MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964
Avião que passou no dia 31 de março de 2014 pela orla carioca, com a seguinte mensagem: "PARABÉNS MILITARES: 31/MARÇO/64. GRAÇAS A VOCÊS, O BRASIL NÃO É CUBA." Clique na imagem para abrir MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Poeira estelar - Por Félix Maier

Imagem de uma galáxia.

poeira estelar

Félix Maier

No mundo brana das supercordas sou trovador,
Cantando versos pela vastidão, para minha amada.
Quero vibrar em cada dimensão oculta, ser calor,
Poesia que ecoa na eternidade entrelaçada.

Na mecânica quântica, viro incerteza e ilusão,
Subpartícula que dança entre o ser e o talvez.
Viajo como onda, como partícula em colisão,
Sou paradoxal amor, sou inconstância e altivez.


Nos seis sabores dos quarks, nos bárions te encontro,
Confinados na força nuclear que jamais se esvai,
Entrelaçados nos mésons, unidos nesse ponto,
Que nenhuma energia dispersa ou desfaz.

No choque da matéria com antimatéria, enfim,
Quero me aniquilar contigo, luz pura a emergir,
Ser um fóton brilhante, a luz que se faz sem fim,
Transcender o limite, renascer, reluzir.

Nos buracos negros quero mergulhar ao teu lado,
Eternizar nosso amor no enigma do espaço-tempo,
Singularidade onde o infinito é alcançado,
Entre horizontes onde cada segundo é um evento.

Na matéria escura, brinco de esconde-esconde,
Junto a ti, invisíveis, dançamos pelo universo,
Ocultos, mas tão reais quanto a paixão que responde,
Ao pulsar gravitacional, nosso laço submerso.

Na relatividade, curvo a luz para te iluminar,
Faço os astros reverenciarem tua beleza infinita.
Distorço galáxias para teu rosto destacar,
E tudo que vejo torna-se tua essência bendita.

Na Teoria M, nas dimensões do amor profundo,
Onze universos distintos no abraço de um segundo,
Ali concluo meu arcabouço romântico sem fundo,
Um amor que conecta, atravessa, recria um novo mundo.

Em noite clara, uma supernova explode,
Teu sorriso brilha, um instante que não pode.
Luz tão intensa, ofusca a imensidão,
No cosmos dançante, pulsa o coração.

Mas no ocaso, a estrela se despede,
Transforma-se anã, na solidão que cede.
Um lamento ecoa, entre sombras a vagar,
Na agonia do tempo, tudo a se apagar.

E na dança da entropia, o universo em desordem,
Cada átomo se dissolve, em poeira se absorvem.
Mas em meio à finitude, teimo em sonhar,
Que mesmo em poeira, vou sempre te amar.

Num buraco de minhoca, quero furar o infinito,
Percorrer o espaço, renascer num abraço bonito,
Observar o Big Bang, rever o nascimento das galáxias,
E recriar o universo, contigo, em eternas sinapses.


Buraco negro supermassivo.


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