MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Roda dos inocentes: uma solução para diminuir a infâmia do aborto - Por Félix Maier

Roda dos inocentes, também conhecida como
roda dos enjeitados e roda dos expostos.



Roda dos inocentes: uma solução para diminuir a infâmia do aborto

Félix Maier

Usina de Letras - 21/03/2007

Devido ao aumento considerável de filhos de imigrantes, atualmente muitos bebês passaram a ser abandonados na Europa. Países como Alemanha, Áustria, Suíça e Itália adotaram uma versão moderna da “roda dos enjeitados”, uma prática medieval, em que cilindros giratórios instalados em igrejas e conventos recebiam bebês indesejados pelos pais, que passavam a ser cuidados por irmãs de caridade. Um toque na campainha feito pela pessoa que não queria se identificar era o sinal dado às freiras de que mais uma criança fora deixada na "roda”.

Na versão européia atual, no lugar da antiga “roda”, o bebê é colocado num berço através da janela do hospital, de modo que a pessoa que deixou a criança ali não seja identificada. O berço é aquecido e tem sensores que avisam enfermeiros e médicos quando uma criança é deixada no local.

“A ‘roda dos enjeitados’ foi criada em Marselha, na França, em 1188. Mas foi apenas na década seguinte que seu uso se popularizou. Na ocasião, chocado com o número de bebês mortos encontrados no Rio Tibre, o papa Inocêncio III mandou que o sistema fosse adotado nos territórios da Igreja. No fim do século XIX, o Hospital Santo Spirito, próximo ao Vaticano, um dos primeiros a dispor da ‘roda dos enjeitados’, chegou a receber cerca de 3000 bebês abandonados por ano” (Anna Paula Buchalla, in Salvos pela ‘roda’, revista Veja nº 1998, de 7/3/2007, pg. 73).

Segundo o texto de Buchalla, “um dos mais famosos usuários da ‘roda’ foi o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que abandonou os cinco filhos que teve com a serviçal Thérèse le Vasseur”. É lamentável o procedimento adotado pelo autor de obras-primas como Du contrat social e Émile ou De l’éducation, ambas lançadas em 1762. Batendo-se por uma utopia política baseada em uma vaporosa volonté générale, que não passa de um socialismo muito mal disfarçado, Rousseau desfez-se sumariamente de seus próprios “bons selvagens”, das inocentes crianças que havia gerado no ventre de uma proletária.

Em Portugal e no Brasil, a prática passou a ser conhecida como “roda dos expostos”. Funcionaram até meados do século XX nas Santas Casas de Misericórdia do Rio e de São Paulo. O conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, e o filme de curta-metragem Roda dos Expostos, da cineasta Maria Emília de Azevedo, abordam o drama das crianças abandonadas. A novela Terra Nostra, da TV Globo, também abordou a questão (http://epoca.globo.com/especiais/500anos/esp20000110.htm).

No Brasil atual, ao mesmo tempo em que se dá tanto valor à conservação do mico-leão-dourado, para evitar sua extinção, milhares e milhares de bebês – talvez milhões – são sumariamente assassinados todos os anos dentro do ventre materno, eliminados pela prática do aborto. Para evitar essa terrível matança, poderíamos também criar, como os europeus de hoje, nossa “roda dos inocentes”. Elas seriam instaladas em hospitais públicos e privados, em postos de saúde, em igrejas, em conventos e em casas beneficentes. O juizado de menores seria acionado cada vez que uma criança fosse deixada na “roda” e seria responsável pela segurança do enjeitado até que esse fosse adotado por uma família ou por uma pessoa solteira em condições de criar e educar a criança. Com isso, evitaríamos o infanticídio generalizado em nosso País, que desonra qualquer projeto de civilização.

A prática dessa “roda dos inocentes”, que sugiro às autoridades brasileiras que seja imediatamente posta em vigor, ajudaria a atenuar uma das maiores calamidades modernas, que é a prática irrestrita do aborto. Aborto, antes de tudo, é assassinato. Não importa que idade tenha a pessoa humana, se é um feto de duas semanas, um bebê de 6 meses ou um adulto de 20 anos, o que existe é uma vida que deve ser preservada. O aborto é uma calamidade universal, incentivada por uma horda de selvagens que atentam contra a própria humanidade, normalmente composta por integrantes da Peste Vermelha ou esquerda assassina, que é contra a pena de morte de bandidos que cometeram crimes hediondos, porém é a favor da pena de morte do ser humano mais frágil que existe, o bebê que vive no ventre materno. A Peste Vermelha fala tanto em “direitos humanos” de assassinos irrecuperáveis, que devem continuar vivos, porém trata o ser humano mais inocente como se fosse um cocô a ser lançado na latrina.

Movimentos feministas afirmam que “a mulher tem todo o direito de dispor do próprio corpo”, inclusive de provocar o aborto, porque não considera o feto um ser distinto, apenas um apêndice do corpo da mulher, como o pé. Ora, a mulher tem todo o direito de pintar as unhas, pentear os cabelos, se embelezar, seguir uma profissão, “dispor do próprio corpo” para o que é moralmente aceitável, porém não pode cometer a infâmia de considerar o bebê que transporta no útero como um adereço do corpo, como se fosse um colar que veste no pescoço. O feto humano é um ser distinto e único no universo, que está provisoriamente oculto no ventre materno, em fase de crescimento. Se fosse um mero apêndice feminino, o feto continuaria crescendo no útero depois dos nove meses, lá dentro a criança começaria a engatinhar, a andar, a jogar bola, a proferir as primeiras palavras. De lá só sairia quando a mãe fosse para o cemitério.

Essa proposta que faço, da criação da “roda dos inocentes”, poderia ser abraçada por todos os religiosos e leigos do Brasil, independente de religião professada. Poderia ser abraçada com fervor por todas as autoridades católicas que preparam a vinda do papa Bento XVI ao País, em maio. Receberíamos, de Bento XVI, o precioso presente da canonização de Frei Galvão. E daríamos de presente, não só ao papa, mas a toda a sociedade brasileira, esse bem tão valioso, tão distinto, tão fenomenal, que é a preservação da vida de nossos pequeninos inocentes. Chega de aplicar a pena de morte aos nossos anjinhos! Vamos criar nossas "rodas dos inocentes", já!

Fonte: 

https://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=1061&cat=Textos_Religiosos&vinda=S

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