França e Inglaterra: incubadoras do terrorismo internacional
Félix Maier
Intelectuais de esquerda da França e da Inglaterra sempre tiveram
uma caidinha por regimes comunistas. Na França, o destaque fica para Jean-Paul
Sartre, que disse que “todo anticomunista
é um cão”. Na Inglaterra, um dos ícones do totalitarismo vermelho é Eric
Hobsbawn, tido como um grande historiador, porém não passa de um reles ideólogo
do marxismo.
Os campi da Sorbonne, localizados
em Paris, foram importantes incubadoras do marxismo para militantes advindos de
todos os cantos do planeta. Na segunda metade do
século XX, destacaram-se expoentes do comunismo, como Sartre e sua amante
Simone de Beauvoir, o cineasta Jean-Luc Godard, Pol Pot - o genocida do Khmer Vermelho, do Camboja,
que trucidou 20% de sua população -, e Abimael Guzmán, líder do grupo
terrorista peruano Sendero Luminoso,
que matou mais de 70.000 pessoas. Escaparam da lavagem cerebral marxista, na
Sorbonne, Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), Raymond Aron, entre poucos. Entre
os pupilos brasileiros, destacam-se personalidades da “esquerda caviar”, como Celso
Furtado, FHC, que eu chamo de “FHCannabis”, por sua recente militância em prol
da liberação da maconha, Dom Paulo Evaristo Arns (apelidado de “cardeal
vermelho”), Ibrahim Sued, Luiz Mott.
A Inglaterra tem um currículo de incubadora do marxismo ainda mais
duradoura do que a França. Em 1864, foi fundada em Londres a Associação
Internacional de Trabalhadores (AIT), posteriormente denominada “I
Internacional”; foi integrada por marxistas e anarquistas do movimento operário
europeu que se opunha ao capitalismo, entre eles Marx, Proudhom e Bakunin. Em
Londres foi criada em 1884 a
Fabian Society, agremiação socialista de tendência marxista; deriva-se do nome
de Fabius Cuntactor (Fábio, o
Contemporizador), que substituiu a doutrina da “mais-valia” pela da renda
socialmente criada que o Estado deveria devolver ao povo na forma de
realizações de interesse público; Bernard Shaw e H. G. Wells pertenceram a essa
variante langue de bois socialista.
Os “Apóstolos” eram um grupo de intelectuais, fundado em 1920, em
Cambridge, Inglaterra, influenciados por Hobson (imperialismo) e Lênin, entre
os quais se destacaram: John Maynard Keynes, Bertrand Russell, Roger Fry,
Ludwig Wittgenstein, Leonard Woolf, Alfred Tennyson (que logo deixou o grupo), Lytton
Strachey, William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge. Quem do Grupo não era
marxista, acabou logo por ser rejeitado: “Ele (Bertrand Russel) foi
sozinho para a Rússia, em 1920, encontrou-se com Lênin e denunciou o seu regime
como ‘uma burocracia tirânica fechada, com um sistema de espionagem mais
sofisticado e terrível do que o do Czar e com uma aristocracia tão insolente e
insensível quanto’. (...) Embora (Russell) compartilhasse de seu (o dos
“Apóstolos”) pacifismo, ateísmo, anti-imperialismo e das ideias gerais
progressistas, desprezava a sua apatia pegajosa; o Grupo, por sua vez, o
rejeitou” (JOHNSON, 1994: 140-1) (1). Lytton Strachey escreveu o
quarteto de ensaios biográficos, Eminent Victorians, publicado em
1918, expondo ao ridículo e ao desprezo Thomas Arnold, Florence Nightingale, o
cardeal Henry Edward Manning e o general Charles George Gordon. “Nos anos
30, os Apóstolos deixaram de ser o centro do ceticismo político e se tornaram
um centro ativo de recrutamento para a espionagem soviética. Enquanto alguns
Apóstolos, como Anthony Blunt, Guy Burgens e Leo Long foram encorajados a se
infiltrar nas agências britânicas a fim de transmitir informações para Moscou,
a totalidade da esquerda, conduzida pelos comunistas, tentou manter a
Grã-Bretanha desarmada - política sustentada por Stálin até que Hitler o
atacasse em junho de 1941. Na década de 20, o Partido Comunista britânico era
composto pela classe operária e se apresentava inovador e independente. No
princípio da década de 30, chegaram os intelectuais da classe média e o PC
rapidamente se tornou aviltadamente servil aos interesses da política externa
da União Soviética” (idem, pg. 290-1).
Muitos intelectuais marxistas foram lutar na Guerra
Civil Espanhola (1936-39), como o britânico George Orwell, junto com as
Brigadas Internacionais (60.000 voluntários de todo o mundo), a favor dos
“republicanos”, que na verdade pertenciam à comunista Frente Popular, sob as
ordens de Moscou. Foram perpetradas atrocidades contra o clero católico, com
estupro de freiras e milhares de assassinatos de padres, freiras e bispos. O
general Franco, que venceu a barbárie comunista, teve, nos últimos anos, seu
nome retirado de logradouros públicos – uma abominável traição
a um herói nacional, fato que ocorre também no Brasil atual, em que
personalidades pós-1964, como Castello Branco e Emílio Garrastazu Médici, têm
seus nomes riscados de escolas e locais públicos, dando lugar a facínoras como Carlos
Marighella.
A Inglaterra tinha a sua Sorbonne, a Universidade de Cambridge,
onde atuaram importantes acadêmicos marxistas, como o “historiador” Eric
Hobsbawn, que havia fugido da Alemanha nazista e foi, durante toda sua vida,
membro do Partido Comunista Britânico. Hobsbawn foi secretário dos “Apóstolos”
e fez parte do Grupo de Historiadores do Partido Comunista – sabe-se lá o que
isso significa. Foi em Cambridge que ocorreu um dos maiores escândalos do
século XX, o caso dos “Cinco de Cambridge”, espiões britânicos contratados
pelos soviéticos: Kim Philby, Guy Burgess, Anthony Blunt,
Donald Duart MacLean e John Cairncross. Philby foi até agraciado com um
selo comemorativo soviético, em 1990. No entanto, o episódio não chegou a
constituir um constrangimento muito grande à intelectualidade esquerdista
inglesa. Pelo contrário: até Khruschev denunciar os crimes do stalinismo no XX
Congresso do Partido Comunista da União Soviética, ser comunista, nas
academias, era estar do lado correto da história, apesar das crescentes
notícias de terror que ocorriam na antiga URSS. Mesmo com todas as evidências
dos crimes soviéticos, Hobwbawn, um “idiota
moral”, assim como Sartre, nunca fizeram um mea culpa por seu apoio ao comunismo. Pelo contrário, orgulhavam-se
em ser homens do Partido, até o fim de suas vidas.
Assim, não causa espanto a quantidade de organizações atuantes na
Inglaterra, a incubadora por excelência do terrorismo comunista internacional
(cfr. HUTTON, 1975: 227-8): (2)
1) Pró-URSS: Artistas para a Paz; Conselho de Autores pela Paz
Mundial; Associação de Amizade Inglaterra-China; Liga de Amizade Inglaterra
Tcheco-Eslováquia; Sociedade de Amizade Inglaterra-Hungria; Comitê Britânico
para a Paz; Sociedade de Amizade Inglaterra-Polônia; Associação de Amizade
Inglaterra-Romênia; Sociedade de Amizade Inglaterra-Sovietes; Sociedade
Inglaterra-Sovietes; Comitê Inglaterra-Vietnã; Associação Conolly; Movimento
para a Paz dos Antigos Soldados; Dia da Mulher Internacional; Departamento de
Pesquisas Trabalhistas; Liga pela Democracia na Grécia; Comitê de Ligação para a
Defesa dos Sindicatos; Marx House – Centro de Educação do Partido Comunista;
Organização dos Músicos para a Paz; Assembleia Nacional das Mulheres;
Associação Nacional das Mulheres; Associação Nacional de Inquilinos e
Residentes; Congresso do Povo para a Paz; Cientistas para a Paz; Sociedade de
Relações Culturais com a URSS; Sociedade de Amizade com a Bulgária; Federação
Trabalhista de Estudantes; Professores para a Paz; Conselho de Paz Gaulês;
Federação de Paz de West Yorkshire; Parlamento das Mulheres; Comitê de Campanha
de 1960;
2) Pró Pequim: A Sociedade Albanesa; Sociedade de Amizade
Inglaterra-Albânia; Frente de Solidariedade Inglaterra-Vietnã; Movimento
Comunista de Camden; Grupo Marxista-Leninista de Camden; Comitê Caribe-América
Latina, Afro-Asiático; Jovens Comunistas de Chelsea; Comitê contra o
Revisionismo pela Unidade Comunista; Partido Comunista da Inglaterra
(Marxista-Leninista); Associação Comunista de Finsbury; Amigos da China; Os
Internacionalistas; Comitê dos Trabalhadores de Londres; Fórum
Marxista-Leninista; Organização Marxista-Leninista da Inglaterra; Sociedade
para Compreensão Anglo-Chinesa; Partido dos Trabalhadores da Inglaterra;
Partido dos Trabalhadores da Escócia;
3) Pró-Cuba: Comitê Tricontinental.
Em Londres existia (ainda existe?) o onagro a serviço da URSS
chamado Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos, com centenas de
milhares de membros em 51 países. Lá existia (ainda existe?) o Movimento
Revolucionário Internacionalista (MRI), que apoia movimentos maoístas no mundo
todo, como o Sendero Luminoso, no Peru, e o PKK, na Turquia. Lá existia (ainda
existe?) o Peru Support Group, um grupo de apoio ao Sendero
Luminoso; faziam parte do grupo o Presidente da Comissão de Direitos Humanos do
Parlamento e religiosos jesuítas britânicos.
Em Londres foi constituído, em 1966, o I Tribunal Bertrand Russell, que
criticava as ditaduras latino-americanas, mas nada falava das ditaduras
comunistas. Lá foi criada a Anistia Internacional, ONG esquerdista por
excelência, que defendeu “prisioneiros de consciência” como Abimael Guzmán.
Além de ser importante incubadora do marxismo e do terrorismo
comunista, a Inglaterra é também importante incubadora do terrorismo islâmico
atual.
Em Londres, é publicado o jornal Al-Quds al-Arabi (editor: Abdul-Bari Atwan, ligado à Al-Qaeda); em
editorial na véspera do atentado do voo 800 da TWA, o jornal afirmou que “existe
uma onda de ódio contra os americanos no cenário árabe” e que “foi
Washington, suas políticas e seus aliados na região que criaram esse fenômeno e
o alimentaram”, concluindo: “o que aconteceu no Cairo, em Riad e em
Khobar é apenas o começo” (Cfr. BODANSKY, 2002: 238) (3). Lá existe o
Comitê de Defesa dos Direitos Legítimos (CDDL), que é “o maior e mais
bem-organizado grupo de oposição islamita saudita e desfruta de acesso à elite
saudita no Ocidente e em sua pátria” (BODANSKY, 2002: 194); no início
dos anos de 1990, mostrava-se um movimento islamita “modernista”, para criar
uma imagem de “moderado” no Ocidente; porém, após a divulgação da palestra do
xeque Salman bin Fahd al-Udah (“A Arte da Morte” - teve a importância de
uma fatwa, convocando ao sacrifício da vida humana), este foi preso
na Arábia Saudita em setembro de 1994 e o CDDL passou a defender a derrubada do
governo em Riad através da luta armada.
Como se pode comprovar com os exemplos acima citados, a Inglaterra
sempre foi um porto seguro para terroristas de toda a espécie, tanto comunistas
como islâmicos. Não é à toa que em Londres fica o túmulo de Karl Marx - além de
bancos, jornais e organizações islâmicas que apoiam o terrorismo. Enfim, após
tantos anos da mais pura leniência, os políticos britânicos só começaram a abrir
os olhos depois dos ataques terroristas ocorridos em
estações de metrô e contra ônibus, em 2005, quando o brasileiro Jean Charles de
Menezes foi morto por engano. Também tiveram seus dias de Terceiro Mundo
durante os tumultos de 2011, quando jovens
islâmicos queimaram prédios e carros, promoveram saques e atacaram a polícia.
Em apoio ao multiculturalismo, temendo serem acusadas de racismo
ou xenofobia, as autoridades britânicas nunca se dispuseram a coibir os abusos
de paquistaneses e indianos que, em nome da religião islâmica, tentam impor a sharia
no país que os acolheu. Assim, a justiça britânica sempre foi cega, em não ver
os maus-tratos cometidos, p. ex., contra meninas que são obrigadas a se casar
com 11 anos de idade. Não se importaram com as denúncias de estupro
em massa que ocorre na Inglaterra, promovido por gangues islâmicas contra mulheres
brancas, com poucos casos de prisões. Nem prestaram atenção nas pregações
feitas por sheiks, que nas
mesquitas ou com megafones nas ruas pregam o ódio contra a civilização
ocidental. O mesmo ocorre na França, que tem a maior população islâmica da Europa.
Chegará o dia em que os muçulmanos exigirão a criação do califado de
Marselha...
John Laffin no livro The Arab Mind (4) diz: "A lei islâmica não reconhece a possibilidade
de paz com descrentes e infiéis. A parte do mundo não-muçulmano é conhecida na
teologia islâmica como 'território de guerra'. A maior parte dos militantes
muçulmanos acredita que a tarefa de Maomé não será bem-sucedida enquanto
não-muçulmanos tiverem controle de qualquer parte do planeta" (minha
tradução). Os políticos do Ocidente ainda não se deram conta do significado
teológico da expressão Dar Al-Harb (território
de guerra), que deve ser conquistado para o Islã, seja pela pregação, seja pela
força da espada. Assim, território não-islâmico é um território que deve ser totalmente conquistado para Alá. Ou seja:
o mundo inteiro.
No “Belgistão”
(Bélgica + bantustão), existe um processo de islamização por meio do partido 4ShariahBelgium, que ocupa assentos no parlamento. Entre suas
reivindicações, constam: que os restaurantes sirvam alimentos preparados
conforme o costume islâmico (halal),
o reconhecimento dos feriados islâmicos, o casamento com meninas, a imposição
da sharia como parte da legislação.
Assim, a Europa está se tornando
uma verdadeira “Eurábia”,
que é a combinação das palavras “Europa” e “Arábia”. Trata-se da islamização da
Europa moderna, motivada, principalmente, pelo “suicídio” daquele continente,
onde as pessoas não querem mais ter filhos, e onde já se fala em cultura
pós-cristã, com o fechamento de igrejas e catedrais, que dão lugar a
bibliotecas, centros culturais, restaurantes. “Estudo de uma equipe de sociólogos do EVS mostra que, em 1999, havia
62,1% de católicos e 25,8% de protestantes no continente. Em 2008, data do
último relatório, registrou-se queda vertical nas proporções, para 36,7% e
14,5%, respectivamente. (...) Do lado muçulmano, ocorre o contrário. Eles são
atualmente 44 milhões (6% da população europeia), depois de um aumento de 14,5
milhões de 1990 a
2010”
(“Europa: queda vertical de católicos e protestantes! Crescem os sem igreja e
os muçulmanos!” Ex-Blog do Cesar Maia,
28/10/2011). Os muçulmanos agradecem esse precioso presente oferecido por Alá, chucrán! Apesar dos magrebianos terem
casa, comida e escola de graça, como é o caso da França, eles não se aculturam
e exibem faixas em protestos: “O Islã é a
solução”, “O Islã é minha pátria”.
Já existe uma espécie de intifada na
França, na Alemanha e na Inglaterra, com incêndios de carros e prédios
públicos, e depredações em geral, a qualquer pretexto - com o apoio direto ou
indireto dos sheikhs nas mesquitas,
que vociferam contra os “infiéis”. Deveriam ser todos deportados, já que cospem
no prato em que comem.
Com o crescimento populacional da
nova nação, a “Eurábia”, não é de estranhar que haja tanto apoio ao insurgente Estado
Islâmico, que comete atrocidades na Síria e no Iraque, onde cristãos e yazidis
são dizimados como cães sarnentos: 2% dos alemães, 7% dos britânicos, 16% dos
franceses, conforme dados do site Notícias da
Rua Judaica. Esses dados percentuais refletem
a população muçulmana desses países, que aumenta a cada ano. Só depois de a
Grã-Bretanha ceder clandestinamente pelo menos 500 jihadistas para lutar ao
lado do grupo que decepou a cabeça de um jornalista americano frente a uma
câmera é que o 1º ministro David Cameron, enfim, acordou.
Durante décadas, houve um longo tempo de semeadura. Agora, a colheita
será farta.
Notas:
(1) JOHNSON, Paul. Tempos Modernos - O mundo dos anos 20 aos 80.
Bibliex e Instituto Liberal, Rio, 1994 (Tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e
Sérgio Maranhão da Matta).
(2) HUTTON,
J. Bernard. Os Subversivos - A primeira
revelação mundial do plano comunista de conquista do mundo ocidental.
Bibliex, coedição com Editora Artenova S. A., Rio, 1975 (Tradução de Luiz
Corção).
(3) BODANSKY, Yossef. Bin Laden - O Homem que Declarou
Guerra à América. Ediouro, São Paulo, 2002.
(4) LAFFIN, John. The Arab Mind - A need for Understanding. Cassel & Company
Limited, London,
1978.
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