MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Carta ao Sr. Ari Cunha, vice-presidente institucional do Correio Braziliense

Prezado Sr. Ari Cunha,

É uma pena o Correio Braziliense voltando a ser um jornaleco dos tempos daquele chefe de redação petista que o colocou em banho-maria por uns tempos, lembra?

Por que esse preconceito contra o Exército, que impediu que o Brasil se transformasse num Cubão? Ou, que prosperassem em nosso País as "FARB", como ocorreu na Colômbia com as FARC, matando centenas de milhares de pessoas?

Respeito pela História recente do Brasil é o mínimo que se espera de um grande jornal. Ser caixa de ressonância do politicamente correto da esquerda que quis implantar o comunismo no Brasil e perdeu a guerra, não é fazer jornalismo, mas ser torcedor fanático da esquerdalha. É se juntar aos hooligans da mídia, hoje presentes no mundo inteiro (vide Brexit e Trump, as besteiras que já se escreveram sobre esses assuntos - incluindo a última "crônica" de Maria Paula no caderno de domingo, puro besteirol).

Atenciosamente,

Félix Maier


Águas Claras - DF


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MATÉRIA DO CORREIO BRAZILIENSE – O4 Fev 2017 

General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva (Comentários)

O jornal Correio Braziliense (04-02-2017) publicou matéria com o título “Brasília põe fim a 50 anos de segredos”, onde, entre outros assuntos, discorre sobre a prisão de militantes de grupos revolucionários que tentavam implantar a luta armada no Brasil.
Como soe acontecer, trata-se de reportagem facciosa, pois acusa o regime militar de “perseguir, torturar e assassinar quem se opunha ao regime”, destaca opiniões como a de que “o Estado perseguia a população” e meias verdades como a de um entrevistado que diz “tínhamos a ideia de combate ao regime militar”, mas não confessa que o objetivo era implantar uma ditadura comunista e não a democracia no Brasil. O jornal não entrevistou ninguém que apresentasse uma visão diferente sobre os episódios relatados.
Quanto aos destaques acima, deve ficar bem claro que houve um conflito violento entre o Estado e grupos revolucionários que combatiam o regime militar.  Não eram oposição ao regime e sim combatentes ideológicos que empregavam ou apoiavam a violência armada revolucionária. A ideologia da luta armada era a da URSS e da China, países responsáveis pelas maiores violações aos DH no século passado. O Estado não perseguiu a população, nem grupos ou coletividades e sim combateu grupos armados fora-da-lei. Como era sua obrigação, defendeu as instituições, a lei e a ordem, com apoio total da nação. 
Era um regime de exceção como os próprios Presidentes reconheciam ao manifestarem a necessidade e o propósito de redemocratização. Autoritário por limitar as liberdades democráticas, mas não totalitário, que as eliminaria. Havia eleições livres e um partido de oposição - o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), cuja plataforma era democracia já, enquanto a do partido de governo, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), era a redemocratização gradual e segura. Jornais, revistas, músicas, festivais da canção e peças teatrais criticavam o governo, bem como livrarias vendiam obras de linha marxista. Portanto, o jornal relativizou a verdade quando disse que o regime perseguia a quem se lhe opunha, sem apontar o tipo de oposição – a aliança entre a subversão e a luta armada – que, esta sim, gerava reação do aparato de defesa do Estado.
Além disso, a matéria veicula absurdos e faz considerações ridículas sobre os DOI-CODI, como dizer que os “integrantes desse órgão de repressão eram treinados na Escola Superior de Guerra (ESG) e defendiam os ideais disseminados pelos ditadores”. Os agentes dos DOI/CODI nunca foram preparados na ESG e tinham a missão de investigar, prevenir e reprimir a violência armada e não de “defender ideais” de superiores hierárquicos. 
Outra incongruência é, na primeira página do jornal, dizer que “Uma jovem flagrada fumando maconha no Bloco [-] levou à prisão de 20 ‘inimigos’ do regime. Entre eles, Miriam Leitão, [-]”. Segundo a matéria, a operação começara em meados de 1973, porém, na página 17 (seção inferior e coluna da esquerda), consta que Miriam Leitão “era uma das integrantes [do Grupo Caratinga] e também acabou presa em 3 de dezembro de 1972”. Ora, o que aconteceu em 1973 não poderia ter levado à prisão de alguém em 1972. 
Constam, na relação dos presos na operação apresentada na matéria, os nomes de Romário Schettino, Mírian Macedo e Marisa Macedo, entre outros detidos. O primeiro foi entrevistado pelo jornal e relatou torturas sofridas quando esteve recolhido. A propósito, é interessante meditar sobre o que disse Mírian Macedo em 05 /06/ 2011, disponível em http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2011/06/verdade-eu-menti_05.html (acesso em 04-02-2017), pois é estranho que pessoas presas na mesma operação tenham passado por experiências tão diferentes durante o período de detenção. 
[Início de Transcrição do artigo de Mírian Macedo]. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE QUASE 40 ANOS! [-]. Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos [-], que me deram socos e empurrões, interrogaram-me com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu passava noites ouvindo "gritos assombrosos" de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram - achei, depois, que fosse gravação - e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado). 
Eu também menti dizendo que meus algozes, diversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um 'trauma de escadas", imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse. 
Quanto aos 'socos e empurrões' de que eu dizia ter sido alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos inquisidores; afinal, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Eu sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: "Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto”.  Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles 10 dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de "vítima da repressão". A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria uma nota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro).
Torturada?! Eu?! Ma va! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas 'tortura inumana' se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI. 
Que teve gente que padeceu, é claro que teve.  Mas alguém acha que todos nós - a raia miúda - que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido 'barbaramente torturados' falávamos a verdade? Não, não é verdade. A maioria destas 'barbaridades e torturas' era pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos 'barbaramente torturados' e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de 'torturado', ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: "quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre." Na verdade, a pior coisa que podia nos acontecer naqueles "anos de chumbo" era não ser preso (sic). Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons. Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer. [Fim de transcrição]. 
A matéria diz que Romário “enfrentou 10 dias de interrogatório sob extrema violência”, ou seja, o mesmo tempo que Mírian relata ter ficado presa, mas ao contrário de Romário, declara ter mentido durante 40 anos sobre ter sido torturada no DOI/CODI. 
 Convém considerar, também, o relato de Márcio Del Cístia (Mídia Sem Máscara em 30/11/2006), que descreve um diálogo com um agente do Estado que disse: “[Os militantes] após serem soltos, precisavam apresentar desculpas aos companheiros, [pois] temiam [-] ser justiçados como traidores [inventavam torturas e sevícias para justificar as delações voluntárias]. Disponível em “Brasil acima de tudo”, http://www.brasilacimadetudo.com/2006/11/tortura/ (acesso em 04-02-2017).
Não tenho elementos de juízo para dizer aonde está a verdade, mas muitos ex-militantes receberam indenizações pecuniárias e alguns ocupam posições importantes. Confessar, hoje, uma eventual mentira teria consequências jurídicas e alto custo político. No tribunal, dizer que confessara sob tortura poderia resultar no arquivamento do processo ou em uma pena mais branda, como acontecia de fato.
Para finalizar, convém destacar que os militantes citados na matéria pertenciam ao PCdoB, então ilegal e adepto da linha maoísta, que pregava a revolução violenta e luta armada prolongada, com prioridade para as áreas rurais, mas também atuando em regiões urbanas, como no caso de Miriam Leitão. Em meados dos anos 1960, o PCdoB enviou dezenas de militantes ao Pará, para criar a guerrilha do Araguaia e os obrigou a permanecer na área e vencer ou resistir até à morte. Quem tentasse fugir seria morto e as mulheres que engravidassem na guerrilha eram obrigadas a fazer o aborto. Para se ter uma ideia do grau de violência do grupo guerrilheiro, basta citar o exemplo de João Pereira – guia do Exército no Araguaia - um jovem com cerca de 15 anos. Foi torturado e assassinado pela guerrilha na frente dos pais. Cortaram suas orelhas, os dedos e as mãos antes de enfiar-lhe uma faca. No Relatório de Ângelo Arroyo (PCdoB) consta que a morte de João Pereira causou pânico na região (leia-se terror). 
Com que base moral os antigos militantes de grupos como esse acusam os seus oponentes? A esquerda socialista é a mestra da hipocrisia, pois pretendia se transformar em governo e cometia as mesmas violências de que acusa o regime militar.  A diferença é que esse regime, que a derrotou, também a anistiou, ao invés de promover um banho de sangue como ela faria, pois foi assim nos conflitos onde o socialismo venceu.

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