MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

quarta-feira, 10 de março de 2021

O espírito de Mãe Dinah baixou em Sérgio Moro? - Por Félix Maier

Ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro

O espírito de Mãe Dinah baixou em Sérgio Moro?

Félix Maier
Após o cabo eleitoral de Dilma Rousseff nas eleições de 2010, Edson Fachin, anular todas as condenações que Lula sofreu em sentenças proferidas por Sérgio Moro, em 8 de março de 2021, o que foi comemorado até pela prefeita de Paris, Gilmar Mendes pautou o processo de suspeição do ex-juiz para o dia seguinte, o qual estava parado em seu gabinete desde 2018.
Achei ridículo Gilmar Mendes e Ricardo Lewandovski, na continuidade do julgamento sobre suspeição de Sérgio Moro, em 9 de março de 2021, dizerem que este agiu politicamente condenando Lula, para tirá-lo da disputa eleitoral contra Jair Messias Bolsonaro, em 2018, de modo que pudesse ser seu ministro da Justiça.
Nem Mãe Dinah, se ainda viva fosse em 2017, teria como prever que Bolsonaro seria eleito presidente em 28 de outubro de 2018, muito menos Sérgio Moro.
Vejamos.
Sérgio Moro condenou Lula em 12 de julho de 2017 a 9 anos e 6 meses de prisão, referente à ação penal envolvendo o triplex de Guarujá. O apartamento foi recebido como propina da empreiteira OAS em troca de favores da Petrobras. Em 24 de janeiro de 2018, Lula foi condenado por unanimidade em segunda instância pela 8ª. Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que aumentou a pena para 12 anos e 1 mês.
Nunca houve encontros escusos entre Moro e Bolsonaro antes das eleições de 2018, nem contatos de assessores de lado a lado, como insinuam os ministros do STF acima citados. Bolsonaro e Moro se encontraram, muito rapidamente, no aeroporto de Brasília, em 30 de março de 2017. Em frente à “Casa do Pão de Queijo”, Bolsonaro presta continência a Moro, dá tapinha nas costas do mesmo e este se afasta rapidamente, demonstrando com clareza que não queria bater papo, que não havia intimidade entre ambos – cfr. em https://www.youtube.com/watch?v=HZ-gx_d67Do. Sobre o frio encontro, Bolsonaro afirmou que ficou chateado, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, de 31 de outubro de 2018 – cfr. https://www1.folha.uol.com.br/.../bolsonaro-ficou....
Em 22 de julho de 2018, em convenção nacional do PSL, Bolsonaro foi escolhido candidato a Presidente da República.
Segundo o G1, Moro afirmou, em entrevista no dia 6 de novembro de 2018, que falou com Bolsonaro pela primeira vez em 1º. de novembro de 2018, que não tinha proximidade com o Presidente e que só foi sondado para ser ministro da Justiça cinco dias antes do segundo turno das eleições – cfr. https://g1.globo.com/.../moro-diz-que-nao-tinha....
Observar o advogado brilhantina de Lula, Cristiano Zanin Martins, e petistas em geral acusarem Moro de ter sido imparcial no julgamento de Lula, para afastá-lo da disputa presidencial, em benefício de Bolsonaro, de modo a ser escolhido ministro da Justiça e, quem sabe, mais tarde, até ministro do STF, é natural, pois advogados levantam tudo sobre a vida do juiz que preside a ação penal, se preciso for até inventam histórias rocambolescas para colocar sob suspeição o magistrado – como foi o caso.
Porém, vendo Gilmar Mendes e Ricardo Lewadovski falarem tais disparates em sessão da 2a. Turma do STF - apelidada jocosamente de “Jardim do Éden”, por ser o paraíso de meliantes, pelas decisões favoráveis da Turma a investigados -, prova o baixíssimo nível em que se transformou nossa Suprema Corte, merecendo com louvor a tag #STFVergonhaMundial.
Pela cronologia dos fatos acima mencionados, não havia como Moro prever em meados de 2017 que Bolsonaro seria eleito no final de 2018. Muito menos que poderia ser escolhido como ministro da Justiça.
Aliás, se Lewandovski tivesse um mínimo de isenção e respeito por sua biografia, deveria ter-se declarado impedido de julgar processos envolvendo o ex-presidente, por ser amigo de longa data do casal Lula-Marisa. Uma afeição canina aos amigos petistas já havia sido demonstrada no processo do Mensalão, quando absolveu José Dirceu e Jose Genoino.
Isso sim é que é suspeição de julgamento, Sr. Lewandovski, não a de Moro, que apenas se ateve às provas criminais apresentadas.

O mesmo se pode dizer sobre Gilmar Mendes, que há muito tempo já qualificava Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato como sendo uma quadrilha de malfeitores, "o esquadrão da morte em Curitiba" - cfr. https://www.youtube.com/watch?v=PSa550tYeXE. O que dizer sobre os ataques covardes de Gilmar contra Deltan Dallagnol? - cfr. https://www.youtube.com/watch?v=e85Wlul_so8. Como pode haver imparcialidade em seu julgamento, se Moro e os procuradores já estavam de antemão condenados por Gilmar Mendes?

O mais novo ministro do STF, Kassio Nunes, indicado por Bolsonaro, pediu vista para estudar melhor o processo, e vai desempatar o placar de 2 x 2. Espero que não seja a favor das elucubrações escandalosas de Gilmar e Lewandovski.

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