiro e São Paulo, 2002 (2ª Edição).

Fonte: 

https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=29961&cat=Artigos&vinda=S

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O PAPO CABEÇA DA REVISTA VEJA - Por Félix Maier

O PAPO CABEÇA DA REVISTA VEJA

Contar a história recente do Brasil só pela metade, enaltecendo terroristas e demonizando os militares, é criar uma mentira por inteiro.

Por FÉLIX MAIER

A Veja é a mais importante revista do Brasil, não só pelo número de exemplares vendidos semanalmente, seja em papel ou em mídia eletrônica (tablets e similares), como por seu conteúdo, marcadamente liberal - no sentido clássico do termo. Ou seja, Veja defende, desde sua primeira edição, em 1968, o livre mercado, o empreendedorismo, a livre circulação de ideias (exceto os radicalismos), a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa, enfim, todos os valores inerentes a uma democracia de verdade.

Na edição de 8/1/2014, há um texto de Daniel Pereira, “É um papo muito cabeça”, com o subtítulo “Dilma fala em ‘guerra psicológica’, um conceito da ditadura”. O autor discorre sobre falas recentes da presidente Dilma Rousseff, que, em briga aberta contra os números, classifica os maus indicadores econômicos de seu governo como sendo uma “guerra psicológica” propalada pela imprensa e por organismos econométricos. Não consegui entender por que “guerra psicológica”, para o autor, é um conceito do governo dos militares, pois se trata de um tema tão antigo como a formação das primeiras comunidades de hominídeos. Josué, o sucessor do profeta Moisés, p. ex., já sabia o que significava “guerra psicológica” quando marchou com seus soldados em volta de Jericó, até que as muralhas caíssem.

Como a revista Veja sofreu censura no tempo dos governos dos militares, entende-se que tenha um ranço contra o movimento militar de 1964, que a quase totalidade dos jornalistas continua a chamar de “golpe”. Na verdade, tratou-se de um contragolpe, que colocou para correr os comunistas que já “estão no governo embora ainda não no poder”, como relatou o quinta-coluna Luís Carlos Prestes a seu chefe em Moscou, Nikita Krushev, em janeiro de 1964.

Lá pelas tantas, o articulista de Veja (que os esquerdistas apelidam de Óia) disserta sobre a junta militar que assumiu o poder após a morte de Costa e Silva, dizendo que eram “apelidados pelo povo de Os Três Patetas”. Bobagem. O povo nem sabia que existia uma junta militar, um governo tampão antes de Médici. Quem falava em “Três Patetas” eram políticos como Ulisses Guimarães e os jornalistas apenas propagavam a molecagem, em caixas de ressonância nas empresas em que trabalhavam.

O ideal seria que o Brasil nunca tivesse tido uma ditadura militar. Mas, quais eram as opções, na época, para as Forças Armadas, especialmente o Exército? Assistir passivamente a corrosão da autoridade de Jango, que se unia a cabos e soldados amotinados na Presidente Vargas, no Rio, incitados pelo carbonário Leonel Brizola, tentando implodir os pilares que sustentam as instituições militares, ou seja, a hierarquia e a disciplina? Não atender aos anseios da população, que foi às ruas em passeatas gigantescas, exigindo que o Exército acabasse com a baderna, a carestia e as greves sem fim provocadas por agitadores comunistas a serviço de Cuba e de Moscou?

Se as Forças Armadas não tivessem entrado em ação, o Brasil poderia ter-se transformado em uma gigantesca Cuba. Nesse caso, a revista dos Civita não teria sofrido apenas censura, mas seria tirada de circulação. Outra hipótese seria o Brasil entrar em guerra civil, com a criação de movimentos guerrilheiros que até hoje poderiam estar infernizando o País, como ocorre na Colômbia das FARC. Em ambos os casos, o Brasil se tornaria um imenso Vietnã, porque é certo que os EUA não ficariam inertes e tomariam partido contra os comunistas.

O Grupo Abril, do qual Veja faz parte, também esteve infiltrado por esquerdistas durante o governo dos militares. Não sei se é devido a isso que existe esse eterno ranço contra os militares, se ainda hoje há infiltrados canhotos na revista Veja, que apenas veem censura e tortura, nada mais, fazendo coro à vil campanha do governo petista contra as Forças Armadas, que é a vergonhosa Comissão Nacional da Verdade. Contar a história recente do Brasil só pela metade, enaltecendo terroristas e demonizando os militares, é criar uma mentira por inteiro. Será que nem Veja consegue enxergar algo de positivo em 1964, que colocou o Brasil na modernidade (Embratel, Banco Central, sistema Telebrás), investiu pesado na infraestrutura (rodovias, sistema Eletrobrás e as hidrelétricas de Itaipu, Sobradinho, Tucuruí, Ilha Solteira etc., metrôs, Ponte Rio-Niterói), criou a Embrapa e a Embraer, só para citar alguns feitos extraordinários, transformando uma nação insignificante, que saiu da 46ª posição no PIB para ser a 8ª potência econômica do planeta em apenas uma década?

Frei Betto, o “Vítor” ou “Ronaldo”, ligado ao Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP), que depois se transformaria na Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, ficou encarregado do sistema de imprensa e também dos contatos com Joaquim Câmara Ferreira, que coordenava as atividades do AC/SP, e se infiltrou na Editora Abril e no jornal Folha da Tarde, do Grupo Folha. Na Folha da Tarde, Frei Beto recrutou os jornalistas Jorge Miranda Jordão (diretor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel. Clauset e Penafiel cuidavam da preparação de “documentos”, e Rose, do encaminhamento de pessoas para o exterior. Na Editora Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas). O AC/SP tinha assistência jurídica, composta de 3 advogados: Nina Carvalho, Modesto Souza Barros Carvalhosa e Raimundo Paschoal Barbosa.

Sempre que se estuda o movimento de 1964, deve-se observar com rigor o contexto da época, em que corações e mentes eram influenciados pela Guerra Fria: ou se era a favor do comunismo, ou se era a favor do capitalismo. Sem essa premissa elementar, discorrer sobre 1964 não passa de embuste. Assim, como entender a revista Veja, que não reconhece nenhuma ação positiva dos militares, se o que ela defende é essencialmente o mesmo que os militares defenderam e, para isso, tiveram que interferir politicamente no País até derrotar os movimentos revolucionários que pretendiam transformar o Brasil numa ditadura comunista?

Em 2014, ocorrerá o 50º aniversário do movimento de 1964. Vamos aguardar o que a revista Veja escreverá sobre o acontecido, se será uma avaliação equilibrada do governo dos militares, com prós e contras, como ocorre com a quase totalidade dos governos, ou apenas um “papo cabeça” como o do escrevinhador acima citado.

E olha que o “papo cabeça” não foi elaborado em Montevidéu, onde existe a livre circulação da marijuana. Imagina se fosse...

 

Fonte: MÍDIA SEM MÁSCARA


Fonte: 

http://www.rplib.com.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=3532:liberais-uni-vos&Itemid=545&tmpl=component&print=1

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Bolsonaro alavancou a venda do livro A Verdade Sufocada - Por Joseita Ustra

 

Jair Messias Bolsonaro e Joseita Ustra


Aos Kamaradas

Vejam que a sra Joseita, viúva do Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra, não se entregou e continua sua luta. Bravos!

Azamba




"Azambuja

Muito obrigada pelas mensagens e ajuda permanente. Não estou parada. O pronunciamento do Bolsonaro me tirou da depressão.

Larguei o remédio antidepressivo que o médico me recomendou de lado depois do dia 17 e vim novamente para a luta. O Bolsonaro impulsionou tanto a venda dos livros, com a homenagem na Câmara que esgotou o restante do meu estoque da 10ª edição. A Cultura já colocou um aviso no site que o livro é TOP 20. Um dos mais vendidos e o mais procurado. E está fazendo venda Prévia, tendo me pedido 2000 livros.

Tive que levantar a cabeça, pensar como CA deve estar feliz, lá onde está e preparar a 11ª edição.

Acrescentei umas fotos dele em situações de trabalho, o pronunciamento do general Paulo Chagas no velório, umas palavrinhas minhas para ele e o epílogo do General Rocha Paiva, já publicado no Independência (16 páginas a mais – passando para 706 páginas.)

O livro já está sendo impresso. A gráfica me entrega dia 18 de maio .

Não é por dinheiro que estou contente, mas sim por saber que o nosso sonho, de Carlos Alberto e meu, - ver a história difundida - está se realizando, o leque de leitores está se abrindo.  

O senhor sabe que livro só dá lucro para quem vende direitos ou para quem faz tiragens grandes e a mídia promove. Não é o nosso caso.

Vou continuar, mesmo sabendo que não tenho a força de vocês, mas sabendo que Carlos Alberto deve estar muito contente.

Parabéns pelo seu novo Hidra Vermelha. Coloquei no site na época do lançamento, como leitura recomendada.

Receba o meu abraço e os meus agradecimentos por todo apoio que o senhor me deu durante a enfermidade de meu marido.

Atenciosamente

Um abraço

Joseita Ustra"

Fonte: 

https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=74053&cat=Artigos&vinda=S



Lembrar é preciso: Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares - por Félix Maier

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lembrar é preciso: Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares - por Félix Maier

“Meu nome é Dilma Vana Rousseff. Mas também podem me chamar de Estela, Wanda, Luíza e Patrícia”.

A Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) resultou da fusão das organizações terroristas Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) (1) e Comando de Libertação Nacional (COLINA) (2). Pela VPR destacaram-se Antonio Roberto Espinosa, Carlos Lamarca, Cláudio Marinheiro, Fernando Mesquita Sampaio Filho e “Mário Japa”. Pelo COLINA, Maria do Carmo Brito, a “Lia”, Carlos Alberto Soares de Feitas, o “Beto” ou “Breno”, Dilma Roussef e Carlos Franklin Paixão de Araújo, o “Max”.

“Em 1968 saí daqui do 19º. RI e fui servir em Guaíra, no Paraná. Lá chegou ao nosso conhecimento de que grupos terroristas que atuavam no Rio de Janeiro e em São Paulo estavam utilizando aquela área como reunião de homizio. Em uma operação de informações, cercamos uma fazenda que tinha sido comprada por um grupo da Vanguarda Popular Revolucionária (VAR-Palmares) e era o local onde eles faziam treinamento. (...) A intenção deles era começar uma guerrilha na área rural, através do processo do foquismo, que fora sucesso lá em Cuba e na China. Estavam treinando ocultar-se em meio à vegetação, enterrar suprimentos, munição, medicamentos, a caminhar e orientar-se dentro do mato” (General-de-Brigada Flávio Oscar Maurer - História Oral do Exército/1964, Tomo 8, pg. 309). Nesse depoimento, o general Maurer narra, ainda, que foi baleado pelo 2º Sargento Venaldino Saraiva, esquerdista fanático, que se suicidou em 12/5/1964. Maurer teve toda a face esquerda dilacerada e passou por várias cirurgias plásticas. 

“A par do Setor de Expropriações, a VAR Palmares possui o Setor Territorial, incumbido da arregimentação entre estudantes, camponeses e operários, bem como da ligação, na ocasião oportuna, da coluna guerrilheira com a região urbana, através da aceitação, divulgação e apoio dessa coluna. Cada subsetor do Territorial possui dois grupos distintos: SAM, Setor de Ação de Massas, e GAV, Grupo de Ações Violentas. Ao primeiro, compete conseguir adesões da doutrinação e induzir as massas à realização de ações de interesse da organização, greves, passeatas, depredações etc.; ao segundo compete agir no meio operário, estudantil e camponês, como um órgão de repressão às manifestações contrárias às ações desenvolvidas pelo SAM, como lhe compete, outrossim, a tomada violenta de fábricas, panfletagem e justiçamento” (SOLNIK, 2011: 241). 

No dia 22/6/1969, a VAR-Palmares roubou em assalto à Companhia de Polícia do 10º Batalhão da FPESP (São Caetano do Sul) 94 fuzis, 18 metralhadoras INA, 30 revólveres Taurus cal .38, 300 granadas e cerca de 5.000 cartuchos de diversos calibres, aumentando consideravelmente seu arsenal, já suprido com o assalto à Casa de Armas Diana e ao 4º Regimento de Infantaria (4º RI) - ação empreendida pelo capitão do Exército Carlos Lamarca, da VPR, junto com o sargento Darcy Rodrigues. 

No Rio de Janeiro, a VAR-Palmares participou do assalto ao Banco Aliança, Agência Muda (1969), de onde foi roubada a importância de NCr$ 54.884,62, ocasião em que foi assassinado o motorista de praça Cidelino Palmeiras do Nascimento, que conduzia policiais em perseguição aos assaltantes. 

Gustavo Benchimol, sobrinho de Ana Capriglione, queria entrar para o COLINA e procurou Juarez Guimarães de Brito, dizendo que o falecido Adhemar de Barros, antigo amante de Ana, havia distribuído cerca de 25 milhões de dólares em 10 cofres, escondidos em casas e apartamentos do Rio de Janeiro. Segundo Gustavo, um desses cofres se encontrava no casarão de sua tia Ana, em Santa Tereza. Na chamada “Grande Ação”, a VAR-Palmares roubou o cofre em Santa Tereza, em 18/6/1969, auferindo a quantia de 2,596 milhões de dólares. Parte desse dinheiro (cerca de 1 milhão de dólares) foi entregue ao embaixador da Argélia no Brasil, Hafid Keramane, para aquisição de armas, custear a viagem de terroristas àquele país e auxiliar Miguel Arraes a criar a Frente Brasileira de Informações (http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/fbi-um-onagro-franco-argelino.html). “O assalto ao cofre ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro. Até então, fora ‘o maior golpe do terrorismo mundial’, segundo informa o jornalista Elio Gaspari em seu livro ‘A Ditadura Escancarada’. (...) A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de Araújo [“Max”, amante de Dilma], que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma” (“O cérebro do roubo ao cofre”, revista Veja, 15/1/2003, pg. 36). O ex-ministro Carlos Minc, que hoje participa de passeatas para a liberação da maconha, foi um dos que participaram do roubo, junto com Juarez Guimarães de Brito, Wellington Moreira Diniz, Fernando Ruivo, José Araújo Nóbrega, o ex-sargento Darcy Rodrigues, Sônia Lafoz, o ex-açougueiro João Domingues. O ator da TV Globo, José Abreu, militante da VAR-Palmares, teria participado do transporte do dinheiro do cofre (cfr. “No volante”, de Luiz Carlos Azedo, Correio Braziliense, 30/1/2013). Ao todo, foram 13 os assaltantes: “São Treze, a única mulher fui eu. Teve essa história que houve essa mulher... [Dilma Rousseff?] Em alguns lugares falam de outra mulher, mas não houve...” (depoimento de Sônia Lafoz a Solnik - pg. 246).

No livro do jornalista Solnik - ucraniano, no Brasil desde 1958, ficou preso no DOI-CODI de São Paulo em 1973 -, consta que não houve a participação direta de Dilma Rousseff no roubo do cofre, já que pertencia ao comando nacional da organização terrorista, assim como seu amante “Max”. Os chefões terroristas normalmente eram preservados das ações de rua, para evitar suas prisões, no caso da casa cair. Em depoimento no mesmo livro, Sônia Lafoz diz: “Éramos poucas mulheres na luta armada, muito poucas. No cofre, só estava eu de mulher. As mulheres que fizeram muitas ações, vamos ver... Maria do Carmo era direção, Inês Etienne era direção, a própria Dilma, não cruzei com ela, mas sabia da existência dela, sabia que nunca fizera ação armada. Nunca tive reunião com ela, eu tinha pouco contato com as mulheres. Carmen Giacomini era da ação armada, uma das poucas” (pg. 146).

Conforme revelação de Maria do Carmo (pg. 213-214), parte da quantia de 1 milhão de dólares entregue ao embaixador da Argélia teria voltado à guerrilha brasileira via Ângelo Pezzuti, da VPR. Posteriormente, o número da conta na Suíça teria sido repassado ao ex-sargento Onofre Pinto, por ordem de Lamarca. Como ocorreu com a maior parte do dinheiro roubado pelos montoneros (3) na Argentina, o dinheiro do cofre que chegou a Onofre também sumiu.

Sônia Lafoz fez o papel de “irmã” de Lamarca (“César”), quando este esteve internado em um hospital para fazer cirurgia plástica, disfarçado de “cabeleireiro”, ou seja, disfarçado de homossexual, com cueca vermelha, já que naqueles tempos apenas mulheres e boiolas faziam este tipo de cirurgia.

Dilma trocou parte dos dólares roubados em casas de câmbio no Rio, por ter aparência de socialite, não despertando suspeitas. “Mário Japa” assim se referiu a ela: “Veja as roupas dela, o modo de falar... Burguesinha...” (SOLNIK, 2011: 94). Segundo Solnik, Juarez Guimarães e Maria do Carmo foram “guardiões” de novecentos mil dólares, Inês Etienne de trezentos mil e “Max” de outros trezentos mil (cfr. pg. 138). Uma pergunta deve ser feita à amante de “Max”: onde foi parar o dinheiro? Até hoje, Dilma não soltou um pio sobre o assunto.

No Rio Grande do Sul, foram assaltados o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Agência Tristeza, 28/1/1970) e o Banco do Brasil, Agência Viamão, RS (18/3/1970). 
Em São Paulo, houve tentativa de assalto em um estacionamento, assalto a um supermercado do Sesi, no Cambuci, assalto ao Supermercado Peg-Pag e 3 assaltos a supermercados diferentes do Grupo Pão de Açúcar, todos no ano de 1970. 

Em 1/1/1970, a título de comemoração do aniversário da Revolução Cubana, a VAR-Palmares sequestrou em pleno voo um avião Caravelle, da Cruzeiro do Sul, que fazia a linha Montevidéu-Porto Alegre-Rio de Janeiro, desviando-o para Cuba. O sequestro foi planejado por James Allen Luz, que o executou com cinco comparsas, dentre os quais Jessie Jane Vieira de Souza, posteriormente diretora do Arquivo do Rio de Janeiro, com sede na antiga dependência do DOPS. 

Uma das integrantes da VAR-Palmares, do setor de Inteligência, foi Elizabeth Mendes de Oliveira, a Bete Mendes (http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/bete-mentes-por-felix-maier.html) de novelas e seriados como “Beto Rockfeller” e “A casa das sete mulheres”, que usava o codinome “Rosa” na clandestinidade, talvez querendo ser a “Rosa de Luxemburgo” brasileira. Bete Mendes “fazia parte do núcleo da VPR do Colégio de Aplicação, onde foi colega de Pérsio Arida” (SOLNIK, 2011: 187). A então deputada federal petista Bete Mendes, em visita ao Uruguai com uma comitiva do Presidente Sarney, em 1985, acusou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então adido militar naquele país, de ter sido torturado por ele nas dependências do DOI/CODI do II Exército (São Paulo), onde a terrorista passou 18 dias presa depois de ter sido detida no “aparelho” da Rua General Bagueira, 79, com documentos falsos e roubados para uso do grupo terrorista. “Rosa” ficou presa entre os dias 29 de setembro e 16/10/1970.

A tortura foi negada pelo coronel Ustra no livro Rompendo o Silêncio https://www.averdadesufocada.com/images/rompendo_o_silencio/rompendosilencio.pdf (clique para download). Antes da denúncia, “Rosa” já havia sido entrevistada pela revista Afinal (2/7/1985) e pelo Pasquim (17 Fev a 05/3/1986), ocasiões em que não citou a tortura, indício de que além de boa atriz é também uma boa mentirosa, o que pode ser corroborado pelas declarações de “Max” no jornal Zero Hora, de 20/8/1985. O Centro de Comunicação Social do Exército convidou Bete Mentes para “guerrear” em um documentário da FEB, provando que o outrora grandioso Exército Brasileiro perdeu sua bússola. De lá para cá, a coisa piorou muito, e o Exército, com a criação do Ministério da Defesa, hoje é apenas uma força de janízaros castrados, sob comando de otomanos petistas, ou seja, é apenas uma eficiente empreiteira do PAC petista, como visto nas obras do aeroporto de Guarulhos, onde conseguiu economizar R$ 150 milhões – uma aberração, dentro da ética petista de assalto aos cofres públicos.

Após a prisão de “Rosa”, a VPR fez ainda as seguintes ações: assalto a um carro de transporte de valores da Transfort S/A, em Madureira, Rio, RJ, junto com o MR-8, em 22/11/1971, ocasião em que os terroristas levaram 2 metralhadoras, 2 pistolas calibre 45 e 1 espingarda calibre 12, e assassinaram o suboficial da reserva da Marinha, José Amaral Villela, chefe de segurança do carro de transporte; assalto ao Curso Fischer, Tijuca, Rio, RJ, no dia 14/1/1972; assassinato do marinheiro inglês David A. Gutheberg, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/2/1972, numa atuação de “Frente” com a ALN, VPR e PCBR; assalto ao Banco da Bahia e ao Banco de Crédito Territorial, em São Cristóvão, Rio, RJ, no dia 25/2/1972; assalto ao Banco Territorial, na Avenida Brasil, Rio, RJ, em “frente” com o MR-8 e PCBR, em abril de 1972; assalto ao Banco Nacional, de Braz de Pina, Rio, RJ, em julho de 1972, em “frente” com o PCBR; assalto ao Banco Itaú, em Botafogo, Rio, RJ, em outubro de 1972, em “frente” com o PCBR; assassinato do Dr. Otávio Gonçalves Moreira Júnior, em Copacabana, Rio, RJ, no dia 25/2/1973, em “frente” com a ALN e PCR; no Rio Grande do Sul, assalto ao Banco Francês e Brasileiro, em Porto Alegre, RS, no dia 14/12/ 1973, em “frente” com o PCBR; em São Paulo, assaltos à Empresa Paulista de Ônibus (Vila Prudente, Out 1970), ao supermercado Pão de Açúcar (Rua Baturité) e Pão de Açúcar (Barão de Jundiaí), ambos em Nov 1970; ao Supermercado Gigante (Lapa, Fev 1971), em “frente” com o PRT; à Fábrica de Parafusos Mapri (Vila Leopoldina, Mar 1971), em “frente” com o PRT; à firma RCA-Victor (Jaguaré, Mai 1971); à Empresa de Ônibus Tusa (Freguesia do Ó, 10/5/1971), ocasião em que foi morto o soldado PM Manoel Silva Neto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Av. Rangel Pestana), quando o proprietário foi ferido a tiros, após reagir e evitar o assalto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Lapa), evitado por um vigia; tentativa de assalto à residência de um colecionador de quadros, na Rua Veríssimo Glória. 

No interior do Rio, um terreno seria utilizado para fabricação de bombas de plástico: “O projeto era de montar uma ‘fábrica de bombas’ e fora desenhado por um engenheiro químico egípcio, ligado à Al Fatah e ao Setembro Negro, que se aproximou de Espinosa [Antonio Roberto Espinosa] e se ofereceu para colaborar com a VAR-Palmares. Era um cara de olhos muito vivos e atentos, que diziam mais que sua boca. (...) - Um leilão de velhos telefones públicos a manivela. Isso me interessa - disse o egípcio. (...) - Esses aparelhos funcionam como ímãs, dos quais precisamos para nossas bombas por controle remoto” (SOLNIK, 2011: 150). Em seu livro, Solnik não informa se o projeto foi consumado. 

Durante certo tempo, Delfim Netto esteve na lista dos “sequestráveis”, quando os terroristas descobriram que todo fim de semana o “tsar” da economia viajava a Jundiaí. 

Tadeu, um estudante de Geologia e apaixonado (não correspondido) por Dilma Rousseff, dizia que ela “é a reencarnação da Krupskaya, e Krupskaya e a própria Dilma são reencarnações de Helena de Troia” (SOLNIK, 2011: 191). Aos não-terroristas, convém esclarecer que a bibliotecária bolchevique Nadezhda Konstantinovna Krupskaja foi a mulher de Lênin.

No discurso de posse da Presidência, em 2011, Dilma Rousseff afirmou que não se envergonhava do passado. Mesmo que Dilma tenha apenas servido café aos “camaradas d’armas” das organizações terroristas a que se associou (POLOP, COLINA e VAR-Palmares), ela tem, também, as mãos sujas de sangue. “Só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército no Rio. Quando foi presa, em janeiro de 1970, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: ‘Joana D’Arc da guerrilha’ e ‘papisa da subversão” (revista Veja, 15/1/2003, pg. 37). 

“Em depoimento à revista Claudia, Dilma contou sua queda: ‘Fui presa no centro de São Paulo, dia 16 de janeiro de 1970, aos 22 anos, por falha minha. De manhã, havia ido ao encontro de um companheiro, que não apareceu. Era um mau sinal, eu não deveria ter tentado o segundo encontro à tarde, numa lanchonete. Entrei e ouvi: ‘Você está cercada’. Andei rápido até uma loja de móveis. Pensei em escapar pelos fundos, mas me pegaram. Eram três equipes, muitos homens’. Nos interrogatórios cruéis, Dilma conseguiu preservar Carlos Araújo e Maria Celeste Martins, sua companheira de pensão, junto com a qual guardava as armas da organização” (SOLNIK, 2011: 169). Nem por nada, a antiga terrorista é conhecida nas redes sociais como Dilminha Bang Bang...

Durante quase três anos, Dilma ficou presa na “Torre das Donzelas” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_das_Donzelas).

Se a atual comandanta-em-chefa das Forças Armadas nunca pediu desculpas, por não ter tem vergonha dos crimes que suas organizações terroristas cometeram, por que o Exército teria que pedir desculpas ao povo brasileiro, se livrou o Brasil de uma guerra civil e de um governo comunista nos moldes cubanos, que era o objetivo dos terroristas de esquerda, como Dilma Rousseff? A propósito, o sonho de Dilma Rousseff, ainda hoje em dia, é transformar o Brasil num sistema totalitário fascista, com ingredientes gramscistas e comunistas, dentro dos objetivos estratégicos propostos pelo Foro de São Paulo (http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/um-pouco-de-historia-sobre-o-foro-de.html). Prova disso é sua afinidade com o regime assassino cubano, pelo qual nutre uma paixão doentia, dando total apoio político e suporte financeiro de bilhões de reais via BNDES - caso do porto de Mariel, que, entre outras coisas, serve para traficar armamento para a Coreia do Norte. Não é exagero afirmar que, com o governo petista, a capital do Brasil mudou-se para Havana, com sucursais do inferno em Brasília, Caracas e Buenos Aires. Outra prova irrefutável de que Dilma continua comunista como sempre foi é seu alinhamento automático com a ditadura de Nicolás Maduro, ao ficar calada frente ao massacre de estudantes promovido pelas tropas de choque bolivarianas na Venezuela, com detenções arbitrárias e torturas como empalação, com apoio de agentes cubanos que hoje mandam nas Forças Armadas e na economia daquele país por intermédio de empresas de fachada. Isso significa que Dilma Rousseff não tem problemas com a tortura, desde que esta não seja aplicada contra ela e sua querida esquerda latino-americana.

Nestes tempos de diabolização dos militares, convém fazer uma pergunta básica aos comissários do povo bolcheniquim da (c)Omissão Nacional da Verdade e aos farsantes esquerdistas em geral: o que esses terroristas assassinos da VAR-Palmares e congêneres esperavam receber das Forças Armadas brasileiras? Flores e barras de chocolate? Desculpas?

Notas: 

(1)VPR - Vanguarda Popular Revolucionária
 
A VPR originou-se da fusão de remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) (4) com dissidentes paulistas da POLOP (5). Teve como líder maior o ex-capitão do Exército, Carlos Lamarca. O chefe do Setor de Inteligência da VPR era Ladislas Dowbor, nascido na Polônia, que participou do sequestro do cônsul do Japão em São Paulo, Nobuo Oguchi, e posteriormente foi preso e banido do território nacional em troca da liberdade do embaixador alemão Von Holleben, sequestrado no Rio de Janeiro. 
Carlos Lamarca desertou do 4º Regimento de Infantaria, em Quitaúna, Osasco, SP, em 1969, roubando 63 FAL, cinco metralhadoras INA, revólveres e muita munição da Companhia onde comandava. O plano era levar mais 500 FAL do depósito de armamento do Batalhão, o que não ocorreu porque Lamarca teve que antecipar seu plano. 
No dia 22/7/1968, a VPR já havia roubado 9 FAL do Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo. 
Em 26/6/1968, a VPR explodiu um posto de sentinela do QG do então II Exército, em São Paulo, matando a sentinela, soldado Mário Kozel Filho. 
Em 12/10/1968, a VPR assassinou o capitão do Exército dos EUA, Charles Chandler, projetando-se perante as organizações terroristas nacionais e internacionais. João Quartim de Moraes, junto com o ex-sargento Onofre Pinto e Ladislas Dowbor, foi o “guia” do “tribunal revolucionário” que condenou Chandler, que foi morto por Pedro Lobo de Oliveira (VPR), Diógenes José de Carvalho Oliveira (VPR) e Marco Antonio Braz Carvalho (ALN). 
Em 1970, a organização terrorista sequestrou diplomatas estrangeiros: o cônsul-geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, no dia 11/3/1970, para libertação do terrorista “Mário Japa”; o embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil, Ehrenfried Anton Theodor Ludwig von Holleben, no dia 11/6/1970; o embaixador suíço no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, em 07/12/1970, libertado em troca de 70 presos terroristas enviados ao Chile do Presidente marxista Salvador Allende (24 desses terroristas eram da VPR), onde foram recebidos de braços abertos no dia 13/1/1971. Nesse sequestro, participaram Carlos Lamarca e Alfredo Sirkis; Lamarca desfechou dois tiros à queima-roupa contra o agente Hélio Carvalho de Araújo, que veio a falecer no dia 10/12/1970. O sequestro durou 40 dias e seria o último realizado por organizações terroristas no País. 
“Ao tratar do sequestro do mesmo embaixador, o livro [A Ditadura Derrotada, de Elio Gaspari] registra as dificuldades para completar a lista dos que seriam libertados em troca da vida do diplomata e à página 341 registra que 18 presos se recusaram a deixar o país. Até hoje ninguém esboçou uma explicação para o estranho fato de presos que, segundo a versão assoalhada e reiterada convictamente por Gaspari, eram torturados e mortos, recusarem a liberdade e o fim das torturas. Curioso!” (General-de-Divisão Raymundo Maximiliano Negrão Torres - HOE/1964, Tomo 14, pg. 82). 
A VPR possuía sítio em Jacupiranga, SP, próximo à BR-116, para treinamento de guerrilha, onde colocou como proprietário o “laranja” Celso Lungaretti. O sítio depois foi desmobilizado, quando a VPR deslocou seus guerrilheiros para a área de Registro, no Vale da Ribeira. Uma das ações mais covardes desta organização, ocorrida durante a “Operação Registro”, foi o assassinato do tenente da PM/SP, Alberto Mendes Júnior, em Registro, SP (http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/1-tenente-alberto-mendes-junior.html), depois que o mesmo se entregou como refém a um grupo de terroristas, em troca da vida dos soldados de seu pelotão (10/5/1970). 
Acusado de tê-los traído, o tenente Mendes foi executado com violentos golpes de coronha de fuzil na cabeça, desfechados por Yoshitane Fujimore (que viria a morrer em tiroteio com as Forças de Segurança de SP em 5/12/1970) e Diógenes Sobrosa de Souza. Ali mesmo o tenente Mendes foi enterrado. O local foi apontado por Ariston (“Rogério”), participante do episódio, depois de preso, e feita a exumação do corpo, no dia 9/9/1970, desmentindo as inverdades de Lamarca sobre o assassinato: “Depois de algumas discussões, julgamos e justiçamos o Tenente Paulo Mendes Júnior, que ia como prisioneiro. Foi fuzilado e o seu corpo lançado ao Rio Ribeira, para que não servisse de sinal à direção que seguíamos” (depoimento de Carlos Lamarca em A Esquerda Armada no Brasil, de Antonio Caso). 
No mês de setembro, descoberto o crime, a VPR emitiu um comunicado "ao povo brasileiro", onde tentou justificar o frio assassinato, no qual aparece o seguinte trecho: "A sentença de morte de um tribunal revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximos ao inimigo, dentro de um cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O tenente Mendes foi condenado e morreu a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado"
Hoje, o capitão Mendes Júnior é o patrono da PM/SP.
No início de 1971, a VPR tinha mais militantes no exterior (Cuba, Chile e Argélia – banidos e foragidos) do que no Brasil. Carlos Lamarca morreu em Brotas de Macaúbas, interior da Bahia, em 17/9/1971, ao resistir à prisão. Como recompensa por estes e muitos outros atos criminosos, a família de Lamarca, embora já recebesse pensão do Exército Brasileiro, foi “presenteada” com uma indenização de mais de 100 mil reais (11/9/1996), doada pela famigerada “comissão dos desaparecidos políticos”, criada no primeiro governo FHC. Com essa ignomínia, o 11 de setembro deveria ser instituído como o “dia da traição”, como já sugeriu o deputado Jair Bolsonaro. 
Um dos principais terroristas da VPR foi Diógenes de Oliveira, hoje “Diógenes do PT”, que foi o “PC” da campanha de Olívio Dutra (PT/RS) para governador e esteve metido em rolo do jogo do bicho. Outro “militante” da VPR foi Henri Phillipe Reichstul, presidente da Petrobrás durante o Governo FHC. Sua irmã francesa, Pauline, também “militante” da VPR, morreu em um tiroteio no Recife, em janeiro de 1973, depois de fazer um curso de guerrilha em Cuba e tentar a reestruturação da VPR no Brasil. Pela morte da irmã, Henri recebeu R$ 138.300,00, em junho de 1997. 
Militante da VPR e da VAR-Palmares foi também o Secretário do Trabalho do Rio de Janeiro, Jaime Cardoso (Governo Garotinho), que teve como Chefe de Gabinete Rafton Nascimento Leão, antigo “militante” da VAR-Palmares. A fusão da VPR com o COLINA resultou na VAR-Palmares de Dilma Rousseff e de outros “Honoráveis Terroristas" (https://pt.slideshare.net/palmasite/honorveis-terroristas).    

(2) COLINA - Comando (ou Corrente) de Libertação Nacional
 
Comando (ou Corrente) de Libertação Nacional: atual Congresso de Libertação Nacional, o antigo COLINA foi criado em 1968 como dissidência da POLOP. 
Em 1969, com recursos “expropriados” em assaltos, o COLINA instalou três “aparelhos” em Belo Horizonte, que foram desbaratados pela polícia; na ação contra o 3º aparelho, situado na Rua Itacarandu, foram mortos pelo COLINA o agente Cecildes Moreira de Faria e o guarda civil José Antunes Ferreira, além de ferir gravemente o investigador José Reis de Oliveira. 
No dia 31/3/1969, o COLINA assaltou a agência do Banco Andrade Arnaud, na Rua Visconde da Gávea, Rio, onde foi morto o comerciante Manoel da Silva Dutra. 
O COLINA recebeu a adesão de 2 grupos: o Núcleo Marxista Leninista (NML) e a Dissidência da Dissidência (DDD, e em julho de 1969 fundiu-se com a VPR, dando origem à Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares). 
Teve entre seus quadros o engenheiro Leovi Antonio Pinto Carisio, que acusou, no ano 2000, o tenente do Exército, Carlos Alberto del Menezzi, de torturador, sem apresentar provas; o tenente foi demitido da ABIN, onde trabalhava, enquanto Aloysio Nunes Ferreira (o “Ronald Biggs” tapuia, que em 1968 participou do assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí) permanecia Secretário-Geral de FHC, sendo posteriormente alçado a Ministro da Justiça - exemplo típico de que a Lei da Anistia é aplicada apenas para beneficiar os antigos terroristas. 
Segundo Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas, o assassinato, no dia 1/7/1968, do major do Exército da Alemanha Ocidental, Edward Ernest Tito Otto, então cursando a ECEME, teria sido um equívoco, já que os assassinos do COLINA pensaram tratar-se do capitão Gary Prado, do Exército da Bolívia, que havia participado do combate ao foco de guerrilha que Che Guevara tentava implantar naquele país, onde acabou morto.

(3) Montoneros
 
Ala armada do Movimento Peronista (“Soldados de Perón”): surgida em 1966, sequestraram, em 19/9/1974, em Buenos Aires, os irmãos Jorge e Juan Born, herdeiros do conglomerado Bunge y Born. Pela libertação dos mesmos, os Montoneros receberam US$ 64 milhões, incluindo ações, bônus e outros documentos negociáveis. O dinheiro desse sequestro e outros assaltos renderam US$ 70 milhões e era controlado por Mario Firmenich, “El Pepe”, e Roberto “El Negro” Quieto. Um banqueiro judeu-argentino, David Graiver, foi escolhido para depositar US$ 40 milhões nos EUA, porém o avião desapareceu sobre o México com todo o dinheiro. O restante do dinheiro, após a morte de “El Negro”, passou para a supervisão dos cubanos, em 1977, que ajudaram os sandinistas com US$ 1 milhão, a FMLN (El Salvador) com 200 mil, outro tanto para a URNG (Guatemala). O MIR (Chile) teria recebido a maior soma. Guerrilheiros de outros países centro-americanos também receberam dinheiro. Em 1988, Firmenich foi preso no Brasil e em 1990 anistiado pelo presidente Menem.

(4) MNR - Movimento Nacionalista Revolucionário
 
O MNR foi organizado por Leonel Brizola, João Goulart e outros exilados no Uruguai. Brizola era o líder idealizado por Fidel Castro para a Revolução no Brasil, devido a seu “nacionalismo anti-imperialista”, ou seja, contra os EUA. Após a Contrarrevolução de 1964, por intermédio de Lélio Telmo de Carvalho, o grupo de Brizola no Uruguai obteve ajuda de Cuba: treinamento de guerrilha e auxílio financeiro de mais de um milhão de dólares. Foram enviados a Cuba Herbert José de Souza, o “Betinho”, seguido de Neiva Moreira e do ex-coronel do Exército Dagoberto Rodrigues (na Tricontinental, Brizola enviou Aloísio Palhano, ex-membro do CGT). Pressionado por Cuba, para justificar os recursos financeiros, Brizola criou em 1966 o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), para implantar a guerrilha no campo. O MNR articulou a Guerrilha do Caparaó, na região do Pico da Bandeira, em Minas Gerais, onde todos os integrantes foram presos em 1967, depois de serem denunciados às autoridades, por abaterem reses, antes mesmo de desencadear qualquer tipo de ação armada. Havia muitos "pombos-correios" que levavam dinheiro de Fidel Castro para Brizola, exilado no Uruguai, a exemplo de "Betinho", mais tarde uma espécie de Madalena arrependida, com sua campanha nacional “pela ética e contra a fome”. Brizola não contratou advogados para os presos do MNR e não prestou conta dos dólares cubanos. "Betinho" confirmou o desvio de dinheiro cubano (200 mil dólares) feito por Brizola, que passou a ser chamado por Fidel de el ratón (Jornal do Brasil, 17/07/1996). Os remanescentes do MNR uniram-se à esquerda da POLOP para criar a VPR.

(5) POLOP - Organização Revolucionária Marxista Política Operária
 
Teve entre seus quadros Nilmário Miranda, integrante do naipe de espadas vingadoras da “Comissão dos Desaparecidos Políticos” - grupo revanchista criado no 1º governo FHC, que deu início às indenizações a parentes de terroristas, como Lamarca e Marighella - verdadeiro assalto ao erário. Por sua obra pecuniária, poder-se-ia chamar o petista, que recebia dinheiro de entidades esquerdistas européias, de “Numerário Miranda”. Outros intelectuais da POLOP foram: Dilma Rousseff (“Estela”), então com 17 anos, Érico Izackes Sachs (“Ernesto Martins”), Éder Simão Sader (“Raul Villa”), Rui Mauro de Araújo Marini e Teotônio dos Santos. A POLOP era considerada radical até mesmo por Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas. Da POLOP surgiram o Partido Operário Comunista (POC) e o Comando de Libertação Nacional (COLINA). O COLINA foi criado em 1968 e tinha entre seus líderes Ângelo Pezzuti, Carlos Alberto Soares de Freitas, Apolo Hering Lisboa, Herbert Eustáquio de Carvalho, Jorge Raimundo Nahas, Maria José de Carvalho Nahas, Inês Etienne Romeu e Dilma Vana Rousseff Linhares. Membros da POLOP em São Paulo, junto com o MNR de Brizola, criaram a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Lamarca.

ERRATA: 
 
Recebi do historiador Carlos I. S. Azambuja o seguinte e-mail no dia 23/04/2014 (15:39 h):
"Muito bom! mas necessita de algumas correções: Gustavo Benchimol é Gustavo Buarque Schiler, Claudio Marinheiro é Claudio de Souza Ribeiro. No sequestro de um avião da Varig em Montevideu por James Allen Luz  a Jessie Jane de Souza Vieira não participou. Participou, sim, de um outro, que foi abortado no Galeão por uma equipe da FAB.
Azamba" 
Obrigado pela correção, Azambuja!


Bibliografia:
 
AUGUSTO, Agnaldo Del Nero; MACIEL, Licio; NASCIMENTO, José Conegundes do (Organizadores). ORVIL - Tentativas de Tomada do Poder, Schoba Editora, São Paulo, 2012.
CASTAÑEDA, Jorge. Utopia Desarmada - Intrigas, dilemas e promessas da esquerda latino-americana. Companhia das Letras, São Paulo, 1994 (o livro chegou a ser proibido em Portugal).
MOTTA, Aricildes de Moraes (Coordenador Geral).História Oral do Exército - 1964 - 31 de Março - O Movimento Revolucionário e sua História. Tomos 1 a 15. Bibliex, Rio, 2003.
SOLNIK, Alex. O cofre do Adhemar - A iniciação política de Dilma Rousseff e outros segredos da luta armada. Jaboticaba, São Paulo, 2011.



SOBRE O MOVIMENTO DE 31 DE MARÇO DE 1964, VEJA AINDA:


EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA MANCHETE

https://www.conjur.com.br/dl/manchete-abr1964.pdf

 

REVOLTA DOS SARGENTOS EM BRASÍLIA

http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/03/revolta-dos-sargentos-em-brasilia.html 

 

ANTECEDENTES DO MOVIMENTO CÍVICO-MILITAR DE 31 DE MARÇO DE 1964

http://felixmaier1950.blogspot.com/2021/03/antecedentes-do-movimento-civico.html

 

HISTÓRIA ORAL DO EXÉRCITO – 31 MARÇO 1964

http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/09/historia-oral-do-exercito-31-de-marco.html

 

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/09/memorial-31-de-marco-de-1964-textos.html

 

ACERTOS E ERROS DA REVOLUÇÃO DE 1964

http://felixmaier1950.blogspot.com/2020/08/acertos-e-erros-da-revolucao-de-1964.html

 

57o ANIVERSÁRIO DO MOVIMENTO CÍVICO-MILITAR DE 31 DE MARÇO DE 1964

EDIÇÃO HISTÓRICA

Jornal Inconrfidência no. 288, de 31 de março de 2021

https://drive.google.com/file/d/15IYSa-qEsSufEjgSpNX9RuODzUOghOLh/view?fbclid=IwAR1939rDRVwepRY_GWa8d6oYz2sO48Ctwab0AkCNCYsJFWrVp7_m90PbQSk

 

A LÍNGUA DE PAU – Uma história da intolerância e da desinformação

https://drive.google.com/file/d/1jfaOpIMbwzhlaQxspnA9hBnyHX8KX4_E/view?usp=sharing