MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Educação x Marxismo - por Pedro Paulo Rocha


Educação x Marxismo

Pedro Paulo Rocha

pedroprocha@netpar.com.br

5 de agosto de 2001

            A influência da psicanálise tem sido considerável na educação. A visão psicanalítica foi adotada, inclusive, pelos marxistas, que hoje dominam praticamente toda a área do ensino, não só no país, como em grande parte do mundo ocidental. Eles compreenderam que atingiriam melhor os seus propósitos, ainda que a longo prazo, se “fizessem a cabeça” dos jovens.

            Isto levou grupos que ambicionam subjugar as massas e incutir-lhes suas doutrinas, a ter, como objetivo prioritário, o domínio de todas as instituições através das quais poderia controlar a vida intelectual da sociedade, em particular as escolas, universidades e a mídia. Assim, a educação assumiu um cunho nitidamente político, alvo de todos os grupos sectários ou religiosos.

            Um dos exemplos mais fragrantes se deve ao pedagogo Paulo Freire, que ficou famoso por seus métodos, destinados preferencialmente à alfabetização de adultos, em especial operários e camponeses. Conforme revela o dominicano frei Beto, em pronunciamento por ocasião de sua morte, “a pedagogia que defende tem por fim a conscientização“. (* O Globo, maio/1997) O primordial não seria a alfabetização, mas sim “a formação de uma consciência das relações sociais“, segundo exposto na sua obra “A Pedagogia do Oprimido“, evidentemente ensinada sob a ótica marxista. Ou, como afirmou o padre Júlio Lancelloti, que oficiou a missa de corpo presente: “Paulo Freire nos ensinou que a educação é um ato político“. Poderíamos melhor dizer, que transformaram a educação em um ato político, em que ela é usada para doutrinar politicamente o aluno.

            Com resultado, a impressionante constatação de que, nas décadas de 60 e 70, “não havia quarto de adolescente pequeno burguês, ou de filhinho de papai, que não tivesse na parede o rosto do Guerrilheiro Infeliz – Che Guevara – ao lado dos quatro Beatles“. (* O Globo, 29/9/96) Situação induzida por seus professores, nas salas de aula. Aliás a inexplicável atração que a rebeldia exerce sobre artistas, estudantes e intelectuais, “provocou a maior peregrinação de celebridades à região zapatista, situada em plena selva, no México, e que se tornou a nova Meca da esquerda. Eles vão se confraternizar com o último foco de resistência armada ao neoliberalismo da América Latina“. (* Globo 12/maio/96)

            O mais surpreendente neste contexto de boas intenções, e a exigência destes “intelectuais” de se suprimir todo o tipo de censura, sob a estulta alegação de preservar a liberdade de expressão. A conseqüência mais imediata é a divulgação de técnicas de construção de bombas e atentados biológicos, através da Internet, propiciando a expansão dos atos terroristas que, durante os últimos meses de 1996, passaram a ameaçar até Curitiba e Rio de Janeiro.

            Foi na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro que o ex-terro­rista Gabeira promoveu o “abraço a lagoa”, em defesa da “soberania nacional” e da “reserva de mercado”, e contra os contratos de risco na exploração do petróleo. O deputado Gabeira, que participara do seqüestro do embaixador americano, é o eterno defensor de idéias exóticas, como a liberação da maconha, a oficialização do nudismo e o casamento entre gays. Naquela instituição, durante a década de setenta, foi promovida a maior perseguição universitária aos professores que antagonizavam o marxismo. Ação por mim prevista, em carta dirigida em 1973 ao padre Mac Dowell, então reitor daquela universidade, e em denúncia entitulada “A já não mais velada ameaça marxista”, ambas ignoradas. O que lhe custou, pouco tempo depois, a demissão, por exigência destes grupos, que cobraram o seu afastamento quando, tardiamente, pretendeu conter seus excessos.

            O processo evoluiu “usando uma tática simples: expurgaram os adversários até que eles constituíssem uma minoria e dai por diante passaram a resolver todas as questões pelo ‘voto democrático’, obedecendo altaneiramente a vontade da maioria”. (JB 13/5/79) Iniciaram minando progressivamente as bases, alijando principalmente todos os professores militares, oriundos do IME, que tinham construído o Centro Técnico Científico, concluindo com a demissão daqueles que ocupavam cargos de maior destaque, como os professores Anna Maria Moog e Antônio Paim, do departamento de Filosofia, Aroldo Rodrigues, diretor do departamento de psicologia e Arthur Rios, diretor do departamento de Sociologia, a pretexto de restruturação do ensino. Foram afastados, inclusive, dois professores da área biomédica que tinham sido citados no livro “Brasil Nunca Mais”, como envolvidos em colaboração com a repressão política, um deles o Dr. Rubens Janini, numa condenação sem julgamento e sem direito à defesa. Era a prática do que se poderia chamar de “aplicação unilateral da anistia”, porque, simultaneamente, conhecidos terroristas, envolvidos em assaltos a bancos, seqüestros, assassinatos e guerrilhas, eram recebidos de braços abertos, em cargos de projeção, por todo o país.)

            Este é o grande perigo da ingerência política na educação: impedir que o aluno forme a sua própria consciência, robotizando-o e incutindo-lhe preceitos doutrinários.

            Não foi, portanto, atoa que as Igrejas católica e metodista implantaram uma vasta rede escolar. Esse fator foi muito usado não só pelos regimes totalitários, como foi o caso da Alemanha, onde os nazistas criaram a juventude hitleriana, e na URSS, em que o Partido Comunista controlava a educação com mão de ferro. Mas também o é, disfarçadamente, por todos os grupos que ambicionam o poder. Se os marxistas já haviam entendido isso, desde cedo, e se infiltraram no corpo docente das escolas e universidades, os psicanalistas não ficaram atrás. Intervieram abertamente na educação, procurando introduzir seus conceitos.

            Muitas lideranças terroristas, por exemplo, são constituídas, classicamente, por professores universitários. Yasuo Hayashi, o mais procurado líder da seita Verdade Suprema, de 38 anos, foi Ministro da Ciência e Tecnologia do Japão. Era o responsável pela fabricação do gás sarin que, em 20 de março de 1995, matou 12 pessoas e intoxicou mais de cinco mil, em um atentado no metrô de Tóquio. O famoso terrorista Unabomber, procurado durante muitos anos por ser o responsável por inúmeros atentados nos EUA, era nada mais nada menos que o professor universitário Theodore John Kaczinki. O sanguinário Pal Pot, que assassinou milhões de pessoas no Laos, se formou no famoso Quartier Latin. Foi dos bancos das universidades saíram inúmeros militantes do Tupac Amaru e do Sendero Luminoso, que abraçaram a luta armada, sob inspiração maoista, no Peru.

            O que leva um “intelectual”, com formação superior, a praticar atos terroristas que atingem centenas de vítimas inocentes e encaminhar seus alunos para sendas tortuosas? A única explicação talvez seja que “a atividade intelectual e científica, em geral, estreita a mente, ao invés de alargá-la, por força da crescente especialização dos fatos, conceitos e técnicas. A medida que eles se aprofundam, o seu alcance diminui“.(* Christian de Duve – Poeira Vital)

Extraído do livro “A Psicanálise no Divã”

Fonte: https://olavodecarvalho.org/educacao-x-marxismo/

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