31 de Março de 1964
Félix Maier
Havia uma guerra fria em seu auge nos anos 1960. Regimes
comunistas totalitários versus mundo livre democrático. O mapa mundi estava
cada vez mais sendo tingido com vermelho-sangue: além da União Soviética,
China, Coreia do Norte, Cuba, Camboja, Vietnã.
Desde 1961, havia o envio de agentes cubanos não só ao
Brasil, mas também aos demais países latino-americanos, para "criar vários
Vietnãs", no dizer de Fidel Castro. No Brasil, os comunistas compraram
fazendas em quatro Estados, para criar centros de guerrilha - em PE, BA, AC e
GO, em conluio com as Ligas Camponesas de Francisco Julião. Canaviais eram
incendiados em Pernambuco, usinas de açúcar eram depredadas - sob o olhar
tácito do governador Miguel Arraes.
Nas escolas, predominava o Método Paulo Freire, de ensino
marxista, junto com cartilhas conhecidas como "Folhetos Cubanos". Um
método roubado e estuprado do "Método Laubach", de alfabetização para
adultos (cfr. https://escolasempartido.org/blog/metodo-paulo-freire-ou-metodo-laubach/).
Junto, havia um "esquema militar", com apoio de
"generais do povo", de modo a recrutar praças em prol do golpe
comunista em andamento. Jango, pessoalmente, recebia oficiais e praças em seu
palácio para assinar financiamentos junto à Caixa Econômica Federal, para
compra de imóveis e carros, de modo a cooptá-los ao esquema. [Imagine Jair Messias Bolsonaro fazendo isso, em 2019, assinando empréstimos com sua
caneta Bic, aos gritos da sargentada pequedetê: "Mito! Mito! Mito!"]
Dessa forma, havia uma balbúrdia geral, com a dupla
explosiva Jango-Brizola solapando a disciplina e a hierarquia nas Forças
Armadas. "Prendam e matem os gorilas!", dizia Brizola aos sargentos,
para matarem os oficiais. Oficiais-de-dia perambulavam a noite toda pelo
quartel, com medo de serem assassinados enquanto estivessem dormindo, como
ocorreu durante a Intentona Comunista de 1935.
Havia inflação alta e desabastecimento. O Exército
distribuía feijão e arroz nas ruas do Rio de Janeiro.
Havia greves recorrentes, com os fura-greves tendo as pernas
quebradas com barras de ferro por sindicalistas e comunistas. Navios eram
impedidos de atracar no Porto de Santos, tendo seus víveres apodrecidos nos
porões.
Em janeiro de 1964, o traidor Luís Carlos Prestes,
ex-capitão do Exército, foi a Moscou dizer a seu chefe Nikita Khrushchev que a
revolução comunista estava prestes a ocorrer, com o apoio dos sargentos das
Forças Armadas. "Já estamos no governo, só falta tomar o poder" -
afirmou.
Havia um golpe de Estado em andamento, para ocorrer em 1º de
maio de 1964, com decretação de Estado de Sítio, fechamento do Congresso
Nacional e do STF, para a instauração de uma ditadura sindicalista. Obviamente,
Jango seria apenas o Kerensky brasileiro, Prestes provavelmente seria o Lênin.
Há uma manchete sobre esse assunto, publicado no jornal O Globo, em 06/04/1964.
O povo exigiu o fim dessa balbúrdia, pedindo a ajuda das Forças Armadas, com manifestações gigantescas em Marchas da Família com Deus pela Liberdade, contra o comunismo.
A imprensa exigiu também a intervenção dos militares, com
manchetes do tipo "Basta!"
É só pesquisar as revistas e as manchetes dos jornais da
época.
Eu vivi essa época.
A mais segura que já existiu no Brasil.
Quando eu estudava no seminário franciscano de São Luís de Tolosa, em Rio Negro, em 1964, um padre professor, no início da aula, falou sobre o movimento revolucionário de 31 de março. O que mais me chamou a atenção foi ele falar sobre Brizola e seus "Grupos dos Onze", que tinham por missão matar todas as autoridades militares, civis e eclesiásticas que não apoiassem o golpe de Jango, em andamento.
O que houve, portanto, não foi um golpe militar, mas um contragolpe cívico-militar realizado
por militares e autoridades civis, em 31 de Março de 1964.
O resto é papo de terrorista derrotado.
Não podemos permitir que radicais da extrema esquerda e seus
simpatizantes assassinem a memória nacional, com narrativas fantasiosas.
***
P. S.:
Para conhecer a real história do Movimento Cívico-Militar
ocorrido em 1964, e os 21 anos que se seguiram, com 5 generais-presidentes,
convém estudar o assunto sem paixão, com base nos fatos e nos registros
históricos, não em narrativas falsas da extrema esquerda.
Os governos dos militares não foram o que a extrema esquerda
qualifica como sendo um verdadeiro "tridente do diabo": perseguição,
tortura e morte. Houve acertos e erros, como existe em todo governo - veja o
"fichamento" existente no link abaixo. A economia decolou, de 48º
colocado no PIB para o 8º, o emprego era pleno. Infelizmente, os dois choques
do petróleo, em 1973 e 1979, acabaram com o "milagre brasileiro".
Já passou da hora de execrar a "grande mentira"
dos grupos terroristas que infernizaram o Brasil nas décadas de 1960 e 70, que
afirmam até hoje que "pegaram em armas para restaurar a democracia".
Nada mais mentiroso. Eduardo Jorge e Fernando Gabeira, além de Daniel Aarão
Reis, foram dos poucos "militantes políticos" (leia-se
"terroristas") que afirmaram que todos eles, sem exceção, não queriam
a volta da democracia no Brasil, mas a ditadura do proletariado, como a
existente em Cuba. Ou seja, o regime totalitário e genocida do comunismo. Cfr.
em https://www.facebook.com/watch/?v=406479866832043
Resumindo, o Movimento de 1964 trouxe grande esperança ao
povo brasileiro, com a modernização do Brasil nos sistemas telefônico,
elétrico, rodoviário, de portos, com a construção de colossais hidrelétricas,
como Itaipu. Infelizmente, o governo dos militares se estendeu em demasia,
deveria ter terminado com Emílio Garrastazu Médici, quando os grupos
terroristas e guerrilheiros do Araguaia já estavam derrotados.
Infelizmente, o "regime militar" terminou
melancolicamente, com os "duros" não querendo "desmontar do
tigre" e promovendo em torno de 40 atentados, a exemplo do Caso Riocentro
de triste memória e de uma funcionária da OAB, que morreu no Rio quando abriu
uma carta-bomba. Os longos governos de Ernesto Geisel, João Figueiredo e José
Sarney só retardaram a nornalização democrática do Brasil.
Para conhecer essa História recente, de altos e baixos, eu
ofereço gratuitamente alguns trabalhos que elaborei durante os últimos 30 anos.
Em tempo: Ao jornalista William Bonner e à terceira geração de Roberto Marinho, que afirmaram que foi um erro O Globo ter apoiado a Revolução, lembro que o poderoso Sistema Globo de Televisão só existe atualmente porque os militares derrubaram João Goulart. Se dependesse dos esbirros de Jango, como o Almirante Aragão, O Globo não existiria. Cfr. o episódio em https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/almirante-aragao-impediu-globo-de-ir-as-bancas-no-dia-1-de-abril-de-1964-12011516 (Por ora, ainda disponível na internet. Até quando?)
Boa leitura!
Félix Maier - Capitão Veterano do Exército Brasileiro
1. HISTÓRIA ORAL DO EXÉRCITO - 31 MARÇO 1964
Fichamento (dos 15 Tomos publicados pela Biblioteca do
Exército) feito por Félix Maier
https://drive.google.com/file/d/1fsbc3zFomx0w1xoEDT8MTWew3MT03ggo/view
2. 31 DE MARÇO DE 1964: CRONOLOGIA E TEXTOS
HISTÓRICOS
Organizado por Félix Maier
https://drive.google.com/file/d/1o4JLrW9wc0dgUD50kuA6iQP3QEd3U1O3/view
3. MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Seleção de textos feita por Félix Maier
https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/09/memorial-31-de-marco-de-1964-textos.html
4. AÇÕES ARMADAS COMUNISTAS NA AMÉRICA LATINA –
Da Intentona Comunista às ações de Cuba
Organizado por Félix Maier
https://drive.google.com/file/d/18d-qdx8mi3UTUKv8tlw-csYqWQZKUTG6/view
5. MEMORIAL DAS VÍTIMAS DO COMUNISMO
Organizado por Félix Maier
https://drive.google.com/file/d/1h3QBf3-wZQhdqWRGjdR3a5hjJyk6GJjd/view
6. ARNO PREIS E OS IDOS DE MARÇO DE 1964
https://drive.google.com/file/d/1qlly7cvMHL0ia6NjXBD9Oqq22Z81Xlm9/view
***
Bônus do leitor:
31 DE MaARÇO DE 1964: UMA LIÇÃO IMORTAL
Por General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa
https://clubemilitar.org/artigos/31-de-marco-de-1964-uma-licao-imortal/