Cavalo Caramelo
Félix Maier
No telhado do galpão, altivo e forte,
O Cavalo Caramelo enfrenta a morte,
Silente e imóvel, sem um relincho,
Demonstra sua força, seu instinto.
Símbolo de uma terra, de um povo valente,
Gaúcho em sua alma, coragem presente,
Caramelo, no alto, firme e altaneiro,
Peleia o dilúvio como falso ronceiro.
Dias se passam, e por mais que chova,
O Cavalo Caramelo sua bravura prova,
Sem se mover, sem provar alimento,
Mostra ao mundo seu resoluto intento.
Até que bombeiros, num gesto nobre,
Resgataram-no do telhado, sobre
Asas de solidariedade e empatia,
Caramelo desce, em sua augusta valia.
Assim como o cavalo, o gaúcho irmano,
Na tempestade, no afiado minuano,
Na coxilha demonstra resiliência, força e fé.
Levará gerações para recolocar a querência de pé.
Que essa história de Caramelo, de terror,
Inspire os corações e traga muito vigor.
Pois como o cavalo no alto do telhado,
O gaúcho vencerá o aguaceiro, pilchado.
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