Bantustões brasileiros
Félix Maier
20/07/2000
A África do Sul, durante os governos de Hendrik Vermwoerd (1958-66) e de B.J. Voster (1966-78), criou dez nações tribais independentes, instaladas em área correspondente a 13% do país, onde os negros foram confinados como bichos. Esses enclaves, chamados de bantustões, tinham por finalidade separar os negros dos brancos - a faceta mais hedionda do Apartheid. Assim, muito justamente, a maioria dos países passou a hostilizar o governo racista da África do Sul, com boicotes de toda ordem, tornando aquela nação um pária no meio da comunidade internacional.
Com a virada das páginas do tempo após a atenuação da guerra fria, advinda do colapso da antiga União Soviética, e com a ascensão de um novo poder mundial identificado como "sociedade civil" (1), observa-se que o antigo Apartheid da África do Sul, rechaçado anteriormente por muitos, extinto de fato durante o governo de Nélson Mandela, está se implantando no Brasil com grande êxito e sob os aplausos dos mesmos que anteriormente se posicionavam contra aquele tipo de discriminação.Trata-se das demarcações das terras indígenas no Brasil. Um enclave enorme foi criado em nosso país com a demarcação da Área Indígena Yanomami, iniciada pelo então presidente Fernando Collor, sob pressão dos países ricos e inúmeras ONG que proliferam pelo mundo como geração espontânea. Além de colocar em risco nossa integridade terrritorial, criou-se uma "nação indígena" do tamanho de Portugal para enclausurar uma farsa, já que os yanomamis foram uma esperta criação das ONG, como denunciou um coronel do Exército Brasileiro (2) que serviu naquela região. Não se sabe ao certo se essas organizações estão realmente interessadas na preservação da cultura indígena ou se estão a serviço dos países ricos, tentando evitar que a região amazônica se desenvolva, para, assim, ficar mais à vontade para praticar a rapinagem de sua riquíssima biodiversidade e dos metais raros encontrados em seu subsolo. Um mapa elaborado pelo IBGE (3) mostra a Amazônia vestida com pele de onça, com manchas espalhadas em todo o seu território, enclaves que tentam confinar os índios em seu estado primitivo, enfim, que tentam fossilizá-los em bantustões, nos mesmos terríveis bantustões da África do Sul anteriormente condenados por toda a comunidade internacional.
Com respeito à África do Sul, a comunidade internacional sempre defendeu o acesso dos negros aos mesmos direitos que os brancos tinham no país. Muitos negros, apesar do Apartheid, conseguiram se tornar figuras proeminentes na política local, a exemplo de Mandela, que depois de amargar vinte e oito anos na prisão tornou-se presidente do país. Quem seria Mandela se ele tivesse sido confinado em algum bantustão? Apesar de ser um príncipe da etnia xhosa, com certeza ainda hoje estaria trocando flechadas e zarabatanadas com seu rival Buthelese, da etnia zulu, não teria se formado em Direito, nem governado o país. Por que, então, nós aqui no Brasil queremos excluir nossos índios de se tornarem figuras de destaque, quem sabe futuros senadores, governadores e até presidentes do Brasil?
Com a proliferação das ONG ecológicas em todo o mundo, a começar pela WWF, fazendo pressões de toda ordem, tenta-se manter os nossos índios, brasileiros legítimos, em seu estágio pré-histórico, sem direito ao ingresso paulatino à sociedade brasileira. À WWF credita-se a criação do "ongagotango", ou seja, o orangotango das ONG, um suposto primata indígena, fóssil vivo, petrificado, proibido de ter acesso à civilização, habitante de um propalado "quarto mundo", movimento que defende que grupos indígenas são os donos originais das reservas por eles habitadas. Apesar da textura esquerdista que orienta os trabalhos das atuais ONG, a práxis ou ação revolucionária de Marx é colocada para andar de ré, ou pior, ficar congelada e engessada, já que tentam absurdamente proibir que nossos índios sejam aos poucos absorvidos pelos demais integrantes da população brasileira. Embora quase todos os índios falem o português, gostem do esporte preferido do brasileiro - o futebol, tenham muitas de suas aspirações idênticas às nossas, comercializem com os brancos, vão às cidades, enfim, que de índios têm muito pouco, organismos religiosos e ONG indígenas tentam a todo custo engessá-los na Idade da Pedra, sem perspectiva de nenhum avanço civilizatório. Com isso, ficam à mercê de falsas lideranças que pregam o ódio ao homem branco, tolhendo, assim, seu próprio desenvolvimento e os condenando a ser confinados em imensos favelões, onde são entregues ao álcool e à prostituição, e onde ficam totalmente dependentes do poder público, seja na provisão de alimentos, seja no atendimento médico-hospitalar. Já disse um cacique indígena: "Índio não gosta de mato. Quem gosta de mato é bicho". A criação da Escola Indígena de Educação Básica Cacique Yanhkre, na reserva indígena Kaigang, onde vivem 4.800 índios, em Chapecó, SC, primeira escola de nível médio destinada a índios, é um bom início para reverter o atual processo de criação de bantustões no Brasil e, paulatinamente, incluir a vida indígena em nossa sociedade, Afinal, quem disse que índio não gosta de ver televisão, de ter geladeira, de falar ao celular, de dirigir uma picape?
São vários os motivos alegados para deixar que os índios continuem a viver como bichos. Sociólogos evocam a figura do "bom selvagem", aquele ser puro e implicitamente bondoso, que vive no paraíso das florestas, incapaz de cometer qualquer ato vil, como praticar o canibalismo, sacrificar crianças ao sol para ele não deixe de nascer de novo no dia seguinte ou enterrar vivas as crianças indesejadas... Assim, o indígena deveria ficar isolado na floresta, para não ser contaminado pelas nefastas idéias do homem branco. Embora os próprios organismos indigenistas não saibam o que é melhor para os índios, já que não perguntam isso aos índios, eles tiveram um bom motivo para levantar a questão indígena nas comemorações dos 500 anos do Brasil: creditar à Igreja Católica todos os males que se abateram sobre os indígenas. Ela, somente ela, é a culpada pela atual situação dos índios, que foram evangelizados à força e, por isso, totalmente descaracterizados para pior. Mais uma vez, na interpretação equivocada que se faz da História, olhando o passado com o olho vesgo da ideologia do presente, a linha esquerdista esquece o mote marxista, a práxis ou ação revolucionária, pela qual o homem passa à ação para modificar o mundo, não apenas para interpretá-lo.
Ora, durante toda a história humana, os povos conquistadores sempre impuseram seus costumes aos vencidos, os conquistados tiveram que se adaptar à nova situação para não desaparecer. Os jesuítas trouxeram a fé e a esperança cristã a novos povos, cumprindo uma determinação evangelizadora de Cristo: "Ide e pregai a todos os povos da terra". O espírito cristão, criticado ferozmente pelas correntes anticlericais, cristalizou-se exemplarmente na sociedade brasileira, de maioria cristã, onde coexistem religiões diversas, não há "guerras santas" devido ao credo religioso, a miscigenação está ocorrendo naturalmente, como já havia comprovado Gilberto Freire, estamos nos tornando uma grande nação, sem preconceitos, ainda que figuras soturnas de além e aquém-mar, como o escritor Saramago e as "libélulas" da USP (4), tentem menosprezar o mais rico legado que Portugal nos deixou: o espírito da solidariedade cristã que tanto identifica nosso povo. O ensinamento cristão não pode ser dado aos índios, segundo esses ideólogos rancorosos, porém o ódio e o preconceito marxista podem ser ministrados aos pobres índios, que foram insuflados por líderes extremistas do MST e pelo CIMI, para contestar as comemorações em Porto Seguro e Coroa Vermelha, em 2000.
Uma forma de desacreditar o cristianismo nesses tempos de comemorações é exatamente apresentá-lo como o grande vilão, responsável pelo massacre de nossos índios, o que é uma mentira, já que os jesuítas sempre foram defensores dos indígenas, construindo uma comunidade altamente organizada no sul do país, as missões jesuíticas, destruídas durante embates de espanhóis contra portugueses. O ódio destilado pelo pataxó durante a missa concelebrada por mais de 400 bispos em Coroa Vermelha, no dia 26 de abril de 2000, demonstra que nossos índios aprendem a cartilha "dialética" com muito denodo e muita rapidez, merecendo menção "A", com louvor, e muitas palmas, ainda que aquele texto cheio de ódio tenha sido redigido por algum representante de "pastoral" católica, pelo CIMI ou por algum frei-deputado, como aquele que coordenou o MST para o assalto a uma sede do INCRA na Paraíba, seqüestrando pessoas e as mantendo como reféns. Ainda que a réplica da nau de Cabral tivesse navegado, ainda que o governo não tivesse cometido uma série de fiascos, na verdade, o que estava em jogo não eram as comemorações dos 500 anos, mas a mesma anticomemoração que já marcara os 500 anos da descoberta da América, em 1992, quando a mesma turba rancorosa de agora já havia realçado as mesmas atrocidades cometidas contra os indígenas, creditando à mesma Geni outrora perseguida pelos romanos, jogando a própria bosta apanhada em seus penicos contra a Igreja Católica, sem fazer um balanço correto dos ganhos e perdas destes cinco séculos, muito mais ganhos do que perdas. Ora, a Alemanha, por exemplo, não deve ser lembrada somente pelo nazismo, mas também pelos grandes filósofos, escritores e músicos que gerou, e, o mais importante, pelo seu formidável povo, que depois de ver o país totalmente arrasado na II Guerra Mundial, rapidamente voltou a ser uma potência econômica. Sob a ótica derrotista ou masoquista dos eternos rancorosos que conseguiram anuviar as comemorações do nascimento de nossa nacionalidade, nada poderíamos comemorar, nem nosso aniversário, nem o nascimento de nosso filho, pois há sempre um parente idoso doente, um amigo que morreu de modo violento, enfim, nem sexo poderíamos fazer. Os antitudo numa festa não conseguem ouvir a alegria da música, sentir o perfume que paira no ar, apreciar o colorido das vestes femininas, mas apenas conseguem ver o próprio vômito no chão, cheio de ódio e fel, onde acabam escorregando e sujando o traseiro.
Essa perseguição contra a Igreja Católica remonta ao Iluminismo, culminando com a Revolução Francesa, quando se pretendia "enforcar o último burguês com as tripas do último padre". Durante o período conhecido como Terror, após a Revolução, foram cometidas as maiores arbitrariedades contra quem professasse a fé de Cristo. Padres eram obrigados a fazer sexo com freiras ou eram sumariamente executados. No curto período de sua existência, o Terror matou mais que a Inquisição católica havia matado durante séculos. Com o advento do marxismo, determinando a morte de Deus por escrito, apesar do DNA cristalizado em todos nós por nossos antepassados durante milhares de anos gritar o contrário, a perseguição contra os cristãos continuou ainda mais furiosa. Esquecem os inimigos do cristianismo essa magnífica obra no Ocidente que é a sociedade brasileira e toda a sociedade latino-americana moldada pela religião cristã, com sua doutrina de bons costumes, que dá extrema importância à família.
Sem constrangimento algum, os sociólogos da dialética marxista inventam números. Dizem que no Brasil havia em torno de 5 milhões de índios em 1500. Um número muito redondo e, portanto, bastante questionável, já que Cabral não trouxe nenhuma equipe para fazer o recenceamento. E como hoje estima-se que existam em torno de 300.000 índios nas reservas indígenas, a aritmética que tentam nos empurrar goela abaixo é que o restante foi sumariamente exterminado. Ora, Fafá de Belém, Luíza Brunet, Gilberto Mestrinho e milhões de brasileiros de origem mais do que indígena nos provam que o que houve de fato foi uma extraordinária miscigenação nestes trópicos, ainda que muitos índios tivessem perdido a vida no período da conquista portuguesa. E mesmo os atuais 300.000 índios são um número muito abaixo da realidade, já que não é computado o número de indígenas vivendo nas cidades e em muitas áreas rurais fora dos bantustões brasileiros. Pesquisa recente da UFMG (5) comprova que 45 milhões de brasileiros possuem sangue indígena, desmentindo categoricamente que houve um massacre sistemático de nossos índios. Houve massacres, sem dúvida, mas não na extensão em que é apresentada. Finalmente, convém lembrar que Rondon, descendente de índios terenas, não teria seguido sua brilhante carreira militar, culminando na promoção a marechal, caso estivesse confinado em algum bantustão.
Além da questão indígena acima abordada, há grupos fazendo de tudo para criar em nosso país outros bantustões, além dos bantustões indígenas. São movimentos que pregam a sua própria exclusão da sociedade brasileira, já que procuram se diferenciar das pessoas comuns e instituir um modus vivendi próprio, como se novas etnias estivessem surgindo do nada, como o movimento negro, o movimento de mulheres, o movimento dos sem-terra, o movimento de gays e outros, fomentados pelo rancor esquerdista e pelo modo "politicamente correto" de pensar dos americanos do norte.
Há movimentos tentando manter isolados, no interior do país, os negros descendentes de quilombos, desqualificando-os a se integrar à sociedade brasileira, ou impedir que a sociedade brasileira, branca e mestiça em sua maioria, se integre a eles. Os poucos casos de preconceito racial no Brasil são magnificados pelas lupas de organismos negros racistas, que, ao invés de solucionar a questão, apenas acirram os ânimos e a discriminação, ou, no mínimo, caem no ridículo, como foi o caso de uma ação movida por um grupo carioca contra o palhaço Tiririca, que havia escrito uma canção boba e ingênua "Olha os cabelos dela". O próprio governo federal é favorável a cotas para o ingresso de negros nas universidades, copiando a affirmative action dos americanos. Com essa "discriminação positiva" tupiniquim, quem seria considerado negro? Somente os pretos ou também cafuzos e mulatos? Seria inventado o "pigmentômetro", para medir a reflexão de luz (ou a falta de reflexão) da pele das pessoas? Não dá para acabar com o racismo propondo uma ação racista. No Brasil, não são os negros os únicos excluídos do sistema educacional superior, porém todas as pessoas pobres, independentemente do matiz de sua pele, para as quais o acesso a uma educação plena é um sonho que nunca será realizado. Movimento Negro Unificado, grupo musical Raça Negra e outros movimentos do mesmo teor apenas conseguem pregar ou sugerir a exclusão racial, pois abrem o precedente de serem criados no Brasil, por exemplo, o Movimento do Orgulho Branco ou algo como Camerata da Raça Ariana, com todos os seus integrantes sendo obrigatoriamente louros e de olhos azuis, descendentes da Renânia, tocando violino Stradivarius.
Ora, não existem ítalo-brasileiros, nipo-brasileiros, teuto-brasileiros nem afro-brasileiros. Apenas brasileiros. Pelé é brasileiro, apenas brasileiro, talvez o mais brasileiro de todos, uma marca registrada mundial, é reconhecido como brasileiro instantaneamente em todos os continentes, assim como são imediatamente identificadas a marca da coca-cola e a figura carismática do Papa João Paulo II. O "negão", como o chamavam e ainda o chamam com carinho seus companheiros de quatro campeonatos mundiais de futebol, com certeza não admite que seja apelidado de afro-brasileiro, uma invenção copiada dos norte-americanos para excluir o negro de sua sociedade, marcá-lo a ferro em brasa, para que seja, como gado, confinado em guetos, sejam eles territoriais ou culturais.
Uma das últimas sandices de que se tem notícia foi a obrigatoriedade dos proprietários do Dicionário inglês Webster de "raspar" algumas palavras consideradas "ofensivas" aos negros. Algo parecido foi tentado por uma deputada distrital do PT durante o governo de Cristovam Buarque no Distrito Federal (época em que foi rejeitada a concessão do título de cidadão honorário a Pelé). O coronel Guerra, por exemplo, teria seu nome mudado para coronel Paz. A polícia seria menos violenta... Energúmenos acreditam que a retirada do Aurélio de palavras como puta e crioulo iria diminuir a putaria e a discriminação. (A palavra "pederasta" será riscada do Código Penal Brasileiro, como se isso fosse diminuir o número de pedófilos da atualidade, a maioria composta por homossexuais, conforme denúncias recentes.) Os brasileiros livres de ódio e preconceito, que são a imensa maioria, estão cansados de ouvir tanta bobagem. Nada de negritude júnior ou branquelice sênior. Somos todos brasileiros e ponto final.
O MST, para não ficar atrás, também se desdobra por todos os meios para a criação de outros tipos de bantustões em todo o país. Há um sistema de ensino criminoso sendo ministrado em seus acampamentos, onde apenas os "militantes", formados em células socialistas do próprio movimento (6), são capacitados a ministrar aulas. O jornal O Estado de S. Paulo denunciou essa "pedagogia do gueto", onde as crianças, como os antigos balilas do fascismo italiano, são amestradas na doutrinação comunista. Nesses acampamentos, 7 de setembro não é Dia da Pátria, mas "dia dos excluídos". Os heróis nacionais não são Tiradentes, Caxias, Tamandaré, Santos Dumont, porém Antônio Conselheiro, Lampião, Lamarca, Luís Carlos Prestes, Marighela. As escolas têm nomes sugestivos como Che Guevara, Mao Tse Tung e outros assassinos compulsivos. Desde a mais tenra idade, as crianças são ensinadas a ter ódio de quem tem uma propriedade e a não respeitar as leis vigentes no país, já que "a lei é feita para atender aos interesses da minoria e não do povo", como prega a cartilha guerrilheira do MST, "A Vez dos Valores". Com o acovardamento dos governadores, receosos da ocorrência de outros "eldorados do carajás", e com a inoperância da justiça, que não garante o respeito à propriedade e não prende os criminosos que matam e destroem benfeitorias, o MST está se tornando um estado dentro do Estado brasileiro, em total desrespeito à Constituição. Ou seja, com a ajuda financeira de muitas entidades nacionais e internacionais, incluindo a CNBB, o CIMI e o próprio governo FHC, que financia o movimento via INCRA, o MST está criando centenas de bantustões no território brasileiro, sem nenhum questionamento de nossas autoridades. Com a técnica da plastinação (7), injetando o moderno silicone gramscista nos mofados esqueletos de líderes comunistas, untando-os com o velho formol da dialética marxista, o MST tenta ressuscitar figuras como Mao Tse Tung, Lênin, Che Guevara, Prestes, Lamarca, Marighela e outros, para reeditar as ações terroristas das VPR e ALN de outrora.
Os movimentos feministas, em franca decadência, graças aos avanços que conseguiram com respeito à igualdade entre os sexos, atualmente se prestam apenas a promover a prática do aborto, afirmando que têm total direito de decisão sobre seu corpo, e que, por isso, podem fazer o que bem entenderem. Ora, uma mulher tem direito sobre o próprio corpo no que concerne em melhorar sua saúde e sua beleza, em não se prostituir, nunca em tirar a vida do feto gerado em seu próprio ventre, que é um ser humano como ela, não um entulho indesejável. Elas têm todo o direito de fazer xixi agora ou daqui a cinco minutos, não de expelir um filho covardemente assassinado como se fosse um cocô.
Movimentos de meninos de rua, após as imagens geradas pela chacina da Candelária, no Rio de Janeiro, obtiveram amplo apoio da imprensa e de organismos internacionais, conseguindo fazer o milagre da multiplicação de ONG em todo o país, interessadas em passar a mão nos dólares enviados por bobões de todos os cantos do planeta. Embora essa nova "etnia" dos meninos de rua fosse apenas uma invenção fantasiosa, um grupo carioca conseguiu a proeza de receber o prêmio internacional Rei da Espanha, não se sabe até hoje por qual motivo, já que não havia retirado os meninos e as meninas das ruas, pelo contrário, fazia lobby para que os mesmos permanecessem nas ruas para concluir o doutorado com os bandidos. Pesquisadores sérios, após alguns cálculos simples, descobriram que no Rio de Janeiro havia mais ONG do que meninos de rua!... A partir de então não se fala mais do assunto.
Quanto aos representantes da "terceira via", que nos estádios de futebol são lembrados como bichas para xingamento do juiz ou de algum jogador, mas que se autodenominam "gays", também fazem de tudo para parecer uma nova etnia, mais colorida ainda do que as vestes africana ou do que o próprio arco-íris. Esquece essa turma "alegre" de que são apenas humanos, embora com outros desejos, "orientações" ou desvios de conduta, seja lá o que for, o que eu também tenho o direito de discordar, já que também tenho minha própria orientação, seja religiosa, seja moral, seja cultural. Não há dúvida de que os "gays" merecem respeito, como todo ser humano, porém não têm o direito de tentar nos dizer que casamento entre pessoas do mesmo sexo seja algo natural, porque natural é o casamento entre um homem e uma mulher, uma união consagrada em todas as culturas, abençoada por todas as religiões, base de toda estrutura familiar, que é a célula da sociedade humana desde tempos imemoriais. Que os "gays" tenham o gosto particular por pessoas do mesmo sexo é um assunto que diz respeito apenas a eles, conquanto não venham a praticar sexo com crianças e adolescentes, uma prática seguida por um grande número deles, que deve ser denunciada e punida com cadeia. A violência sexual contra crianças e adolescentes promovida por muitos homossexuais é bem maior do que se possa imaginar, embora a mídia e os institutos de pesquisa se calem a respeito. Nos EUA há um grupo, o Man-Boy Love Association, algo como "Associação dos Amantes de Meninos", que faz apologia ao crime ao pregar que a pedofilia é a coisa mais natural do mundo. No Brasil, talvez para dar um status acadêmico aos homossexuais, vamos dizer assim, as "libélulas" da USP sobrepujaram-se a si mesmas em matéria de estultice: criaram um curso pré-vestibular (8) voltado exclusivamente para "gays"!... Será que os "gays" realmente querem um terceiro banheiro, com bidê rosa, além de exigir que fichas de preenchimento de dados pessoais tenham três colunas para marcar o sexo? Não sei, mas que eles fazem um esforço enorme para criar seu bantustão "sui generis", isso eu não tenho dúvida.
Já está mais do que na hora de voltarmos a ter um pouco mais de racionalidade nesse assunto de inclusão e exclusão social. Incluir na vida brasileira todos os povos e todas as raças aqui existentes é acima de tudo uma mensagem cristã de amor ao próximo. A única exclusão que deveria ser pregada é aquela relacionada à estupidez de todos os radicais do momento, que apenas promovem tumultos e insegurança na sociedade brasileira e nada têm a oferecer a não ser ranger de dentes, pedradas, ovadas, pauladas e cusparadas de fel. Radicais de todos os matizes deveriam, estes sim, ser confinados em bantustões, bem longe da costa brasileira. Quem vota a favor de mandá-los, sem passagem de volta, para o paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha? Seria um preço muito alto, concordo, mas viveríamos um pouco mais sossegados.
P. S.: Um lembrete aos indígenas rancorosos em Coroa Vermelha por ocasião da missa do dia 26 de abril de 2000: pesquisas recentes comprovam que antes da chegada das civilizações indígenas conhecidas na ocasião da descoberta da América, havia civilizações indígenas anteriores, que foram totalmente dizimadas pelos ancestrais dos atuais indígenas. Portanto, não adianta pregar sermão contra os romanos sendo o Átila que os esmagou.
Notas
(1) Sociedade civil: denominação utilizada pela primeira vez por Adam Ferguson, em 1767, em seu "Ensaio sobre a história da sociedade civil", no qual discorre sobre as virtudes do homem na sociedade civil, ou seja, a "sociedade civilizada", em oposição ao homem isolado e bruto. O marxista francês L. Althusser, aplicando a dialética hegeliana, afirmou que em cada sociedade há embutidas duas sociedades diferentes e opostas: a sociedade política ou Estado (classe dominante) e a sociedade civil (sociedade dominada ou povo), denominações fartamente utilizadas por Antônio Gramsci, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Atualmente, a sociedade civil compreende as ONG, organizações comunitárias, associações de moradores, organizações religiosas, partidos políticos, sindicatos, associações profissionais, corporações privadas sem finalidade lucrativa, organizações e instituições privadas, como fundações, escolas, universidades, centros de pesquisa e a organização material da cultura (revistas, jornais, editoras, emissoras de televisão, meios de comunicação de massa, etc.). Segundo Gramsci, é a sociedade civil, em sua "guerra de posição" nos Estados democráticos modernos, que irá levar esses países à conquista do socialismo, ao passo que a "guerra de movimento" ou revolução permanente, na acepção de Marx e Engels em 1850, será adotada contra os Estados absolutistas ou despóticos, ou contra Estados democraticamente fracos.
(2) O livro "A Farsa Yanomami", do coronel Menna Barreto, foi editado pela Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1996.
(3) Veja mapa editado pela FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) e pelo ISA (Instituto Socioambiental), com apoio do MEC e do Pró-Nordeste, escala 1:800.000.
(4) "Libélulas" da USP: trocadilho de Libelu - Liberdade e Luta, movimento marxista-lambertista existente na USP durante os governos militares (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). Atualmente, as "libélulas" mais conhecidas que esvoaçam sobre o "campus" da USP são Emir Sader, Paul Singer, Marilena Chauí, Leandro Konder, entre outras, além daquelas que alçaram vôos "extramuros", como FHC. Mas há também as borboletas da UnB, as mariposas da UFF, as ... etc... Veja "As libélulas da USP", de minha autoria em www.usinadeletras.com.br.
(5) A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo à frente o professor e médico geneticista Sérgio Danilo Pena. A equipe concluiu, ainda, que "a contribuição européia na população brasileira se deu basicamente através dos homens, enquanto a ameríndia e a africana foi principalmente das mulheres (veja o artigo "Pé na Taba", da revista Istoé, edição número 1592, de 4/4/2000).
(6) Em Sidrolânda, MS, o MST e a Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo (CLOC) promoveram, em 1999, um Curso de Capacitação de Militantes do Cone Sul, para 44 brasileiros, 21 paraguaios, 17 argentinos, 6 bolivianos e 5 chilenos. O objetivo desse curso foi o de manter a "mística" do movimento, ao estudar a história do MST no Brasil e seus principais símbolos, além da formação específica de quadros para doutrinar e controlar as "massas", para atingir o objetivo final do movimento, a implantação do comunismo no país ("Hasta la victoria! Siempre!"): "... socialização dos bancos, dos meios de comunicação e do Estado"; "... as contradições serão cada vez maiores entre os trabalhadores e a burguesia e isso se resolve quando a luta adquire um caráter político e de classe"; "... a organização deve formular e seguir sempre a teoria revolucionária para ter condições de realizar a revolução" (veja o artigo "MST mostra que a meta é a tomada do poder", de Carlos Soulié do Amaral, publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", nos dias 20 a 22 de junho de 1999).
(7) Plastinação: técnica que consiste em desidratar quimicamente os membros de um morto e depois preenchê-lo com silicone, epóxi ou poliéster, para utilização como prótese.
(8) CAHUSP: Centro Acadêmico de Estudos Homoeróticos da USP. ONG voltada ao exame pré-vestibular exclusivo para o grupo GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes).
O livro de Nelson Ramos Barreto, A Revolução Quilombola (Artpress, São Paulo, 2007), narra as maracutaias feitas pela tróica da malandragem 'bantustola' (os quilombolas dos bantustões racistas): Fundação Palmares, Incra e falsos quilombolas. Como se sabe, bantustões eram áreas criadas pelo regime do Apartheid, na África do Sul, em que os negros eram confinados como animais e de onde só podiam sair com autorização do governo.
A Constituição Federal, em seu Art. 68, prevê que terras ocupadas por antigos descendentes de quilombos, os quilombolas, tenham os devidos registros cartoriais: 'Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos'. É importante atentar para as palavras escritas pelo constituinte: 'que estejam ocupando suas terras', não 'que ocupavam', 'que tinham ocupado' ou “que irão ocupar”.
O que ocorre, no entanto, é que o Incra e a Fundação Palmares estão aceitando qualquer sujeito a se identificar como quilombola (a tal 'auto-atribuição' ou 'autodefinição') e, a partir daí, conceder terras a falsos quilombolas, em áreas onde nunca havia existido qualquer tipo de comunidade quilombola. Basta o bantustola dizer que o tataravô escravo tenha andado por tais e tais terras ou serras, que tenha pescado em tais e tais rios, que tenha caçado em tais e tais matas, que tenha procriado em tais e tais campos, para que o pedido de bantustola seja imediatamente aceito, sem direito de contestação do legítimo proprietário.
Em Joaçaba, SC, minha terra natal, segundo denúncia de Barreto, nem a Mitra Diocesana escapou da sanha quilombola. Seria o caso de implantar um 'bantustola carola' no progressista município do Vale do Rio do Peixe?
Em Campos Novos, SC, na Invernada dos Negros, ocorre outra patifaria, segundo investigação de Barretto. Um antigo fazendeiro doou cerca de 1/3 de suas terras a antigos escravos, depois de alforriados. Hoje, lá vivem apenas 32 famílias, as quais, nunca foram quilombolas, pelo simples fato de nunca terem fugido do patrão, que sempre foi muito bondoso com seus escravos. Espertamente, baseado em laudo de uma antropóloga de uma universidade catarinense, o Incra quer aumentar o tamanho daquelas terras para pelo menos 8.000 hectares 'numa primeira etapa' (outras etapas com certeza aparecerão mais adiante), para que sejam assentados cerca de 1.000 bantustolas na região! Como foi feito o milagre da multiplicação dos bantustolas? Com a distribuição de cestas básicas feitas pelo Incra, como isca, apareceram muitos espertalhões vindos de outras regiões do Estado, os quais, na maior cara-de-pau, se 'identificaram' como bantustolas, assinando uma lista que não tem nenhum valor jurídico em um país sério, o que não é o caso do Brasil. O interessante é que a maioria desses picaretas importados pelo Incra nem sabe o que significa 'quilombola', pois alguns deles falam em 'quirombolas' e até 'carambolas'...
No Rio de Janeiro, no bairro da Saúde, um espertalhão chamado Damião Braga Soares dos Santos ocupou irregularmente um imóvel da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e, posteriormente, identificou-se como sendo também um bantustola, junto com sua mulher, Marilúcia da Conceição Luzia, e mais três picaretas. Até aí tudo bem, tem sem-vergonha em toda parte. Porém é assombroso que a Fundação Palmares e o Incra tenham aceitado tal absurdo como uma prova de existência bantustola. Logo lá, no centro do Rio, na região portuária, próximo de um antigo Forte Militar.
Dentro dessa loucura bantustola, o município de São Mateus, ES, deverá ser desapropriado em cerca de 80% de seu território, para doação a falsos quilombolas! Para onde mandar toda essa gente que lá habita há séculos, que produz um dos agronegócios mais diversificados do País?
No final da Ilha da Marambaia, existe uma unidade de Fuzileiros Navais, onde Lula gosta de passar suas férias. Além dos fuzileiros, habitam a região cerca de 106 famílias, que vivem basicamente da pesca, da aposentadoria e da Bolsa Esmola. Uma Ong inventou que essas famílias são bantustolas, a malandragem foi aceita pela Fundação Palmares e pelo Incra, que deseja que a metade da ilha (16 milhões de m²) se torne propriedade bantustola!
Antropólogos da Universidade de Brasília (UnB) criaram um mapa do Brasil com a existência de 2.228 quilombos. A Fundação Palmares, ONGs e bantustolas já aumentaram esse número para próximo de 5.000. FHC concedeu, em oito anos, um Estado de São Paulo inteiro ao messetê, a um custo de cerca de R$ 25 bilhões. Nesse favelão apocalíptico, somente 9% dos assentados conseguem viver de seu próprio trabalho, 91% vivem de passeatas e cestas básicas. O insumo agrícola que esses falsos trabalhadores rurais recebem não é grão de milho ou de soja, mas pano vermelho, para confecção de bandeiras, bonés e camisas. Os 5.000 bantustões negros requeridos pelos bantustolas têm uma área superior a cinco Estados do Rio de Janeiro. E assim, de 'carambola' em 'quirombola', os quilombolas criados pelo Incra deitam e rolam. Felizes bantustolas!
Barreto lembra como o movimento negro substituiu a bondosa Princesa Isabel por Zumbi, um escravocrata que espalhava o terror nas populações vizinhas a partir do Quilombo dos Palmares. O autor apresenta uma prova de que “Zumbi mantinha escravos de tribos inimigas para os trabalhos do quilombo”, tirada do livro Divisões Perigosas, de José de Souza Martins (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, pg. 99): “Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vende-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo lingüístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões” (pg. 20).
O racismo quilombola teve grande impulso com FHC que na deliberação do Programa Nacional dos Direitos Humanos, criado em 1996, deu início à divisão do Brasil em um país bicolor: 'Determinar ao IBGE a adoção do critério de se considerar os mulatos, os pardos e os pretos como integrantes do contingente de população negra'. Assim, os negros mestiços, ainda que tenham 50% de sangue europeu, passam a ser tratadas como africanos puros, um absurdo! Com uma penada, FHC pretendeu acabar com uma instituição nacional, a “mulata”.
“Com este jogo de conceitos, o censo, que apresentava 51,4% da população brasileira como sendo branca, 5,9% como negra e 42% como parda, com o advento da nova expressão fez com que a população negra passasse a constituir 47,9% dos brasileiros. Diante dos números aima, foi criado o slogan: ‘No Brasil a pobreza tem cor, e ela é negra’. A causa da pobreza dos negros seria um ‘racismo escondido’. O governo, em vez de combater a pobreza com os instrumentos clássicos de educação de qualidade, geração de emprego, fortalecimento da família e de valores morais, com amor ao trabalho e à poupança, vem criando uma série de programas de incitamento à revolta, resultando em invasões de propriedades e desrespeito às decisões judiciais” (pg. 11-12).
O racismo quilombola tenta se aperfeiçoar ainda mais, com base no Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 213/2003, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), que 'institui o Estatuto da Igualdade Racial', uma constituição paralela para os negros, como diz Barreto, um verdadeiro Apartheid: “Não se trata de igualar os direitos para todas as raças, mas de fazer uma divisão, um verdadeiro Apartheid, separando os negros em seus direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à cultura, e em todos os demais, como se isso já não fosse garantido na Constituição a todos os brasileiros sem distinção de raça” (pg. 33). Um desses projetos segregacionistas já em vigor é o sistema de “cotas raciais”, em que estudantes têm direito a ingressar na universidade por conta apenas da cor de sua pele negra ou nem tão negra assim – um ato inconstitucional que os juízes do STF já deveriam ter derrubado logo no início, caso não estivessem comendo moscas e aceitando a demagogia e a pilantragem do movimento negro.
Vale lembrar que, em março deste ano, a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção e Igualdade Racial, afirmou que “não é preconceito negro odiar branco, é uma coisa natural”. Imagina se eu afirmasse que é natural o branco escravizar o negro, por ser superior intelectualmente. Eu seria imediatamente preso, por “prática de racismo”. E o que aconteceu com Dona Matilde? Nada, como nada aconteceu com o ministro de propagação da subversão continental, Marco Aurélio Garcia, com seu obsceno gesto “top-top-top”, por ocasião do acidente do avião da TAM, que deixou 199 mortos, acompanhado devidamente por um aspone fazendo gestos ainda mais obscenos de “fuck-fuck-fuck”.
É assim que funciona o movimento bantustola: de mentira em mentira, de safadeza em safadeza, de malandragem em malandragem, vai levando a 'revolução quilombola' para o campo e a cidade, de modo a trazer preocupação e desespero à população legalmente estabelecida há séculos.
Inegavelmente, a 'revolução quilombola' é o messetê dos negros, como muito bem disse Nelson Barretto. Os bantustões dos quilombolas estão sendo moldados dentro dos mesmos conceitos das fazendas coletivas soviéticas, os kolkhoses, que levaram a fome à antiga URSS. Ninguém é dono de nada, já que apenas a “comunidade quilombola” é proprietária das terras.
Assim, galinha d’angola
em terreno bantustola
não tem dono porque é comunitária a caçarola...
Favelas e mais favelas serão criadas por conta desse movimento racista só visto nos bantustões do Apartheid sul-africano de triste memória. Quem é que vai querer trabalhar para progredir na vida, se tudo é distribuído a todos, mesmo para os vagabundos que não são chegados ao trabalho, nada produzem, e que preferem fazer passeatas pelas cidades do País?
Algumas dúvidas já se impõem: só 'beiçola' pode ocupar terra de bantustola? Branquelo azedo e 'pindirriga', como eu, pode se casar com mulher bantustola, viver no bantustão quilombola e procriar filhos bantustolas? Ou isto será proibido, para preservar o código genético dos negros, para que não tenha nenhum tipo de “contaminação” de sangue branco?
Dentro desse princípio, deveriam também ser criados “branquelolas”, os “quilombolas de brancos”, nas cidades de origem alemã e italiana de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se Lula já criou até uma moeda para os bantustolas de Alcântara, MA, o “Guará”, que tal criar também uma moeda exclusiva para os alemães de Blumenau? Poderia ser “Pila”, palavra que no Sul significa “dinheiro”. Ou “Fritz”. Os habitantes de Pomerode, a cidade mais alemã de Santa Catarina, iriam adorar...
Nestes tempos de dólares na calçola,
com o apoio de muitos gazolas,
a malandragem abate o País e a todos esfola.
Do jeito que a coisa rola,
logo, logo, o Brasilistão – o Brasil dos bantustões indígenas, de negros e MST - se transformará numa continental Angola.
Não bastasse a ação criminosa do latifundiário movimento do messetê (MST) que, com farto dinheiro público, está adquirindo terras e mais terras para implantar fazendas coletivas nos moldes dos kolkhoses soviéticos, agora surge a co-irmã quilombola, para tomar ainda mais terras. Só durante o governo FHC, foi destinado um Paraná inteiro aos baderneiros do MST, que fazem de tudo, menos plantar feijão, que é "bão", ao custo de mais de R$ 20 bilhões!
Junto com as reservas indígenas - outros latifúndios improdutivos -, esses movimentos revolucionários de viés esquerdista estão transformando o Brasil em uma colcha de retalhos, em uma "balcanização", em um verdadeiro "Brasilistão", no estilo dos antigos bantustões da África do Sul, onde os negros eram confinados dentro de reservas especiais, vivendo como bichos dentro dos zoológicos, de onde só podiam sair mediante permissão das autoridades do Apartheid.
Depois da roubalheira de terras feita pelo messetê, via Incra, agora aparece essa ação espertalhona dos quilombolas, transformando o mapa do Brasil em uma verdadeira pele de onça, com manchas por todo o território nacional. Até a Ilha da Marambaia esses espertalhões querem tomar, como se viu em notícia recente na TV.
Se persistir essa segregação nacional, delimitando terras exclusivamente para índios, sem-terra e quilombolas, não seremos mais uma República Federativa, não seremos mais um povo democrático, em que a diversidade cultural deva ser respeitada. Seremos apenas um atrasado "Brasil com Afeganistão", um verdadeiro "Brasilistão". Um volta aos bons tempos tribais de antes da Idade Média, onde os senhores da guerra impunham suas leis aos seus súditos.
E os loiros de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, ganharão também reservas especiais, para garantir a perpetuação de seu código genético, como gostaria que ocorrese o racista Conde Gobineau? Que tal criarmos, também, os "brancololas" ou quilombolas de brancos no Sul do Brasil?
Só falta o movimento gay também querer delimitar suas terras (ou seus bairros nas cidades), como se verificava nos antigos pogroms judeus, tanto na Rússia tzarista, como na Alemanha hitlerista. A propósito, a Gestapo criou pogroms gays na Alemanha, em 1937. Será que os gaysistas brasileiros querem repetir a façanha, já que se julgam seres especiais com direito a leis especiais, como a famigerada "lei contra homófobos"?
Triste Brasil! Triste América Latrina!
Mensagem referente ao texto Brasilistão: Quilombolas e brancololas, além dos
índios - Crônicas.
Enviado Por: Edmundo Santos
Da cidade: Prado, Extremo Sul da Bahia
Gostei da sua Crônica: Brasilistão: Quilombolas e brancololas, além dos Índios.
Lembrando que vivemos a plenitude do livre arbítrio. E isso é bom. O Senhor tem
um censo critico agudo. Permita-me fazer das suas palavras as minhas. Concordo
com tudo que disse mesmo sendo da etnia Pataxó. Respeitar o contraditório é um
caminho segura para o exercício da Democracia.
Por favor, gostaria que o Senhor fizesse uma crônica falando dos 10 (dez) milhões
de Índios que foram exterminados no Brasil. Se possível, queria saber do Senhor
se o Governo tem alguma dívida social com esses que o senhor citou na sua
Crônica Brasilistão?
*
Resposta ao pataxó:
Brasília, 8/8/2007
Prezado Edmundo,
Obrigado por manter contato, comentando a cronicazinha que escrevi sobre o Brasilistão.
Tenho plena convicção de que você está errado, ao falar do genocídio de 10 milhões de índios brasileiros. Simplesmente, esse genocídio nunca existiu. Primeiro: Cabral não trouxe o IBGE de Portugal para contar quantos índios havia no Brasil na época do "Descobrimento". Segundo: se os índios tivessem sido exterminados na proporção que você insinua, não haveria tantos mestiços, que são a maioria dos brasileiros, especialmente na região Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A crônica aborda uma questão que hoje me parece muito grave: querer criar guetos em todo o território nacional, especialmente guetos indígenas e quilombolas, de modo que o branco não possa entrar nessas áreas. Eu sou a favor da máxima miscigenação do povo brasileiro, de modo que todos tenham condições de crescer social e economicamente.
A propósito, se você ler meu ensaio "Bantustões brasileiros", acessível no endereço http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=556, vai ter uma idéia do que penso a respeito.
Atenciosamente,
Félix Maier
BRASÍLIA - O livro A Farsa Ianomâmi, escrito pelo coronel do Exército Carlos Alberto Lima Menna Barreto (*), põe a nu, ao provar com inúmeros documentos, a farsa do século passado, que foi a criação da Terra Indígena Ianomâmi (TI Ianomâmi). Na verdade, o blefe monumental foi arquitetado por uma fotógrafa belga, Cláudia Andujar, que reuniu algumas tribos, que não tinham nenhuma relação entre si, e criou a "nação imemorial dos ianomâmis", com o total apoio dos caciques brancos de Brasília.
O livro de Menna Barreto tem a apresentação feita pelo general-de-divisão Carlos de Meira Mattos, que assim inicia seu escrito:
"A questão ianomâmi, como é apresentada pelos interesses alienígenas, clama contra a lógica e o bom senso. Como reivindicar o controle político de um território brasileiro da extensão de 94.1991 km2 (semelhante à área de Santa Catarina e três vezes a superfície da Bélgica), para uma tribo que o habita, de 5.000 índios, no máximo, e que vive, até hoje, no mais baixo estágio da ignorância e primitivismo? Estes próprios índios ignoram as reivindicações que são feitas em seu nome, por organizações internacionais mascaradas com intenções científicas (ecologia, ambientalismo, antropologia) e que fazem uma pressão crescente no sentido de entregar a soberania dessa área aos seus habitantes" (pg. 11).
Em 1973, em noticiário bombástico, Cláudia Andujar se referiu pela primeira vez aos índios ianomâmis, os quais, no entanto, nunca haviam sido identificados pelos exploradores que passaram pela região. E olha que foram muitos, tanto do Brasil, quanto do exterior. No capítulo 3, A Ianomamização dos Índios, diz Menna Barreto: "Manoel da Gama Lobo D'Almada, Alexandre Rodrigues Ferreira, os irmãos Richard e Robert Schomburgk, Philip von Martius, Alexander von Humboldt, João Barbosa Rodrigues, Henri Coudreau, Jahn Chaffanjon, Francisco Xavier de Araújo, Walter Brett, Theodor Koch-Grünberg, Hamilton Rice, Jacques Ourique, Cândido Rondon e milhares de exploradores anônimos cruzaram, antes disso, os vales do Uraricoera e do Orenoco, jamais identificaram quaisquer índios com esse nome" (pg. 29).
Com a autoridade de quem foi o primeiro comandante do 2 Batalhão Especial de Fronteira e do Comando de Fronteira de Roraima, diz Menna Barreto: "É preciso ficar claro antes de tudo que os índios supostamente encontrados por Cláudio Andujar são os mesmos de quando estive lá, em 1969, 1970 e 1971. (...) eles continuam a ser os xirianás, os uaicás, os macus e os maiongongues de sempre, ficando essa história de "ianomâmis" só para brasileiros e venezuelanos" (pg. 33).
Castigo aos trabalhadores
Em 1985, quando Menna Barreto era secretário de Segurança de Roraima, a população de Boa Vista ficou admirada com tantos aviões da FAB fazendo evoluções nos céus: dois aviões de transporte Búfalo, uma esquadrilha de jatos e alguns helicópteros.
As aeronaves não eram para compor a Base Aérea de Boa Vista, recém-inaugurada. Eram para transportar agentes federais, que desceram no garimpo de Santa Rosa, para aplicar castigos aos trabalhadores, como escreveu Menna Barreto: "Após retirarem as pessoas de suas choupanas ao lado da pista, as teriam obrigado a se despirem, submetendo-as a vexames, ofensas e agressões, enquanto outras equipes procediam à destruição dos equipamentos e mantimentos existentes nas imediações" (Pg. 59 e 60).
Menna Barreto soube, por integrantes da FAB, que a ordem de Brasília era, em um prazo de 4 semanas, "esvaziar os garimpos a oeste dos 62 e as áreas reivindicadas por macuxis, ingaricós e taulipangues nos Rios Suapi, Quinô, Cotingo e Maú, na região montanhosa, ao norte do Território" (pg. 60). Finaliza Menna Barreto seu capítulo 7, A Vingança da Gringa: "Tempos depois - por informações vazadas da Funai - soube-se que a autoridade misteriosa não era outra senão a belga Cláudia Andujar. Com singular prestígio nas altas rodas de Brasília, intimidou órgãos do Governo com um protesto pela existência de brasileiros a oeste do meridiano 62, no Garimpo Santa Rosa. A solução encontrada foi desencadear uma operação secreta de espancamento de garimpeiros, de modo a contentá-la, sem que mais ninguém neste país ficasse sabendo..." (pg. 62 e 63)
Raposa Serra do Sol teve sua origem em blefe semelhante à geração espontânea dos ianomâmis. Diz Menna Barreto: "E muito menos se pode chamar de ideal a conspiração criminosa de alguns 'padres' com os índios transviados, para arrancar outro pedaço de Roraima, com a criação pretendida da reserva indígena Raposa - Serra do Sol, em uma parte do estado povoada, há dois séculos, por brasileiros" (pg. 155).
Não se pode esquecer o modus operandi desses patifes, muitos travestidos de padres e pastores evangélicos. Diz Menna Barreto: "Agem pela violência, seguindo a conhecida receita da guerrilha: intimidar para subjugar. E nem sabem mais por quê. O terrorismo, a violência deixou de ser o processo para ser o objetivo. E violência não pode ser ideal de ninguém. Bandido não pode ser herói. Bandido é bandido mesmo" (pg. 155).
Nação Cué-Cué Marabitanas
Depois das Nações Ianomami e Raposa Serra do Sol, vem aí uma nova nação, que está sendo engendrada pelos morubixabas da Funai, pelo Cimi e por sociólogos e antropólogos de diversas partes do mundo, para arrancar mais um naco do mapa do Brasil: a Nação Cué-Cué Marabitanas.
Guarde bem este nome: Cué-Cué Marabitanas. Logo irá aparecer nos noticiários. No momento é a TI Cué-Cué Marabitanas, que, juntamente com outras TI, existe apenas nos mapas da Funai, do Cimi e das ONGs. Fica no Estado do Amazonas, município de São Gabriel da Cachoeira e tinha 1.645 indígenas, em 1996, segundo fonte do Instituo Socioambiental (ISA). Na extremidade sul da TI Cué-Cué Marabitanas fica a cidade de São Gabriel da Cachoeira.
Esta TI dos cués fica entre a TI Balaio, a leste (que faz fronteira com a TI Ianomâmi), a TI Alto Rio Negro, a oeste, a TI Médio Rio Negro I, ao sul, e a Venezuela, ao norte. Abaixo da TI Alto Rio Negro, existe ainda a TI Rio Apapóris (próximo à Vila Bittencourt). E a leste da TI Médio Rio Negro existem as TI Médio Rio Negro II e TI Rio Tea.
Abaixo da TI Médio Rio Negro I - depois de uma faixa de terra ainda não pleiteada pela Funai para os indígenas - existe a TI Uneiuxi. Todas estas TI ficam no Amazonas. Com as demarcações de Balaio e Cué-Cué Marabitanas, o município de São Gabriel da Cachoeira terá 90% de suas terras destinadas aos índios! Convém lembrar que no Amazonas existe, ainda, a TI Rio Cuieras, na região de Manaus e Nova Airrão.
A Portaria da Funai n 1.131, de 23 de novembro de 2007 (publicada no Diário Oficial da União n 229, de 29 de novembro de 2007, define o Grupo Técnico para realizar a delimitação da TI Cué-Cué Marabitanas, constituído também - vejam só! - por "lideranças indígenas" e integrantes da ONG Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). O Exército, que durante séculos ocupou e preservou a Amazônia para o Brasil, mais uma vez não foi chamado para opinar sobre o assunto.
Faixa contínua de 23 milhões de hectares
Pesquisando na internet, descobri algo espantoso, que não vem sendo divulgado pela mídia, para que os vendilhões de nossa Pátria possam trabalhar mais à vontade. No blog do antropólogo e ex-presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, lê- o seguinte:
"...A ilusão messiânica também tem configurações laicas. Veja, por exemplo, a proposta do ISA de forçar a Funai a demarcar a Terra Indígena Cue Cue Marabitanas em tal dimensão que junte em uma única área as terras indígenas Ianomami (9,9 milhões de hectares) e Alto Rio Negro (10,5 milhões de hectares), as quais, junto com a demarcação de mais duas terras contíguas ao Sul, totalizariam cerca de 23 milhões de hectares e fechariam uma fronteira contínua de 2.500 km com a Venezuela e a Colômbia" (Cfr. em http://merciogomes.blogspot.com/2007/10/iluso-messinica.html).
O que se pode depreender das investidas do ISA, com pleno apoio da Funai e do Cimi, e de milhares de ONGs, tanto nacionais quanto estrangeiras, o problema indígena no norte de Roraima e Amazonas é muito mais grave do que imaginávamos, depois que foram criadas e homologadas pelo Governo Federal as TI Ianomâmi e Raposa Serra do Sol.
Ou seja, o movimento indigenista, de caráter entreguista (entre os brasileiros que apóiam tal patifaria) e de propósito gatuneiro (entre os espertalhões estrangeiros, que querem preservar para si, no futuro, a colossal riqueza do subsolo, de minerais raros), quer transformar uma área igual a três vezes o solo de Portugal em uma mega nação indígena, ao unir "nações indígenas" de Roraima à Vila Bittencourt (AM), passando pela Cabeça do Cachorro, em um arco de 3.000 km de extensão - com a agravante de fazer fronteira com tropas das FARC escondidas nas florestas colombianas.
Existe pressão de expandir ainda mais esse imenso território amazônico, se o avanço indigenista se estender também ao Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Sem falar que a TI Raposa Serra do Sol, que também faz divisa com a Venezuela, ao norte, e a Guiana, a leste, tem uma área superior a 1,7 milhão de hectares.
Espertamente, brasileiros apátridas, sob as ordens de ONG estrangeiras, pretendem que o Governo Federal primeiro homologue a TI dos cués, um território menor, para então darem o golpe final, monumental, definitivo, que é a criação e homologação da TI Alto Rio Negro, que tem uma área superior ao território ianomâmi. Com isso, terão conseguido o diabólico intento, que irá mais do que triplicar as terras contínuas dos territórios indígenas junto à fronteira com a Venezuela e a Colômbia, para mais fácil criar uma gigantesca e riquíssima Nação Indígena.
E por que aquela enorme região foi escolhida para comportar tão poucos índios? Uma visita ao endereço do site de Rebecca Santoro (Imortais Guerreiros) nos dá uma valiosa e decisiva pista, em seu texto "O misterioso, rico e estratégico corredor que passa por Roraima": a riqueza de sua bacia sedimentar (Cfr. em http://artigosrebeccasantoro.blogspot.com/2008/09/o-misterioso-rico-e-estratgico-corredor.html).
Será a efetivação da balcanização de toda a Amazônia, dilapidando as extensas terras que um dia pertenceram ao Brasil, país que, daí em diante, será conhecido mundialmente como Brasilistão - uma mistura de Brasil com Afeganistão. Outras extensas áreas indígenas do País terão o mesmo destino no futuro, a persistirem o entreguismo estatal e a inércia dos cidadãos brasileiros.
Convém lembrar, que, além dos indígenas, outros bantustões segregacionistas, também de cunho socialista, estão sendo criados em todo o Brasil, dentro dos moldes do Apartheid sul-africano de triste memória, que são os acampamentos do MST e as terras reivindicadas pelos quilombolas.
(*) MENNA BARRETO, Carlos Alberto Lima. A Farsa Ianomâmi, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1995.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
A ILUSÃO MESSIÂNICA
Mércio Pereira Gomes
No post intitulado "Meu protesto indignado", de 23/09/2007, mencionei dois temas polêmicos sobre os quais diversos amigos e participantes deste Blog me pediram maiores esclarecimentos. Um deles foi sobre o que é o mameluco e qual o papel do novo mameluco na história atual do indigenismo brasileiro. Naquele mesmo dia, à noite, teci algumas considerações sobre esse assunto e o postei no Blog.
Hoje vou considerar a questão da ilusão messiânica como sendo um dos fatores utilizados pelo indigenismo de oportunidade prevalente no panorama indigenista brasileiro da atualidade.
Em poucas palavras, a ilusão messiânica é a pregação que diversas Ongs exercem sobre alguns povos indígenas para que eles sintam que sua condição de oprimidos na sociedade brasileira pode ser revertida e redimida pelo exercício de práticas messiânicas. Acontece não só por parte das Ongs de cunho religioso, como o CIMI, a OPAN e algumas missões evangélicas, mas também por Ongs laicas. É que a idéia messiânica, embora oriunda do sentimento religioso, se exerce com base em um discurso religioso ou para-religioso, mas por práticas políticas e com objetivos políticos. As justificativas religiosas encobrem os interesses políticos e dão legitimidade às ações políticas.
Um dos principais sentimentos para-religiosos é de que a vontade do querer está acima das possibilidades objetivas da realidade. Assim, o "é só você querer" é o mote utilizado para levar jovens líderes indígenas a arriscar sua posição social e partir para o enfrentamento. Outro mote é “Deus está conosco”, outro ainda é “somos injustiçados pelo mal”.
Movimentos messiânicos existem no mundo inteiro, das Ilhas do Pacífico, passando por África, Oriente Médio, Europa e Américas. O termo vem da palavra hebraica "messiah", que quer dizer "o ungido", isto é, o escolhido (de Deus) para ser o libertador do povo hebraico. Os hebreus realizaram movimentos messiânicos em diversos momentos de sua história. Por exemplo, quando estiveram cativos na Babilônia e no Egito e quando foram subjugados por Roma. Jesus Cristo foi visto inicialmente como o messias que os hebreus esperavam para livrá-los do jugo romano, mas depois viram que seu objetivo era outro, bem diferente e mais amplo.
Os movimentos messiânicos quase sempre ocorrem nos contextos de opressão política e discriminação cultural, de destituição de direitos humanos e de condições econômicas adversas, inclusive do aumento de desigualdade social e da queda de padrões de vida.
No Brasil, a situação de uma grande parte dos povos indígenas é condicionante a movimentos messiânicos. Muitos se encontram em terras diminutas onde mal dá para viver, como os Guarani e Kaingang; tantos são discriminados nas cidades, como os Bororo e Terena e muitos mais são ignorados e rejeitados como culturas e sociedades com direitos de cidadania e direitos específicos.
Os povos indígenas têm mitos religiosos e discursos políticos que lhes demonstram o quanto perderam de autonomia política e felicidade social. Os mitos descrevem as condições agradáveis (se não paradisíacas) em que antes viviam, em contraste com a atualidade, quando estão submetidos a condições de submissão e pobreza. Assim, a interpretação política da realidade é de que toda sua infelicidade advém da presença dos europeus e da formação do Brasil. Diversos povos indígenas realizaram movimentos messiânicos visando reverter sua situação infeliz.
Movimentos messiânicos, portanto, são reações politico-religiosas à opressão. Sua linguagem é religiosa ou semi-religiosa e seus métodos de obter o poder são radicais (A contra B, independentemente do contexto; A sempre justo e do bem, B sempre injusto e do mal). É certo que movimentos sociais surgem com essa visão, e só a partir de sua vivência com o mundo real é que ela vai se modificando e se tornando mais estratégica diante das adversidades encontradas.
Pois bem, messianismo é um movimento endógeno, nasce de dentro das tradições religiosas de um povo, em confronto com sua realidade injusta. Já a ilusão messiânica é a imposição do discurso messiânico de fora para dentro. Não nasce do povo ou grupo que deve exercer a força política. O discurso advém de considerações políticas formadas de fora e se impõe sobre a visão interna do povo.
Temos visto essa imposição claramente no caso dos índios Guarani de Mato Grosso do Sul. Ali, diversos grupos religiosos e para-religiosos impõem suas visões sobre comunidades Guarani que se sentem oprimidas e injustiçadas e os levam a tomar atitudes que, de antemão, todos sabem que implicam perigo de morte. Os impositores sabem dessa conseqüência, mas, movidos pela auto-ilusão messiânica, não procuram soluções que se baseiem em maiores possibilidades de realização e continuidade. Atiram ao destino o destino dos outros.
Nas décadas de 1980 e 1990 as retomadas dos velhos tekohá dos antepassados guarani foram realizadas por movimentos endôgenos dos próprios índios Guarani, que estavam constrangidos em 8 terras indígenas. Essas retomadas foram bem sucedidas porquanto a Funai conseguiu levar a termo a demarcação de cerca de 20 novas terras indígenas, sendo que restam ainda mais umas quatro ou cinco em processo de demarcação.
Por que a Funai conseguiu esse feito? Porque eram outros tempos, quando o valor da terra nua era bem menor do que atualmente e os fazendeiros aceitavam condições de ressarcimento que hoje não aceitam mais. Hoje a reação é forte em todas as instâncias, inclusive, ou melhor, sobretudo, no Judiciário, onde os relatórios antropológicos já não encontram aceitabilidade e deferência.
Buscar soluções para a questão guarani é de suma importância para o indigenismo moderno. A mudança nas legislações estaduais que permitam o ressarcimento dos fazendeiros ou colonos que vivem em terras declaradas indígenas vem sendo tentado em vários estados. Por sua vez, os próprios Guarani estão buscando meios de organizar suas economias, de educar seus filhos, de se capacitar para novos empregos, enfim, de se relacionar com o mundo ao seu redor sem perder suas características culturais. Os Guarani sabem como vivem no Brasil, nas condições possíveis, e sabem como vivem seus patrícios no Paraguai. Vivem no mundo politico e procuram seu caminho nesse emaranhado de visões e opiniões. É a partir desse ponto de vista que o diálogo com eles deve ser retomado.
A auto-ilusão messiânica é um vício intelectual e político próprio de militantes que só acreditam na violência para resolver os problemas sociais e culturais do mundo. Mesmo quando vêem os resultados negativos, continuam a teimar em usar métodos messiânicos. Não querem saber dos exemplos da história e das dinâmicas próprias das nações. Não querem avaliar o peso da força anti-indigenista presente na sociedade brasileira, especialmente em regiões agrícolas, e assim insistem que a questão é só de manter a vontade política por via da ilusão messiânica. Não têm visão estratégica nas suas ações, porque se fiam unicamente na intervenção messiânica, seja ela Deus, o Estado ou a força de vontade.
A ilusão messiânica também tem configurações laicas. Veja, por exemplo, a proposta do ISA de forçar a Funai a demarcar a Terra Indígena Cue Cue Marabitanas em tal dimensão que junte em uma única área as terras indígenas Yanomami (9,9 milhões de hectares) e Alto Rio Negro (10,5 milhões de hectares), as quais, junto com a demarcação de mais duas terras contíguas ao Sul, totalizariam cerca de 23 milhões de hectares e fechariam uma fronteira contínua de 2.500 km com a Venezuela e a Colômbia.
Para quê? Não seria para provocar os militares, os políticos regionais e a opinião pública brasileira (que vê essas ações com um misto de mistificação e desaprovação) e levantar uma celeuma desgastante para a causa indígena e para o governo brasileiro diante das pressões que iriam tentar angariar pelo mundo?
É evidente que o ISA não acha viável a formação de uma nação indígena em um território desse tamanho, e é provável que nem o deseje. Também não acredita que os 40.000 indivíduos indígenas, espalhados por esse território em diversas etnias e comunidades, poderão dar conta de organizar esse território em disjunção com o Estado brasileiro.
Assim, o objetivo do ISA é ilusionista e messiânico, no sentido de que eles se consideram capazes de cuidar desse território à revelia do Estado, obtendo recursos do exterior e internamente, como se estivessem governando um estado autônomo. Não é outro plano senão aquele que apresentaram no início do governo Lula. O ISA achava que até as Forças Armadas deveriam estar subordinadas a esse planto mirabolante. Hoje esse plano foi diluído e vem dissimulado na terminologia “território de cidadania”, tal como está apresentado no plano de ação da atual gestão da Funai. A ironia dessa dissimulação não pode passar desapercebida.
Por outro lado, a ilusão messiânica não é imposta em todos os povos indígenas. Estes são selecionados de acordo com suas carências, sujeições e abertura ao convencimento. Nunca, por exemplo, nenhuma Ong tentou impor essa visão aos Xavante, aos índios do alto Xingu, aos Kayapó ou aos Cintas-Largas e Waimiri-Atroari. Nem quando algumas comunidades indígenas mais precisavam de ajuda externa, essas Ongs vieram ao seu socorro. Por exemplo, na retomada da Terra Indígena Maraiwatsede, ninguém, a não ser a Funai, foi emprestar sua solidariedade e sua dedicação aos Xavante, mesmo que a questão fosse tão importante e tão comemorada a posteriori.
Os perigos da ilusão messiânica, tanto na vertente religiosa quanto na laica, são imensos. A ilusão messiânica acende uma luz vermelha no panorama indigenista brasileiro na medida em que seus métodos e sua realização claudicante incitam sentimentos anti-indigenistas que poderão levar a um grave retrocesso na tradição indigenista brasileira. Não é isto que está acontecendo no Congresso Nacional, com deputados e senadores fazendo todo tipo de proposta para acabar com as demarcações de terras indígenas, a dissolução da Funai, a estadualização da ação indigenista, a abertura das terras indígenas ao arrendamento e a mineração predatória?
A ilusão messiânica não tem escrúpulos, nem responsabilidade, nem ao menos caridade, por mais que tenha raízes no sentimento cristão. Ao buscar a salvação pelo martírio dos índios, vão pregá-los na cruz, sem redenção terrena. Será isto o quê os índios desejam?
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