MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Morte da democracia no Brasil: +15/04/2021 - Por Félix Maier

 Morte da democracia no Brasil: +15/04/2021

Por Félix Maier

Golpe do século: placar 8 x 3
Votaram a favor da "descondenação de Lula: Edson Fachin (autor do golpe), Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandovski, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso. Votaram contra a "descondenação" de Lula: Kássio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. 

No dia 08/01/2025, o presidente Lula, o PT e seus genéricos (PSol, PV, Rede, PcdoB, PSB, Solidariedade etc.) estão convocando o povo para o “abraço da democracia” e devolução de obras restauradas, em memória à depredação dos palácios dos Três Poderes ocorrida há dois anos. 

A iniciativa seria muito louvável se os aparatos de Segurança, tanto federal quanto distrital, não tivesse falhado de modo tão lamentável, deixando que uma horda de manés quebrasse o que encontraram pela frente. Teria sido um ato de omissão ou prevaricação? Afinal, houve distribuição de informe sigiloso às autoridades, de que poderia haver depredação dos palácios naquele dia. Por que o governador do DF Ibaneis Rocha não determinou uma segurança adequada na Esplanada dos Ministérios? Por que o Chefe do GSI, General Gonçalves Dias, não reforçou a Segurança no Palácio do Planalto? Por que o ministro da Justiça, Flávio Dino, ficou espiando a balbúrdia por detrás das cortinas do Palácio da Justiça e não chamou a Força Nacional de Segurança? 

Nada mais justo que esses infelizes devam arcar com a indenização do patrimônio destruído e responder judicialmente por associação criminosa. Porém, o que se vê é que o STF está enquadrando os arruaceiros também como “tentativa da abolição violenta do Estado democrático de direito” e “tentativa de golpe de Estado”, o que é um absurdo total. Quebrar vidraças e móveis dos palácios, sem um trabuco na mão, jamais colocou Lula em perigo de ser deposto ou morto. 

Interessante é observar que arruaceiros já haviam anteriormente depredado órgãos públicos de Brasília, como a Câmara dos Deputados, até colocando fogo no Itamaraty e em ministérios. Por que não sofreram as penas que ora os “bolsonaristas” estão respondendo? Ora, ora, ora... Eram grupos da extrema esquerda, aos quais tudo ou quase tudo é permitido nesta República Federativa dos Bandidos. 

Aos que possuem memória curta, vamos lembrar alguns daqueles atos: 

Em 2006, houve um quebra-quebra na Câmara dos Deputados promovido pela gangue do MLST de Bruno Maranhão, aliado do PT - cfr. em https://revistaoeste.com/politica/em-2006-esquerda-invadiu-e-destruiu-o-congresso/. 

Em 2013, durante manifestação pacífica, que apoiava um movimento de São Paulo contra o aumento de passagens de ônibus e criticava os altos gastos públicos com a construção de estádios bilionários para a Copa do Mundo, black blocs mascarados se infiltraram para vandalizar repartições públicas e jogar rojões contra os policiais - cfr. em https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2013/06/21/interna_cidadesdf,372629/apos-quebra-quebra-policia-federal-faz-levantamento-de-danos-na-esplanada.shtml. 

Em 2014, houve início de incêndio no Itamaraty provocado por vândalos – cfr. em https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/03/mpf-denuncia-dois-por-incendio-no-itamaraty-durante-manifestacao.html. 

Durante o governo de Michel Temer, em 2017, houve depredações na Esplanada dos Ministérios, com incêndios de prédios - cfr. em https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-05/governo-faz-levantamento-de-prejuizos-na-esplanada-apos-protestos-em-brasilia. 

Não se tem notícia de que esses vândalos da extrema esquerda tenham ouvido a batida forte do martelo do STF, alguém ouviu? 

Infelizmente, não se vê na mídia antifas (a que se diz antifascista, mas que é fascista por natureza) e junto às autoridades dos Três Poderes sobre a origem dos atos criminosos de 08/01/2023. 

E qual seria essa origem? Ora, toda a balbúrdia que até hoje vive o Brasil teve origem em 15/04/2021, quando a democracia foi assassinada no Brasil pelo STF, vilipendiando o Estado Democrático de Direito. Naquela data, oito ministros “descondenaram” um criminoso condenado por unanimidade em três instâncias (9 votos a 0). Foi um golpe perfeito, do tipo salto mortal triplo carpado com parafuso jurídico jamais visto na História do Brasil, e que, no final, permitiu que Lula da Silva fosse eleito Presidente pela terceira vez. 

A data de 15/04/2021 selou a morte da democracia no Brasil, o fim do Estado democrático de direito. Tanto o Presidente Bolsonaro, quanto o Presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, cometeram crime de prevaricação, por não “garantir a Lei e Ordem” preconizadas pela Constituição Federal. Exatamente devido àquele golpe perfeito perpetrado pelo STF é que houve  A Revolta dos Manés no dia 08/01/2023 e a sequente perseguição a conservadores no Brasil, tanto os que apoiam Jair Bolsonaro, quanto os que não o apoiam. 

Assim, que tipo de democracia Lula da Silva e seus cúmplices golpistas querem “abraçar” na data de 08/01/2025?



terça-feira, 7 de janeiro de 2025

"Ainda estou aqui" - Por Félix Maier


"Ainda estou aqui"

Félix Maier
É claro que a extrema esquerda sempre vota na extrema esquerda. Não poderia ser diferente durante a entrega do Globo de Ouro para Fernanda Torres, ocorrida em 5/1/2025. Hollywood inteira é "progressista", persegue conservadores e religiosos, parasitada que é pela cultura woke do politicamente correto - sinônimo de marxismo cultural -, propagadora do aborto, das drogas, anti-Israel e pró-Hamas.
A classe artística brasileira, especialmente aquela representada pela TV Globo, à qual Fernanda Torres também pertence, é composta pelo mesmo DNA woke de Hollywood e é ávida por mamar nas tetas da Lei Rouanet, mesmo sendo milionária. E por bater foto com o Ogro de Nove Dedos, o maior ladravaz da História do Brasil, ao mesmo tempo em que sataniza Bolsonaro.
Certo, vamos aplaudir Fernanda Torres, pelo prêmio conquistado por sua atuação no filme "Ainda estou aqui", como melhor atriz. Foi um fato importante para a cinematografia nacional, enfim, um prêmio para todos os brasileiros.
Infelizmente, filmes que abordam os anos dos governos dos generais no Brasil, como o triste caso do desaparecimento do deputado Rubens Paiva, tema recorrente de "Ainda estou aqui", caem num dualismo infantil e hipócrita, classificando os militares que combateram os grupos terroristas da extrema esquerda como torturadores, assassinos, enquanto os verdadeiros assassinos são enaltecidos como míseros cordeiros devorados por lobos fardados.
Uma mentira repetida até hoje é que os terroristas ("militantes políticos", na língua de pau esquerdista) pegaram em armas para restaurar a democracia no Brasil. Fernando Gabeira e Daniel Aarão Reis, conhecidos terroristas da época, foram dos poucos intelectuais esquerdistas a reconhecer que nenhum daqueles grupos criminosos, com cursos em Cuba, Moscou e Pequim, queriam um governo democrático, mas a "ditadura do proletariado", vale dizer, a implantação de um regime comunista no Brasil - uma ideologia macabra que assassinou mais de 100.000.000 de pessoas durante o século XX. E que continua ainda matando na China, no Vietnã, na Coreia do Norte, em Cuba e, mais recentemente, na Venezuela e na Nicarágua.
Mas, para o bem da História, para colocar os fatos nos trilhos, o então deputado Jair Messias Bolsonaro lembra um pouco sobre quem foi realmente Rubens Paiva, durante uma sessão ocorrida na Câmara dos Deputados, em 2014, durante a famigerada Comissão Nacional da Verdade, criada pela terrorista Dilma Rousseff então fantasiada de "presidenta" do Brasil.
Vamos ouvi-lo?

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Com redação final
Sessão: 219.4.54.OHora: 16:18Fase: GE
Orador: JAIR BOLSONARO, PP-RJData: 03/09/2014

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Escola de Brasília - Por Félix Maier

Campus da Universidade de Brasília, Asa Norte.

Escola de Brasília

Félix Maier

Usina de Letras Ensaios-->Escola de Brasília -- 26/11/2001 - 12:20 (Félix Maier)

Barbara Freitag, professora e pesquisadora da Universidade de Brasília, em artigo escrito no Correio Braziliense (25/11/2001), afirma que a TV Cultura está lançando, a partir do próximo ano, um programa sobre cidades. Para a apresentação de cada cidade, diz Freitag, foi escolhido um escritor-cicerone. No caso de Brasília, um dos pontos altos será a Universidade de Brasília – no dizer de Freitag – que, aliás, foi convidada para falar sobre a Universidade ao escritor João Almino Souza Filho.

Caminhando pelo “Minhocão”, como é conhecido o Instituto Central de Ciências (ICC), principal prédio do campus, Freitag afirma:

“A essência do projeto de Darcy Ribeiro – procurei responder – foi criar uma universidade ‘nova’, para uma cidade ‘nova’ que, por sua vez, inaugurasse uma ‘sociedade nova’."

Que sociedade nova seria essa pretendida por Darcy Ribeiro? Agnaldo del Nero Augusto, em seu livro “A Grande Mentira” (1), afirma:

“Em 29 de agosto (1968), tumultos agitaram o interior da Universidade de Brasília – UnB com depredações de salas de aula e disparos de armas de fogo. A UnB tinha sido a universidade mais atingida pela ‘Operação Limpeza’ (2), porque havia sido estruturada para a subversão da ordem. Seu fundador e primeiro reitor fora o Professor Darcy Ribeiro. Seu pensamento sobre o papel da universidade está expresso no livro “Contra Vientos y Mareas”, de Vargas Llosa, página 22, a seguir parcialmete transcrito:

‘O Professor Darcy Ribeiro, sociólogo brasileiro, fundador da Universidade de Brasília e assessor durante algum tempo da ditadura militar peruana, em seu livro sobre a Universidade Peruana (1974), define assim a missão da universidade ... levar o processo revolucionário em curso, antecipando dentro da universidade as novas formas de estrutura social que ela deverá estender a toda a sociedade.’

Diga-se de passagem que a ditadura militar peruana era de esquerda e umbilicalmente ligada à URSS.”


Sobre o trabalho de doutrinação marxista de Darcy Ribeiro, aqui e no Peru, Freitag não diz nada. Está, pois, explicado o motivo pelo qual, em 1964, depois da demisão de vários professores, o corpo docente renunciou em peso – como choraminga Freitag. A subversão, sem dúvida, estava em estado bem adiantado no campus da Asa Norte.

Continua Freitag: “No caso da UnB, vingou a idéia do campus e abortou a idéia da autonomia. A ditadura militar foi responsável pelas duas coisas. A idéia do campus favoreceu o controle político por forças da repressão. Transferindo o campus para além da L2-Norte, a polícia podia agir contra centros acadêmicos, institutos, departamentos, sem ser testemunhada. Foi o que aconteceu na UnB em 1964, 1968 e 1977.”

Freitag afirma, no trecho acima, que nunca houve “testemunha” das ações policiais na UnB, porque o campus ficava distante da cidade, portanto longe da população. Mas, com milhares de alunos estudando na UnB, como a cidade não iria tomar conhecimento de tudo o que se passasse no campus?

No parágrafo seguinte, Freitag se contradiz: “Devemos ao cineasta Wladimir Carvalho o excelente documentário ‘Barra/68’ (2000), que registrou a entrada da polícia e do Exército no campus da UnB, em 1968, prendendo alunos e professores, rasgando os livros da biblioteca e destruindo os laboratórios.”

Continua o livro de Del Nero: “No final de agosto, ocorreu na UnB um episódio que gerou nova crise. Estudantes com prisão preventiva decretada se haviam homiziado no campus. (...) Comunicado sobre o problema, o reitor ignorou-o. (...) criou-se um clima de resistência no interior da universidade, instigado pela presença de parlamentares (3) e ativistas estudantis que se valiam do incidente para fazer proselitismo. Entre estes últimos estava Luís Travassos, militante da Ação Popular, presidente da extinta UNE, também com prisão preventiva decretada por sua atuação em outras cidades.

(...) Em 29 de agosto, agentes do DOPS se dirigem à UnB a fim de dar cumprimento ao mandado de prisão. Conhecida a disposição de resistência, fizeram-se acompanhar por tropas da Polícia Militar, que ficou à distância. Preso o presidente da Federação de Estudantes Universitários de Brasília, houve reação por parte dos estudantes, que entraram em choque com a polícia. Várias viaturas foram viradas e incendiadas. Inferiorizada, a polícia civil reagiu como pôde. Em seu auxílio, acorreu a Polícia Militar, atuando com violência. Dos choques resultaram feridos dois policiais e dois estudantes. Instalações da universidade foram depredadas, em parte pela polícia em sua natural perseguição aos estudantes e em parte pelos estudantes, para demonstrar o ‘vandalismo’ da polícia. Um tiro perdido, porém, atingiu um estudante que nem estava envolvido no conflito.”


Freitag, em seu artigo, continua tecendo considerações sobre a UnB e as universidades em geral, especialmente no que se refere à autonomia. No caso da UnB, embora tenha reconquistado a autonomia política, com a redemocratização (1985), Freitag lamenta que a Universidade não tenha adquirido autonomia econômica, dependendo de repasses do MEC para sua subsistência. A professora lamenta que hoje a “luta” universitária gira apenas em torno de duas siglas, GAE e GED, “bandeiras” da ANDES e do MEC, respectivamente, diferente do ano de 1968, em que “universitários como Honestino Guimarães, desaparecido nos cárceres da ditadura, se dispuseram a correr risco de vida defendendo a liberdade de ensino e de pesquisa no campus...”

Estaria Freitag sentindo saudade dos “anos de dinamite”? A professora, em seu longo artigo, cita várias vezes as “forças da repressão”, porém não situa o ano de 1968 no calendário mundial, dentro da famosa “revolução estudantil”.

Ora, sabe-se que em 1968 vivia-se o auge da guerra-fria. Fruto da “revolução cultural” da China, iniciada em 1966, e da criação da Tricontinental, em Cuba, um tipo de subversão que estava sendo exportado ao mundo pela URSS, pela China e por Cuba, era a subversão estudantil.

Vladimir Palmeira, líder estudantil daquele agitado ano, afirma: “Das grandes manifestações de 1968, muitos foram os jovens que saíram para integrar organizações guerrilheiras urbanas. Nesse sentido, o trabalho político, dentro do movimento estudantil, deu os seus frutos... O fato concreto é que, a partir de então, existe no Brasil uma esquerda que faz a revolução com as armas na mão.” (4)

E não era só no Brasil – no Rio, em São Paulo ou em Brasília – que a esquerda pregava abertamente a revolução (5). Também na Europa, no México e nos EUA, o ano de 1968 estava em chamas.

Na Alemanha, em junho de 1967, estudantes tentaram tomar a Ópera de Colônia. Um estudante foi morto em choques com a polícia. Em abril de 1968, tumultos e violências sacudiram simultaneamente 27 cidades alemãs – a mais violenta teve lugar em Berlim Ocidental, com mais de 500 feridos, entre policiais e civis.

Na primavera de 1968, as agitações de Paris foram as mais amplas no mundo, pois os subversivos empolgaram outros setores, quase levando o país ao colapso. Em 20 de maio, a França estava isolada do resto do mundo, a economia paralisada, com mais de 6 milhões de trabalhadores em greve. Todos os aeroportos e as ferrovias estavam paralisados. Os bancários também aderiram à greve, assim como os funcionários públicos. No dia 21 de maio, a greve atingia 8 milhões de trabalhadores. O voto de censura, apresentado à Assembléia Nacional pelo Partido Comunista, por poucos votos deixou de derrubar o governo.

Nos EUA, aproveitando-se da Guerra do Vietnã, os agitadores profissionais incendiaram as universidades. No 1º semestre de 1968, houve mais de 200 demonstrações de vulto em centenas de universidades. No Estado de Ohio, declarou-se a Lei Marcial e foram proibidos todos os comícios. Na Universidade de Kent, a Guarda Nacional matou 4 estudantes – estopim para que 400 universidades americanas fossem ocupadas por estudantes.

Houve agitações também em Amsterdã, Roma, Tóquio, Montevidéu, México e outras grandes cidades.

No México, na “Noite de Luto”, morreram 28 pessoas e 200 ficaram feridas, segundo dados do governo. Porém, de acordo com correspondentes estrangeiros, foram em torno de 100 mortos e mais de 500 feridos. Quando a Universidade Nacional foi retomada pelo Exército mexicano, os auditórios e as salas de aula haviam sido batizados pelos estudantes com os nomes de Che Guevara, Lênin, Ho Chi Minh e outros.

Freitag, em todo seu longo artigo, não cita sequer de passagem as agitações que percorriam o mundo como rastilho de pólvora. Por que será? Descrever as ações policiais na UnB, sem identificar os motivos da “revolução estudantil”, é o mesmo que escrever, daqui a 30 anos, sobre os bombardeios americanos contra o Afeganistão, sem mencionar Bin Laden e seu grupo terrorista Al-Qaeda, acusados pelos atentados terroristas do dia 11 de setembro de 2001, contra Nova Iorque e o Pentágono. Eu até já estava achando que os professores universitários ganham pouco. Porém, depois de ler o que escrevem as “libélulas” da USP e as “borboletas” da UnB, estou começando a mudar de opinião...

No final do artigo, Freitag cita seu guru Jürgen Habernas, que acaba de receber o Prêmio da Paz da Câmara do Livro Alemão: “Além de formar as novas gerações, a universidade precisa cultivar a ética e competência comunicativa!”

Após ler os verbetes “Escola de Frankfurt” e “Anti-autoridade” (5), abaixo, sabe-se matematicamente que o marxista Darcy Ribeiro está para Horkheimer, da mesma forma que Habernas está para a ética.

Ah! Para finalizar, a edição comemorativa dos 30 anos do “Campus”, ‘jornal-laboratório’ da UnB, venceu o 8º Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo, na categoria Jornalismo Universitário. Condizente com a nostalgia da Professora Freitag, o tema foi “O que restou da aventura guerrilheira no sertão”, em que estudantes, orientados pelo professor David Renault, estudam os últimos passos de Carlos Lamarca no sertão baiano, nas cidades de Macaúbas e Ibotirama. A edição especial tem 19 páginas coloridas, formato standard. Depois da Escola de Frankfurt, estaríamos hoje conhecendo a “Escola de Brasília”?

Brava Freitag, bravíssimo, UnB!

Notas:

(1) “A Grande Mentira” foi editado pela Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 2001.

(2) A “Operação Limpeza” foi desencadeada pela contra-revolução de 1964, para expurgar corruptos e comunistas.

(3) Um dos parlamentares presentes na UnB foi Mário Covas.

(4) Veja “A Esquerda Armada no Brasil”, de Antonio Caso, Morais Editores, Lisboa, 1976.

(5) Veja meu ensaio “A TV Lumuba e o AI-5”, em Usina de Letras (disponível também em 
https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/a-tv-lumumba-e-o-ai-5-por-felix-maier_29.html).

(6) Escola de Frankfurt - famosa escola de pesquisa sociológica alemã da década de 1920, deu ênfase, entre outras pesquisas, à “personalidade autoritária”. Tomando como ideal o homem livre (um tema sem teor científico, um mero sonho), deveria explicar por que, depois do Iluminismo e de Marx – agora, que pela primeira vez na História, a sociedade industrial estava finalmente organizada socialmente –, o mundo produzia ainda tantas personalidades autoritárias, líderes e seus vassalos. A chamada “Escala F” do livro “Personalidade Autoritária” (co-produzido por Max Horkheimer) “media” os traços da personalidade autoritária: 1) passividade automática ante os valores convencionais; 2) cega sujeição à autoridade; 3) inimigo da introspecção; 4) rígido; 5) pensamento mediante clichês. Enfim, tudo se destinava a determinar e quantificar o anti-semitismo, os racismos, o conservadorismo econômico etc. Max Horkheimer e Theodoro Adorno foram diretores da Escola. Na década de 1930, a Escola transferiu suas atividades para os EUA, primeiro para a Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, e depois para a Califórnia. após a II Guerra Mundial, a Escola voltou a seu lugar de origem, Frankfurt. Quando Adorno, em 1970, começou a falar a seus alunos, estes rodearam o conferencista, tiraram-lhe a camisa e o atacaram como sendo um agente do imperialismo americano; algumas semanas depois do ataque, Adorno morreu de ataque cardíaco.

Anti-autoridade - o escritor contrário à autoridade por excelência, o alemão Max Horkheimer, diretor da Frankfurt School e co-autor de “The Authoritarian Personality”, foi autoritário com seu aluno Jürgen Habermas (hoje, um dos mais importantes filósofos do mundo), que discordou do mestre em várias opiniões e foi obrigado a tirar seu diploma em outra escola. Outros opositores da autoridade foram Adorno, Reich Fromm, Erikson, os quais, na década de 1920, acreditavam nas experiências do esquerdismo, incluindo as soviéticas, passando a idéia de que a “velha sociedade” era repressiva e que a “nova sociedade” era igualitária, comunista, e que emanciparia a humanidade inteira. Essas idéias levaram grupos a aplaudir a destruição de padrões tradicionais, como a família e a religião. Infelizmente, apesar de não lograrem o amaldiçoado intento, nunca lhes foi imputado o rótulo de “autoritarismo”, que tanto combatiam e tanto pregavam.



P.S.: Barbara Freitag foi casada com o diplomata Sérgio Paulo Rouanet, o qual emprestou o seu nome à Lei Rouanet, que durante os governos do PT tanto tem ajudado artistas famosos e milionários, como Claudia Leitte, Maria Bethania, Luan Santana, bem como financiado filmes sobre Leonel Brizola, José Dirceu - cfr. em https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conheca-os-escandalos-da-lei-rouanet/357625630. O artista popular pobre e sem recursos, que precisa de ajuda para desenvolver seu trabalho, nada recebe.

Sérgio Paulo Rouanet, segundo o embaixador e pensador José Osvaldo de Meira Penna, foi quem traduziu para o português o material didático do "marxismo cultural" que foi a "Escola de Frankfurt": 

"Como em Wagner, acordes de uma sublime melodia nos transportam para além da realidade, num mundo supraterreno de pura e beatífica sonoridade - e, de repente, o estardalhaço de trombetas de uma banda de corpo de bombeiros de espantosa vulgaridade! Em Splenger há de fato um claro desiquilíbrio. As contradições, os axiomas absurdos, as generalizações fantasistas, os postulados temerários, tudo entremeado de pérolas de intuição finíssima. O mesmo ocorre com Hegel, Schelling, Fichte e, mas recentemente, com esta última abencerragem do idealismo germânico, transformada em materialismo dialético nas produção dos judeus germanificados da Escola de Frankfurt, traduzidos para o português pelo embaixador Sérgio Rouanet" (cfr. MEIRA PENNA, José Osvaldo de. POLEMOS - Uma análise crítica do darwinismo, Editora UnB, 2006, pg. 276).

Félix Maier

***

Politicamente correto: o que é, de onde veio e para onde pode nos levar

Dra. Marli Nogueira - juíza do TRT da 10ª Região, Brasília

31/07/2006


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

O Oitavo Dia da Criação - Por Félix Maier

 


O Oitavo Dia da Criação

Félix Maier

No início, o buraco negro rotundo
Guardava o segredo mais profundo.
Deus, com o Verbo, deu forma ao mundo,
Criou luz e trevas, o começo fecundo.

Firmaram-se os astros no vasto vazio,
Planetas dançaram num canto macio.
Nos mares nasceu o primeiro desafio,
A vida emergiu no seu fluir bravio.

Na terra brotaram sementes primeiras,
Animais cruzaram montanhas inteiras.
Do pó veio o homem, obra derradeira,
E Deus viu o mundo, a criação inteira.

Mas Adão e Eva, no ato atrevido,
Provaram do fruto, do saber proibido.
Queriam ser deuses, num sonho perdido,
E rasgaram o véu do Éden querido.

Os filhos de Caim, com sangue nas mãos,
Ergueram Babel, desafiando os céus vãos.
E línguas diversas os tornaram coirmãos,
Na confusão de seus sonhos pagãos.

Veio o dilúvio, a fúria das águas,
Lavando a terra, curando as mágoas.
Mas dos salvos restaram as velhas chagas,
Milinetos de Caim em bravias vagas.

No oitavo dia, o homem se agitou,
Engenho e arte ao mundo legou.
Aves de ferro aos céus elevou,
E aos astros distantes sua ciência voou.

Criou maravilhas e até clones de animais,
Curou doenças que antes eram fatais.
Mas moldou também armamentos letais,
Bombas termonucleares para tempos finais.

Nos códigos frios, a mente em nova utopia,
Algoritmos traçam o que antes não havia.
A inteligência artificial cresce, etérea magia,
E o homem se espelha na máquina que cria.

Será o oitavo dia da criação um recomeço,
Ou o fim do homem, num destino avesso?
No Armageddon que apaga o universo expresso,
Volta-se à luz e às trevas, ao eterno regresso?


segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Monsenhor João, Arauto do Evangelho - Por Félix Maier

 


Monsenhor João, Arauto do Evangelho

Félix Maier

Na senda da fé, ao Cristo amparado,
Seguiu João Clá, por Deus convocado.
Discípulo firme de um mestre ideal,
Plínio guiou-lhe ao combate moral.

Do Exército herdou honra e valor,
Recebendo medalhas por seu esplendor.
No Largo de São Francisco estudou,
E ao Direito e à Teologia se dedicou.

No fim do milênio, um sonho surgiu,
Arautos do Evangelho, por Deus os uniu.
João Paulo II, com gesto de irmão,
Reconheceu sua grande missão.

À Rainha dos Céus, ergueu devoção,
Criou Regina Virginum com o coração.
As filhas da luz, com votos sagrados,
Foram ao mundo, os céus proclamados.

Ordenado aos sessenta e cinco, com fé,
Mostrou que o tempo não limita quem crê.
Bento XVI deu-lhe honra e respeito,
Por seu zelo à Igreja e seu firme preceito.

Na ciência e cultura, deixou seu legado,
Com revistas e escolas de saber elevado.
Tomás e Aristóteles iluminaram sua visão,
Unindo a razão à divina oração.

Pedra de escândalo para quem o quis calar,
Sua voz contra o erro ousou se alçar.
Desafiou os que a Cristo negavam,
E ídolos falsos nas almas plantavam.

No sofrer da cruz, sua vida findou,
Mas sua alma aos céus rapidamente voou.
No Dia dos Santos, com glória partiu,
E na luz divina para sempre sorriu.

Hoje, no céu, entre anjos a cantar,
João Clá exulta, no eterno altar.
Com Plínio e santos, celebra o Senhor,
Arauto do Evangelho, fiel servidor!


Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias

Breve biografia de um longo e profícuo trabalho:

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias nasceu em São Paulo, no dia 15 de agosto de 1939. Ele era filho de Antonio Clá Díaz, espanhol, e Annitta Scognamiglio Clá Díaz, italiana.
Monsenhor João S. Clá Dias foi discípulo dileto do Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, criador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). 
Monsenhor João foi fundador de Arautos do Evangelho, em 1999. Essa associação foi reconhecida pelo Papa João Paulo II, em 2001. 
Monsenhor João serviu o Exército em 1958, recebendo a Medalha Marechal Hermes, uma distinção para os que se destacam em primeiro lugar em cursos ou estágios. 
Cursou Direito no Largo de São Francisco, São Paulo, e posteriormente fez o Doutorado em Teologia e Direito Canônico. 
Criou um ramo feminino dos Arautos do Evangelho, chamado Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum, reconhecida pelo Papa Bento XVI em 2009. 
Foi ordenado sacerdote em junho de 2005, aos 65 anos. 
Em 2008, foi nomeado protonotário apostólico e cônego honorário da basílica papal de Santa Maria Maior, em Roma, pelo papa Bento XVI. 
Em 15 de agosto de 2009, recebeu a medalha Pro Ecclesia et Ponti­ce, pelo zelo apostólico em prol da Igreja e do Papa. 
Fundou o Instituto Filosó­fico Aristotélico-Tomista e o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, além da revista científica Lumen Veritatis e a revista de cultura católica Arautos do Evangelho
Monsenhor João se tornou uma "pedra de escândalo" não só entre seus inimigos ateus que o atacavam ferozmente - como já haviam feito com o Dr. Plínio -, mas também entre os de dentro da própria Igreja Católica, como os padres socialistas da Teologia da Libertação, que colocam Cristo em pé de igualdade com o assassino comunista Che Guevara. 
Monsenhor João faleceu em 1 de novembro de 2024, Dia de Todos os Santos, depois de ter sofrido quase uma dezena de tromboses, que o deixaram numa cadeira de rodas por vasto tempo, até o fim da vida. 
Monsenhor João deve estar exultante no céu, cantando aleluias sem parar, em companhia de Plínio Corrêa de Oliveira e tantos outros missionários que deram sua vida pela Igreja Católica.

Para acessar a revista mensal Arautos do Evangelho, clique em https://revista.arautos.org/.



quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Ressuscitei! - Por Félix Maier

 


Ressuscitei!

 Félix Maier 

Andei às cegas por um vale escuro,
Onde assombrações dançavam em meus dias,
O mal no cérebro, um tormento impuro,
Roubava-me o saber, as alegrias.

Não sabia onde estava, nem por quê,
O mundo ao meu redor era miragem.
E até o pão, tão simples de viver,
Tornara-se em meus lábios uma aragem.

Mas eis que surge, em toque de esperança,
Uma neurologista, mãos de fada e luz,
Guiando-me de volta à confiança,

Onde a razão perdida se conduz.
Hoje, ao olhar a vida que abracei,
Declaro ao mundo: Ressuscitei!


Obs.: O soneto foi escrito depois que minha esposa Valdenice dos Santos Maier sofreu uma trombose cerebral e teve desorientação e dificuldade até para se alimentar. Com tratamento adequado no hospital, ela recobrou a lucidez e disse uma palavra que me tocou profundamente: RESSUSCITEI!



sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Dona Encrenca - Por Félix Maier

 

Dona Encrenca

Félix Maier

Na rua apertada, bem turbulenta,
Vive uma mulher que ninguém aguenta.
Chamam-na todos de Dona Encrenca,
É muito marrenta, solta fogo pela venta,

Com voz que ecoa, firme e sedenta,
Resolve os casos de toda tormenta.
Briga, protesta, não fica isenta,
Deixa a vizinhança sempre atenta.

Os moleques correm na mesma pimenta,
Quando ela aparece, ninguém inventa.
Com olhos que brilham, alma azarenta,
Dona Encrenca comanda, é uma tormenta!

Pune o marido com colher de polenta,
Não dá mole nem pra parenta.
Com língua afiada, é peçonhenta,
Até o diabo dela se ausenta.

Já chamaram padre com água benta,
Mas nem reza forte a faz ficar lenta.
Aos cinquenta anos, ainda rabugenta,
Deixa a vizinhança toda atenta.

Mas quem a conhece, jamais lamenta,
Há um coração sob sua vestimenta.
Entre as histórias, uma coisa salienta,
É Dona Encrenca quem a rua movimenta.