Foro De São Paulo: Um Onagro Que Não Ousa Dizer Seu Nome
Félix Maier
Durante a sessão de inauguração do XII Encontro do Foro de São Paulo (FSP), que se realizou em São Paulo de 1 a 4 de julho do corrente ano [2005], estranhei que os noticiários de TV tivessem se referido ao onagro apenas como sendo uma simples "reunião das esquerdas latino-americanas", esquecendo de informar à população que se tratava de uma organização fundada há 15 anos. Como se pode deduzir, uma moça já bem crescidinha, dançando há tempos nos salões da política esquerdista da América Latina, não só agora, já com direito às cartelas de pílula anticoncepcional distribuídas gratuitamente pelo governo Lula aos adolescentes nas escolas. Por que houve a desinformação da mídia, tentando esconder esse onagro que tem o tamanho de toda a América Latina? A ética de nossos jornalistas é toda pautada em Lenin?
No site do PC do B lê-se que o presidente Lula, na reunião inaugural do XII Encontro, disse que " a América Latina é um continente em que a esquerda deu um passo extraordinário ao provar que é possível chegar ao poder e exercê-lo pela via democrática. O Fórum de São Paulo nos ensinou a agir como companheiros, mesmo na diversidade, sintetizou o presidente Luiz Inácio da Silva em ato político comemorativo aos 15 anos do Fórum, na manhã deste sábado, em São Paulo, Lula disse que o diálogo estabelecido no Foro permitiu a evolução política e a consolidação da democracia no continente. Era um continente marcado por golpes militares, era um continente marcado por ausência de democracia, discursou, na presença de lideranças como Roberto Regalo, do Partido Comunista de Cuba, o vice-chanceler uruguaio Belela Herrera, o senador Carlos Baraiba, da Frente Ampla do Uruguai, o senador colombiano Antonio Navarro e o salvadorenho Schafik Handal, da Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional e José Reinaldo Carvalho, vice-presidente do PCdoB e secretário de Relações Internacionais do Partido". Das palavras de nosso presidente, que vive com o PT atolado em um tsunâmi de acusações de corrupção, "era um continente marcado por golpes militares" e por "ausência de democracia", depreende-se que, para Lula, Fidel Castro é um democrata e que Collor era um ditador e não sabíamos... De novo, Lenin puro.
Mas, o que é, enfim, o Foro de São Paulo, que até pouco tempo atrás era tido pela imprensa como uma invencionice da direita, uma alucinação que perseguia o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, um dos poucos a escrever sobre o onagro latino-americano, o que provavelmente ocasionou sua demissão do jornal "O Globo" no dia 5 de julho deste pantanoso Annus Lulae 3?
O Informe especial da Executive Intelligence Review, da 1ª quinzena de dezembro de 1995, edição em espanhol, à pg. 13, informa que "O Partido Comunista Cubano iniciou a fundação do Foro de São Paulo depois que a queda do Muro de Berlim deixou patente que a desintegração do bloco soviético ameaçava provocar o desmoronamento de todos os movimentos socialistas e partidos aliados da União Soviética. Em julho de 1990, o Partido dos Trabalhadores do Brasil patrocinou a primeira conferência, na qual representantes de 40 organizações e partidos de 13 nações da América Latina e Caribe se reuniram em São Paulo com funcionários cubanos, para discutir como revisar a estratégia revolucionária em meio à crise do socialismo em todo o mundo".
O advogado José Carlos Graça Wagner, em 1º de setembro de 1997, em painel realizado na Escola Superior de Guerra, sobre o tema "Movimentos Sociais e Contestação Sócio-Política a Questão Fundiária no Brasil", no item O que é o Foro de São Paulo, assim escreve:
"O Foro de São Paulo só veio a se tornar público, praticamente apenas no seu 7º Encontro, realizado em Porto Alegre, no fim do mês de julho passado. Suas reuniões anteriores foram sempre bem reservadas e o noticiário a ele relativo resumia-se no que era publicado no jornal Granma, órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba. O 6º Encontro, em El Salvador, teve uma pequena publicidade em alguns órgãos da América Central. Foi fundado em São Paulo, por convocação do PT, a pedido do Partido Comunista Cubano. Reúne partidos de esquerda da América Latina, inclusive alguns que se dedicam a guerrilhas, bem como movimentos populares do continente, além de manter ligações com partidos de esquerda com o resto do mundo e entidades africanas. Sua primeira idéia surgiu em reunião em Havana, entre a cúpula do PT e do PC de Cuba, em janeiro de 1989, conforme descreve Frei Betto, em seu livro O Paraíso Perdido. Já se antevia uma certa crise do comunismo nos países do Leste europeu, o que indicava uma especial atenção para a América Latina e África. Nele, por indicação de Fidel Castro, surgiu a idéia de, se Lula perdesse a eleição naquele ano (pensava-se em Brizola e não em Collor), seria aconselhável que fosse formada uma entidade para coordenar a ação de toda a esquerda, na América Latina. Fidel recomendou uma aproximação com as Forças Armadas. Se não perdesse a eleição, a coordenação seria feita a partir do próprio governo" (pg. 10 e 11).
O II Encontro foi realizado no México (1991), onde se consagrou o nome "Foro de São Paulo", cuja reunião preparatória "definiu o Foro como órgão deliberativo" (pg. 11). O III Encontro realizou-se em Manágua (1992), para "coincidir com as celebrações de aniversário da tomada do poder sandinista na Nicarágua, em 1979" (pg. 14). No mesmo ano, o Foro condenou a política de Alberto Fujimori no Peru, o que eqüivalia a apoiar o grupo terrorista Sendero Luminoso, cujos principais dirigentes haviam sido presos naquele ano.
Realizado em Havana (1993), "o IV Encontro foi fundamental na formulação de uma estratégia global para a AL e Caribe. A URSS já se tinha desmontado. Os subsídios a Cuba desapareceram. Tinham recebido quantia similar ao do Plano Marshall, ao longo de trinta anos, mas foi consumida na luta armada e na atividade política contestatória nos países da AL, Caribe e África e, internamente, com um sentido propagandístico, na educação e saúde, mas sempre condicionadas à lealdade do regime. Teve início, desde 1990, o chamado período especial, pelo qual Fidel pedia sacrifícios imensos da população, por falta do apoio soviético e por quebras na colheita de cana" (pg. 11). Realizado de 21 a 24 de julho, esse Encontro "coincidiu com as celebrações do quadragésimo aniversário do assalto de Fidel Castro ao Quartel Moncada. (...) Nessa reunião, participaram 112 organizações integrantes e 25 grupos de observadores da região, assim como 44 instituições e forças políticas da América do Norte, Europa, Ásia e África. Quando foi concluída, haviam-se somado ao Foro outras 31 organizações, sendo 21 do Caribe" (pg. 14).
A "solidariedade a Cuba" foi imediata: "Lula, após o referido Encontro, conseguiu de Itamar a compra de 300 milhões de dólares de remédios, esvaziando as farmácias cubanas, e o envio de foguetes ar-terra para o governo de Angola, que era um compromisso de Fidel, após a retirada das tropas cubanas daquele país. Toda a esquerda foi mobilizada para promover o turismo para Cuba e realizar o maior número de convênios de todos os tipos com entidades similares cubanas. Uma revoada de autoridades brasileiras, de primeiro escalão também, não cessou, desde então, de visitar Cuba para promover convênios e estabelecer auxílios em suas respectivas áreas. Foi realizado, em janeiro de 1994, um Congresso Internacional de Solidariedade a Cuba, sendo a delegação brasileira dirigida pelo ex-senador Amir Lando, com a presença de 1.200 delegados de todas as partes do mundo, mas principalmente da AL" (pg. 11).
Em dezembro de 1993, "foi colocada em marcha uma ofensiva centralizada para organizar forças entre os militares da região. Quando visitou Cuba, deu-se ao tenente-coronel da reserva Hugo Chávez, da Venezuela, a responsabilidade de coordenar o flanco militar" (pg. 14). O Movimiento Bolivariano Revolucionário-200 (MBR-200), da Venezuela, havia sido fundado por Hugo Chávez Frías, em 24 Jul 1983, em comemoração do 200º aniversário de Simón Bolívar, libertador da Venezuela e de outros países latino-americanos. É também conhecido como MBR-Civil. O MBR-Militar digamos assim foi criado por Chávez quando se elegeu Presidente da Venezuela, com a implantação dos "Círculos Bolivarianos", que são grupos de defesa da "Revolução Bolivariana", nos moldes dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs) (1), de Fidel Castro. Recentemente, Chávez encomendou dezenas de milhares de fuzis à Rússia, e aviões à Espanha, ao mesmo tempo em que criava um aparato militar paralelo, convocando milhares de "soldados de Bolívar". É o gérmen do futuro Exército das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas para interferir nos países da região, quando necessário for, nos mesmos moldes do Movimento Islâmico Armado de Bin Laden e outros fundamentalistas, de alcance mundial. Chávez é acusado de interferir na Colômbia, onde tem laços de camaradagem com os narcoterroristas das FARC, e na Bolívia, onde apóia as ações dos "cocaleros" indígenas, que já derrubaram dois presidentes em curto espaço de tempo.
É o mesmo sistema de autoritarismo falangista visto em ditaduras como as de Portugal sob Salazar, Alemanha sob Hitler (as "SS"), Itália sob Mussolini ("Balilas" e "Filhos da Loba"), Espanha sob Franco, Argentina sob Perón ("Soldados de Perón"), e todos os demais sistemas comunistas, como o Camboja sob Pol Pot, a União Soviética, a China e os "Guardas Vermelhos" de Mao Tsé-Tung, a Coréia do Norte etc. Esse sistema de defesa do ditador foi também visto no Chile sob Salvador Allende ("Grupos de Amigos Personales GAP", a "Guarda Pretoriana" de Allende), no Brasil sob João Goulart ("República Sindicalista"), no Peru sob Fujimori (grupo paramilitar "Colina", apoiado pelo SIN). Atualmente, o MST é a "falange" mais importante do Brasil, podendo mobilizar centenas de milhares de "militantes" em todo o território nacional em questão de horas. São os "soldados" de João Pedro Stédile, que irão engrossar o contingente armado de Hugo Chávez, a serviço do Foro de São Paulo.
O V Encontro foi realizado em Montevidéu (1995), o VI em San Salvador (1996), o VII em Porto Alegre (1997), o VIII no México (1998), o IX em Manágua (2000), o X em Cuba (2001), o XI em Antigua, Guatemala (2002) e o XII, como já foi dito, em São Paulo (2005). No encontro realizado em Cuba, em 2001, o FSP apresentou projeto de estender a todos os países da América Latina os padrões de "liberdade de imprensa" existentes em Cuba. Está mais do que explicado por que o governo Lula tentou implantar no Brasil um sistema de controle do jornalismo (Conselho) e da mídia (Ancinav), além de distribuir uma cartilha "politicamente correta", para a população falar apenas a novilíngua petista. Esses projetos totalitários foram exemplarmente repudiados por todos os meios de comunicação, inclusive por intelectuais de esquerda, porém não totalitários, como João Ubaldo Ribeiro e Arnaldo Jabor. Porém, não nos esqueçamos do slogan do governo Lula: "sou brasileiro (petista) e não desisto nunca"...
Se a primeira estratégia do Foro era salvar o regime de Fidel a qualquer custo, sem exigência de avanço democrático na Ilha, a segunda foi trabalhar a eleição presidencial de Lula e de outros líderes de esquerda da América Latina, como Cuauhtémoc Cárdenas, do México. Atualmente, com líderes de esquerda governando Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina e Uruguai um novo "eixo do mal" -, e a Bolívia sendo dizimada pelos líderes "cocaleros", o cerco ao continente latino vai-se ampliando. Uma peça-chave das esquerdas é tomar o poder na Colômbia, em guerra contra os narcoterroristas co-irmãos do Foro, as FARC.
A terceira estratégia do Foro era impedir a entrada do México no NAFTA, ao lado dos EUA e Canadá. Para isso, o Foro criou em laboratório um líder que nunca mostra seu rosto, o subcomandante Marcos, que fez explodir no México uma revolução exatamente na data de início do acordo de livre comércio, 1º de janeiro de 1994. Com fuzil a tiracolo e pente de balas em torno do tórax, com o rosto encoberto por pano e um inseparável cachimbo, Marcos é uma perfeita simbiose de cangaceiro, ninja e exterminador do futuro. Mais um ícone foi criado pelas esquerdas, o ninja de cachimbo competindo com a boina de Guevara no imaginário popular. O grupo guerrilheiro do Exército Zapatista não impediu a entrada do México no novo bloco, porém conseguiu ajuda financeira de inúmeras ONGs européias, entidades católicas e luteranas da Alemanha e apoio de personalidades esquerdistas como o romancista espanhol Manuel Vázquez Montalbán, o espanhol Ignacio Ramonet (diretor do Le Monde Diplomatique, fundador da ATTAC e promotor do Fórum Social Mundial), a revolucionária guatemalteca Rigoberta Menchú (Nobel da Paz), o escritor português José Saramago (Nobel de Literatura), o cientista político francês Alain Touraine, a francesa Danielle Mitterrand, presidente da Fondation France-Libertés, o lingüista norte-americano Noam Chomsky, o escritor mexicano Carlos Monsiváis, entre outros.
A mesma ênfase de repúdio ao NAFTA se fez repetir, recentemente, com a oposição acirrada das esquerdas do continente latino-americano à criação da ALCA, com destaque para a atuação do PT e do "Barbaroxa" de Lula, Marco Aurélio Garcia, o embaixador brasileiro do Foro, que tem uma predileção especial por governos totalitários, como o de Fidel, e de regimes terroristas, como os da Líbia e da Síria. Em reportagem da Agência de Notícias da EIR, de 30 de julho de 1996, o "Barbaroxa" brasileiro foi descrito como o principal organizador do Foro em San Salvador naquele ano. (No XII Encontro, coube ao "Barbaroxa" tupiniquim abrir as sessões de trabalho, com a palestra "Os processos de integração na América Latina: uma visão da esquerda".) A mesma reportagem do EIR afirma que Larry Rohter, do New York Times, também enviou um relatório, publicado em seu jornal em 29 de julho, dizendo que "é uma grande mentira e um embuste, a começar pela afirmativa de que o FSP é uma organização regional de responsabilidade brasileira ". Trata-se do mesmo jornalista que escreveu, em reportagem recente, que Lula bebe muito, o que fez com que nosso presidente criasse um tornado dentro de um copo de cachaça...
Detenhamo-nos um pouco em Manuel Piñeiro, o "Barbaroja" original. Durante 4 décadas, o "sicário de Fidel Castro" esteve pessoalmente encarregado do serviço sujo em todo o hemisfério ocidental, como coordenar e dirigir assassinatos, promover seqüestros e atos terroristas em toda a região. Piñeiro fundou a Dirección General de Inteligencia (DGI) de Cuba depois que Fidel tomou o poder em 1959 e manteve vínculos com essa central de arapongagem mesmo quando foi Vice-ministro do Interior (1961-74). Em 1974 deixou o posto no Ministério do Interior para encarregar-se do Departamento das Américas, recém-criado pelo Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, unidade destinada a centralizar as operações de Cuba na América Latina, sob controle direto de Fidel, a quem Piñeiro devia prestar contas. Para tal, em 1967 foi criada a Organización Latinoamericana de Solidaridad (OLAS) (2).
No início dos anos 70, Piñeiro viveu no Chile por vários meses, coordenando os 14.000 "internacionalistas" (desde capangas do Leste europeu, quanto de grupos terroristas de toda a América Latina, incluindo terroristas brasileiros como José Dirceu - trocados por diplomata que havia sido seqüestrado no Brasil por organizações terroristas de esquerda), entre os quais havia membros das tropas especiais do Ministério do Interior cubano, deslocadas para defender o governo socialista de Salvador Allende. É famosa a carta que Fidel Castro enviou a Allende pelas mãos do "Barbaroja", colocando os préstimos cubanos para a liquidação final da democracia no Chile. Em 1974, a OLAS foi substituída pela Junta Coordinadora Revolucionaria (JCR), destinada a promover uma "violência revolucionária justa e necessária no continente" (pg. 12). Esse comando estava a cargo dos Tupamaros, do Uruguai; do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), do Chile; do Ejército Revolucionario Popular (ERP), da Argentina, e do Ejército Nacional de Liberación, da Bolívia.
"A mais bem-sucedida operação de Piñeiro foi a revolução sandinista de 1979 na Nicarágua. Seu Departamento das Américas deu aos sandinistas a Inteligência, as comunicações, as armas e até militares chilenos exilados que haviam se incorporado às Forças Armadas Cubanas. A primeira operação narcoterrorista pública de Cuba, que foi o acordo de armas por drogas com o movimento colombiano M-19, também esteve a cargo de Piñeiro e foi tornado público com a prisão de Jaime Guillot Lara em 1981. O embaixador de Cuba nessa época, Fernando Ravelo, teve que sair da Colômbia depois do escândalo e passou a tomar parte do Departamento das Américas que Piñeiro dirigia" (pg. 12).
No "Informe especial" da EIR, citado acima, o título do artigo é bem sugestivo: "El Foro de São Paulo, las tropas de choque de Fidel Castro". Nesse artigo, podemos conhecer um pouco mais sobre o onagro que a mídia brasileira esconde há tanto tempo.
Sabemos que o Foro de São Paulo foi fundado no período de 1 a 4 de julho de 1990 e que tem como principal fonte de difusão de sua política a revista América Libre, criada por Frei Betto em 1992 para comemorar os 65 anos de nascimento de Ernesto Che Guevara. Segundo as palavras do religioso apóstata, defensor da "teologia da libertação", a revista "é esboçada no Brasil, redigida na Argentina, impressa no Chile e distribuída em todo o mundo". A revista já apresentou entrevistas exclusivas com o comandante das FARC, Manuel Marulanda Vélez, "escondido nas montanhas da Colômbia", emitiu comunicados da URNG e instruções sobre a organização do MST.
Os campos de atividade do Foro são a subversão política e social de todo o continente latino-americano, como atesta a EIR: "Organizações integrantes do Foro encabeçam atualmente insurreições armadas no México (tanto em Guerrero como em Chiapas), Colômbia e várias zonas fronteiriças da Venezuela; nas regiões cocaleras do Peru e Bolívia avançam rapidamente nessa direção. Há preparativos insurrecionais na região norte argentina do Chaco e no Brasil; na Nicarágua, El Salvador e Chile o Foro conserva intactos importantes recursos para a ação armada" (pg. 10).
A insurreição do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em Chiapas que a América Libre qualifica de "a primeira revolução pós-moderna" e de "movimento político armado" -, é apresentada como modelo para toda a Iberoamérica. No México, os índios são armados de propósito com "fuzis de madeira", de modo a apresentá-los como pobres diabos, para obter respaldo político em seu objetivo primordial, o do separatismo étnico. No Brasil "se realizam ocupações massivas de terras agrícolas para tomar território, que se retém por meio do terror, para criar bases logísticas e centros de lavagem cerebral fora do alcance do Estado nacional" (pg. 10). É de interesse do Foro a universalização dos conflitos sociais, seja de sem-terra, de sem-teto ou de sem-emprego, de modo a liquidar a segurança jurídica. "O MST assume uma verdadeira guerra indireta contra o Estado, sob alegação de luta de classes contra os fazendeiros. Na verdade, é uma guerra civil limitada, ainda sem armas como fator principal de luta. A arma, por enquanto, é o uso de famílias inteiras, com crianças, de tal modo a conter a reação dos invadidos, da polícia, da Justiça e das autoridades administrativas, com receio de repercussões, inclusive internacional, das conseqüências das medidas de defesa da propriedade e da ordem jurídica, tendo em vista a disposição dos invasores de provocar uma reação violenta" (José Wagner, op. cit., pg. 7). O episódio de Eldorado do Carajás é um exemplo acabado dessa "guerrilha desarmada".
O Foro também teve papel preponderante no apoio à campanha dos "500 anos de resistência", uma anti-comemoração do Descobrimento da América, ou seja, "a campanha suja engendrada pela ONU contra a evangelização da Iberoamérica e sua incorporação à civilização cristã, assim como dos Estados nacionais soberanos resultantes" (in "El Foro de São Paulo", pg. 13). A mesma estultice viu-se no Brasil por ocasião das comemorações do Descobrimento do Brasil, quando sociólogos de última categoria condenaram a existência do povo brasileiro como ele é hoje, e a intelectualidade esquerdosa esqueceu-se de lembrar as obras literárias e artísticas que tanto orgulham nossa nação, como os romances de Machado de Assis, as igrejas de Minas e as obras de Aleijadinho só para citar alguns exemplos , para apenas se debruçar sobre a Inquisição e alguns fatos pitorescos envolvendo padres jesuítas. Na mesma ocasião, vândalos do PT e do MST destruíram relógios que as Organizações Globo haviam colocado em praças de várias capitais, para contagem regressiva do evento. Uma missa celebrada em Porto Seguro apresentou um índio fazendo um sermão de demonização da Igreja Católica. Só faltou ele reunir os pataxós e abater os bispos a flechadas, para depois serem cozidos e comidos como ocorreu com o mal afortunado bispo Sardinha. O seriado A Grande Muralha, da TV Globo, prestou-se ao mesmo objetivo, o de dinamitar a Igreja.
No artigo da EIR são dados os nomes aos bois. A revista América Libre é o principal órgão difusor do Foro. Fidel Castro é a figura máxima, acolitado pelo redator da revista, Frei Betto, membro do PT, e pela chefe de redação, Claudia Korol, militante do Partido Comunista da Argentina. Vejamos o resto da manada que em 1995 formava o conselho de redação:
Argentina: Luis Brunati (Encontro Popular), Patricio Echegaray (secretário-geral do Partido Comunista), Miguel Monserrat (Frente Sur), Federico Pagura (presidente do Conselho Latino-Americano de Igrejas CLAI), Lisandro Viale (secretário-geral do Partido Revolucionário pela Independência Social da Argentina PRISA), Néstor Vicente, David Viñas (escritor).
Brasil: Leonardo Boff (um dos fundadores da "Teologia da Libertação"), Chico Buarque de Holanda (escritor de canções de protesto e amigo de Fidel Castro), Antonio Candido (membro do PT), Roberto Drummond (escritor), Paulo Freire (membro do PT), Luis Eduardo Greenhalgh (advogado de "direitos humanos" do PT, que na época defendia os terroristas canadenses acusados de seqüestrar em 1989 o empresário Abilio Diniz), Fernando Morais (escritor e íntimo de Castro), Eric Nepomuceno (jornalista), Emir Sader (tido pela EIR como ecologista...).
Chile: Manuel Cabieses (diretor da revista Punto Final), Volodia Teitelboim (ex-secretário-geral do Partido Comunista).
Colômbia: Gilberto Viera (secretário-geral do Partido Comunsita).
Costa Rica: Daniel Camacho.
Cuba: Marta Harnecker (chilena, esposa de Manuel Piñero), Fernando Martínez Heredia, Manuel Piñeiro, Silvio Rodríguez.
Equador: Osvaldo León.
El Salvador: Schafik Jorge Handal (secretário- geral do Partido Comunista).
Guatemala: Rigoberta Menchú Tum (vencedora do Nobel da Paz de 1992, dirigente da URNG desde os anos 70, prega a "guerra popular revolucionária"), Guillermo Torriello Garrido (ministro de relações exteriores 1950-54 do governo de Jacobo Arbenz e fundador do Comitê Guatelmateco de Unidade Patriótica CGUP, criado em janeiro de 1992 para servir de fachada política aos mandos militares da URNG).
Haiti: Gerard Pierre Charles (coordenador do movimento Lavalas, encabeçado por Jean-Bertrand Aristide).
México: Alonso Aguilar (professor), Adolfo Gilly (membro do PRD), Pablo González Casanova (membro da Convenção Nacional Democrática, dos zapatistas), Carlos Núñez (presidente do Conselho de Educação de Adultos da América Latina CEAAL, que afirma que a "educação popular" inspirada nos modelos de José Carlos Mariátegui, César Augusto Sandino, Lázaro Cárdenas e Paulo Freire é "um componente estratégico indispensável das novas formas de política que surgem no continente" (pg. 11).
Nicarágua: Fernando Cardenal (ministro de educação do governo sandinista), Mirna Cunningham, Miguel DEscoto (ministro de relações exteriores do governo sandinista).
Panamá: Nils Castro (atual embaixador do Panamá no México; durante certo tempo, Nils foi assessor de Fidel Castro).
Paraguai: Joel Cazal.
Peru: Javier Diez Canseco (ex-secretário-geral do Partido Unificado Mariateguista PUM).
Uruguai: Mario Benedetti (escritor), Hugo Cores (parlamentar do Partido Victoria Popular PVP), Eleuterio Fernández Huidobro ("líder histórico" do Movimento de Libertação Nacional Tupamaros).
Venezuela: Alí Rodríguez (Causa R).
Convém acrescentar o nome de outros líderes religiosos que apóiam o Foro de São Paulo: Pedro Casaldáliga (Bispo de São Félix do Araguaia, MT), Werner Sienbernbrock (Bispo de Nova Iguaçu, RJ) e Samuel Ruiz Garcia (Bispo de San Cristóbal de las Casas, Chiapas, México - um dos líderes do EZLN).
Entre aliados nacionais e internacionais do Foro de São Paulo, destacam-se:
- ETA (movimento separatista basco, da Espanha).
- O Foro mantém relações com partidos comunistas da Coréia do Norte, China, Estados Unidos, Canadá, Áustria, Grã-Bretanha, França, Alemanha (tanto o Partido Comunista Alemão como o Partido Democrático Socialista), Grécia, Itália (Refundação Comunista) e Portugal.
- Líbia: Muammar Qaddaffi enviou mensagem pessoal ao V Encontro, em Montevidéu, na qual concitava para formar "uma frente popular mundial de forças, partidos e organizações populares políticas e revolucionárias". O embaixador da Líbia em Cuba, Saaid Hafianna, assistiu às 4ª e 5ª conferências, da mesma forma que o embaixador itinerante para a América Latina, Alí Ahmed Agili.
- Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina (COPPAL).
- O Novo Partido Democrata, do Canadá, enviou representantes a diversos Encontros do Foro e apóia a insurreição em Chiapas.
- Diálogo Interamericano (Cfr. artigo de MSM sobre sua ligação com o Foro).
- Instituto Democrático Nacional, Fundação Nacional pela Democracia, dos EUA.
- Internacional Socialista
- Centro Tricontinental, Universidade de Lovaina, Bélgica.
Para a EIR, a ideologia do Foro "é um amálgama de indigenismo, teologia da libertação e ecologia. O denominador comum mais significativo dos grupos integrantes é a defesa de Cuba castrista. Os membros do Foro recebem ordens para realizar manifestações, exercer pressão política internacional e remeter ajuda financeira e material para ajudar o regime de Castro. Shafik Handal afirmou na reunião de Montevidéu, em maio de 1995: Cuba é a esperança... Haverá socialismo e revolução cubana para sempre " (pg. 12).
A EIR calcula que, em 1995, o Foro era formado por 107 partidos, grupos e grupelhos, com mais de 250.000 quadros e seguidores mobilizáveis sob seu comando, com 20.000 a 30.000 deles armados. Quantos soldados armados o onagro teria neste ano de 1995?
Para a revista de LaRouche, "o destacado papel que desempenha na estrutura do Foro o terceiro cartel da Colômbia as FARC exemplifica a relação integral do Foro com o narcotráfico" e os grupos do Foro deveriam adotar "o modelo do M-19, ou seja, a auto-sustentabilidade por meio do narcotráfico" (pg. 13). Em 1995, na Conferência celebrada pela revista América Libre em Buenos Aires, o líder boliviano Evo Morales anunciou "uma estratégia de resistência continental à erradicação da coca e de uma campanha internacional coordenada para a legalização da coca" (pg. 13). O Novo Movimento pela Independência de Porto Rico, que aderiu na época ao Foro, "ameaça realizar ações terroristas contra a instalação de um radar para combater o tráfico de drogas" (pg. 13).
Do apanhado feito até agora, pode-se compreender como funciona o Foro de São Paulo e qual é o seu objetivo estratégico a longo prazo: construir em nosso continente uma nova União Soviética, a União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas. Para a construção desta Internacional Socialista no continente, o Foro não é nada mais do que a segunda geração da OLAS, de 1967, criada por Cuba para promover movimentos guerrilheiros, "criar um Vietnã em todos os países latino-americanos" no dizer de Fidel Castro. Está explicado por que houve tantos grupos terroristas atuantes no Brasil, a partir de 1968, o ano da "Revolução Estudantil", eco da "Revolução Cultural" de Mao Tsé-Tung que infernizou Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.
Entende-se, depois de conhecer um pouco mais o onagro pan-americano, por que os ditos "movimentos sociais" no Brasil são todos contra a criação da ALCA. Eles não são contra a globalização, como alardeiam, pois são os mais globalizados de todo o planeta, com o poder de reunir, em qualquer parte do mundo, centenas de organizações para defender a utopia socialista fato observado, também, nas reuniões do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. O rancor anti-americano pôde ser comprovado nas palavras do secretário de Juventude do PT paulista, Ramón Szermeta, no último Encontro: "São ações que integram as lutas em toda a América Latina, como a luta contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), pelo fortalecimento do Mercosul, pela formação de um parlamento latino-americano e por uma integração continental que não seja só comercial, mas que envolva outros aspectos como o de uma política cultural". Se o Foro de São Paulo é a segunda geração da OLAS, o Fórum Social Mundial não é nada mais do que a ressurreição do Movimento Comunista Internacional (MCI), mais precisamente a V Internacional Comunista.
Entende-se porquê os líderes do Foro queiram esconder do público o pavoroso onagro que criaram: as ligações espúrias com grupos terroristas e traficantes de drogas, como as FARC e o ETA espanhol. Graça Salgueiro, editora do blog Notalatina e articulista do Mídia Sem Máscara, assim se pronunciou sobre o onagro vermelho: "De obscura organização criminosa e existente apenas nas cabeças de picaretas e mentirosos fanáticos de extrema-direita, como fomos rotulados os que sempre denunciaram este monstro, o FSP passa a existir (depois de 15 anos de intensas atividades) e ser divulgado como um encontro de partidos de esquerda, preocupados com o futuro da América Latina e Caribe, tudo muito limpo e inofensivo. Nada se fala acerca das Resoluções e Deliberações que são aí tomadas, e seguidas à risca, muito menos que o seu fundador não foi apenas Lula, mas também o abutre do Caribe, Fidel Castro. Observem que o nome da besta sequer é citado, em qualquer matéria que se encontre na mídia falando sobre o 12º Encontro e 15º Aniversário de existência da tal organização".
A mentira, a dissimulação, o embuste e a corrupção são marcas registradas de todas as organizações comunistas, hoje espertamente auto-denominadas de "socialistas". Assim, não deve causar espanto a biografia mentirosa de Rigoberta Menchú, ganhadora de Nobel da Paz, hoje elevada a "mito" entre a gangue esquerdista. Está em seu DNA. Da mesma forma, a corrupção que se abateu sobre os sandinistas, no episódio denominado "la piñata" (3), também não causa espanto nem trauma nas mentes esquerdistas. Nem deve causar espanto, entre os brasileiros, o tsunâmi de lama que se abateu sobre o Partido dos Trabalhadores, denunciado por Roberto Jefferson, em que malas de dinheiro de um empresário mineiro eram levadas a Brasília para o PT comprar o voto de parlamentares. Os josésdirceus, os genoínos, o próprio Lula foram todos discípulos aplicados de Lenin, que os ensinou a mentir candidamente, desde que os meios justifiquem o fim maior que todos têm em mente a implantação do totalitarismo socialista, não só na sociedade brasileira, mas em toda a América Latina.
Informações sobre o onagro sãopaulino, sonegadas criminosamente pela mídia, podem ser obtidas clicando em "Foro de São Paulo", na homepage do Mídia Sem Máscara, onde o leitor encontrará antigos textos sobre o Foro hoje não mais disponíveis no site oficial do monstrengo pan-americano. Como convém a todo ato criminoso, as pegadas e as digitais do onagro foram apagadas das páginas virtuais.
Para o Foro, tudo é justificado para atingir o objetivo. Vale repetir pela enésima vez que, para isso, seus líderes valem-se da máxima de Lenin, sem escrúpulos de consciência, de que "a verdade é preconceito pequeno-burguês e que uma mentira é justificada pelo fim". Está explicado porque líderes como Lula já se locupletam com a mentira e o embuste há tanto tempo.
Notas:
(1) CDR - Comité de Defensa a la Revolución (Comitê de Defesa da Revolução Cubana). A partir dos 14 anos de idade, todos os cubanos são obrigados a aderir ao CDR. "Cerca de 8 milhões de cubanos são membros do comitê de defesa da revolução de seu quarteirão, dirigido por um presidente, um responsável pela vigilância e um responsável ideológico. Além de seu papel de vigilância dos inimigos da revolução e dos anti-sociais, os cerca de 120 mil comitês que controlam o país constituem uma grande força de impulsão para mobilizar o bairro por ocasião das reuniões e desfiles para defesa da revolução, afirmam os textos oficiais" (in A Ilha do doutor Castro, pg 55). Não é de admirar que o povo cubano vá em massa às ruas para apoiar Fidel Castro; ninguém teria coragem de contestar "el comandante". Nas eleições para presidente, Fidel costuma ter 100% dos votos dos delegados uma marca que, certamente, nenhum Papa teve até hoje.
(2) OLAS - Organización Latinoamericana de Solidaridad: no dia 16 Jan 1966, 1 dia após o término da Tricontinental, em Havana, Cuba, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, proposta por Salvador Allende. O terrorista brasileiro Carlos Marighella foi convidado oficial para a Conferência da OLAS em 1967. Ola, em espanhol, significa "onda"; seriam, pois, ondas, vagalhões de focos guerrilheiros espalhados por toda a América Latina, como disse o próprio Fidel Castro: "Faremos um Vietnã em cada país da América Latina". Após a Conferência, começam a surgir movimentos guerrilheiros em vários países da América Latina, principalmente no Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. A OLAS, substituída pela JCR, tem sua continuidade no Foro de São Paulo (FSP) e no Fórum Social Mundial (FSM).
(3) La Piñata - Conflito causado pela "expropriação" de cerca de 5.000 propriedades de nicaragüenses e estrangeiros, na Nicarágua, durante o Governo sandinista de Daniel Ortega (1979-1990), quando os guerrilheiros transferiram bens confiscados durante a Revolução para si próprios, a exemplo de Daniel Ortega, que se apropriou de uma mansão de US 1,5 milhão. O termo "piñata" refere-se à tradição mexicana de distribuição de presentes no fim das festas de crianças. O Brasil também criou sua "piñata", ao retirar do erário o equivalente a mais de US 40 milhões de dólares para "doar" a familiares de terroristas mortos ou desaparecidos.
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Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil
O maior inimigo do Brasil e do continente nas últimas décadas precisa ser identificado pelos homens de bem deste país, de modo que reúno abaixo o mínimo que você precisa saber a respeito para se informar e educar os amigos, compartilhando este link nas redes sociais.
Fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro — por ideia de Lula, segundo ele mesmo declarou (o que nunca é de todo confiável) em maio de 2011 [ver Vídeo 5] —, o “Foro de São Paulo é a mais vasta organização política que já existiu na América Latina e, sem dúvida, uma das maiores do mundo. Dele participam todos os governantes esquerdistas do continente. Mas não é uma organização de esquerda como outra qualquer. Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos sequestros, como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa articulação estratégica comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime”, como escreveu em 2007 o filósofo Olavo de Carvalho, autor do best seller idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.
Por quase duas décadas, os jornais e supostos oposicionistas brasileiros esconderam do grande público a existência do Foro de São Paulo, descoberto pelo advogado paulista José Carlos Graça Wagner, que o denunciou publicamente em 1º de setembro de 1997, e não faltou quem rotulasse seus denunciadores como “teóricos da conspiração”. De uns anos para cá, quando o Foro já tinha feito e desfeito governos em toda a América Latina, elegendo presidentes dos países do continente cerca de 15 membros da organização, seu nome começou a aparecer aqui e ali em reportagens, como se o Foro fosse apenas uma entidade como outra qualquer.
Vamos ver se é mesmo? Vem comigo.
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I.
VÍDEO 1 – 2012 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A HUGO CHÁVEZ
“Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos onde chegamos. Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número de países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm uma influência crescente na vida política e social. Os governos progressistas estão mudando a face da América Latina. (…) Em tudo que fizemos até agora, que foi muito, o Foro e os partidos do Foro tiveram um grande papel que poderá ser ainda mais importante se soubermos manter a nossa principal característica: a unidade na diversidade. (…) Sob a liderança de Chávez, o povo venezuelano teve conquistas extraordinárias, as classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. (…) Tua vitória será a nossa vitória.”
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II.
VÍDEO 2 – 2008 – HUGO CHÁVEZ CONFESSA: LULA E FARC JUNTOS NO FORO DE 1995
Hugo Chávez confessa ter conhecido o presidente Lula e um dos então comandantes das Farc Raúl Reyes — cuja eliminação pelo Exército colombiano no nordeste do Equador ele lamenta e furiosamente critica — na reunião do Foro de São Paulo de 1995, em San Salvador, capital de El Salvador, na América Central:
“Recebi o convite para assistir, em 1995, ao Foro de São Paulo, que se instalou naquele ano em San Salvador. (…) Naquela ocasião conheci Lula, entre outros. E chegou alguém ao meu posto na reunião, a uma mesa de trabalho onde estávamos em grupo conversando, e lembro que colocou sua mão aqui [no ombro esquerdo] e disse: ‘Cara, quero conversar com você.’ E eu lhe disse: ‘Quem é você?’ ‘Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.’ Nós nos reunimos nesta noite, em algum bairro humilde lá de El Salvador. (…) E então se abriu um canal de comunicação e ele veio aqui (…) e conversamos horas e horas. Depois, em uma terceira e última ocasião, passou por aqui também.”
III.
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A PARCERIA ENTRE FARC E PT, SEGUNDO O COMANDANTE RAÚL REYES
Em entrevista à Folha de S. Paulo de 27 de agosto de 2003, Raúl Reyes dera, entre outras, as seguintes declarações:
“Folha — O sr. conheceu Lula?
Reyes — Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
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Folha — Houve uma conversa?
Reyes — Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
Folha — Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?
Reyes — Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.
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Folha — Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes — As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais…
Folha — O senhor pode nomear as mais importantes?
Reyes — Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas…
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Folha — Quais intelectuais?
Reyes — [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.”
IV.
A MENTIRA DE VALTER POMAR SOBRE FARC E FORO
Em 18 de agosto de 2010, saiu no Estadão Online:
Em 18 de agosto de 2010, saiu no Estadão Online:
“O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer vínculo desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda latino-americanas, criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). ‘As Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo’, disse Pomar, em entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da organização.
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A Agência Estado insistiu na indagação sobre se nem em 1990, ano da criação do grupo pelo PT, na capital paulista, houve a participação no Foro de algum partido político ligado às Farc. ‘Eu estava lá. Não participou nem como um setor de partido’, afirmou. Segundo ele, todos os representantes da Colômbia que participam das reuniões do Foro pertencem a organizações e partidos legais. O secretário executivo do Foro disse que esse assunto voltou à tona por causa da declaração do candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), sobre a ligação entre PT e Farc.”
Olavo de Carvalho escreveu na ocasião:
“Quer dizer então, ó figura, que o Raúl Reyes mentiu ao dizer que presidira a uma assembleia do Foro ao lado de Lula? Quer dizer que o Hugo Chávez estava delirando ao dizer que conhecera Raúl Reyes e Lula numa reunião do Foro? Quer dizer que o expediente da revista América Libre é todo falsificado? Quer dizer que as atas do Foro foram inventadas por mim, que ainda tive o requinte de escrevê-las em espanhol? Ora, vá lamber sabão.”
V.
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DISCURSO DE LULA DE 2 DE JULHO DE 2005 – 15 ANOS DE FORO
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, este discurso é, segundo Olavo de Carvalho, “a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor”:
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, este discurso é, segundo Olavo de Carvalho, “a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor”:
“Em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio [Garcia] tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990… Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela. E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um estado com outro estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela.
Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política.”
Olavo de Carvalho escreveu na ocasião:
“(…) O sr. presidente confessa, em suma, que submeteu o país a decisões tomadas por estrangeiros, reunidos em assembleias de uma entidade cujas ações o povo brasileiro não devia conhecer nem muito menos entender.
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Não poderia ser mais patente a humilhação ativa da soberania nacional, principalmente quando se sabe que entre as entidades participantes dessas reuniões decisórias constam organizações como o MIR chileno, sequestrador de brasileiros, e as Farc, narcoguerrilha colombiana, responsável, segundo seu parceiro Fernandinho Beira-Mar, pela injeção de duzentas toneladas anuais de cocaína no mercado nacional. (…)”
VI.
VÍDEO 3 – LULA MENTE PARA BORIS CASOY DURANTE CAMPANHA DE 2002
Em entrevista ao Jornal da Record, durante a campanha eleitoral de 2002, Lula mente descaradamente ao negar a existência de uma aliança entre ele, Hugo Chávez e Fidel Castro.
Em entrevista ao Jornal da Record, durante a campanha eleitoral de 2002, Lula mente descaradamente ao negar a existência de uma aliança entre ele, Hugo Chávez e Fidel Castro.
VII.
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PT/FARC/FORO – SEQUÊNCIA DE FATOS
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo “O perigo sou eu”, no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em “Relendo notícias”, de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta sequência de fatos:
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo “O perigo sou eu”, no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em “Relendo notícias”, de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta sequência de fatos:
“· Abril de 2001: O traficante Fernandinho-Beira Mar confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
· 7 de dezembro de 2001: O Foro de São Paulo, coordenação do movimento comunista latino-americano, sob a presidência do sr. Luís Inácio Lula da Silva, lança um manifesto de apoio incondicional às Farc, no qual classifica como ‘terrorismo de Estado’ as ações militares do governo colombiano contra essa organização.
· 17 de outubro de 2002: O PT, através do assessor para assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma em nota oficial que o partido nada tem a ver com as Farc e que o Foro de São Paulo é apenas ‘um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional’.
· 1º de março de 2003: O governo petista estende oficialmente seu manto de proteção sobre as Farc, recusando-se a classificá-las como organização terrorista conforme solicitava o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
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· 24 de agosto de 2003: O comandante das Farc, Raul Reyes, informa que o principal contato da narcoguerrilha no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.
· 15 de março de 2005: Estoura o escândalo dos cinco milhões de dólares das Farc que um agente dessa organização, o falso padre Olivério Medina, afirma ter trazido para a campanha eleitoral do sr. Luís Inácio Lula da Silva. O assunto é investigado superficialmente e logo desaparece do noticiário.
· 2 de julho de 2005: Discursando no 15º. Aniversário do Foro de São Paulo, o sr. Luís Inácio Lula da Silva entra em contradição com a nota de 17 de outubro de 2002, confessando que o Foro é uma entidade secreta, ‘construída para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política’, que essa entidade interferiu ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo, ele próprio tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião pública.
· 9 de abril de 2006: O chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando Vermelho — entre eles pelo menos um da Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira — vão periodicamente à fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
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· 12 de maio de 2006: O PCC em São Paulo lança ataques que espalham o terror entre a população. Em 27 de dezembro é a vez do Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.
· 18 de julho de 2006: O Supremo Tribunal Federal, sob a pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT, concede asilo político ao falso padre Olivério Medina, agente das Farc.
· 16 de maio de 2007: O juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha urbana.
· 12 de fevereiro de 2007: As Farc fazem os maiores elogios ao PT por ter salvo da extinção o movimento comunista latino-americano por meio da fundação do Foro de São Paulo.
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· Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios ao seu 3º. Congresso, o PT admite que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no Brasil um regime socialista; e fornece ainda um segundo desmentido à nota de Giancarlo Summa, ao confessar que o Foro de São Paulo é ‘um espaço de articulação estratégica’ (sic).
· 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das Farc.
Entre esses fatos ocorreram outros inumeráveis cuja data não recordo precisamente no momento, entre os quais o fornecimento maciço de armas às Farc pelo governo Hugo Chávez, uma campanha nacional de mídia para desmoralizar o analista estratégico americano Constantine Menges que divulgava a existência de um eixo Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre guerrilheiros das Farc e soldados do Exército brasileiro na Amazônia, as denúncias de que as Farc davam treinamento em guerrilha urbana aos militantes do MST e, é claro, várias assembléias gerais e reuniões de grupos de trabalho do Foro de São Paulo.
A existência de uma ligação profunda, constante e solidária entre o PT e as Farc é um fato tão bem comprovado, que quem quer que insista em negá-la só pode ser parte interessada na manutenção do segredo ou então um mentecapto incurável. (…)”
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VIII.
VÍDEO 4 – 14ª REUNIÃO DO FORO – MONTEVIDÉU, 2008
Reportagem da Veja.com sobre o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em Montevidéu, em 2008, com as participações dos petistas José Eduardo Martins Cardozo, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, Valter Pomar e Nilmário Miranda; e a repetição de todos os chavões socialistas e gritos revolucionários.
Reportagem da Veja.com sobre o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em Montevidéu, em 2008, com as participações dos petistas José Eduardo Martins Cardozo, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, Valter Pomar e Nilmário Miranda; e a repetição de todos os chavões socialistas e gritos revolucionários.
IX.
VÍDEO 5 – DISCURSO DE LULA DE 2011 – 17ª REUNIÃO DO FORO
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Trechos do discurso de Lula, em que ele lembra de quando teve a ideia do Foro e do dia em que conheceu Fidel Castro, admite que Chávez tentou um golpe na Venezuela, e mostra como os participantes da entidade foram conquistando o poder em toda a América Latina, país por país (além, é claro, de soltar todas as suas bravatas eleitoreiras):
“(…) Querido companheiro Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e sua companheira Rosario [Murillo]; querido companheiro [Ricardo] Alarcón [de Quesada], representando aqui o extraordinário povo cubano; querido companheiro [Nicolás] Maduro, chanceler da Venezuela, queridos companheiros latino-americanos e convidados para essa 17ª reunião do Foro de São Paulo.
Eu tenho sempre a preocupação, querido [José Manuel] Zelaya, de participar desses Foros e falar em português. [Trecho inaudível…] não entende nada do que ‘yo hablo’. [Risos.] Eu tenho um tradutor que é um cubano naturalizado brasileiro. Se precisar o tradutor pode traduzir para que todo mundo entenda o que estou “hablando”. Se entende… Bom, se não entender, eu não tenho culpa.
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Eu queria dizer a todos vocês que eu tô emocionado porque faz muito tempo que eu não participo de uma reunião do Foro de São Paulo. Parece que a última foi no Bar Latino em São Paulo em 2005, mas muito de passagem. E eu lembro quando tivemos a ideia de construir o Foro de São Paulo. Em 1985, eu fiz uma entrevista para um jornal brasileiro, e eu dizia que não era possível um metalúrgico chegar à presidência pelo voto e disputando democraticamente uma eleição. Quatro anos depois, eu fui à primeira disputa presidencial, fui para a segunda volta [turno], e terminei as eleições com 47% dos votos. O PT saiu muito fortalecido daquela eleição. Os partidos de esquerda que estão aqui, brasileiros — não sei se estão todos, mas o PCdoB, o PSB, não sei se estão… o PDT — que estiveram juntos comigo, todos nós saímos muito fortalecidos.
E aí então veio a ideia, conversando com os companheiros cubanos num primeiro momento, de fazermos uma reunião da esquerda latino-americana. E fizemos em São Paulo, no Hotel Danúbio que já não existe mais, em junho de 1990, a nossa primeira reunião. Havia, meu querido Maduro, tantos partidos de esquerda na América Latina e tantas divergências, que só da Argentina compareceram 13 partidos políticos, e a única coisa que unificava os argentinos eram os gols de Maradona na Copa do Mundo de 1990. [Risos. Aplausos.] Havia um processo de desconfiança muito grande entre toda a esquerda latino-americana. Nós não tínhamos ainda aprendido uma lição básica que iria permitir que a esquerda chegasse ao poder. Nós temos um brilhante educador brasileiro, que já morreu, um dos mais importantes, que muitos latino-americanos conhecem, Paulo Freire, e ele dizia: ‘Juntar os diferentes para derrotar os antagônicos.’
E nós fomos aprendendo a conviver entre nós, e fomos construindo uma relação democrática difícil, complicada, muitas vezes era necessário muita paciência. Eu lembro que uma vez na reunião do Foro de São Paulo em El Salvador, nós não deixamos o Chávez participar, porque Chávez tinha tentado o golpe na Venezuela e nós não deixamos ele participar. Era muito difícil. Havia um processo de desconfiança entre nós muito grande. E de coração eu quero dizer pra vocês que uma das forças políticas que mais contribuiu para que nós chegássemos a construir o que nós construímos foram os companheiros do partido comunista cubano, que sempre tiveram paciência e experiência de nos ajudar. Não posso desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio Garcia, que hoje está no governo, não está aqui, mas que participou de quase todas as reuniões do Foro de São Paulo.
Eu fico imaginando que algumas pessoas não estão mais aqui entre nós. E eu queria saudar aqueles que não estão aqui entre nós, homenageando o companheiro Schafik [Handal], da Frente Farabundo Martí, que não está entre nós. [Aplausos.] Nós estamos um pouco mais velhos. Quando começou o Foro, eu não tinha nenhum cabelo branco. Tomaz Borges tinha todo o cabelo na cabeça. [Risos] Daniel Ortega era cabeludo. [Risos] Ou seja: nós estamos cansados, mais do que quando começamos o Foro. Mas o caminho que nós percorremos não pode perder a importância das nossas conquistas. Nós estamos falando de 21 anos. Vinte e um anos é o tempo de maturidade de um jovem ou de uma jovem. E nesses 21 anos, olhemos a fotografia da America Latina de 1990 e olhemos a fotografia da America Latina de 2011, e nós vamos perceber que um verdadeiro furacão de democracia passou pelo nosso continente. Um verdadeiro furacão.
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Eu fico olhando a América do Sul. Quando cheguei à presidência em 2002, só tinha o Chávez. Mesmo assim, tinha sofrido um golpe. Depois, veio [Nestor] Kirchner. Depois de Kirchner, veio eleições no Paraguai. Depois, no Uruguai, com Tabaré [Ramón Vázquez Rosas]. Depois veio no Equador. E nós fomos fazendo uma mudança extraordinária que culminou com a eleição do companheiro Evo Morales na Bolívia. [Aplausos.] É a demonstração mais viva dessa evolução política da esquerda latino-americana. [Aplausos.]
Porque esses meninos, e eu digo meninos porque tive o prazer de participar no dia 19 de julho de 1980 do primeiro aniversário da Frente Sandinista quando o orador principal foi Tomás Borges, o dia em que eu conheci Fidel Castro e fomos comer uma lagosta na casa não sei de quem, e eu lembro perfeitamente bem que, depois de chegar ao poder por uma revolução, no momento certo a Frente Sandinista não teve medo e convocou eleições democráticas. Perdeu. Daniel é o único ser humano do planeta que perdeu mais eleições do que eu. Eu perdi três eleições. Daniel perdeu quatro eleições. [Risos.] Quatro eleições. Entretanto, por nenhum momento, por mais acusado que esse companheiro fosse, ele deixou de acreditar que o caminho da democracia que a Frente Sandinista tinha optado era o melhor para a Nicarágua. E agora está o companheiro de volta para a presidência da República pela via do voto direto. Eu, como vocês estão percebendo, tenho muita dificuldade de fazer qualquer discurso de oposição depois de oito anos de governo. (…)”
X.
VÍDEO 6 – JOSÉ DIRCEU FALA DO FORO NO PROGRAMA “PROVOCAÇÕES”
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Como escreveu Olavo de Carvalho no facebook:
“Há anos aviso que no Foro de São Paulo o mais importante não são as assembleias, mas as conversações discretas, ou reservadas, onde o destino de vários países é decidido pelas costas da população. Exemplo:”
ANTÔNIO ABUJAMRA: Anos atrás, você podia prever uma América Latina assim: Fidel, Chávez, Morales, Bachelet, Correa… Quem mais? TODOS de esquerda na América do Sul! Você podia prever que isso ia acontecer?
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JOSÉ DIRCEU: Prever, não. Mas nós já lutávamos por isso e já trabalhávamos por isso. Inclusive porque nós criamos o Foro de São Paulo, que lutava pra isso; depois criamos ainda o Grupo de Marbella, porque é o nome da cidade do hotel onde nós ficamos no Chile, que se reuniu, TODOS foram presi… Todos depois foram eleitos presidentes da República. Todos foram. TODOS. O Ciro Gomes, que participava, e o [mexicano] Cuauhtémoc Cárdenas ainda não foram. Mas o [Vicente] Fox foi [no México]. O [Ricardo] Lagos foi [no Chile]. Tabaré Vazquez foi [no Uruguai]. [Cita outro, inaudível.] O Lula foi. Então você vê que não é o Chávez, o Evo Morales…
ANTÔNIO ABUJAMRA [interrompendo]: Tabaré, Kirchner… Se essa turma se unir, o que é meio difícil, o que é que acontece com a América Latina?
JOSÉ DIRCEU: Não, a condição para a América Latina avançar é a união desses presidentes desses países. Por isso que a informação de que o Banco do Sul está avançando… e a consolidação do Mercosul, e a integração energética, o gasoduto, e mesmo a zona de livre-comércio entre os nossos países… Não há nada mais importante pra nós que a integração da América Latina. Hoje, o NAFTA, a União Europeia e o Pacto Asiático: 70% do comércio é intrabloco. Só 30[%] é exportado para fora do bloco. Aqui na América Latina ou do Sul, ainda é 20 ou 25%. Então nós temos muito para integrar.
XI.
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VÍDEO 7 – DISCURSOS DE LULA E DILMA SOBRE FORO E REVOLUÇÃO
LULA: “O que Cuba tem mais do que nós? O povo cubano tem mais dignidade que a maioria dos povos da América Latina. (…) E foi assim que nós conseguimos construir o Foro de São Paulo e pela primeira vez a gente conseguiu juntar todos os partidos de esquerda da América Latina. Não pensem que é fácil! Tem aqui companheiros que partcipam…”
DILMA: “Eu me sinto muito feliz de estar na tenda da revolução cubana, dos 50 anos da revolução cubana, que foi um acontecimento histórico na América Latina e teve uma influência profunda na minha geração. Então eu considero este momento especial.”
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XII.
VÍDEO 8 – DISCURSO DE LULA DE 2013 – LULA EXPLICA A ESTRATÉGIA DO FORO DE SÃO PAULO PARA CHEGAR AO PODER
“Em 1990, ou melhor, em 1980, a esquerda latino-americana não acreditava que fosse possível chegar ao poder pela via da disputa democrática e sobretudo pela via eleitoral. (…) E a história se encarregou de provar que a democracia exercida a partir da participação de massas pode ser a melhor fonte para que a esquerda chegue ao poder em qualquer país do mundo. Vamos ver a experiência do companheiro Chávez (…). É importante lembrar que uma grande parte da elite da Venezuela não admite a chegada de Chávez ao poder (…), como não aceitam o Lula no Brasil e a Dilma no Brasil… E nós chegamos e eu quero, companheiro da direção do Foro de São Paulo, debitar parte da chegada da esquerda ao poder da América Latina pela existência dessa cosita chamada Foro de São Paulo. Foi aqui e devemos muito aos companheiros cubanos, devemos muito aos companheiros cubanos, porque, ao contrário do que muita gente conservadora pensa, os companheiros cubanos sempre, sempre nos ensinaram que o exercício da tolerância entre nós, a convivência pacífica na adversidade entre nós, a convivência entre os vários setores de esquerda era a única possibilidade que permitia que nós tivéssemos avanço aqui nesse continente. E isso aconteceu e pode acontecer muito mais, porque agora nós temos a obrigação de não permitir que haja nenhum retrocesso nas conquistas que nós obtivemos até agora. Nenhum retrocesso!”
A propósito: os “companheiros cubanos”, segundo Lula, sempre ensinaram o “exercício da tolerância” e da “convivência pacífica” entre os vários setores DA ESQUERDA, é claro. Porque, na Cuba de Fidel e Raúl Castro, a “tolerância” e o “pacifismo” com os opositores políticos sempre foram exercidos com prisões e fuzilamentos mesmo.
XIII.
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CINCO CRIMES DO FORO DE SÃO PAULO
8 de agosto de 2013 às 10:16
Por Olavo de Carvalho
8 de agosto de 2013 às 10:16
Por Olavo de Carvalho
1) Deu abrigo e proteção política a organizações terroristas e a quadrilhas de narcotraficantes e seqüestradores que nesse ínterim espalharam o vício, o sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil o país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina.
2) Ao associar entidades criminosas a partidos legais na busca de vantagens comuns, transformou estes últimos em parceiros do crime, institucionalizando a ilegalidade como rotina normal da vida política em dezenas de nações.
3) Burlou todas as constituições dos seus países-membros, convidando cada um de seus governantes a interferir despudoradamente na política interna das nações vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem “sem que ninguém o percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de prestar satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados.
4) Ocultou sua existência e a natureza das suas atividades durante dezesseis anos, enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde cima o destino de nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou explicação, rebaixando assim toda a política continental à condição de uma negociação secreta entre grupos interessados e transformando a democracia numa fachada enganosa.
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5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e hospedagens para muitos milhares de pessoas, durante vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao povo brasileiro, seja aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do financiamento nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto das despesas foi pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos vários governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes. Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de contas, um simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a transparência de um muro de chumbo.
XIV.
EX-EMBAIXADOR AMERICANO SOBRE A NECESSIDADE DE ESPIONAR O BRASIL: “BASTA LER AS ATAS DO FORO”
Segue abaixo o texto que traduzi na ocasião. A respeito dele, Olavo de Carvalho comentou: “Como é que uma entidade que nem mesmo existe, ou que é apenas um inocente clube de debates, pode criar uma crise diplomática de dimensões mastodônticas? TODOS os que ocultaram ou disfarçaram durante quase duas décadas a existência do Foro de São Paulo são culpados de que ISTO esteja acontecendo agora.”
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POR QUE NÓS ESPIONAMOS O BRASIL
Tradução de Felipe Moura Brasil da coluna de Carlos Alberto Montaner, publicada no Miami Herald de 25 de setembro de 2013.
Tradução de Felipe Moura Brasil da coluna de Carlos Alberto Montaner, publicada no Miami Herald de 25 de setembro de 2013.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua visita ao presidente Obama. Ela se sentiu ofendida porque os Estados Unidos estavam espionando seu e-mail. Não se faz isso com um país amigo. A informação, provavelmente confiável, foi fornecida por Edward Snowden de seu refúgio em Moscou.
Intrigado, perguntei a um ex-embaixador dos EUA: “Por que eles fizeram isso?” Sua explicação foi duramente franca:
“Do ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é exatamente amigável. Por definição e historicamente, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso lado durante a II Guerra Mundial e a da Coreia, mas seu governo atual não está.”
O embaixador e eu somos velhos amigos. “Posso revelar seu nome?”, perguntei. “Não”, respondeu ele. “Isso criaria um problema enorme para mim. Mas você pode transcrever nossa conversa.” É o que farei aqui.
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“Tudo que você tem de fazer é ler as atas do Foro de São Paulo e observar a conduta do governo brasileiro”, disse ele. “Os amigos de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são os inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, primeiro com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro; a Cuba de Raúl Castro; o Irã; a Bolívia de Evo Morales; a Líbia dos tempos de Kadafi; a Síria de Bashar Assad.
“Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. A família ideológica com que mais se parece é a dos BRICS, com os quais tenta conciliar sua política externa. [Os BRICS são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.]
“A imensa nação sul-americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva muitas vezes leva investidores à ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do superporto de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US$ 1 bilhão.
A influência cubana no Brasil é velada, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe de gabinete e ministro mais influente de Lula da Silva, havia sido um agente dos serviços de inteligência cubanos. No exílio em Cuba, ele tivera o rosto cirurgicamente alterado. Ele retornou ao Brasil com uma nova identidade (Carlos Henrique Gouveia de Mello, um comerciante judeu) e ficou nessa função até que a democracia foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os principais colaboradores da ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.
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“Algo semelhante está acontecendo com o professor Marco Aurélio Garcia, atual assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um anti-ianque contumaz, pior até do que Dirceu, porque ele é mais inteligente e foi mais bem treinado. Ele fará tudo o que puder para despistar os Estados Unidos.
“Para o Itamaraty – um ministério de relações exteriores reconhecido pela qualidade dos seus diplomatas, geralmente poliglotas e bem educados –, a Carta Democrática assinada em Lima em 2001 é só um pedaço de papel sem importância alguma. O governo simplesmente ignora as fraudes eleitorais cometidas na Venezuela e na Nicarágua e é totalmente indiferente a qualquer abuso contra a liberdade de imprensa.
“Mas isso não é tudo. Há outras duas questões que fazem os Estados Unidos quererem ser informados em relação a tudo o que acontece no Brasil, pois, de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: corrupção e drogas.
“O Brasil é um país notoriamente corrupto e essas péssimas práticas afetam as leis dos Estados Unidos de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com empresas dos EUA, recorrendo a subornos ou comissões ilegais.
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“A questão das drogas é diferente. A produção de coca boliviana quintuplicou desde que Evo Morales se tornou presidente, e o distribuidor dessa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados estão querendo informações. Essas informações, às vezes, estão nas mãos de políticos brasileiros.”
Minhas duas perguntas finais são inevitáveis. Washington apoiará a candidatura do Brasil a membro permanente no Conselho de Segurança da ONU?
“Se você perguntar para mim, não”, diz ele. “Nós já temos dois adversários permanentes: Rússia e China. Não precisamos de um terceiro.”
Para finalizar, os Estados Unidos continuarão espionando o Brasil?
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“Com certeza”, ele me diz. “É nossa responsabilidade para com a sociedade americana.”
Acho que Dona Dilma deveria trocar seu e-mail com frequência.
XV.
ÁUDIO – GRAÇA SALGUEIRO EXPLICA A HISTÓRIA DO FORO
Em excelente entrevista para Bruno Garschagen sobre a ditadura chavista assassina de Nicolás Maduro na Venezuela, no 112º Podcast Mises Brasil, a autora do incontornável blog NotaLatina, Graça Salgueiro, faz um resumo do Foro de São Paulo, a partir dos 30 minutos, que transcrevo abaixo.
Em excelente entrevista para Bruno Garschagen sobre a ditadura chavista assassina de Nicolás Maduro na Venezuela, no 112º Podcast Mises Brasil, a autora do incontornável blog NotaLatina, Graça Salgueiro, faz um resumo do Foro de São Paulo, a partir dos 30 minutos, que transcrevo abaixo.
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GRAÇA: Em 1990, quando a Rússia já tinha rompido os acordos com Cuba, tinha acabado com a proteção que oferecia a Cuba, o Fidel Castro viu que as coisas não estavam caminhando no rumo socialista como ele imaginava, a revolução dele poderia despencar, e também com o “fim” do comunismo na União Soviética, a dissolução da URSS com a queda do Muro de Berlim, tudo isso deixou o comunismo de uma certa forma meio sem chão. Então, ele já conhecia o Lula, convidou o Lula para formar um grupo, para ter um encontro e, em 2 de julho de 1990, eles tiveram um encontro aqui em São Paulo, e por conta disso, por ter sido o primeiro encontro em São Paulo, eles então passaram a denominá-lo no ano seguinte de Foro de São Paulo. Nesse evento, eles convocaram todos os países da América do Sul e Central que fossem de esquerda e também organizações ligadas à esquerda. Além dessas organizações ligadas à esquerda, também tinha grupos terroristas como as Farc, o ELN [Exército de Libertação Nacional, da Colômbia], o Sendero Luminoso [de inspiração maoísta, do Peru], enfim (…). E o objetivo dele, do Fidel Castro quando resolveu criar essa organização, foi muito claro: ele disse que pretendia recriar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu. Então foi assim que foi criado o Foro de São Paulo e, à medida que os anos foram passando, essas reuniões passaram a ser anuais, tendo três encontros do grupo de trabalho do Foro de São Paulo que é quem elabora realmente a pauta do que vai ser discutido no próximo encontro e o encontro anual se dá uma vez em cada país-membro, que é escolhido na reunião que está acontecendo… e durante todo o ano eles vão pondo em prática aquelas atividades, aquelas coisas que foram determinadas lá na pauta desse encontro. Saem as resoluções: tem uma resolução geral e tem as resoluções específicas de cada país. Por exemplo: quando vai haver eleição nos países, então ali está a pauta dizendo: vai ter eleição no Brasil, vai ter eleição no Chile, vai ter eleição não sei aonde, e a gente precisa apoiar o candidato X. Então aquele candidato citado ali é o candidato do Foro de São Paulo. E foi assim que eles conseguiram colocar no 15 presidentes-membros da organização, do Foro de São Paulo.
BRUNO: E esse apoio se dava como, Graça?
GRAÇA: Esse apoio se dava de todas as formas que você imagina. Por exemplo, eles defendem muito a não ingerência nos países dos outros, a autodeterminação dos povos, não sei o quê, eles usam muito essas expressões, mas eles não cumprem nenhuma delas. Eu não sei se você viu, mas se alguém quiser fazer a pesquisa, vai encontrar pelo Youtube vídeo do Lula apoiando e pedindo votos para Hugo Chávez [ver item I] e agora mais recentemente para o Nicolás Maduro [ver item XVII]; o Chávez fazendo vídeo para pedir vota para Dilma. Fora isso eles mandam grupos de estudos, como eles chamam, para visitar universidades, para visitar organizações, fazem palestras, dão dinheiro, rola dinheiro pelo meio também. Tem apoio financeiro e tem apoio logístico também. Então eles se apoiam muito. Agora nem sempre eles ganham, por exemplo agora em El Salvador eles perderam: vai haver um segundo turno ainda, mas eles perderam [o 1º]. [Na verdade, eles acabaram ganhando o segundo…] Eles perderam no Paraguai, mas ganharam no Chile: a Michele Bachelet voltou. Então é sempre assim. E nessa história eles conseguiram colocar nos governos, no comando das nações 15 presidentes, já houve alternâncias, alguém já perdeu, já voltou… E foi por conta disso que o Lula não permitia de forma alguma que no Brasil se falasse sobre o Foro de São Paulo até que a coisa estivesse mais estabilizada, mais solidificada, que houvesse bastantes países com presidente do Foro para poder a coisa ficar firme. Ele mesmo disse que se a gente estivesse… Tem um pronunciamento que ele fez [ver item V], acho que foi no aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo [sim, foi], ele fez um comentário que disse assim: se nós tivéssemos (mais ou menos isso, né, não são essas palavras mesmo, né), se nós não tivéssemos escondido das pessoas o que estávamos fazendo, o Foro de São Paulo hoje não teria um índio presidente, um metalúrgico presidente, não teria não sei o quê, enfim, ele confirma que foi preciso esconder da mídia, esconder do povo o que eles tramavam ali para poder a coisa dar certo.
BRUNO: Exato. E só para registrar aqui, para fazer justiça, o professor Olavo de Carvalho foi quem durante anos falou sozinho no deserto sobre o Foro de São Paulo.
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GRAÇA: Exatamente. E eu comecei a estudar sobre o Foro de São Paulo através do Olavo. Foi o primeiro contato que eu tive com o professor Olavo, em 1999, numa conversa por telefone, ele me falou do Foro de São Paulo. E aquilo me impressionou muito e me dediquei de corpo e alma a estudar o Foro de São Paulo desde então, né. É dedicação exclusiva. E isso daí eu agradeço ao Olavo realmente, porque até então ninguém falava. Claro, ele não foi o precursor o doutor Graça Wagner quem falou para ele, mas ele era a voz da mídia, na época ele escrevia para jornais: O Globo, a Folha, o Jornal da Tarde, a Zero Hora, então ele era uma voz que estava na mídia e, por conta disso, ele perdeu todos esses empregos, porque ele falava o que não podia falar.
XVI.
VÍDEO 9 – VICE-ALMIRANTE VENEZUELANO MARIO IVÁN CARRATÚ DENUNCIA O FORO DE SÃO PAULO NA NTN24
De fora da Venezuela de Maduro em função das ameaças de morte, Carratú dá o alerta à América Latina sobre o poder do Foro, a partir dos 2min56seg.
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“Primeiro, minhas saudações fraternas desde o exterior. Temos de seguir lutando. E aos países irmãos e cidadãos do continente: que tenham MUITA atenção com a penetração de grupos radicais de esquerda sob a ótica do Foro de São Paulo, que está tentando tomar o poder na maioria dos nossos países, faltando apenas Colômbia, Peru e República do Chile. Os demais têm, de uma ou outra maneira, este tipo de contato, este tipo de ações… O que devo, sim, ressaltar e devo reafirmar é que a Venezuela, desde 1992, está entregue às mãos de Fidel Castro…”
XVII.
VÍDEO 10 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A MADURO
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Sim: Lula, como não poderia deixar de ser, também fez campanha para Maduro, o atual comandante da ditadura assassina da Venezuela, que no momento da publicação deste post já contava 36 mortos durante a onda de protestos no país. Como escrevi aqui: Ditadura no (…) dos outros é democracia.
XVIII.
VÍDEO 11 – REINALDO AZEVEDO RELACIONA MENSALÃO E FORO DE SÃO PAULO
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REINALDO AZEVEDO: O que eles queriam era criar um Congresso paralelo. Então você tem, segundo a divisão do coleguinha Montesquieu, você tem a divisão dos três poderes. O que eles queriam era anular um poder. Era o Executivo se organizando, entendo eu, numa quadrilha, para comprar uma fatia do Congresso e ter um Congresso do B, um outro Congresso, de maneira que você torna a democracia, o processo democrático, irrelevante. Isto faz parte de um projeto, atenção, é grande, das esquerdas latino-americanas, que estão organizadas no Foro de São Paulo. Isto não é paranoia. Durante muito tempo, quem falava do Foro de São Paulo eram Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e mais dois ou três malucos. Não. Ele existe! O Foro de São Paulo existe! Em cada país, ele tem um projeto. Nos países onde eles chegaram ao poder e as instituições estavam no chão, eles partiram diretamente pro solapamento da democracia. Então é o caso em curso na Venezuela…
RICARDO SETTI: E criaram instituições fajutas…
REINALDO AZEVEDO [concordando]: Instituições fajutas.
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AUGUSTO NUNES: E você também vai aparelhando o Judiciário.
REINALDO AZEVEDO: E vai aparelhando o Judiciário. Lá também. Então é assim que foi na Venezuela, assim está em curso no Equador, está em curso na Bolívia, e agora na Argentina, porque todos esses presidentes chegaram ao poder com as instituições ao rés do chão. No Brasil, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder com um país, a despeito de suas mazelas, de seus problemas, com um país razoavelmente organizado institucionalmente. E, portanto, você não pode ir solapando assim o processo democrático… O próprio Supremo está dizendo agora pra essa gente: “Atenção que ainda não dá pra fazer o que vocês querem.” Então aí você parte pra outro [caminho]… Atenção: o mensalão é o bolivarianismo exercido por outros meios. Se o bolivarianismo, nesses países da América Latina, você exerce com milícias armadas nas ruas, com massas, com confronto, com perseguição, com fechamento de jornais, cassação de licença de TV, sabe? No Brasil, não dá pra fazer isso. No Brasil, eles foram por outro meio. No Brasil, eles foram comprar o Congresso. Comprar o Congresso com dinheiro público. Calcule a ousadia. Quer dizer… Acusam muitas vezes os críticos do PT, eu mesmo já fui acusado disso umas quinhentas vezes: “Você acha que o PT inventou a corrupção!” Não, eu não acho que o PT inventou a corrupção. A corrupção é antiquíssima. A corrupção surge junto com o processo político. Eu não estou dizendo que o PT inventou a corrupção. O que eu sempre disse, sustento, é que o PT tentou alçar a corrupção a categoria de pensamento. Tentou transformar a corrupção em categoria de pensamento. ISTO é novo no processo político brasileiro. Novo: surgido com eles. Isso é muito grave. Foi isso que eles tentaram fazer. Corrupção aqui, acolá, sempre houve, e tem de ser exemplarmente punida. Agora, [aquilo para] o que o Brasil está dizendo “não”, [aquilo para] o que o STF está dizendo “não”…
RICARDO SETTI: É ao projeto de poder.
REINALDO AZEVEDO: O projeto de poder conquistado desta maneira não pode. A Carmen Lúcia fez um bom pronunciamento hoje lembrando que a política é a única forma civilizada que a gente tem de governar. Agora tem de ser com ética, porque, se não for com ética, aí então é com guerra, é com bagunça, é com confronto.
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AUGUSTO NUNES: Perfeito.
XIX.
ATAS DO FORO DE SÃO PAULO
Disponíveis no site Mídia Sem Máscara – AQUI.
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SITE DO FORO DE SÃO PAULO – AQUI.
MEMBROS OFICIAIS DO FORO DE SÃO PAULO – AQUI.
FORO DE SÃO PAULO NO SITE DO PT – AQUI.
ARTIGOS DE SILVIO GRIMALDO:
Fonte: https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/conheca-o-foro-de-sao-paulo-o-maior-inimigo-do-brasil/
Obs.:
Obs.:
O vídeo em que Lula mente a Boris Casoy sobre o Foro de São Paulo (que está indisponível no link acima) pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=Wbr8WW990vM. Na ocasião, ele chamou Armando Valladares de "jornalista picareta em Miami". Valladares foi preso político em Cuba, onde sofreu toda sorte de torturas, de modo que saiu da prisão em cadeira de rodas. Seu livro "Contra Toda a Esperança" trata dos "22 anos no Gulag das Américas" e está disponível em https://portalconservador.com/livros/Armando-Valladares-Contra-Toda-Esperanca.pdf.
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