O Amarelão e o Bombado do Kremlin
Félix Maier
Quando o Amarelão assumiu a presidência dos States, o mundo prendeu a respiração. Seu cabelo dourado e seu sorriso de tubarão logo se tornaram memes apocalípticos. Na Europa, a esquerda radical o proclamou o "Átila do McDonald's", marchando com tanques em forma de hambúrgueres. Hollywood lançou quinze filmes em um mês, com títulos como "O Napoleão Nuclear" e "O Fim do Planeta: Parte I".
Enquanto isso, do outro lado do globo, o Gengis Khan das Estepes assistia a tudo calmamente, fazendo flexões enquanto acariciava um urso vivo. "O Amarelão é perigoso", alertava, "mas sua dieta à base de fast food será sua ruína antes de qualquer guerra."
Entre memes, protestos e teorias conspiratórias, o Amarelão apareceu na TV com uma declaração histórica: "Quero paz... mas só se tiver molho extra."
O mundo riu, suspirou e se preparou para a temporada da maior série de tragicomédia que a geopolítica já produziu.
O Amarelão levou o inferno ainda mais profundo para a infernal Faixa de Gaza, enquanto os meninos prediletos da ONU e da esquerda brasileira continuavam a lançar foguetes em direção a Israel, ao mesmo tempo em que se explodiam com bombas na cintura, em Jerusalém e Tel Aviv, num sistema de revezamento olímpico.
A extrema esquerda europeia, reunida no Quartier Latin, na Cidade Luz, rebombava em intermináveis debates inflamados sobre o Amarelão. "É Átila, o Flagelo do Ocidente reencarnado!" gritou um discípulo de Jean-Paul Sartre, enquanto em Hollywood produções trumpianas dominavam os cinemas, com destaque para uma série da Netflix feita por Oliver Stone, "O Amarelão Amarelou". "É o líder da ultra híper mega extrema direita, o maior de todos os nazifascistas do mundo", acrescentava um brazuca, discípulo de Paulo Freire, vestido de lilás, que havia participado de "A Última Ceia" performática durante as Olimpíadas de Paris.
Do outro lado, nas estepes geladas da Sibéria, o Gengis Bombado, fortemente armado com minimísseis na cintura e com o peitoral à mostra, ria em silêncio. "Este bufão dourado não sabe nem manejar uma espada de plástico, quanto mais comandar um império. Vou esmagá-lo no tabuleiro de xadrez da diplomacia."
Porém, o mundo tremeu quando ambos, em um encontro histórico, decidiram resolver suas diferenças de forma civilizada: uma partida de pôquer transmitida ao vivo. O Amarelão chegou de óculos escuros e chapéu de cowboy; o Bombado do Kremlin, com um urso empalhado como cadeira.
No final, o Amarelão ganhou com um par de dois e declarou vitória, bem ao estilo trumpiano: "Fiz a América grande de novo até no pôquer." Enquanto isso, o antigo oficial da KGB, o Gengis Khan das Estepes, bebia vodca e jurava revanche, com bíceps e tríceps à mostra: "Da próxima vez, será no braço de ferro!"
O planeta, aliviado, percebeu que a Terceira Guerra Mundial seria adiada por mais uma rodada de egos inflados e risos globais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário