Depois de mais um golpe planejado por Bolsonaro e seus estrelados no Whatsapp, apenas no Whatsapp e que até agora não ocorreu, que tal falar sobre universos paralelos?
PIRACEMA II - Nadando contra a corrente
Blog em defesa da democracia e do liberalismo clássico - liberdade de expressão, liberdade religiosa, livre mercado, livre empreendedorismo. Contra o autoritarismo do Cérbero - as três bocarras que infernizaram o século XX: Comunismo, Fascismo e Nazismo.
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Universos paralelos - Chat GPT e Félix Maier
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Onde fica mesmo o "gabinete de ódio"? - Por Félix Maier
Onde fica mesmo o "gabinete de ódio"?
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Revolta dos Manés - Parte 2 Félix Maier
Revolta dos Manés - Parte 2
Félix Maier
Por volta das 19h30 de 13/11/2024, Francisco Vanderley Luiz, de 59 anos, que nas redes sociais utiliza o codinome “Tiu França”, incendiou um carro que continha fogos de artifício perto do Anexo 4 da Câmara dos Deputados e depois se suicidou em frente ao STF, acionando explosivo na nuca.
Infelizmente, o serviço de Inteligência do Brasil falhou feio, pois o suicida
havia publicado vários prints na internet, de que haveria ataques entre os dias
13 e 16/11 a vários alvos políticos, chamados por ele de “comunistas de merda” –
cfr. em https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/veja-quem-e-o-homem-que-se-explodiu-na-frente-do-stf.
Tanto esse lamentável fato, como a “revolta dos manés” de 08/01/2023, que depredaram os palácios dos Três Poderes, têm uma origem comum: o golpe perpetrado pelo STF, ao “descondenar”, em 15/04/2021, um criminoso condenado em três instâncias, por unanimidade (9 votos a 0) – como já foi abordado por mim (cfr. em https://felixmaier1950.blogspot.com/2023/01/a-revolta-dos-manes-por-felix-maier.html). A volta do Ogro de Nove Dedos “à cena do crime”, tornando-se Presidente da República pela terceira vez, causou um mal-estar sem fim entre a população brasileira.
Infelizmente, outros fatos semelhantes
poderão ocorrer depois que os “pesos e contrapesos”, que deveriam gerir a
Justiça e a harmonia entre os Poderes, foram jogados no Lago Paranoá pelo STF
ainda durante o Governo Bolsonaro.
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Vou me embora pra Treze Tílias - Por Félix Maier
Vou me embora pra Treze Tílias
Félix Maier
Vou me embora pra Treze Tílias,
Em busca do mítico Shangri-lá,
Onde o tempo suspira e brilha,
E o horizonte perdido está.
Lá colherei as frutas do paraíso,
Pêssegos, maçãs, uvas ao sol,
Frutas doces de perder o juízo,
Num Éden em suave arrebol.
Vou me embora pra Treze Tílias,
Onde a paz veste as cores da tradição.
Não há gritos de funk, só doces maravilhas
De uma música nobre, de pura emoção.
Lá, os muros são limpos, sem pichação,
O comércio e as casas estão sempre em paz.
Nessa terra bonita, com meu coração
Vou viver contente, como ninguém mais.
Vou me embora pra essa terra querida,
Onde a paz habita e o amor vigora.
Pra lá levo a minha melhor despedida,
E que Treze Tílias me guarde, acolhedora.
E encomendarei aos Thaler minha
casa,
Moldada em pinheiro, em imbuia e cedro,
Como obra de arte que a alma abraça,
Por um Michelangelo do talho eterno.
No alto do telhado, um campanário
A soar na paz desse lar esculpido,
Onde o tempo repousa no cenário
E o amor se sente em êxtase vivido.
Sob um edredom de penas de
ganso,
Com meu amor ao lado, a me aquecer.
Mate e vinho de Videira, nosso descanso,
Enquanto o cuco marca o bem viver.
Vou-me embora pra esse refúgio,
Onde o tempo se esquece de andar,
Onde o amor é o doce equilíbrio,
E o viver é um doce vagar.
Vou-me embora pra Treze Tílias,
Onde os sabores fazem dançar.
Entre aromas e especiarias,
Há delícias por todo lugar.
No prato, o Wiener Schnitzel dourado,
Escalope crocante a me conquistar.
Uma festa ao paladar encantado,
Que só lá eu pude encontrar.
Tem Knödel macio, bolinho de glória,
Que a mesa perfuma e me faz sorrir.
E Eisbein com chucrute é a história
De um sabor que não deixa partir.
E depois vem o Apfelstrudel
quentinho,
Folhado de maçã doce e canela.
Cada mordida é um carinho,
Um pedaço do céu numa tigela.
Vou-me embora pra esse banquete,
De pratos que aquecem o coração,
Treze Tílias, onde o sabor reflete
O afeto e a paz dessa região.
Músicos em roupas folclóricas no
proscênio,
No preto e branco cantam a tradição.
Em cada acorde de violino vejo o gênio
De uma cidade da mais pura emoção.
Vou-me embora pra Treze Tílias,
Onde o sonho dança sem fim.
Em valsas vienenses, em eterna vigília,
Rodopio com meu amor junto a mim.
Braços dados, rodamos no salão,
Até o mundo começar a sumir.
Girando em êxtase, em plena paixão,
Dançando até o corpo cair.
E então, ao bar, erguerei meu brinde,
Um barril de chope a nos embalar,
Até que o riso se afunde e se finde,
E a eternidade venha nos encontrar.
As maçãs de Fraiburgo, o pinhão
no fogo,
Tudo tem um sabor de vida e sossego.
Lá não há pressa, só o tempo em jogo,
Sinto cheiro de Edelweiss, um chamego.
Vou me embora pra Treze Tílias agora,
Onde não há violência, nem susto.
Lá onde a vida não corre, mas demora,
E o amor é constante, inteiro e justo.
Como nas brumas da Ilha de Avalon,
Sem pressa, num vaporoso sonho sem par,
Meu bem canta From this moment on
Com etérea voz de maçã a nos acalentar.
Fonte de From this moment on - https://www.youtube.com/watch?v=DcaUFoH2pZs
Currículum vitae e memórias de Félix Maier - cfr. em https://felixmaier1950.blogspot.com/2021/04/felix-maier-curriculum-vitae.html
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
Revolução comunista em dois tempos - Por Félix Maier
Na Rússia, no "primeiro momento", Alexander Kerensky assume o poder, em fevereiro de 1917, com a queda do Czar Nicolau II. Esse fato histórico poderia ser chamado de "abril branco", uma expressão usada pelos historiadores para se referir às "Teses de Abril", que foram as críticas de Lênin contra o governo provisório de Kerensky.
No "segundo momento", houve o "outubro vermelho", ainda no ano de 1917, quando Vladimir Lênin e os bolcheviques tomam o poder na Rússia e instalam o comunismo. Kerensky foge do país e tem início uma guerra civil na Rússia, vencida pelo Exército Vermelho de Lênin, em 1923, com o comando decisivo de Leon Trotsky.
Em Cuba, ocorreu também uma "revolução em dois tempos".
A vitória de Fidel Castro, Che Guevara e seus kamaradas, que desceram da Sierra Maestra e entraram vitoriosos em Havana em 1 de janeiro de 1959, fechou a "primeira fase da revolução", vendida ao mundo inteiro como uma "revolução democrática", para a derrubada do ditador Fulgêncio Batista. O New York Times foi o principal marqueteiro dessa mentira do século, na pessoa do jornalista Herbert L. Matthews, que pode ser visto no livro O homem que inventou Fidel, de Anthony DePalma (cfr. reportagem em https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-homem-que-inventou-fidel/ ) Em consequência, o governo dos EUA enviou grande quantidade de armamento a Fidel Castro, para a vitória final.
O "segundo tempo" da Revolução Cubana ocorreu em 1961, depois da desastrada invasão de anticastristas na Baía dos Porcos, em Cuba, com auxílio porco da CIA, que prometeu ajuda aos revoltosos, porém entregou de bandeja os antirrevolucionários nas garras de Fidel Castro. Nesse ano, caiu a máscara de Fidel, que se apresentou ao mundo como realmente sempre foi: um comunista convicto, realizando aliança estratégica com a Rússia comunista. Fidel Castro foi mais esperto que o russo do "abril branco": se tornou ao mesmo tempo o Kerensky e o Lênin do "outubro vermelho" da Ilha do Caribe, até sua morte.
No Chile, também haveria uma "revolução em dois tempos".
Com o recebimento de toneladas de armamento vindas de Cuba e o apoio de partidos comunistas e socialistas como Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), Unidad Popular (UP) e Frente Manuel Rodriguez (FMR), no "primeiro momento" Salvador Allende decretaria uma "revolução democrática" no Chile, após matar os oficiais do Alto Comando em um banquete programado para ocorrer no dia da independência do país - cfr. "Plano Z" em Allende e Pinochet, o mito e a realidade, de Félix Maier - https://felixmaier1950.blogspot.com/2020/07/allende-e-pinochet-o-mito-e-realidade.html.
Não se sabe quem seria o líder revolucionário comunista que assumiria o poder no Chile num "segundo momento", já que o "Plano Z" previa um atentado contra a vida de Salvador Allende. Allende seria apenas o Kerensky da Revolução Comunista do Chile, evitada pelo general Augusto Pinochet, em 1973.
Como se sabe, Salvador Allende tinha uma guarda pretoriana composta por militares cubanos, assim como tiveram depois os ditadores da Venezuela, Hugo Chávez e Nicolas Maduro. Tudo indica que Allende não se suicidou, nem foi morto por militares chilenos, mas foi fuzilado por um agente cubano - cfr. artigo de Eduardo Mackenzie publicado em 2005 no site Mídia Sem Máscara, em
https://felixmaier1950.blogspot.com/2024/10/cuba-nostra-os-segredos-de-estado-de.html
E o Brasil atual, está ainda no "primeiro tempo" da revolução socialista/comunista pretendida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e seus genéricos (PCdoB, PSol, PSTU, PCO etc.) ou já está nos acréscimos do "segundo tempo"?
(*) SILVA, Nelson Lehmann da. A Religião Civil do Estado Moderno. Thesaurus, Brasília, 1985.
A "Revolução de Outubro" foi um golpe, não uma revolução
Uma função fundamental da propaganda sempre foi desmoralizar a oposição. Do ponto de vista dos propagandistas, é importante sempre dar a impressão de que o lado deles é o lado da maioria e o mais popular. Testemunhamos isso em ação nos últimos anos com o aumento da censura destinada a "combater a desinformação". Ao suprimir pontos de vista dissidentes, o regime diminui o acesso a ideias "não ortodoxas", mas há uma função secundária importante: suprimir o discurso dissidente também dá a impressão de que os dissidentes são menos numerosos e mais isolados do que realmente são. Ao garantir que certas vozes dominem a praça pública, os propagandistas ajudam a criar um senso de inevitabilidade do programa do regime. Isso facilita uma maior aceitação pública da vitória inevitável dos propagandistas. Afinal, por que se preocupar em resistir se o outro lado é tão popular e o seu lado é apenas uma pequena minoria?
Os socialistas e seus aliados há muito tempo são muito hábeis em usar esses métodos, e poucos tinham um domínio maior deles do que V.I. Lenin. Durante a maior parte do século XX, os sucessores de Lenin empregaram seus métodos, retratando com sucesso a disseminação de regimes socialistas como o resultado inevitável de enormes movimentos de massa comunistas. A esquerda pós-soviética moderna ainda emprega táticas semelhantes, retratando-se como estando do "lado certo da história" e como a posição majoritária legítima.
No entanto, até que ponto muitas dessas "revoluções" do século XX foram verdadeiramente revoluções sempre esteve em questão. Muitas dessas mudanças de regime socialista poderiam ser descritas com muito mais precisão como um golpe de Estado no qual uma pequena minoria assumiu o controle do Estado sem o apoio da maioria ou quaisquer movimentos revolucionários de massa de baixo para cima.
Por exemplo, a chamada "Revolução de Outubro" na Rússia não foi uma revolução, mas um golpe realizado por uma pequena minoria. Na versão socialista da história, a Revolução de Outubro foi um "movimento popular" de baixo para cima dedicado a ajudar Lenin e os bolcheviques a derrubar o governo provisório social-democrata. Essa narrativa foi fundamental para estabelecer a legitimidade do regime de Lenin. Nessa visão, Lenin estava apenas dando ao "povo" o que ele queria. O retrato do golpe de outubro como uma revolução das massas também dá a impressão de que a virada para o comunismo foi o resultado inevitável e desejado do desdobramento das tendências históricas. Naturalmente, essa visão da história encoraja os socialistas enquanto desmoraliza seus oponentes.
No entanto, os fatos históricos nos dizem que a maior vitória política do socialismo – a criação da União Soviética – não foi inevitável nem uma resposta às demandas de uma maioria revolucionária.
Golpe ou revolução?
Durante décadas após a instalação do regime soviético de Lenin, historiadores e especialistas em geral obedientemente empregaram o termo "Revolução de Outubro" para descrever a mudança de regime. Nas décadas mais recentes, no entanto, muitos historiadores adotaram uma abordagem menos crédula em relação à terminologia escolhida.
Na década de 1970, até mesmo muitos historiadores soviéticos negaram que a Revolução Russa fosse uma manifestação legítima de um movimento de massa. Em sua historiografia do debate sobre o uso do termo "revolução", Nina Bogdan observa que vários historiadores exilados e dissidentes neste período começaram a contradizer o "mito simplista da Revolução de 1917" que era a visão geralmente aceita. Ela escreve que esses historiadores duvidaram da história oficial e, posteriormente, chegaram à conclusão de que os bolcheviques tomaram o poder por meios ilegítimos, referindo-se ao evento de outubro de 1917 como uma "tomada do poder", "golpe de Estado" ou "motim".
O historiador Orlando Figes - autor de A Tragédia do Povo: A Revolução Russa, 1891-1924 - refere-se ao evento como um "golpe". Além disso, de acordo com Figes, um golpe era a tática preferida de Lenin, pois permitia que ele fizesse uma corrida final em torno do novo Congresso Soviético. Na época, o Congresso desfrutava de algum grau de verdadeiro apoio popular, mas estava sob a influência de uma variedade de facções concorrentes não leais a Lenin.
Da mesma forma, Richard Pipes, em seu livro A Revolução Russa, emprega consistentemente os termos "golpe de outubro" ou "golpe bolchevique" para descrever o evento e observa como os quadros de Lenin trabalharam ativamente contra as coalizões mais amplas e populares para tomar o poder por meio de uma pequena, mas bem organizada e bem armada, milícia pessoal. Como diz Ralph Raico, "a chamada Revolução de Outubro - o que os comunistas por décadas chamaram de Grande Outubro ou Outubro Vermelho - foi simplesmente um golpe de estado de alguns milhares de Guardas Vermelhos".
Uma "revolução" de uma pequena minoria
Se Lenin não tinha o apoio da maioria, como ele realizou essa "revolução"? A resposta está em como Lenin usou uma combinação de propaganda, sigilo e organização política em um ambiente onde nenhum regime havia estabelecido legitimidade com segurança.
Para entender isso, precisamos ter em mente que, no final de 1917, a monarquia já havia sido derrubada durante a Revolução de Fevereiro. Isso foi seguido pela proclamação oficial de uma república em setembro. A monarquia já havia se tornado extremamente impopular ao prolongar o envolvimento da Rússia na Primeira Guerra Mundial. A população - de aproximadamente 125 milhões na época - sofreu mais de 1,2 milhão de mortes na guerra e mais de 7 milhões de vítimas no total. Infelizmente, o governo provisório - que poderia ter obtido aclamação popular ao encerrar o envolvimento russo na guerra - recusou-se a sair da guerra. Isso permitiu que os bolcheviques ganhassem mais tarde algum grau de apoio de grande parte da população, prometendo pedir a paz.
Foi nesse ambiente que Lenin e os bolcheviques projetaram seu golpe.
Há pouca evidência de que o público em geral em São Petersburgo ou Moscou estivesse clamando por uma tomada violenta do poder pelos leninistas. Em vez disso, como Pipes coloca, foi o tenente de Lenin, Leon Trotsky, que "[com] o domínio supremo das técnicas do golpe de estado moderno, do qual ele foi indiscutivelmente o inventor, ... levou os bolcheviques à vitória".
A maior dessas técnicas era a propaganda da principal fonte de poder coercitivo do regime, as guarnições militares:
os bolcheviques fizeram grandes esforços para fazer propaganda dos soldados nas guarnições de Petrogrado assim que ocorreu a Revolução de Fevereiro, e os desencorajaram de retornar ao front, de modo que, em outubro, eram os soldados que estavam na vanguarda para liderar qualquer ação militar em apoio aos bolcheviques, não os trabalhadores.
Em contraste, "os trabalhadores" e a população em geral foram mantidos no escuro quanto aos planos dos bolcheviques. Lenin até escondeu seus planos de golpe do Congresso Soviético. Simultaneamente, Lenin alegou estar trabalhando com ordens do Congresso em um esforço para obter o apoio de socialistas de todos os partidos.
Em vez disso, de acordo com Pipes, "como o golpe não foi autorizado [pelo Segundo Congresso dos Sovietes] e tão silenciosamente realizado, a população de Petrogrado não tinha motivos" para suspeitar que algo importante havia acontecido.
Ninguém, exceto um punhado de princípios, sabia o que havia acontecido: que a capital estava nas mãos de ferro dos bolcheviques armados e que nada seria o mesmo novamente. Lenin disse mais tarde que começar a revolução mundial na Rússia era tão fácil quanto "pegar uma pena".
Mesmo entre as guarnições militares propagandeadas, a participação em favor dos bolcheviques era muito limitada. Nikolai Sukhanov estima que, "da guarnição de 200.000, apenas um décimo entrou em ação, provavelmente muito menos". Por outro lado, como o governo provisório era tão impopular, muitos dentro da guarnição não estavam interessados em fazer muito para deter os bolcheviques.
A verdadeira história da "revolução" de outubro não é a de uma revolta popular, mas a aquiescência resignada de uma população desesperada pelo fim da guerra devastadora. Os bolcheviques prometeram paz tanto para os militares importantes quanto para o público em geral.
Uma vez que os bolcheviques assumiram o controle da máquina burocrática do Estado, o partido foi capaz de empregar toda a panóplia de empregos públicos e esmolas "gratuitas" para apoiadores dispostos a lutar contra os remanescentes dos antigos regimes.
A batalha de ideias
Mesmo com esse poder - e com o poder de expandir amplamente os esforços de propaganda - o novo regime de Lenin foi forçado a passar cinco anos lutando contra dissidentes na Guerra Civil russa. Isso ocorre porque, como observou Ludwig von Mises, "em uma batalha entre a força e uma ideia, esta última sempre prevalece". Assim, nem mesmo as táticas brilhantes de Lenin e Trotsky foram suficientes para anular a necessidade de vitórias bolcheviques na batalha de ideias.
Mesmo com uma vitória tática inicial por meio do golpe, os bolcheviques ainda precisavam garantir um apoio político mais amplo para reprimir definitivamente a resistência. Isso foi possível graças aos esforços agressivos de "educação" apoiados pelo regime. Essa "educação" - mais precisamente descrita como propaganda - foi financiada e promulgada por uma vasta gama de instituições governamentais, incluindo a mídia controlada pelo Estado. A propaganda serviu tanto para criar verdadeiros crentes quanto para pacificar os céticos. A propaganda reduziu as massas de oponentes ativos a números que poderiam ser mais facilmente "liquidados" no Gulag.
A propaganda leninista também foi ajudada pela natureza das inclinações ideológicas de longa data entre a própria população russa. Como a industrialização era relativamente limitada no Império Russo no início do século XX, o Império carecia de uma população considerável de liberais burgueses com os meios e a inclinação para se opor aos bolcheviques em números substanciais. Além disso, na Rússia de 1917, o público em geral havia sido treinado para simplesmente suportar o despotismo e os golpes palacianos. Com os golpes de 1907 e fevereiro de 1917 ainda frescos em suas mentes, muitos russos comuns podem ter assumido (erroneamente) que o golpe de outubro foi simplesmente mais do mesmo.
A indiferença e a ambivalência públicas, no entanto, estão muito longe do "levante popular" que a esquerda socialista há muito afirma ter impulsionado a tomada do poder pelos bolcheviques. Tal como acontece com os partidos governantes e conspiradores de nosso próprio tempo, a tomada e aplicação do poder político em outubro de 1917 foi impulsionada em grande parte pelo uso efetivo do sigilo, da propaganda e do poder coercitivo de uma pequena minoria.
Ryan McMaken: é bacharel em economia e mestre em políticas públicas e relações internacionais pela Universidade do Colorado. É editor sênior do Mises Institute. Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.
Fonte: https://mises.org.br/artigos/3476/a-revolucao-de-outubro-foi-um-golpe-nao-uma-revolucao
Cuba Nostra, os segredos de Estado de Fidel Castro - Por Eduardo Mackenzie
Cuba Nostra, os segredos de Estado de Fidel Castro
Resumo: A revelação do ocorrido a Salvador Allende não é interessante somente para os historiadores da aventura da Unidad Popular, mas também para os novos amigos latino-americanos de Fidel Castro.
© 2005 MidiaSemMascara.org
Salvador Allende não se suicidou, nem morreu sob as balas dos militares golpistas em 11 de setembro de 1973. Durante o assalto contra o palácio La Moneda, o presidente do Chile foi covardemente assassinado por um dos agentes cubanos que eram encarregados de sua proteção. Em meio aos bombardeios da aviação militar, o pânico se havia apoderado dos colaboradores do chefe de Estado socialista e este, em vista da desesperada situação, havia pedido e obteve breve cessar fogo e estava, finalmente, decidido a cessar toda a resistência. Segundo uma testemunha dos fatos, Allende, morto de medo, corria pelos corredores do segundo andar do palácio gritando: “Há que render-se!”. Antes que pudesse fazê-lo, Patricio de la Guardia, o agente de Fidel Castro encarregado direto da segurança do mandatário chileno, esperou que este voltasse a seu escritório e lhe disparou sem mais nem menos uma rajada de metralhadora na cabeça. Em seguida, pôs sobre o corpo de Allende um fuzil para fazer crer que este havia sido ultimado pelos atacantes e voltou correndo ao primeiro andar do edifício em chamas onde o esperavam os outros cubanos. O grupo abandonou o palácio de La Moneda sem qualquer dificuldade e se refugiou minutos depois na embaixada de Cuba, situada a pouca distância dali.
Esta versão do fim dramático de Salvador Allende, que contradiz as duas anteriores quase oficiais, dadas, quer seja por Fidel Castro (a tese da heróica morte em combate), quer seja pela Junta militar chilena (a do suicídio), emana nada menos do que de dois antigos membros de organismos secretos cubanos, muito bem informados acerca desse sangrento episódio e hoje exilados na Europa.
Em um livro que as Edições Plon acabam de publicar em Paris, intitulado “Cuba Nostra, les secrets d’Etat de Fidel Castro”, Alain Ammar, um jornalista especialista em Cuba e América Latina, analisa e confronta as declarações que lhe deram Juan Vives e Daniel Alarcón Ramírez, dois ex-funcionários da inteligência cubanos.
Exilado desde 1979, Juan Vives é um ex-agente secreto da ditadura e sobrinho de Osvaldo Dorticós Torrado, o presidente cubano de opereta que reinou de 1959 a 1976, e que foi “suicidado” em obscuras circunstâncias em 1983. Vives conta que em novembro de 1973, em um bar do hotel Habana Libre, onde alguns membros dos órgãos de segurança do Estado costumavam reunir-se aos sábados para beber cerveja e trocar de maneira informal fofocas e informações de todo tipo, escutou do mesmo Patricio de la Guardia, chefe das tropas especiais cubanas presentes em La Moneda no fatídico 11 de setembro de 1973, essa arrepiante confissão.
Durante anos, Vives não quis dar a conhecer essa informação pois, como diz, “era perigoso fazê-lo” e porque não havia até esse momento nenhum outro responsável cubano no exílio que pudesse confirmar o caráter fidedigno desses fatos. Quando soube que Daniel Alarcón Ramírez, codinome “Benigno”, um dos três sobreviventes da guerrilha de Ernesto Guavara na Bolívia, encontrava-se também exilado na Europa, a idéia de dar a conhecer esses graves fatos voltou a ganhar força.
No livro de Alain Ammar, “Beingno” confirma plenamente a narração de Vives. Ambos conheceram Salvador Allende e sua família. Ambos viveram no Chile durante o governo de Allende. Ambos escutaram, em momentos diferentes, a confissão de Patricio de la Guardia em seu regresso à Havana.
O livro de Ammar descreve com precisão os últimos meses do governo da Unidad Popular e, sobretudo, mostra o avançado grau de controle direto que Fidel Castro havia conseguido instalar – mediante suas centenas de espiões da DGI (um serviço cubano de Inteligência), operadores e agentes de influência implantados em Santiago –, sobre o presidente Salvador Allende, sobre seus ministros e até sobre seus amigos e colaboradores mais íntimos. De fato, a chamada “via chilena ao socialismo” havia sido desviada pelo castrismo até o ponto em que dentro do governo de Allende houve vozes que criticavam essa brutal ingerência. Meses antes de sua morte, Salvador Allende já havia sido “instrumentalizado por Castro”, explica Juan Vives. “Porém Allende não era o homem que Havana queria ter no poder em Santiago. Os que Castro e Piñeiro [braço direito de Castro em operações de espionagem na América Latina, morto recentemente em Cuba de um enfarte] preparavam para a substituição, às costas do mesmo presidente Allende, eram Miguel Henriquez, principal dirigente do MIR e Pascal Allende, número dois do MIR, do mesmo modo que Beatriz Allende, a filha mais velha do presidente, que também pertencia ao MIR”. Beatriz morreria em Cuba, em 1974.
Esse controle sobre o chefe de Estado chileno se havia agudizado notavelmente após a primeira tentativa de golpe militar, em 29 de junho de 1973, mais conhecido como o “tancaço”. Quando Havana soube que os chilenos que cercavam o presidente estavam assustados, Fidel Castro fez saber que Allende não podia em nenhuma circunstância reder-se nem pedir asilo político em uma embaixada. “Se ele devia morrer, devia morrer como um herói. Qualquer outra atitude, covarde e pouco valente, teria repercuções graves para a luta na América Latina”, lembra Juan Vives. Por isso, Fidel Castro deu a ordem a Patricio de la Guardia de “eliminar Allende se no último momento este cedesse ante o medo”.
Pouco depois dos primeiros ataques à La Moneda, Allende mesmo havia dito a Patricio de la Guardia que tinha que pedir asilo político a embaixada da Suécia. O mandatário havia, inclusive, designado Augusto Olivares, seu secretário de imprensa, para fazê-lo. Provavelmente por isso, Olivares, codinome “el perro”, foi também eliminado pelos cubanos antes que estes enfileirassem baterias contra o presidente do Chile. “Recrutado pela DGI cubana, Olivares transmitia até os mais mínimos pensamentos de Allende a Piñeiro, que, por sua vez, informava a Fidel”, declara Juan Vives.
Outro guarda-costas chileno de Allende, um tal Agustín, foi também “fuzilado” pelos cubanos nesses momentos dramáticos, segundo a declaração feita por “Benigno”, ao autor do livro. Semanas depois do golpe de Estado, Patricio de la Guardia havia revelado a “Benigno” o fim de Agustín, irmão de um amigo seu que vive ainda em Cuba, e lhe havia dado outro detalhe importante sobre o ocorrido durante essa trágica manhã no palácio La Moneda: antes de metralhá-lo, o agente cubano havia agarrado Salvador Allende com força, que queria sair do palácio, e o havia sentado em sua cadeira presidencial gritando: “Um presidente morre em seu lugar!”
A versão do assassinato de Allende à queima-roupa não era de todo desconhecida. Em 12 de setembro de 1973 várias agências, entre elas a AFP, resumiram em quatro linhas esse fato. Publicado no dia seguinte por Le Monde, o cabo dizia: “Segundo fontes da direita chilena, o presidente Allende foi morto por seu guarda pessoal no momento em que pedia cinco minutos de cessar fogo para render-se aos militares que estavam a ponto de entrar no palácio La Moneda”. Ammar indica que essa hipótese “foi enterrada imediatamente”, pois ela não convinha a ninguém: “nem aos colaboradores de Allende, nem à esquerda chilena, nem a seus amigos no estrangeiro, nem aos militares nem, sobretudo, a Fidel Castro...”.
A confirmação que essa, até há pouco “hipótese”, acaba de receber da parte de Juan Vives e Daniel Alarcón Ramírez, poderia ser reforçada no futuro pelos testemunhos de outros funcionários cubanos silenciados até agora e pelos documentos que se encontram fora de Cuba. Com efeito, em um banco do Panamá repousaria a peça mestra deste magnicídio. Segundo os autores do livro, Patricio de la Guardia, condenado a trinta anos de cárcere durante o processo-farsa contra o general de divisão Arnaldo Ochoa Sánchez, e hoje em residência vigiada, haveria depositado no cofre de um banco panamenho um documento comprometedor no qual descreve, dentre outras coisas, o assassinato de Allende por ordem de Castro, texto que deveria ser revelado em caso de morte de Patricio de la Guardia. Fidel Castro, segundo os autores do livro, teria levado muito a sério essa ameaça e teria feito com que este escapasse ao fuzilamento, à diferença de Tony, irmão de Patricio, que junto com o general Ochoa e outros dois funcionários do Ministério do Interior, foi passado pelas armas em 13 de julho de 1989.
A revelação do ocorrido a Salvador Allende não é interessante somente para os historiadores da calamitosa aventura da Unidad Popular no Chile. É, igualmente, e de quê maneira, para os novos amigos latino-americanos de Fidel Castro, especialmente para o presidente Hugo Chávez da Venezuela. Hugo Chávez e os outros, por mais chefes de Estado confiáveis que possam ser para Havana, como pode ter sido em sua ocasião, ao menos nos papéis, o presidente Allende, poderiam estar sendo agora objeto de idênticas tramas sinistras de controle e de dominação física e política direta, por parte dos mesmos serviços que fizeram tão bestialmente contra o presidente do Chile. O livro de Alain Ammar aborda, em suas 425 páginas, muitos outros temas e episódios relacionados com as complicadas e nem sempre exitosas operações secretas de Havana, em Cuba e em vários países. Esperamos que uma tradução para o espanhol desse livro seja posta rapidamente nas livrarias.
Fonte: http://www.canf.org (Cortesia da lista “ABAJO CADENAS”)
Tradução: Graça Salgueiro
terça-feira, 22 de outubro de 2024
As 10 faces diferentes da censura - Por Luan Sperandio
As 10 faces diferentes da censura
A liberdade de expressão, um dos pilares mais preciosos das sociedades democráticas, está constantemente ameaçada por diversas formas de censura que corroem a diversidade de pensamento e tolhem o progresso. Em um mundo onde a troca livre de ideias é fundamental para o crescimento e a evolução, é imperativo compreender os dez tipos distintos de censura que minam a “mãe de todas as liberdades”, nas palavras de um dos pais fundadores dos Estados Unidos, Benjamin Franklin. Abaixo, estão 10 faces diferentes da censura.
1. Censura governamental: Em muitos cantos do globo, governos autoritários manipulam informações para controlar as narrativas e inibir o questionamento. É a forma de censura mais clássica, e geralmente, quando utilizada, contribui para o crescimento de abusos de poder por parte dos governantes.
2. Autocensura: O receio de consequências adversas pode levar indivíduos a silenciar suas próprias opiniões. A partir de 2006 na Venezuela, por exemplo, o regime de Hugo Chávez tornou-se mais repressivo. O governo iniciou os ataques a veículos de comunicação críticos ao governo. Algumas das mídias, acuadas, praticaram a autocensura. A Venevisión, anteriormente considerada como pró-oposição, mal cobriu a oposição durante a eleição de 2006, dando ao presidente Chávez 84% do tempo de cobertura — quase cinco vezes mais do que aos seus rivais —, o que contribuiu para sua vitória. Posteriormente, a emissora decidiu interromper as coberturas políticas e optou por programações de entretenimento. Entender esse fenômeno ajuda a criar ambientes seguros onde todos possam contribuir com suas perspectivas únicas e enriquecer o diálogo público.
3. Censura de mídia: Uma imprensa livre é essencial para manter os governos responsáveis e informar o público e cumpre seu papel de ser “o quarto poder”. Governos autocráticos buscam justamente mitigar a liberdade da imprensa. Também na Venezuela, a Globovisión era um dos veículos mais contrários ao governo de Chávez. O governo acusou Guillermo Zuloaga de irregularidades financeiras e este foi obrigado a fugir do país para não ser preso. Sob intensa pressão, vendeu o veículo a valores descontados para um simpatizante do governo, que alterou o editorial jornalístico que tornou-se favorável ao regime. Compreender como a censura de mídia ocorre é necessário para melhor defender a integridade jornalística e garantir a circulação de informações verdadeiras.
4. Censura religiosa: A maior pauta de quem apreciava liberdade no século XVII, que tem como grande expoente o filósofo inglês John Locke, era a separação entre Estado e igreja para possibilitar liberdade de pensamento e crença, além de tolerância religiosa. Desde então, a liberdade de crença se consolidou gradativamente no Ocidente, mas atualmente ainda há dezenas de países em que preconceitos e discriminações religiosas se transformam em políticas de Estado graças à força e ao aparato estatal. Segundo o relatório anual do World Watch List, cerca de 3 mil praticantes do cristianismo foram mortos e mais de 700 igrejas são depredadas por ano em países cujos governantes buscam censurar a religião de opositores políticos.
5. Censura corporativa: A censura nem sempre parte do Estado. É comum empresas exercerem controle sobre informações, opiniões ou conteúdos de diversas formas, a fim de promover seus próprios interesses, proteger sua imagem ou evitar críticas negativas. Isso pode ocorrer em várias situações, como na mídia, nas redes sociais, em publicações, em filmes ou em outras formas de comunicação. Em geral, são utilizadas técnicas de controle de informações, censura de funcionários, patrocínios e financiamentos condicionais a projetos e filtragem de conteúdo on-line. A censura corporativa levanta preocupações sobre a liberdade de expressão, a transparência e a integridade das informações disponíveis ao público, pois pode impactar a diversidade de vozes e perspectivas no discurso público e influenciar a forma como as pessoas compreendem o mundo ao seu redor.
6. Censura de livros e literatura: A proibição de livros limita o acesso a ideias desafiadoras e restringe o potencial de aprendizado. Um exemplo clássico se deu pelo “Index Librorum Prohibitorum”, que consistiu em uma relação de publicações consideradas como heresias, anticlericais ou que colidiram com os dogmas da Igreja Católica. Ele surgiu em 1559, pelo Papa Paulo IV, e teve fim somente em 1966, pelo Papa Paulo VI. Conhecer essa forma de censura é essencial para salvaguardar a liberdade intelectual e a busca por conhecimento.
7. Censura na Internet: O bloqueio e a filtragem na internet prejudicam o acesso à informação global. O país com mais censuras à Internet é a Coreia do Norte. No regime, somente uma pequena minoria é autorizada a acessar uma rede de intranet administrada e monitorada pelo governo, e uma parcela ainda menor, composta somente de autoridades e seus familiares, possui acesso à internet, tornando o país com o menor número de usuários do planeta. O controle é tão restrito que a maioria da população norte-coreana sequer sabe da existência da internet.
8. Censura Artística: A supressão da expressão artística limita a liberdade criativa e restringe o diálogo sobre questões sociais e políticas, sendo uma das formas mais clássicas de censura em regimes ditatoriais.
9. Censura política: A repressão à dissidência política silencia a voz dos cidadãos e prejudica a participação ativa na vida política. O AI-5, ao longo da ditadura militar no Brasil, inaugurou a fase mais repressiva dos 21 anos do regime. Somente em seus primeiros dois dias de vigência, presos políticos processados nas auditorias da Justiça Militar denunciaram mais de 2.200 casos de tortura. Foram punidas, com perda de direitos políticos, cassação de mandato, aposentadoria e demissão, 4.841 pessoas —513 deputados, senadores e vereadores perderam os mandatos. Entender essa forma de censura é essencial para defender a democracia, Estado de Direito e assegurar que todos tenham a oportunidade de se envolver no processo político.
10. Censura Cultural: A censura de elementos culturais limita a diversidade cultural e impede a compreensão intercultural. Conhecer essa forma de censura permite celebrar e respeitar a riqueza de diferentes tradições e identidades. Um exemplo histórico significativo de censura cultural é a “Queima de Livros” que ocorreu na China durante a dinastia Qin (221-206 a.C.). O primeiro imperador da China unificada, Qin Shi Huang, ordenou a supressão de obras literárias e filosóficas que ele considerava ameaçadoras ao seu regime e à sua visão de governo centralizado. Nessa campanha de censura, muitos textos clássicos foram destruídos e inúmeros estudiosos e intelectuais foram perseguidos. O objetivo era eliminar ideias que pudessem questionar ou desafiar a autoridade do imperador, bem como promover uma forma de pensamento que apoiasse o governo centralizado e a unificação do império. Essa censura cultural teve um impacto profundo no desenvolvimento intelectual da China na época, influenciando a direção da filosofia, da literatura e do pensamento político.
Considerações finais
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, dizia que “A verdade poderá ser temporariamente ocultada, nunca destruída. O futuro e a história são incensuráveis”. Porém, ainda que temporariamente, a censura não é aceitável em um Estado de Direito. Ao identificar e compreender as diferentes faces da censura, a sociedade se prepara melhor para enfrentar tentativas de censura, ainda que temporariamente, e defender a liberdade de expressão.
Fonte: https://www.institutoliberal.org.br/blog/teoria-economica/as-10-faces-da-censura/